Sonhos Distorcidos escrita por Marie Lolita


Capítulo 1
Prólogo - Sendo macho




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 - Ai. Ai. Tenten. Você vai arrancar meu cabelo do couro cabeludo. Ai nem vou ter que usar rede ou grampos para prender o meu cabelo, porque não vou ter mais  – reclamou emburrada.
   - Fica quieta. Você que teve essa idéia. Então agora agüenta. A dor faz parte. Ninguém mandou você ter esse cabelo ondulado desse tamanho. Assim fica difícil prender para colocar a peruca.
   A garota morena continuou a pentear o cabelo rose da mesma, prendendo com grampos, rente ao crânio. Assim que deu por terminado, colocou uma touca nude prendendo firmemente todos os fios no lugar. Após dar por completado aquela etapa, colocou a peruca masculina na garota. Um cabelo liso, caindo nos olhos, um pouco bagunçado, mas a cor era o que chamava atenção, pois era um branco acinzentado com as pontas negras, muito incomum. Mas ficava lindo com os olhos verdes jade da garota.
   - A primeira parte esta pronta. Pode ver – informou a morena de olhos castanhos feliz com seu esforço. 
   Sakura foi até o espelho da porta do guarda-roupa da amiga e deu uma conferida em si mesma.
   - O que achou? Eu sou um gênio, não acha?! – falou alegre pondo-se ao lado da amiga no espelho. – Modéstia parte Sakura, você esta mesmo parecida com seu irmão. Isso é até assustador.
   - Ótimo – deu um largo sorriso. – Porque é isso mesmo que quero ser. Meu irmão gêmeo. Vamos Tenten. Termine o plano para irmos embora.
   Como pedido ela voltou para a penteadeira, para fixar a peruca e continuar com sua transformação em homem.
Isso fazia Sakura voltar a lembrar o motivo de estar fazendo aquela loucura toda. Por causa de sua mãe e do seu sonho.

   As duas estavam no quarto da menina. Que sinceramente, odiava aquele quarto. Tudo era muito rosa bebê e branco, parecia o quarto da Barbie. Só o chão que era de madeira escura fosca. Lençóis de babado, bichinhos de pelúcia, bonecas. O que era tudo aquilo...? Pelo amor, ela tem quinze anos, com um quarto de garota de onze... Credo!
   Sua mãe escovava carinhosamente as longas madeixas roses da filha. Admirando o brilho do cabelo e a beleza exótica da menina.
   - Mama... Eu queria saber, você mandou minha inscrição para a escola de Artes? – perguntou, sem olhá-la, esperançosa com a resposta.
   - Não. Só a do seu irmão.
   - O-o que...? – a fez parar de escovar seus cabelos virando-se bruscamente para encará-la nos olhos. – Por que não? Eu quero ir para a Academia de Artes Konoha. Mama. Você sabe muito bem o quanto quero. Fizemos um acordo. Eu participei de todos os concursos bobos de Miss que você queria, em troca eu iria para a Academia de Artes. Você prometeu.
   Lagrimas já indicavam que iriam escorrer pela face. Estava se sentindo péssima, frustrada, traída... decepcionada. Tinha participado de dez concursos de beleza por causa da sua mãe. Com a esperança que dessa vez iria conseguir fazer algo que ela quisesse. Mas, com Akemi sempre era assim. Só se fazia o que ela queria, não se importando com os outros. No caso, Sakura era sempre seu alvo. Akemi queria ser Miss, quando era mais nova, mas não teve a oportunidade, agora sua filha tinha que realizar seu sonho. E enquanto ao sonho dela...?
   - Meu amor... Você é uma Miss. Venceu nove dos dez concursos. Isso é uma maravilha. Ser artista é para gente desocupada, uma coisa que você não é. Eu matriculei você na Academia de Miss, na Europa, ira daqui a seis meses. Seu irmão é um desocupado, ele ira para aquela escola. Você brilhara na vida e ele não. Vamos. Vire-se. Tenho que continuar a desembaraçar seu cabelo.
   - Mas Mama... Eu...
   - Sem ‘mas’ Sakura. Já está decidido – virou a filha a força, terminando seu ‘serviço’.

   Como a rosada tinha raiva de se lembrar de como sua mãe a tratava. Dizendo que era uma desocupada por querer ser uma artista. Raios. Irá provar quem é o desocupado para ela.
   - Se você ficar pensando em sei lá o que não da para enfaixar seus seios. Vamos Sakura. Acorda – dizendo isso a acordou de seus devaneios. – Ótimo. Agora comece a rodar para prender a faixa.
   Começou a rodar pelo quarto, sem sair do lugar, prendendo toda a faixa em seus seios. Deixando sem vestígio nenhum que ali havia peitos. Nessas horas agradecia por não ter muito. Mas ficou tonta de tanto rodar. Tenten passou suas vestes. De agora em diante iria vestir aquele uniforme todos os dias, pelo menos por seis meses. Com a ajuda da amiga colocou a blusa social azul, as calças azuis de alfaiataria, uma gravata preta e o blazer branco, com detalhes negros na gola e nos bolsos nas laterais, com o símbolo da Academia no bolso, um brasão em espiral com uma ponta para cima e um pontiagudo para baixo. O símbolo da folha.
   - Como estou? – perguntou Sakura dando uma voltinha na frente da morena e engrossando um pouco sua voz fina e delicada.
   - Sinceramente...? – ela assentiu. Tenten forçou a risada para não sair e franziu o cunho. – Bem, Sakura... Olha... É estranho, mas você esta um gato. Parece com o Chay, mas tem um pouco de feminilidade a mais. Desculpa dizer, mas você esta com pinta de homossexual.
   - Ah. To nem ai se estou parecendo gay.  O importante é estar a caráter masculino.
   - Sim. Você esta. É muito pagável. Olha, se eu não tiver campainha para o próximo baile, vai comigo? – zombou, rindo e abraçando a amiga. – Tem certeza que quer fazer isso mesmo? Ainda da tempo de desistir – perguntou se afastando da garota e se sentando na cama, de frente para ela.
   - Tenho certeza. Não vou dar para trás, Tenten. É minha vez de provar que sou macho para minha mãe. – as duas caíram na gargalhada com a última frase dita pela rosada. – Obrigada por me ajudar.
   - É meu trabalho como amiga. Mas você vai ficar seis meses fora. Como explicou isso a sua mãe?
   - Fácil. Minha mãe e meu pai não se falam mais. Ela acha que vou com Chay ficar três meses na casa do meu pai e depois vou mais cedo para a Academia de Miss, na Europa. Eles aceitam as estudantes mais cedo se quiserem. Mas ao invés disso, estarei na Academia de Artes Konoha. Vou participar do concurso de talentos no meio do ano e irei ganhar.
   - Te admiro amiga, por ser tão idiota. – brincou, indo até ela. – Realmente esta parecendo um garoto. Não tão alto como um, mas esta um gato. Haruno Chay.
   - Obrigada. De agora em diante, é melhor eu me acostumar a ser chamada assim. Haruno Chay. Bem, é estranho e se ele souber me mata. Mas é preciso. Vou provar que ser artista é melhor que uma Miss. Posso fazer isso sem desistir. Não deve ser tão difícil ser um homem, certo? – perguntou receosa. Mas a pergunta parecia mais para ela mesma.
   - Não sei. Nunca tentei ser um. Mas assim que passar uma semana você me responde.... - Pegou no braço da amiga. Saindo do quarto. – Vamos. Te dou uma carona até o portão do colégio.
   Ambas queriam acreditar que aquela loucura daria certo. Mas nem elas podiam prever as confusões que Sakura irá se meter por causa de um objetivo.


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