Mind Readers escrita por lovemyway


Capítulo 8
Capítulo VII


Notas iniciais do capítulo

Eu devo admitir que me diverti horrores escrevendo esse capítulo. Acho que vocês vão gostar :) Boa leitura!



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Capítulo VII


Rachel Berry


Por alguns segundos, eu deixei de respirar. Na verdade, eu não conseguia fazer absolutamente nada além de encarar Quinn com a boca aberta, perguntando-me se eu não estava tendo algum tipo de sonho bizarro. Porque aquilo estava muito longe da realidade. Mas se alguém conseguiu expressar exatamente o que eu estava pensando, esse alguém era Santana Lopez.

–– Santa Madre de Díos! Que mierda es esta?

Nunca pensei que Santana fosse soar tão sábia aos meus ouvidos. Respirei fundo algumas vezes tentando me convencer de que aquilo era algum tipo de alucinação. Quinn Fabray usando o uniforme das líderes de torcida? Não, aquilo não podia estar acontecendo.

–– Muito bem, ou estamos em um Mundo paralelo, ou eu estou muito chapada, ou os dois – disse Santana, tão embasbacada quanto eu.

–– Ice Queen entrou agora para as líderes? – disse Puckermann. – Cuidado garotas, ela pode tentar agarrar vocês.

–– Inveja Puckermann? – perguntou Quinn, arqueando a sobrancelha.

–– Inveja de que? – perguntou ele rindo.

–– De que eu aceite agarrar qualquer outra pessoa que não seja você?

Finn soltou uma gargalhada e apontou para o Noah, como se ele tivesse acabado de contar a piada mais engraçada do mundo.

–– Cara, ela tá fazendo a mesma cara de nojo de quando você a beijou! – gritou Finn, quase caindo da cadeira de tanto rir.

–– Você a beijou? – perguntou Santana chocada. – Meu Deus, Puck! Desde quando você está tão desesperado assim? Saindo por aí se agarrando com uma lésbica.

–– De quem você está falando, Santana? – perguntou Quinn acidamente. – De mim ou de você?

–– Então você é mesmo gay? – perguntou Kurt interessado. – A Rachel é a sua namorada?

–– O que?! – exclamei. – Não me metam nessa história!

–– Isso mesmo! – disse Finn, parando de rir. – Deixem minha garota fora disso!

–– Sua garota? – indagou Quinn, fuzilando Finn com os olhos. – E desde quando ela é sua garota, Hudson?

–– Com inveja, Fabray? – provocou Finn, dando um risinho sarcástico.

–– De você? Não mesmo. Na verdade, acho sua existência muito digna. Afinal, sempre fui a favor da preservação das baleias – disse Quinn, com um sorriso maldoso no rosto.

–– Escuta aqui, sua vadia...

–– AGORA CHEGA! – gritou o senhor Schue, tentando botar moral na história. Ninguém lhe deu atenção.

–– Escuta aqui você, sua orca. Se você tentar se meter no meu caminho...

–– A Rachel é minha! – gritou Finn, ficando vermelho de raiva.

–– Espera aí! – protestou Sam. – Por que vocês não deixam a Rach se pronunciar sobre o assunto?

–– Rach? Vocês já são tão íntimos assim? – perguntou Quinn irritada.

–– Ah meu Deus! – exclamou Santana. – Vocês estão mesmo brigando pela anã de jardim? Finnútil será que não viu que ela joga para o outro time?

–– Ei! – protestei. – Eu nunca disse que era lésbica!

–– E não é? – perguntou Santana, arqueando a sobrancelha.

–– Não. Eu sou bi.

E foi aí que todo mundo se calou.

–– Você é bi? – perguntou Finn, com o queixo encostando o chão.

–– Algum problema com isso? – perguntei, em tom de desafio.

–– Ninguém aqui vai te julgar, Rach – disse Sam, tocando no meu braço. – Nós não nos importamos com sua escolha sexual.

Sorri amigavelmente para Sam. Por que ele era tão fofo comigo, quando os outros eram verdadeiros idiotas? Bem, quase todos os outros. Afinal, Mercedes e Kurt também eram legais quando queriam, e Quinn... Bem, o humor dela era instável, mas ela nunca fora muito rude comigo. Mas eu sabia que, bem lá no fundo, ela gostava de mim.

–– Claro que não – resmungou Quinn, pronunciando-se pela primeira vez. – Metade desse clube é bi ou gay.

–– E você se inclui nessa metade? – perguntou Puck, arqueando a sobrancelha.

–– Isso não é da sua conta, Noah.

–– Não me chame assim, Ice Queen!

Mas Quinn apenas riu, como se não desse a mínima para o nome que a chamavam. Só eu que estava realmente curiosa para saber a resposta? Sim, eu queria saber se Quinn Fabray era gay ou bi. Eu passara um mês, um longo mês, tentando desvendar Quinn Fabray, mas ela continuava sendo um mistério. E a verdade, a mais pura verdade, é que eu estava completamente fascinada por ela. Cada dia eu me aproximava mais, na esperança de descobrir alguma coisa, qualquer coisa, que me fizesse entender sobre quem exatamente Quinn Fabray era, e quem ela já tinha sido um dia. Mas ela sempre se negava a responder minhas perguntas, o que só me incentivava ainda mais. Eu queria saber mais sobre ela, era errado? Só então eu tive uma ideia: e se eu pesquisasse o nome dela no Google? Claro, havia uma grande probabilidade de zilhões de Quinn Fabray aparecerem, mas eu só estava interessada em uma, e eu a encontraria, nem que para isso tivesse que vasculhar página por página. Estava decido. Se Quinn não me contava, eu iria descobrir sozinha.


Sam Evans


Tina, Mike, Artie, Brittany apenas observavam a discussão abobalhados, sem ter a mínima ideia do que fazer. Eu não podia culpa-los. A única vez que me pronunciei, consegui levar olhares hostis de Quinn Fabray e Finn Hudson. No final das contas, eu nem precisaria dar em cima da Berry para fazer ciúmes a ninguém –– Finn poderia fazer isso sem a minha ajuda. Mas a verdade é que eu agora estava curioso sobre Rachel. Eu queria conhece-la. Não que eu tivesse algum interesse nela além de amizade, mas ela era uma pessoa fascinante. E honestamente eu estava cansado de andar só com o Kurt e a Mercedes. Os dois são legais, mas completamente neuróticos. Para eles, o dia só é completo quando eles encontram alguma teoria conspiratória, seja da mulher da cantina para cuspir na nossa comida, ou sobre como Quinn Fabray estava tentando destruir nosso clube do coral, quando ela não fizera absolutamente nada em um mês inteiro. Embora, é claro, a atitude dela de entrar nas Cheerios fosse muito suspeita.

–– Hum, senhor Schue? – chamei-o. – Os duetos?

–– Ah... Sim, os duetos.

–– E para que vamos fazer isso? – perguntou Santana. – Todos nós sabemos o que vai acontecer aqui. Mercedes e Sam vão ganhar destaque, e vão ser os “queridinhos”, enquanto nós, que somos realmente talentosos, vamos apenas ficar fazendo “oh” e “ah” nos fundos.

–– Não acho que alguém vá transar no meio da apresentação, Santana – comentou Puck maliciosamente. Ninguém lhe deu a mínima atenção.

–– E o que você sugere? – perguntou o senhor Schue.

–– Uma competição – disse.

Todos me encararam.

–– Acho que Santana está certa. Nós temos membros o suficiente para competir seriamente agora, de igual para igual. E honestamente eu acho que a Rachel e a Quinn são incríveis. Elas também merecem uma chance, assim como os outros membros do Glee. Então por que não fazemos uma competição de duetos, e dupla vencedora ganha um número nas Seccionais?

–– É uma boa ideia – disse Artie. – Mas acho que nós deveríamos escolher nossa dupla. Sem ofensa, senhor Schue, mas o senhor sempre vem com combinações bizarras, e se está falando um número nas Seccionais, então seria mais justo que nós escolhêssemos com quem queremos cantar.

–– Eu fico fora dessa – disse Mike, levantando as mãos. – Sou um péssimo cantor e todo mundo aqui sabe disso. Prefiro ficar só na dança.

–– Mais aí vai sobrar uma pessoa – retrucou Kurt, franzindo o cenho.

–– Não, não vai – disse Artie. – Eu não me sentiria confortável fazendo um dueto. Essa eu passo.

–– Mas Artie, você é genial! – retrucou Tina. – Você também merece uma chance!

–– Sim, eu sei, mas eu terei a minha chance. Eu só não quero fazer um dueto.

Tina, Mike e eu trocamos olhares. Eu sabia muito bem o motivo de Artie estar recusando: a cadeira de rodas. E eu também sabia que nada o faria mudar de opinião. Artie pode ser bem cabeça dura quando quer.

–– Então sou eu, a Tina, o Puck, o Finn, o Kurt, a Mercedes, a Rachel, a Santana, a Britt e a Quinn?

–– Bem, é isso – concordou o senhor Schue. – Podem escolher seus pares agora.

Virei-me para Rachel. Eu pretendia convidá-la para fazer um dueto comigo, mas Finn foi mais rápido. E incrivelmente ela disse sim. Senti alguém tocar meu ombro e me assustei ao ver que era a Quinn.

–– Faz o dueto comigo? – perguntou ela, como se detestasse a ideia.

–– Claro – concordei sorrindo.

Ela fez uma careta. Calma aí Ice Queen, eu não quero roubar sua garota –– pensei divertido. Kurt se juntou com a Tina, o Puckermann com a Mercedes e a Santana com a Brittany. Que combinações mais estranhas –– pensei. Mas a verdade é que não importava o quão estranhas elas eram, desde que dessem certo. E tinham que dar.


Noah Puckermann


Rachel Berry admitira em alto e bom som que era bissexual. De certa forma, eu sentia que a minha missão estava cumprida. Quero dizer, a garota se assumira, então eu não precisava mais fazer uma intervenção direta –– mas isso não significava que eu não ia ficar de olho nela. Muito pelo contrário, agora que minha atenção ia dobrar. Além do que, Ice Queen não admitira nada, e eu tinha certeza absoluta que isso ia deixar o idiota do Finn cheio de esperanças. Mas como é otário, mesmo! Até uma criança de dois anos perceberia que elas estavam doidas para se comer. Em parte, foi por isso que eu chamei a Mercedes para fazer dupla comigo. Eu sabia que ela e o Hummel eram amigos da Berry, então se eu me aproximasse dela, talvez ela soltasse alguma bomba. E eu estava completamente pronto para olhar bem na fuça do Finn e dizer “E aí mané? Eu te avisei!”. Mas enquanto aquele momento não chegava, eu ainda tinha algumas coisas para acertar. E o meu dueto com Mercedes era uma delas.


Santana Lopez


Eu ainda não entendi porque essa vadia da Ice Queen estava usando o uniforme das líderes de torcida. Por Deus, aquilo não fazia o menor sentido! Aquela era a garota mais estranha do McKinley, e se duvidar, do mundo todo! Como a treinadora Sylvester esperava que nossa reputação ficasse intacta aceitando aquela coisa no nosso grupo? Aquilo não estava certo, não estava nem um pouco certo. Além do mais, Fabray estava caindo de quatro pela hobbit. Tudo bem, eu também tinha meus rolos com a Brittany, mas tudo o que fazíamos era em segredo, e ter uma lésbica quase assumida no nosso time ia arruinar por completo nossa imagem no colégio. Nós íamos perder toda a moral, e seríamos tão perdedores quanto o amor platônico da Fabray, a Berry. Porque verdade seja dita, Rachel Berry é a pessoa mais sem noção que tive o desprazer de conhecer em toda a minha vida. Infelizmente, eu teria que aturá-la pelo resto do ano. Felizmente, eu tinha Brittany ao meu lado, e ela me ajudaria a passar por tudo isso. Porque juntas, nós éramos imbatíveis –– e Faberry estava prestes a descobrir isso.



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Notas finais do capítulo

E então, o que acham da Quinn voltando para as Cheerios? E a Santana batizando Faberry? E a Rach assumindo? KKKKKKKKKKKK :P
Sugestões? Críticas? Reclamações? Podem dizer, eu não mordo :D estou aqui para atendê-los :P