Por você mil vezes - Jacob e Sofia escrita por Anne


Capítulo 35
Meu inferno particular/Parte O1 - Por Jacob Black


Notas iniciais do capítulo

BOM DIAAAAAAAAAAAAAA! Meninas, chorei rios escrevendo esse capítulo... Sério! Eu espero que vocês gostem. Beijo beijo beijo. Ahh, o vídeo saí amanhã [:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/208441/chapter/35

Como um cara pode destruir a própria vida e acabar com a do seu grande amor? Simples, é só seguir os passos do manual de Jacob Black do que fazer se quiser ser infeliz por toda sua vida. As escolhas que eu tomei os caminhos que eu escolhi... Tudo, absolutamente tudo foi pensando nela. E agora eu estou aqui, em um hospital aguardando desesperadamente alguém me dar noticias dela. Mas o problema é que ninguém vem. Já faz horas que eu estou aqui e nada. Os pais dela estão inconsoláveis, Laura não parou de chorar desde que chegou. Não tive coragem de ir até lá falar com ela, porque tudo isso era única e exclusivamente culpa minha. E se alguém ainda tem dúvidas sobre isso, me deixe explicar a série de fatores que ocorreram antes de eu chegar nesse hospital.

Após ter escutado aquela história trágica que meu pai contara, minha cabeça estava a mil. Saber que eu era a causa da Sofia se machucar era um tormento. Mas de uma coisa eu estava certo, não iria deixa-la sozinha. Eu ficaria com ela até o fim dos meus dias, abriria mão de tudo para ficar ao seu lado.

No meio da madrugada ouvi um uivo do Sam.

"O que pode ser agora?" - Pensei.

Levantei-me da cama devagar para não acorda-la e sai em direção a floresta.

- Precisamos conversar, agora. - Sam disse. - Billy me contou a história toda sobre você e a Sofia.

- Eu sei... Louco né?

- Louco? Jacob, você vai acabar matando ela.

- Eu já entendi que é uma situação complicada. Mas eu posso dar meu jeito. Tomar mais cuidado, sei lá...

- Como vai tomar mais cuidado? Isso é impossível. Quando estamos defendendo nossas terras contra vampiros, nunca se sabe o que vai acontecer.

- Mas tem os outros garotos da reserva, e os Cullen que podem ajudar. Não acho que eu seja tão indispensável assim.

- Não é questão de ser indispensável, mas se um dia eu precisar de você? Você vai se negar?

- Sam, não tem nada que eu possa fazer. Meu pai disse que não tem como quebrar esse "laço".

- Na verdade, eu acho que tem. É sobre isso que quero falar com você, mas quero que Billy escute minha teoria também. Vamos até sua casa. - Ele saiu andando e eu fui atrás, como um cachorrinho imbecil. Se for verdade que dava pra eliminar esse pequeno probleminha que Sofia e eu temos, então minha vida estava resolvida. Podia ficar com ela e melhor, sem machuca-la.

Ao chegar em casa fui chamar meu pai, que não para minha surpresa, estava acordado.

- Sam quer falar com a gente.

- Diga que já estou indo. - Ele disse se sentando na cama puxando a sua cadeira de rodas para mais perto para poder sentar nela. Eu poderia ajudar claro que podia, mas ele não deixava, queria fazer o que desse pra fazer sozinho.

- Billy. - Sam começou a falar quando voltamos para a sala. - Eu acho que encontrei uma solução.

- Mesmo? Conte-nos então. - Ele disse esperançoso.

- Você me disse que o fato do amor que eles sentem um pelo outro ser tão forte e tão intenso, eles criaram esse tipo de "laço", certo?

- Sim. Continue. - Billy falou.

Só fiquei calado ouvindo, mas eu estava com vontade de sair gritando por ai. Só saber que existia a possibilidade de desfazer esse "laço" me deixava mais aliviado.

- E se... - Sam hesitou por um momento. - E se esse amor não existisse mais? Pelo menos não tão forte assim.

- Essa foi ótima Sam, realmente você se superou. - Disse irônico. - Sabe que por causa do imprinting eu não posso deixar de ama-la.

- Você não, mas ela pode.

- Tá bom, até parece que isso vai funcionar. Pai dá pra falar pra ele que é uma ideia estupida?

- Na verdade Jake... - Billy começou a falar.

- Não vai me dizer que concorda com isso! - O interrompi.

- Não é questão de concordar, mas admita que faz algum sentido.

- Só podem estar brincando comigo...

- Jake, ninguém está te obrigando a nada. Você decide se quer levar isso adiante ou não. Porque não temos certeza que isso pode dar certo, mas também não sabemos se pode dar. - Meu pai disse.

- Eu... Eu preciso pensar. - Saí de casa e comecei a andar sem rumo.

Eu iria mesmo aceitar essa proposta do Sam? Fazer com ela deixasse de me amar? Seria praticamente um suicídio para mim. Mas por outro lado... Sam tinha razão. E se precisassem de mim na reserva, eu iria negar minha ajuda? Iria deixar de proteger minha família e os meus amigos? Mas eu não ia abrir mão da Sofia. Claro que não. Depois de tantos anos sofrendo por um amor que nunca me pertenceu eu estava muito bem agora, Sofia era única pra mim.

"Você tem que parar de ser egoísta. Só está pensando na sua felicidade." - Me critiquei.

Após algumas horas pensando e pensando. Voltei para minha casa, onde Sam ainda estava me esperando.

- O que eu tenho que fazer? - Perguntei. E só eu sei o tamanho do aperto que senti no coração ao falar isso. Estava desistindo da minha felicidade ao lado dela para mantê-la viva e segura. Um dia, quem sabe, se eu conseguisse a proeza de fazer com que ela não me amasse mais, ela poderia encontrar outra pessoa para fazê-la feliz, ela não tinha que passar o resto da vida sozinha como eu provavelmente passaria.

Um mês já se passou e eu continuava a tratando friamente. E para minha infelicidade (ou não) ela parece não ligar pra isso. Continua comigo, sempre, não importa quantas desculpas eu desse para não passar o dia ou a noite com ela, ou o quão desinteressado eu tentasse aparentar quando estava ao seu lado. Assim que ela me via, abria aquele sorriso lindo que me matava por dentro. Só trata-la mal desse jeito não era o bastante, eu tinha que ir além disso.

– Dá pra gente conversar? - Falei.

– Claro, eu acho... Mas, vamos conversar em casa, olha só esse tempo, daqui a pouco vai chover e eu não quero ficar toda molhada.

– Não, tem que ser agora.

– O que custa esperar 10 minutinhos até a gente chegar em casa? - Ela sorriu.

Eu não ia conseguir fazer isso... Tinha que procurar toda uma raiva dentro de mim que não existia pra terminar com ela.

– Sofia. - A segurei pelos ombros. - Eu quero terminar com você. - Ela simplesmente começou a rir. Eu amava essa risada dela, mas não era pra ela estar rindo. Era pra ela ficar com raiva de mim.  - Qual a graça que você está vendo nisso?

– Jake, se vai pregar uma peça em mim, por favor, usa algo mais sútil. Era isso então que você queria falar? "Eu quero terminar."

– Eu não estou brincando.

– Tá bom Jake, a gente terminou então. Ah, minha mãe já reservou a mesa em um restaurante muito bom em Port Angeles pra gente jantar no meu aniversário. Séria bem melhor se ela não levasse o tal amigo, mas não importa o que eu fale ela não me escuta, mas quer saber? Eu acho que...

– Que droga Sofia! - Gritei. - Que parte de "Eu quero terminar" você não entendeu ainda?

Parece que ela finalmente entendeu o que eu queria dizer. Mas ela não estava com raiva, estava triste, o que era muito pior. Dava-me vontade de jogar tudo para o alto, esquecer esse plano idiota e voltar para ela. Mas eu sabia que não podia fazer isso.

E assim começava o meu pequeno inferno particular.

Com o passar dos dias, as coisas só iam piorando. Perdi a festa de aniversário dela, e segundo o Seth o pai dela voltou para casa. Ela devia estar muito feliz, sempre falava nele e em como sentia sua falta... Era pra eu estar lá.

- De novo esse monólogo chato Jacob? "A Sofia isso... A Sofia aquilo..." Muda um pouco, já está me irritando. - Leah disse. A ignorei e voltei minha atenção para o Sam.

- Já se passou um bom tempo, e até agora nada Sam. Sinceramente, acho que essa sua teoria não funcionou e nunca vai funcionar. - Disse com raiva.

- Não tem como saber se deu certo ou não Jacob.

- Claro que tem! - Leah falou se transformando em lobo e enfiou os dentes em meu ombro.

Não consegui me controlar e me transformei indo para cima dela. Sam foi tentar nos separar.

Depois de conseguir ficar mais calmo, vi justa a cena que eu temia. Sofia parada com o ombro sangrando.

Mais tarde, naquele mesmo dia, Sam me chamou para conversar.

- O problema é que ela te ama ainda, da mesma forma talvez até mais. - Ele começou a me explicar. - Você tem que fazer algo que faça com que ela tenha raiva de você.

- Eu já tentei de tudo. - Disse entre os dentes.

- Não foi suficiente! - Sam gritou. - Nós temos que proteger as pessoas, não machuca-las como você está fazendo. Pensa Jacob, o que ela não perdoaria?

Comecei a me lembrar das nossas conversas, ela sempre dizia que odiava mentiras que era a favor da sinceridade mesmo que doesse.

- Traição. - Respondi.

- Ótimo. Agora temos que ver como vamos fazer isso acontecer.

- Vai ter uma festa de boas-vindas aos novos alunos. - Leah surgiu na porta.

- O que é que você está fazendo aqui? - Levantei e senti meu sangue fervendo de raiva dela.

- Espera Jacob. - Sam ficou na minha frente. - Termina de falar Leah.

- Como eu ia dizendo... Vai ter essa festa. Ela pode te ver com outra lá.

- Com que outra? - Disse.

- Sei lá, qualquer uma. Fica com a primeira que passar pela sua frente. - Ela respondeu indiferente.

- E como eu vou ter certeza que ela vai pra essa festa?

- Eu posso cuidar disso.

- Sam, eu não quero ela perto da Sofia. Tenho certeza que ela vai aprontar alguma.

- Não vou, eu juro. E você vai poder ver isso quando eu voltar e invadir minha cabeça.

- Então, fica resolvido assim. - Sam disse.

Agora minha vida ia afundar de vez.

Cheguei à tal festa e vi Lilian dançando, ou melhor, se esfregando em uns caras.

"Não, com a Lilian ia ser golpe baixo demais." - Pensei.

Avistei de longe Amy. Comecei a conversar com ela. Depois de um tempo perguntei se ela queria ir lá fora tomar um ar. Ela hesitou mais disse que sim. Agora é só esperar a Sofia aparecer.

Sentamos na ponte e alguns minutos depois, senti o perfume dela. Era agora, tinha que tomar coragem e fazer o que eu tinha que fazer.

Aproximei-me de Amy e a beijei. Eu sabia que Sofia estava atrás de mim, mas não tinha a menor vontade de encara-la agora. Amy se afastou de mim e olhou para trás onde Sofia estava parada.

– Sofia. – A puxei pelo braço.

– Me solta. Agora. – Ela disse sem seque me olhar. – Já disse me solta. Não encosta um dedo em mim. – A soltei.

– E-eu... Eu queria... - Eu queria dizer a ela que era um idiota, mas eu não podia.

– Não queria nada. – Todo esse tempo que a gente esteve separado eu passei pensando em você, pensando na gente. Mas porque você nunca pensou em mim? – Se ela soubesse que tudo o que eu fiz foi por ela, só por ela.  – Quer saber? Não precisa mais lutar pra me manter longe. Eu não quero mais você, não mais. – Ela se virou em saiu.

Fiquei imóvel. Sentia-me estranho... Parecia que metade do meu corpo tinha acabado de morrer.

- Jake. - Amy se aproximou. - Vá atrás dela.

- Não... Está tudo bem.

- É claro que não está. Não deixe ela ir embora assim. Vá atrás dela, não tem problema, sério. - Assenti com a cabeça e voltei para a casa.

Vi Alice parada na escada olhando para o nada, como quando ela está tendo uma visão.

- Alice! Você viu a Sofia? - Perguntei nervoso.

- O que você fez? - Ela me olhou assustada.

- Como assim?

- Eu consigo ver todo o futuro da Sofia, claramente. É como se você não existisse mais. - Então eu tinha conseguido o que tanto queria. Tinha quebrado o "laço" que nos unia.

- Então se você consegue ver o futuro dela, onde ela está agora? - Alice ficou parada, parecia estar em um tipo de transe. - Diz alguma coisa Alice! - Gritei nervoso. Por sorte a música alta impedia que as pessoas me escutassem.

- Ela... Ela vai sofrer um acidente. Em 2min. - Saí correndo e Alice veio atrás de mim. Ouvi o barulho do carro capotando, mas chegamos tarde demais. Um caminhão bateu em cheio no carro dela o fazendo capotar mais algumas vezes. A dor no meu peito era maior agora, além de ter perdido seu amor, eu estava perdendo ela de vez.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!