Ouvi um barulho vindo da minha janela, quando olhei era Jake, finalmente! Sorri e ele abriu a janela entrando em meu quarto.

- Parecem que faz uns 10 anos que eu não te vejo. - Ele falou sentando ao meu lado na cama.

- É tão bom te ver assim amor, bem. - Passei a mão em seu rosto.

- Não posso dizer o mesmo de você. - Ele ficou sério. - Sam me contou tudo. Não te deixa assustada o fato de eu me machucar e você sentir também?

- Até que não... Estou levando isso numa boa. - Sorri.

- Você não é normal Sofia.

- Eu sei, e por isso você me ama. - Jake sorriu novamente e me beijou.

- Casa comigo? – Ele disse interrompendo nosso beijo.

- O que? – O olhei surpresa.

- Casa comigo!

- Jake, se isso for uma brincadeira eu juro que...

- Não é brincadeira. – Ele me interrompeu.

- Porque isso agora?

- Porque eu percebi o quão estamos perdendo tempo. Com brigas, com ciúmes... Bobagens. Eu quero passar o resto da minha vida ao seu lado, e espero que você também queira o mesmo. Mas se não quiser, eu vou fazer você mudar de ideia. – Ele sorriu. – Então, Sofia Fernandes, você quer casar comigo e dividir o resto do tempo que nos resta?

- É claro que eu quero! – Jake voltou a me beijar sorridente. – Tem ideia do que você acabou de fazer? – Disse.

- Tenho, acabei de te pedir em casamento.

- Não. Acabou de me prometer que não vai me deixar, nunca. Em tese os casamentos são isso.

- Eu prometo que não vou te deixar, nunca. – Ele me deu um beijo na testa. – Ah, eu já ia esquecendo. Nós temos que ir agora.

- Ir pra onde?

- Meu pai quer falar com a gente.

- Jake eu não posso andar. Desculpa se eu não sou um lobo que se cura em 30min.

- Pra isso você tem esse bobo apaixonado que pode te carregar pra todo canto, futura Sra. Black. - Ele me deu um selinho, me pegou no colo com todo cuidado que só ele teria e começou a andar em direção à varanda do meu quarto.

- Ah não Jake! Eu não vou pular daqui.

- Tá tudo bem amor, eu estou aqui, te segurando.

- Mesmo assim! É provável que eu tenha um enfarte antes de chegar ao chão. Dá pra usar a porta, por favor?! - Jake sorriu e se jogou da janela. Claro que ele não usaria a porta. Fechei meus olhos e quando abri já estávamos na floresta. - Como você anda rápido assim?

- É coisa de lobo. - Ele riu.

- Não, é coisa de Jake! - Dei um beijo em sua bochecha.

Ao longo do caminho ele foi me explicando direito o que tinha acontecido mais cedo com os vampiros.

- E o resto dos Montini? - Perguntei.

- Nem sinal deles. O Carlisle acha que foram embora já que matamos um dos irmãos deles, mas eu acho que só estão esperando uma boa hora pra atacar.

- Pela primeira vez eu espero que você esteja errado.

Chegamos à casa de Jake e ele me sentou no sofá.

- Vou chamar meu pai. - Ele disse entrando em um dos quartos.

- Olá Sr. Black. - Sorri quando o vi.

- Já disse pra me chamar de Billy. - Ele disse educadamente.

- Desculpe. Billy. - Ele sorriu em resposta, nunca ia me acostumar a o chamar de Billy, pra mim sempre seria Sr. Black.

- E então meu velho. - Jake sentou ao meu lado. - O que você queria falar com a gente?

- Nem sei por onde começar...

- Pelo começo pai. - Jake revirou os olhos.

- Jake! - O olhei brava, Sr. Black... Quer dizer, Billy, sorriu.

- Ele está certo Sofia, vamos pelo começo. - Ele posicionou a cadeira de rodas em nossa frente. - O que aconteceu com vocês mais cedo, como devem ter percebido, não é algo comum entre os lobos e seus imprintings.

- Comum? Então quer dizer que isso já aconteceu antes? - Jake perguntou.

- Uma única vez apenas. - Billy falou sério. - Há muitos anos atrás, um jovem guerreiro que assim como você Jake, era o alfa da matilha. Ele conheceu uma jovem pela qual sofreu um imprinting. Os dois viviam muito bem, aliás, bem até demais. Era um típico casal apaixonado e feliz. Mas um dia ouve um ataque dos frios, ou como são chamados hoje vampiros, na aldeia e o jovem guerreiro não hesitou em ir proteger o seu povo. Ao fim da batalha, depois de uma gloriosa vitória, o jovem guerreiro voltou para casa a fim de encontrar seu amor, mas quando ele chegou se deparou com ela caída no chão com várias pessoas ao seu redor, em seu corpo ela tinha todas as marcas dos machucados que o lobo havia levado por conta do vampiro. O jovem guerreiro se recuperou rápido, claro, mas ela não aguentou tantos ferimentos e veio a óbito.

- E o que aconteceu com o lobo? - Perguntei receosa.

- Ele não suportou a ideia de viver sem seu imprinting, e muito menos de saber que a culpa dela estar morta era dele, então na mesma noite ele pegou um punhal e tirou sua própria vida. - Billy completou a história. Jake estava completamente paralisado, não movia um musculo, nem piscava.

- Mas... Porque isso acontece? - Disse.

- Cada imprinting acontece de uma forma diferente. Alguns acham que todos tem que estar ligados aos seus imprintings como um casal, mas às vezes só em ser um amigo, ou irmão é o suficiente. E em alguns casos, em algumas raras exceções, o imprinting tende a ser algo muito forte, como um laço inquebrável. Você e Jake estão ligados assim, não são dois corpos, dois corações ou duas almas. São um, apenas um.

- Não tem nada que a gente possa fazer? - Jake com a cabeça apoiada nas mãos.

- Infelizmente eu não sei filho. Não temos conhecimento sobre esse fenômeno que aconteceu com vocês. Muitas vezes já cheguei a pensar que isso era apenas uma lenda, uma história sem fundamentos. Mas como eu disse, vocês são uma rara exceção. De modo que não temos ideia do que é possível fazer pra quebrar esse laço que vocês têm, até porque na única vez que isso se repetiu, nossos ancestrais não tiveram oportunidade de descobrir se poderia de alguma forma "separar" novamente os corpos um do outro. – Olhei para Jake e ele apertou forte minha mão. – Não sabem como me dói dizer isso a vocês, mas o destino dos dois já está marcado. – Billy abaixou a cabeça e pude ver uma lágrima escorrer de seus olhos. Ele virou sua cadeira e voltou para o quarto.

- Jake, eu... – Tentei falar algo, mas as palavras não saiam.

- Vou te levar pra casa. – Ele disse me pegando no colo novamente.

Fomos todo o caminho em silencio.

Ao chegar em casa, Jake me deitou na cama e se virou para ir embora.

- Jake fica comigo, por favor. – Pedi, ou melhor, praticamente implorei. Ele respirou fundo, e se deitou ao meu lado. Apoiei minha cabeça em seu peito e segurei sua mão.

Então, era assim que iria acabar minha linda história de amor, como em todo bom romance, acabaria em morte.