Uma visita nada incomoda. 

Ding-Dong. Merda. Olho pro relógio em cima do criado-mudo. Quem ousa me acordar sete e dez da manhã? Nem pra ir pro colégio eu não acordava esse horário...

Levantei e fui atender a porta do jeito que eu estava mesmo. Ding-Dong.

-Já tô indo, porra...- Falei a ultima palavra só pra mim mesma.

Eu provavelmente estaria empalhada na parede lá de casa, se minha mãe me visse falar algo “inapropriado para garotas”. Eu odeio quando definem o que garotas podem ou não fazer...

Olhei pelo olho magico, e... tinha que ser ela pra me acordar essa hora da manhã. Abri a porta, sem tentar esconder meu sono e tédio, mas ao ver o sorriso de Rachel, logo sorri também.

-Posso saber o porque está sorrindo?- Perguntei.

-Só se você contar o porque você está sorrindo!- Demos risada. Ela sabia que era por causa dela. E como essa frase ficou lésbica.- Bom, as pessoas lá em casa, muito menos eu, não somos surdas, então que tal me contar o que aconteceu entre você e Percy ontem?- falou bem baixinho, e olhando pros lados, como se ele fosse aparecer de repente gritando: “Eu ouvi!”.

-Não aconteceu nada, Rachel, querida. Ele simplesmente veio me perguntar porque eu estava estranha ontem, e eu disse que não tinha nada estranho!- Falei baixinho também.

-Hm. Bom, Nico me contou pelo Skype ontem a noite que talvez você tente o emprego do lado do escritório em que ele trabalha...- Ela murmurou como se não fosse nada.

-É, e... Rachel, esse papo vai demorar muito? Porque eu to morrendo de sono....-Falei, soltando um bocejo, e logo ela soltou outro, me acompanhando. Dei risada.

-Não, eu já estou indo. Bom, tenha um bom dia.- Falou, indo em direção ao elevador.

-Pra ti também.

Fiquei feliz que ela não se ofendeu com o que falei, pois a maioria das pessoas fica... Era bom conversar com ela logo de manhã. Ela te deixa pra cima.

Deitei de novo na cama, mas eu já sabia que não ia conseguir dormir, afinal, uma vez que eu tinha levantado, já estava completamente desperta. Fiquei deitada até precisar levantar. Lá pelas nove e meia da manhã, ouvi o interfone tocar, e corri atender. Mas esse povo gostou mesmo de mim.

-Alô...- Falei, pegando o interfone.

-Annabeth?- Perguntou, uma voz masculina do outro lado, que eu não reconheci.

-Sim, perdão, mas quem está falando?

-É o Nico... Eu liguei para saber se você gostaria de me acompanhar pro escritório e de quebra ainda passar pelo escritório vizinho ao meu, aquele que eu lhe falei ontem...

-Ah, sim, claro, eu adoraria. Mas, isso agora?- Perguntei, eu tinha acabado de levantar, nem o cabelo não tinha penteado.

-Não, na verdade eu vou sair daqui uns vinte minutos, então, eu passo aí, ou você aqui... Eu não sei.

-É melhor você passar aqui viu...

-Bom, então está combinado, daqui a pouco eu passo ai...