The Story Of Us. escrita por Jones


Capítulo 3
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How'd we end up this way?

E foi como eu disse: depois nunca chega.

Agora ele estava ali no gramado com o namoradinho dele: James. Sério, eu sou a namorada dele e ele conversa mais com James. Se o gênio do Aladim aparecesse e oferecesse três desejos a ele o primeiro deles ia ser: “Quero que o James vire menina”.

Eles iam formar um casal lindo. São os amigos mais grudados do planeta, porque James costumava ser meu melhor amigo e guardar meus segredos, sabe? Mas hoje em dia ele não guarda nada não e, quando eu brigo com ele sobre isso, ele ainda diz ‘não sou baú’.

Eu estava ali no gramado ao lado de Molly puxando minhas roupas nervosamente e tentando parecer ocupada discutindo sobre a música nova de uma cantora trouxa que eu odiava e Molly e Abbie pareciam amar demais. Menina sem graça.

Scorpius, por outro lado, estava dando o melhor dele em me evitar. Ele sabia que eu estava ali porque ás vezes eu o sentia olhar em minha direção e, quando eu olhava de volta, ele estava na mesma posição de antes.

Como a gente terminou dessa maneira mesmo?

Antigamente se víssemos um ao outro, estávamos juntos em questão de segundos.

Era como se fosse impossível manter meus lábios longe dos dele ou as mãos dele longe da minha cintura. Os meus dedos longe dos cabelos dele, a voz rouca suave e sedutora longe da minha orelha...

Eu estava começando a me sentir deprimida, deveria dizer.

Estava me sentindo em um capítulo de Days of Our Lives bem dramático que a irmã gêmea da protagonista empurra a coitada da escada e toma o lugar dela e a gêmea fica lá em coma, naquele estado vegetativo. Eu sou a gêmea rejeitada em coma.

Estou odiando isso, só para avisar.

Meia hora depois ele resolveu olhar para mim, ridículo.

Sustentei o olhar e percebi que ele começou a ficar irritado. Não acredito que ele queria que eu me levantasse e fosse lá falar com ele. Eu não iria mesmo, ele estava lá fingindo que não me conhecia enquanto mantinha aquele bromance intenso com o meu primo e queria que eu me levantasse e fosse falar com ele? Nem morta, ok?

Se ele quisesse, ele que viesse.

Eu não estou tão desesperada assim ao ponto de começar a correr atrás dele. Na verdade, eu estou sim, mas eu não vou ficar demonstrando. Eu não sou cachorrinho de Scorpius e eu espero que ele saiba disso. Ninguém estala os dedos para mim e eu apareço.

E acho que ele pensava o mesmo que eu, porque estava lá, segurando-se ao orgulho dele, como deveria estar me segurando. Isso estava me fazendo perder a cabeça.

Ao invés de contar um dia a nossa história como se fosse de amor, eu vou contar como se fosse uma tragédia e eu fosse a própria Lady Macbeth sendo atormentada pela culpa. Só que a única coisa que eu tinha sido cúmplice de ter assassinado era o meu relacionamento com Scorpius. Sem mais comparações com Shakespeare... Eu espero.

E cara, eu estava nervosa, porque não me lembrava de ter feito nada.

E se ele não iria tomar uma atitude, eu iria.

Eu, cheia de irritação, me levantei e fui em direção a ele.

Mas não para pedir para que ele fosse bonzinho e falasse comigo. De Lady Macbeth, passei para Hamlet e desejei vingança. Ok, não é para tanto e eu não consigo evitar Shakespeare. Mas eu estava louca de raiva daquela situação... Meus sentimentos variavam de sofrimento profundo para cólera das bravas.

Está certo que ninguém matou meu pai e se casou com minha mãe para tomar meu reino, mas as pessoas têm que entender que eu comparo meus sentimentos com os personagens o tempo inteiro, não é como se eu conseguisse evitar.

– Presta a atenção, Scorpius. – Eu disse cheia da razão. – Casais se falam, conversam, contam os problemas e o que seja, e eu não sou um ser desconhecido na sua vida. Você não pode fingir que eu não existo.

– Rose... – James pediu, fazendo um gesto para eu me acalmar.

– Você não se mete! – Eu apontei meu dedo para James. – Não é com você dessa vez, James, por mais que vocês dois formem um par bonito.

– Ih, que isso! Tá me estranhando? – James fez uma careta se afastando de nós dois.

– Estou sim. – Eu cruzei os braços e fiquei na minha pose mais ameaçadora. – Saia daqui James.

– Ok. – James disse, levantando as mãos em um gesto de redenção. – Tudo bem?

– Pode ir, Jay. – Scorpius disse calmamente, e James saiu, não sem antes trocar um longo olhar com Scorpius.

– Uau. – Eu falei ainda de braços cruzados, girando meus olhos. – Você prefere que eu saia? Porque eu posso chamar o James de volta se você quiser.

– Se você for continuar falando assim comigo, eu prefiro que você o chame de volta sim, por favor. – Scorpius plantou aquele sorriso debochado no rosto. Quem não odeia deboche?

– Melhor falar com você assim do que fingir que você não existe. – Repliquei, ignorando meu instinto que me mandava agredi-lo fisicamente. – Porque foi o que você fez comigo.

– Eu não falei com você da mesma maneira que você não falou comigo. – Ele disse me arrastando para perto do sabugueiro.

– A diferença é que você nem tenta falar comigo. – Falei segurando as lágrimas, já falei que odeio o fato de ser manteiga derretida? – E eu estou cansada disso. Eu fiz alguma coisa de errado? Porque eu não lembro de ter feito nada.

– Rose, o problema não é você... – Scorpius começou a dizer e eu gargalhei instantaneamente.

– Claro que não. O problema nunca sou eu. – Eu falei meneando a cabeça. – O problema é você. Eu conheço “o problema não é você, sou eu!”. Só sei que se eu fosse terminar com alguém eu usaria uma frase decente.

– Terminar? – Ele me encarou de olhos arregalados, mas eu resolvi ignorar.

– Vamos lá então: Scorpius eu acho que temos que terminar, porque acho que nossos gênios e agendas estão incompatíveis nesse momento. – Eu falei abusando do sarcasmo. – E é claro, o problema não é você, sou eu. Sou eu que prefiro não ter namorado nenhum a ter um que não fala comigo.

– Rosie... – Ele segurou meus ombros antes, e eu por um momento pensei que ele ia dizer algo que fosse me fazer desistir de terminar com ele de verdade. Mas ele não disse nada.

– Eu diria que sinto sua falta, mas eu não sei como e se te faria diferença. – Eu ri meneando a cabeça. – Eu nunca ouvi um silêncio tão alto quanto esse.

– Faria diferença. – Scorpius falou em uma voz quase inaudível.

– Faria mesmo? – Perguntei de braços cruzados. – Eu acho que não, espero que possamos ser bons amigos em um futuro próximo e mande lembranças para o Sr. Malfoy: fala com ele que saí da sua vida do jeito que ele sempre quis.

Foi duro dizer as últimas palavras, mas eu as disse de cabeça erguida e sem um resquício de lágrima nos olhos.

Eu choraria tudo o que eu podia quando estivesse longe dali, longe das pessoas, longe do mundo. Quando estivesse na solidão da minha cama, no meu dormitório com as cortinas fechadas, choraria sozinha e fingiria que estava tudo bem quando me perguntassem.

Se Scorpius fazia isso tão bem, talvez eu também conseguisse.

Eu ainda não sei o que aconteceu, e eu disse que não terminaria sem saber o que aconteceu. Mas eu terminei. Justamente eu que estava com tanto medo de ver isso terminar.

Nunca é simples, nunca é fácil. Ninguém está aqui para me salvar.
De qualquer maneira, pessoas serão sempre pessoas e ás vezes elas mudam de ideia, eu não sei o que motivou Scorpius a mudar a dele, mas as pessoas serão sempre pessoas e ás vezes as coisas não funcionam, não é?

Pessoas serão sempre pessoas.


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