Cassady sorriu friamente assim que reconheceu as três pessoas que andavam apressados a sua frente, as vestes balançando e sussurrando baixo. 

- Estou dizendo que esse príncipe idiota não vai ajudar você Harry – Granger falou um pouco mais alto, irritada – Só tem uma maneira de forçar alguém a fazer o que a gente quer, é a Maldição Imperius, que é ilegal...

- É, eu sei, obrigado – Harry resmungou, concentrado em algo nas suas mãos – É por isso que eu estou procurando alguma coisa diferente. Dumbledore diz que Veritiserum não resolve, mas talvez haja outra coisa, uma poção ou um feitiço...

- Você está abordando o problema pelo ângulo errado – Hermione tornou a falar – Dumbledore diz que somente você pode persuadir Slughorn enquanto as outras pessoas não. Não é uma questão de dar a ele uma poção, pois qualquer um poderia fazer isso...

A garota parou de falar assim que um barulho estranho os sobressaltou, fazendo com que deixassem de andar.

- Monstro! – Harry exclamou e Cassady pode reconhecer um elfo domestico a sua frente. 

- O senhor disse que queria relatórios regulares sobre o que o garoto Malfoy está fazendo, por isso Monstro veio apresentar... 

E novamente, o mesmo barulho foi ouvido e outro elfo apareceu do nada, ao lado do primeiro. 

- O que está acontecendo, Harry? – Hermione perguntou assustada. 

- Bem... eles estão seguindo Malfoy para mim – Harry falou hesitante e Cassady se forçou a prestar mais atenção, pois agora eles falavam mais baixo. 

- O senhor Malfoy anda com uma nobreza que condiz com o seu sangue puro – crocitou Monstro – As feições dele lembram a ossatura delicada da minha senhora, oh Sra. Black, como deve estar envergonhada de Monstro...

- Draco Malfoy é um garoto mau! – Dobby o interrompeu, mas Cassady não parecia tão atenta quanto antes, quer dizer que o elfo de Harry Potter era anteriormente da família Black? 

A morena sorriu para si mesma, outro plano se formando em sua mente ágil e criativa, mas logo voltou a prestar atenção na conversa. 

- O rapaz Malfoy não está desrespeitando nenhuma regra que Dobby conheça, mas continua procurando evitar que o vejam. Tem feito visitas frequentes ao sétimo andar com a garota Everdeen e uma variedade de estudantes que ficam vigiando quando eles entram... 

- Na Sala Precisa! - Harry exclamou – É aonde ele tem ido, é isso que ele está fazendo... seja lá o que for! Por isso desaparece do mapa, nunca vimos a Sala Precisa ali!

- Vai ver os marotos não sabiam que ela existia - Ronald se pronunciou pela primeira vez, dando de ombros. 

- Acho que faz parte da magia da sala, se você não quer que seja localizável, não será – comentou Hermione

- Dobby, conseguiu ver o que Malfoy está fazendo? – Harry perguntou, ansioso.

- Não, Harry Potter, isto é impossível. 

- Não, não é – Harry falou subitamente – Malfoy entrou na nossa sede ano passado, então posso espiona-lo também, sem problema. 

- Mas acho que você não vai poder Harry – Hermione falou lentamente – Malfoy sabia exatamente para que usávamos a Sala, não é, porque a burra da Marieta deu com a língua nos dentes. Mas você não sabe no que se transforma a sala quando ele entra lá, então não vai poder pedir que a Sala se transforme. 

- Encontrarei um jeito de resolver isso – murmurou por fim – Você foi genial, Dobby. 

- O Monstro também se saiu bem – Hermione murmurou gentilmente, fazendo Cassady revirar os olhos enquanto Monstro não mostrava gratidão alguma, com os olhos arregalados e olhando o nada. 

- A sangue-ruim está falando com Monstro, o Monstro vai fingir que é surdo...

- Cai fora – Harry mandou com rispidez e Monstro, com uma reverência profunda e exagerada, desaparatou – É melhor você ir dormir um pouco também, Dobby – ele completou mais gentilmente.

- Obrigada, Harry Potter, senhor! – Dobby guinchou feliz e também sumiu. 

- O que acham disso? – Potter perguntou, se virando para os amigos assim que os elfos foram embora – Sabemos onde Malfoy está indo, agora o encurralamos! 

- Mas que história é essa do Malfoy subir com “uma variedade de estudantes” – perguntou Hermione – Quantas pessoas estão sabendo do que acontece? Ninguém imaginaria que ele fosse confiar em tanta... Vocês estão sentindo isso? 

Hermione parara de falar assim que sentiu aquela sensação ruim e um tremor pelo seu corpo e, imediatamente, ela soube quem era. 

Cassady saiu de onde havia ficado escondida para escutar a conversa deles, sorrindo friamente. 

- Olá Granger – ela murmurou e a garota estremeceu, apertando o braço de Ronald com força – Não nos vemos a algumas semanas, não? 

- O que quer, Everdeen? – Harry perguntou, se pondo em frente a amiga e ignorando a dor em sua cicatriz. 

A morena retirou seu olhar de Hermione, se focando em Harry, que a encarava irritado. 

- Só darei um aviso, Potter – ela falou, olhando incisivamente para o garoto – Pare de seguir Malfoy, você não irá gostar de descobrir a verdade. 

- Quem você pe... 

- Só um aviso, Potter – ela elevou o tom de voz, repetindo as palavras – Acho melhor não se meter em meus planos, ou poderá acabar muito mal para você e seus amiguinhos, pergunte a Granger, tenho certeza que ela confirmará – Cassady sorriu e Hermione estremeceu, apertando ainda mais o braço de Ronald, que sorria abobalhado para a Sonserina. 

- Hermione? – Harry se virou para a amiga visivelmente confuso. 

- Não a escute – Hermione murmurou, seus olhos nunca saindo de Cassady, que sorria friamente – Vamos embora. 

E, dizendo isto, puxou Ronald para voltar ao caminho de origem, enquanto Harry ficava mais atrás, caminhando confuso. 

- Tchau, Cassady! – o ruivo se virou, ainda sendo puxado pela amiga, e sorriu bobo para a garota, acenando com seu braço livre. 
Cassady revirou os olhos gélidos, vendo os três garotos sumirem pelo corredor. 

- Certo, vamos testar uma coisa – ela murmurou para si mesma, fazendo o caminho contrario do trio – Monstro? 

A principio nada aconteceu, até que com seu barulho característico, o elfo domestico apareceu, os olhos arregalados repleto de lágrimas. 

- Minha senhorinha! – Monstro beijou os pés de Cassady, que fez uma careta em nojo.