Sakura tinha matado vários dragões, mas a surpresa ainda estava por vim, outros tinham chegado e descobriram onde ficava o armazém dos baús com as comidas, alguns entraram e foram surpreendidos por outros Hunters, Tsunade parou ao lado dela, e logo, as duas entraram para terminar com os outros.

Depois de uma hora e meia, alguns dragões fugiram com os baús, a vila estava em caos, destruída e algumas partes pegando fogo, Sakura estava suja e cansada, pensou que iria morrer, mas tudo estava bem. Tsunade se pôs ao seu lado na rua.

-Tudo bem, Sakura? – a loira perguntou, a rosada apenas respondeu que sim.

-A Saory, onde ela esta? – Sakura perguntou olhando ao redor da vila.

-Ela esta bem, Sakura, ela foi para a outra casa, perto da minha sala de Hokage. – Tsunade respondeu tirando alguns fios de cabelo do rosto que teimavam ficar grudados devido ao suor.

-Vou ver como ela esta! – dizendo isso ela saiu andando, eram quase trinta minutos de caminhada até lá.

Sasuke

Sem as pessoas perceberem, eu tornei a virar um dragão em cima da árvore, tinha que ficar quieto até a garota chegar, e o que estava me dando um ódio, por que detesto esperar e além de quê, estou sozinho, qualquer passo em falso, posso ser morto. Não matei ninguém da vila, pois desde que aquele maldito me transformou no que sou hoje, deixei bem claro que não iria fazer mal a ninguém, e nessas condições, ele aceitou. Mas teria que ajuda-lo a fazer pequenas coisas, como essa que estou fazendo. Mas ele disse que era prazeroso matar, e eu sentia curiosidade a respeito disso, ouvi um barulho na porta e virei minha cabeça, a garotinha saiu da casa e foi sentar em baixo da árvore que eu estava. Quanta sorte! Como era sentir o medo de alguém? Eu via como as pessoas arregalavam os olhos quando nos viam, era divertido até, olhei novamente para a porta aberta e uma mulher saiu de lá.

-Saory-san, por favor, entre, sua mãe e sua irmã não vão gostar de vê-la aqui fora! – a mulher disse para a garotinha que se chama Saory, notei que o semblante dela era de raiva.

-Até parece que se importam! – ouvi-la dizer, aliás, em que ela estava se referindo?

-Não pense assim, sei que esta triste com o treinamento com a sua irmã, mas você não estava preparada! – ouvi a mulher dizer, então, era isso? A irmã mais velha era mais forte que essa pequena, que menina apressada!

-Mas eu quero me tornar uma Hunter e destruir esses dragões que nos atacam! – ela disse.

-Tire o cavalinho da chuva, Onee-san! – me virei para onde vinha essa voz, tinha uma garota parada na porta de entrada, notei a roupa e percebi que era a garota que Madara queria, voltei minha atenção para o rosto, posso ser um dragão, mas também tenho meu lado humano, a garota era perfeita. Seria um desperdício Madara querer mata-la.

-Você sempre se saiu bem, Sakura! – voltei a minha atenção para a garotinha que se levantou encarando a irmã.

-Me saio bem para proteger a vila assim como mamãe e você também! – então, o nome da garota de cabelo rosa era Sakura.

-Por que não me ensina a ser como você, Onee-sama? – a menina perguntou.

-Não quero que você passe pelas mesmas coisas que eu! – uma Hunter que não gosta de ser Hunter? É estranho essa garota agir assim. Olhei para a garotinha e a vi suavizar o olhar, ela abaixou a vista, olhei para a porta, e a mulher não estava mais lá, olhei para o outro lado, e não tinha ninguém na rua, era hora de agir!

Sakura

Aquilo era a mais pura verdade, ver pessoas sendo mortas e não poder ajudar, ter um turbilhão de pensamentos a respeito disso, era muita responsabilidade. Olhei para Saory e meu coração gelou, vi um dragão negro descer lentamente pelo tronco da árvore, na hora minha voz falhou, eu iria falhar! Quando o vi chegar a um metro dela, ele abriu a boca e vi que iria colocar para fora a sua chama.

-SAORY! – gritei e num movimento rápido, a peguei e nos jogamos na parede, senti uma ardência na minha perna.

-SAKURA, ATRAS DE VOCÊ! – ouvi Shizune gritar, arregalei meus olhos e olhei para trás, o dragão me acertou com sua calda e me atirou na árvore, minha cabeça latejou muito, depois, minha visão escureceu, e não senti mais nada!

Sasuke

Assim que ouvi a voz daquela mulher, tive que atirar a garota na árvore, rapidamente voei até ela e com minhas patas a peguei para rapidamente levantar voo, depois, vi vários Hunter irem aquele local, tive que fugir rapidamente, mas não iria direto para nosso “ninho”, eu poderia atrai-los sem querer para lá, terei que ficar na floresta por uns tempos, até darem essa garota por morta, olhei para trás e vi vários vindo em minha direção, fiquei com raiva daqueles seres, seria mais fácil desistirem, me virei e joguei o Chidori, fazendo muitos recuarem bruscamente devido ao fogo que começou, aquilo era uma chance para fugir e foi isso que fiz.

Acho que era bem tarde, a garota ainda estava desmaiada, decidi voar baixo e logo entrei na floresta densa, era um pouco difícil voar devido ás árvores e minhas imensas asas, senti ela se mexer e olhei para baixo, ela abriu os olhos e se arrumou, olhou diretamente para mim, não vi seus olhos, mas podia sentir o calor de seu corpo contra minha pata.

-AHHHHHHHHHHHH! – ela gritou e me assustou, sem querer a soltei e ela caiu, sorte que não estávamos tão altos, ela caiu no chão, desacordada, pousei e andei até ela, com minha pata virei seu corpo com a intenção de ver o rosto dela, mas a escuridão não deixou, mesmo assim, não senti cheiro de sangue nenhum, melhor ainda, assim não iriamos despertar a curiosidade de animais! Bufei, estava cansado e com sono, mas tinha que vigia-la para que ela não fugisse, também, tinha que mantê-la um pouco aquecida, com meu rabo, comecei a “varrer” um pouco perto de onde ela estava, e com o Chidori, logo aquelas folhas e gravetos começaram a pegar fogo, olhei para ela e pude ver seu rosto sendo clareado pelas chamas, não devo negar, mas ela é muito bonita, agora, o que era a minha preocupação, é que eu não deveria em circunstancia nenhuma, me tornar humano, me certifiquei se ela não estava armada e achei uma kunai presa em sua roupa, tirei e joguei longe, com meu longo rabo, eu a enrolei no tornozelo dela, se ela tentasse fugir, eu de alguma forma sentiria! Mas a sorte, é que ela acordaria no outro dia.

Sasuke of

Já era de manhã, Sakura sentiu algo estranho na perna, abriu os olhos e se sentou, olhou diretamente para a perna e encontrou-a amarrada, mas não eram cordas, arregalou os olhos e acompanhou onde o rabo começava, quando viu o enorme dragão negro a poucos metros de distancia, abafou um grito com as mãos na boca, estava assustada e com medo, por que ainda não estava morta? Sua respiração estava completamente descompassada, olhou atentamente para o dragão, estava com os olhos fechados, as patas se mantinham abaixo da cabeça como um travesseiro, será que estava dormindo? Sakura tentou se levantar, mas foi em vão, o rabo estava bem preso em sua perna e com o movimento de tentar se levantar, apertava e doía, o jeito seria afrouxar ou cortar a calda, havia lembrado que colocara uma kunai em seu sobretudo, colocou a mão por dentro e não achou, seria com a mão mesmo. Sakura se inclinou para frente e com suas mãos tocou no rabo, ele tinha escamas e era áspero, tentou procurar a ponta, mas estava difícil, com as mãos, agarrou em uma parte e tentou se livrar, conseguiu afrouxar um pouco, se conseguisse ser cuidadosa, conseguiria passar uma perna depois á outra, mexeu a perna esquerda, conseguindo dobrar o joelho, mas parou quando o dragão mexeu o rabo em sua perna, ela suspirou e olhou para o dragão.

-Ahhh! – ela abafou o grito com as mãos, o dragão estava acordado e a encarava, seus olhos eram negros, a expressão da cara dele era de dar medo.

Sasuke tinha sentido algo quente na ponta da calda, quando abriu os olhos, encontrou a garota tentar se livrar, ele apertou a calda em volta das pernas. Sakura sentiu suas pernas se juntarem novamente. Mas ela não se sentiu intimidada com o dragão, e continuou com o mesmo processo, mas não viu que ele tinha se levantado, ela ouviu um rugido e parou na hora, encarou o dragão, os esverdeados se estreitaram com raiva. – Não vou ficar presa com você! – dizendo isso, ela socou o chão com força e fez abrir uma cratera até onde ele estava, assustado com o comportamento da rosada, ele soltou a calda e levantou voo para não cair ou se machucar. Sakura sentiu as pernas sendo libertas e se levantou, começando a correr pela floresta.

Sasuke On

Quando ela praticamente arrebentou o chão onde estávamos, me assustei, nunca encontrei uma mulher que tivesse uma força tão bruta como ela. Olhei para onde ela deveria estar e não a achei. Droga! Olhei para todos os lados e nada, seria melhor procura-la por cima, comecei a voar para fora da floresta, ela só tinha para ir reto, então, segui assim mesmo, comecei a olhar para baixo e vi uma cabeleira rosa muito conhecida, dei um rasante para baixo e comecei a seguir ela por cima das árvores, abri minha boca e o Chidori apareceu, o joguei um pouco atrás dela, ouvi seu grito e um barulho de galhos se quebrando... pronto, matei a garota, só me faltava essa agora!

Sakura

Quando ouvi um barulho estranho, me virei e notei o dragão em cima das árvores, voando. Ele tinha um fogo estranho na boca, me virei para frente e desviei de um galho, ouvi de novo algo diferente e olhei para trás, um clarão bem a minha a cara, gritei e cai, meu corpo atingiu vários troncos de árvores até atingir o chão, cai de barriga nele. Senti meu corpo doer como se tivesse apanhado, ouvi um barulho pesado de algo, sabia que era o dragão, coloquei meus braços para frente e tentei me levantar, senti algo escorrer pelo lado direito do meu rosto, toquei e coloquei em frente de meus olhos, era sangue. Virei meu pescoço para ele.

-Eu ainda mato você! – disse com todas as minhas forças, ele se aproximou de mim, lentamente, como se fosse um predador e eu a caça, abaixei minha cabeça, ela girava terrivelmente, senti algo se enrolar em meu pescoço, levantei minha cabeça e aquele dragão desgraçado enrolou sua calda nele, sorri. – Por que não me mata? – ele afrouxou a calda e desceu pelo meu corpo, depois enrolou em minha cintura e me atirou na árvore mais próxima, minha visão escureceu e perdi meus sentidos!

Sasuke

Que garota insolente, seria mais fácil ficar quieta e aceitar o que o destino reservará, não tive outra escolha a não ser atirá-la pela segunda vez na árvore, era bom que ela fosse forte, se não, morreria lentamente e eu estava adorando ter que fazer isso! Como estava prestes á hora dela comer, tive que coloca-la em minhas costas e ir caminhando até achar um rio, pegaria peixe e ela cuidaria do resto, andei uns cinquenta metros e logo pude ouvir o barulho da agua caindo pela cachoeira, levantei voo devagar para não derrubá-la e passei por algumas árvores e pedras e em seguida avistei um rio escaldante, me aproximei dele e fiquei bem na beirada, olhei meu reflexo na água e vi uns fios rosados perto de meu pescoço, me deitei e inclinei meu corpo para o lado para que ela caísse, com minha asa e a ajuda de minha calda, ela caiu sem se machucar, olhei para a água novamente e levantei voo, dei um rasante e mergulhei como dragão, com meu rabo, consegui pegar dois peixes, logo retornei a superfície, ela ainda estava desacordada, coloquei os peixes no chão e me aproximei dela, vi seu rosto perfeito, mas um pouco sujo de sangue, as maçãs de seu rosto eram salientes e perfeitas, sua boca era bem desenhada e um pouco rosados, suspirei, minha cabeça pregando peças em mim! Sou um animal, não posso de qualquer forma acha-la formosa, seus dias estão contados, mas... de alguma forma, meu coração dizia para deixa-la longe de Madara ou de qualquer perigo e eu tentava passar por cima de minhas emoções, mas era confuso. Com a minha asa, consegui estica-la para perto da água, a mergulhei, e logo a trouxe de volta, com um rápido e forte movimento, joguei a água no rosto da Sakura, pelo que me lembre, era esse o seu nome, ouvi-la tossir e me virei para ela, lentamente a vi abrir os olhos, ela me encarou e pude notar o quanto seus olhos eram belos, verdes bem vivos, pareciam duas esmeraldas enterradas, me afastei dela andando para trás e olhei para onde os peixes estavam, peguei com minha calda e coloquei a frente dela, a garota sentou-se e me encarou e pela primeira vez, desde que a sequestrei no dia passado, ela sorriu para mim.