Diário De Uma Retardada escrita por Simjangeum


Capítulo 38
O tempo deve curar


Notas iniciais do capítulo

TODAY IS MY DAY BECAUSE É O MEU ANIVERSÁRIO! Nem acredito que to fazendo dezesseis hoje, acho que agora já posso entrar nas baladinhas monstras (e vamos fingir que isso tem tudo a ver comigo, oks).
Ok, passado o momento babaca ali em cima, já deixo aqui avisado (aqui só tem aviso, na real, credo) que a DDR só vai ter esse capítulo, o próximo e depois o prólogo :( Mas, calma, que ainda não é a despedida! Bem, espero que vocês gostem desse capítulo, Boa leitura!



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– Data Não Definida -


Durante todo o caminho até a Clínica Beltford eu fiquei digerindo todas as notícias das quais fiquei sabendo. Soube de todas delas um dia antes de ir pra Clínica, ainda no hospital, enquanto Lizzie me contava elas. Não pedi desculpas para ela, na verdade não falei nada pra ela ou para qualquer outra pessoa. Do momento em que acordei até o momento em que entrei na Clínica e percebi que estava sozinha eu não disse nenhuma palavra.

As notícias não eram nada de importante. Bianca, depois de eu ter caído do palco, começou a dar gargalhadas realmente arrepiantes até o momento em que Rony subiu no palco e a tirou de lá; Peter estava com tanto ódio de Lizzie porque ela viu ele aos beijos com Nina e não queria que ela me contasse; Nina e Megan tinham sumido junto com Bianca, o que indicava que elas tinham alguma participação no plano; Ninguém ousou comentar sobre o que aconteceu na festa, mas Lizzie garantiu para mim que não era todo mundo que tinha acreditado naquilo tudo.

─ Eu e Val estamos do seu lado ─ assegurou ela ─ Hm, Rony disse que viria te visitar, porque ele tinha uma coisa muito importante para te contar.

Como eu previ, ele não veio. E agradeci que não tivesse vindo porque algo me dizia que as coisas não eram mais como antes e que provavelmente eu falaria com ele e acabaria chorando na sua frente, o que não seria uma cena legal.

Mamãe, assim como papai, não se demorou muito em se despedir de mim em frente ao portão da Beltford. Apenas fingi que não os vi derramarem algumas lágrimas enquanto eu entrava pelo portão e segui em frente.

Agora eu podia dar detalhes de como era o lugar e como ficar lá foi. Mas não era nada de especial, era um lugar que mais parecia um hospital com pessoas transitando por lá e por cá, a torto e a direito, e o meu quarto era exclusivadamente meu, assim como o banheiro que ficava junto com ele. Ele era simples e meio tedioso, mas em todo tempo que fiquei na Beltford, eu nunca saí de lá, há não ser é claro quando precisei ir as consultas rotineiras, as atividades de lazer obrigatórias e as refeições que deveriam ser feitas no enorme refeitório.

Criei esperanças de que talvez eles me dessem tantos medicamentos que eu ficaria tão dopada que não conseguiria me manter acordada, mas eles me davam medicamentos apenas quando necessário e isso me deixou completamente irritada.

Com os dias que foram passando, sobrou muito tempo para por todos os meus pensamentos em dia, incluindo é claro organizar todos eles para regrista-los aqui.

Lendo algumas páginas escritas, agora sei o quanto fui mal educada, violenta, insuportável e as vezes maluca mesmo. Agora sei o quanto devia não ter desistido de Nina tão fácil, que devia ter entendido que ela só estava do lado da Bina porque eu e Val nunca fomos tão amigas dela como ela queria e precisava. Sei também que devia agradecer muito a Val, Lizzie, Peter, meus pais e ao Dr. Nelson por sempre estarem me apoiando, mesmo quando eu não merecia. Sei também que devia dizer a Rony que mesmo ele estando errado na maior parte do tempo, eu sentia que também estava e que precisava me desculpar com ele... talvez até contar a ele que eu meio que gostava de...

Mas eu sabia que isso não aconteceria. Talvez a parte dos agradecimentos quando eu for canonizada, mas o resto são apenas suposições e cenas de mentira que eu montei na minha mente. É o que dizem: quando você começa a montar situações, na quais sempre se dá bem, na sua cabeça, elas nunca vão acontecer.

Ok, esse é definitivamente o momento em que aceito meus pecados e cumpro minhas penitências. Mas, dã, eu nunca fui religiosa, então esqueçam que eu escrevi isso pois iria ficar muito ridículo.

Mas lembrem-se, foi quase a mesma coisa.


Aléxia.



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