Diário De Uma Retardada escrita por Simjangeum


Capítulo 3
Rolinho primavera e sua lenda


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridas e queridos! Como todo mundo já sabia, hoje, mais um capítulo novo. Muito obrigada pelos comentários, fiquei muito feliz em lê-los e em como DDR ainda conquista até leitoras novas! às leitoras velhas: Obrigada por continuarem a ler, isso demonstra um grande carinho com a Alex! ás leitoras novas: Sejam bem vindas e tomara que se divirtam com essa fanfic, tanto quanto eu me divirto em escrevê-la.

Enfim, acho que esse capítulo ficou um pouco maior. Deixem seus reviews ( e recomendações, se não for pedir demais, é claro ashaksh). Boa leitura!



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25/11 - Segunda-Feira.

Deus com toda certeza fez um dia inútil, e esse dia foi hoje. Aliás, um dia que se repete uma vez ao ano (maldito dia!) que com toda certeza.

Era o dia do Rolinho Primavera, um dia em que toda Haight-Ashbury, no caso o bairro em que eu moro, para. Tudo porque, dizem, que a 160 anos atrás (na época dos saiotes) um rapaz muito rico pediu em casamento uma jovem plebéia, e ofereceu a ela um Rolinho Primavera (uma culinária que apenas os de bom coração podiam dominar), como prova de amor. Aí eles fugiram, casaram e fundaram uma nova comunidade, no caso, Haight-Ashbury.

Então, é muito óbvio que eu não caí nessa em nenhum momento dos meus quinze anos (bem vividos). Ah fala sério, isso é uma lenda idiota que desacredita tudo o que nós aprendemos na escola!

Sim, em alguns momentos eu sou bem realista. Não é uma brincadeira, pare de rir.

Enfim, cheguei que nem um zumbi atropelado por um cavalo na escola, Nina e Val me esperavam toda animadinhas, vestindo camisas com os dizeres "Feliz dia do Rolinho Primavera"

─ Nossa, meninas, até parece que esse dia vai virar feriado internacional ─ comentei enquanto comia minha pipoca recém comprada na cantina.

Porém, meu saco de pipoca voou e caiu no chão, propriamente dizendo, em uma poça d'água. Olhei incrédula vendo os flocos boiando tristemente.

– QUEM FEZ ISSO? ─ perguntei espumando de raiva. Ah cara, jogar minha pipoca amanteigada no chão é o fim!

– Claro que fui eu Alex! Imagina, hoje você só pode comer rolinho primavera e você sabe disso ─ falou Nina se sentindo ofendida.

– Eu sei mas... eu detesto esse dia. Quero a minha pipoca! ─ gritei.

Dei meia volta, catei o saco de pipoca da lama e comecei a comer. Me bati contra os joelhos de alguém e cai pra trás.

─ Que nojo Antonelle! Pegando comida do chão? Além de ser pobre, ridícula, ótaria, ainda é nojenta? Aonde fica o fundo do poço, exatamente, para você? ─ indagou uma voz fininha.

Era a maltrapilha da Bina. Encarei ela pouco a vontade com a minha situação "catando comida feito mendiga".

─ Ah, oi pra você também Bina ─ falei sarcasticamente enquanto catava as pipocas sujas e colocava dentro do saquinho ─ Então já aderiu a campanha "Rolinho Primavera?"

Ela tirou o casaquinho rosa e pude ver a camiseta do "Feliz Dia Rolinho Primavera".

─ Claro que sim e você sua estranha?

─ Eu? Bem... Claro que não. Acho essa história uma idiotice.

─ Aham sei... isso é desculpa porque aposto que nunca ganhou um rolinho primavera, não é mesmo?

Corei. Ok, o que ela havia falado era verdade, mas não havia necessidade jogar aquilo na minha cara.

─ Vá arrumar outra coisa para fazer, Bininha ─ entoei, fazendo uma voz fofa.

Seu rosto ficou escarlate:

─ Bininha? BININHA? Aléxia Antonelle, se você repetir só mais uma vez eu juro que te mato, garota insuportável!

─ B-I-N-I-N-H-A?

Aleeeeeeeeeeeeeeeeeeeeex!

Não esperei qualquer outra reação dela, e saí correndo. Ela até tentou me alcançar, mas nos primeiros dez segundos ela parou, e e fui direito pra dentro da escola, exatamente quando bateu o sinal.

Era aula de biologia. Como sempre coloquei minhas coisas em uma das carteiras. Percebi que o lugar ao meu lado estava vazio. Ótimo, pelo menos Rony não ia encher meu saco.

Boquinha santa a sua Alex, parabéns.

Rony colocou suas coisas ao meu lado enquanto eu abria o caderno.

─ Bom dia, Alex ─ cumprimentou ele, passando a mão rapidamente pelo seu cabelo louro.

– É, oi ─ respondi, curta e grossa.

Ele parou de mecher em seus cadernos super estilosos e ficou me encarando. Eu apenas continuei a folhear meu livro de Biologia. Rony passou uns bons minutos assim, até que...

─ Sr. Stark, faça o favor de se sentar e abrir o livro de Biologia na página 256 ─ ordenou a Profª. Meyri.

Rony soltou um pequeno resmungo, mas acabou por se sentar ao meu lado.

Continuei a ler meu livro ─ que aliás era chato pra caramba, Biologia era um saco, Rony era um saco, tudo fazia sentido ─, não iria tentar nenhum tipo de contato com aquele chato.

─ Por sua causa, agora a Meyri parece que quer me matar ─ resmungou Rony.

─ Se você parasse de tentar uma amizade comigo, quem sabe... ─ murmurei, fazendo algumas anotações no rodapé da página.

─ Estou sendo simpático, Alex.

─ Aléxia ─ corrigi, parando de escrever e encarando-o seus olhos azuis ─ não me chame pelo apelido.

─ Você é chata, meu Deus... ─ resmungou (pela vigésima quinta vez só na mesma aula), bagunçando seus próprios cabelos.

O deixei ali, meio perdido, e voltei a escrever. Fala sério, aquele garoto achava que eu ia dar uma chance para ele ser meu amigo? Eu não tinha amigos como ele!

Voltei a me concentrar na lição, e tentei fazer o máximo no texto que devia ler.

Mais ou menos uns quinze minutos depois, o sinal bateu. Entreguei meu resumo sobre o texto e voltei ao meu lugar para arrumar minhas coisas.

─ É... Alex? ─ perguntou Rony com aquele tom de voz que ia aprontar alguma coisa.

Lá vem, pensei.

─ Sim?

─ É...

─ Só não demore muito. Tenho aula de culinária, ainda.

Ele me olhou assustado:

─ O.k., se você me deixar falar... só um segundo.

Me encostei na carteira, deixando minha bolsa caída no chão (não é como se eu levasse algo de valor ali). Observei enquanto Rony remexia em sua mochila, até tirar uma tigela branca, tampada.

─ É para você ─ murmurou, me estendendo a tal tigela.

Lancei-lhe um olhar extremamente confuso, mas peguei. Abri a tampa com muita facilidade, e quando olhei o que havia dentro, quase perdi o fôlego.

Lá dentro ─ bem acomodados, por assim dizer ─ haviam dois Rolinhos Primavera, e havia um lacinho vermelho no canto.

─ Porque está me dando isso? ─ indaguei, ficando um pouco corada.

─ Pensei que talvez, bem, funcionasse como um acordo entre nós ─ explicou. Ele ao menos ficou vermelho!

─ Ah, tipo o que? ─ perguntei, indignada ─ Você me dá o seus Rolinhos idiotas e eu te dou o direito de me agarrar depois da aula?

─ Mais ou menos isso ─ murmurou, seus lábios pressionados de uma forma estranha.

Peguei os dois rolinhos em minha mão e esfreguei na camiseta dele, logo após pegando a tigela e dando com força em sua cabeça.

─ Você é um completo babaca! ─ gritei, enquanto aquele mau elemento ria a solta ─ E PORQUE AFINAL VOCÊ ESTÁ RINDO?

Ele segurou meus dois braços e me encarou. Fala sério, o que eu menos queria naquele momento era me jogar nos braços daquele idiota!

─ Porque... você devia ter visto sua cara, quando viu o que eu te dei ─ disse, quase se engasgando.

Aquele... aquele... filho de uma caçadora de ursos! Peguei a tigela e o acertei em cheio em sua testa (o que fez ele parar de rir, rapidinho). Peguei minha bolsa e saí a passos duros.

─ Ei espere, Alex! ─ ouvi ele gritar um pouco atrás de mim.

─ Não fale comigo. Fica rindo da minha cara, você é um cretino! ─ gritei parando no meio do corredor (não havia ninguém ali, no momento).

Rony deixou seu queixo cair rapidamente, mas depois sacudiu a cabeça e veio um pouco para minha direção.

─ Não, você não entendeu, eu estava rindo porque você é engr... o que está fazendo? ─ perguntou, aterrorizado, enquanto eu caminhava em sua direção.

─ Tome mais cuidado da próxima vez, Ronald Stark. E APROPÓSITO, ISSO AQUI PASSA A SER MEU ─ gritei, pegando a tigela e saindo na direção contrária.

Depois daquele momento, minha vida... continuou a mesma droga de sempre, mas eu acabei aprendendo a me defender com uma tigela. E foi bem útil... mais pra frente.

Aléxia.



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Notas finais do capítulo

Notinho básica sobre o capítulo: O bairro onde a Alex mora, existe realmente, assim como a cidade (óbvio, né, dã, mas a lenda contada é totalmente fictícia, o bairro não foi realmente inventado por causa de um Rolinho Primavera kahsaksh

Até a próxima (ou seja, quinta...)!