Capítulo X

Depois daquele episódio eu resolvi ficar calada, não quis dizer a ninguém sobre o garoto nerd e decidi investigara a vida daquele garoto. Eu até conseguiria investiga-lo sozinha, mais eu queria uma desculpa plausível para envolver Edward em meus planos, já que agora éramos “amigos” ele poderia me ajudar.

À tarde fiquei limpando a casa com um som auto, é o melhor remédio para esquecer os problemas, bom eu prefiro outro método, mais como Rachel me obriga eu tenho que manter a minha parte na organização da casa. Anna agora que estava namorando, adquiriu certas mordomias que eram desconhecidas como, por exemplo, escapar do dia da faxina para passear com o namorado. Suspirei frustrada colocando as luvas amarelas de látex para limpar o banheiro social do andar de baixo, resumindo o lugar mais desagradável de se manusear, mais eu nunca fui dessas de fazer frescura para não limpar, “fazer o que?”.

O dia passou e a casa ficou limpa e organizada, Rachel chegou do “trabalho” que é basicamente vender perfumes e falar da vida alheia.

Todos chegaram e eu fui tomar um banho, depois desci para jantar com minha família.

Era meia noite eu não consegui pegar no sono, havia uma tempestade insana lá fora e os galhos das arvores batiam na janela que eu deduzi ser da sala. Depois de um tempo ouvi um “Click” da porta do quarto se abrindo então sentei de imediato na cama. Luis estava de pijama, pantufa de patinho, travesseiro na mão e com carinha de sono.

–Bella posso dormi com você? –Ele perguntou.

–Pode. –Eu disse levantando a ponta do edredom para que ele pudesse entrar debaixo.

–Eu estou com medo da chuva. –Ele sussurrou me abraçando apertado.

–Ta tudo bem Luís! –Eu acariciei seus cabelos loiros e ele se aconchegou mais em mim.

–Se algum monstro vier aqui eu taco fogo neles. –Ele disse bravo e eu ri.

–Ta eu te acordo se eles vierem. –Fechei meus olhos abraçando Luis e entrando na inconsciência.

[...]

Andei pelos corredores do colégio indo em direção a minha terceira aula, “filosofia” onde teria que encarar o nerd e o professor que sabia demais para seu próprio bem. Quando entrei na sala eu tive uma grande surpresa ao ver Edward Cullen sentado no meu lugar habitual, sorri para ele e me sentei ao seu lado porque agora éramos amigos, ele iria ter que me ajudar.

–Mudou suas aulas? –Eu perguntei para ele enquanto o professor arrumava seu material.

–Sim, eu disse que iria te ajudar. –Ele respondeu me lançando um olhar intenso. De repente a porta se abre e o nerd entra me lança um olhar frio e passa por mim me deixando tonta e irritada; tonta porque ele cheirava acônitos e irritada porque ele se atreveu a me enfrentar e eu estava na minha.

–Tape o nariz. –Edward pediu levando a mão na minha narina e seu cheiro de canele invadiu meu sistema.

–Melhorou?

–Sim. –Eu disse e olhei para frente abrindo meu caderno.

–Bom vamos treinar o assunto da aula passada. Houve um imprevisto, mas vamos continuar. –Ele disse olhando para a classe e seus olhos parando em minha direção ele demorou um pouco seu olhar em mim até desviar para o quadro negro e começar a escrever com giz alguns dados.

–Ele sabe. –Eu sussurrei para Edward.

–Não, a intenção dele com esses olhares é outra. –Ele disse irritado encarando as costas do professor.

–Tipo o que? –Eu perguntei com o cenho franzido, mais quando Edward iria responder minha evasiva o professor se pronunciou.

–Bem... Pelo que percebi ontem, Diego entende bastante de aberrações... –O professor disse.

–Só eu posso me chamar de “aberração”! –Eu resmunguei fazendo Edward rir baixinho.

–É... Um pouco professor. –O nerd trouxa disse corando.

–Baitola! –Eu disse o que me pareceu baixo, mais pela risadinha do pessoal, e Edward mordendo o lábio para não gargalhar então suponho que falei alto demais.

–O que disse Isabella? –O professor perguntou divertido.

–Nada professor! –Eu disse rapidamente arrancando gargalhadas da classe. O tal Diego me olhou com ódio... É mexer com assuntos perigosos pode trazer consequências.

[...]

Quando bateu o sinal arrumei minha bolsa e Edward me ajudou pegando alguns livros que não caberiam na bolsa. Os alunos iam saindo da sala rapidamente ansiosos para irem ao intervalo e Diego passou por mim me encarando e eu retribui. O professor ainda na sala percebeu o clima mais ficou olhando para mim.

–Vamos Bella. –Edward puxou meu braço em sua direção e eu me deixei ser guiada por ele.

–Esse professor me irrita! –Ele exclamou exasperado o que me surpreendeu.

–Por quê? –Eu perguntei seguindo ele pelo pátio, ele parou na fila do lanche e comprou guloseimas para nós. Ele se afastou e eu o segui para uma mesa afastada bem num canto. Sentamos de frente um para outro e eu peguei um sanduiche da bandeja junto com o suco de uva.

–Porque o professor te irrita? –Eu refiz a pergunta de outrora.

–Ele não te vê como uma aluna e nem como uma adolescente. –Ele disse me olhando friamente e eu paralisei. Como ele poderia saber afinal?

–Como pode saber? Ele nunca demonstrou nada...

–Ele tem fantasias sexuais com você. –Ele disse me olhando comer.

–Como sabe disso? É impossível...

–Eu leio mentes Isabella. –Ele disse e eu parei de mastigar, será que ele era um vampiro então; mais não basta um vampiro tem que ler mentes! Mai será que ele conseguia ler minha mente? Eu repelia gente da minha espécie, mais e um vampiro?

–Consegue ler minha mente? –Eu perguntei com medo da resposta.

–Não! –Ele disse encerrando o assunto.

–O que você é? –Eu perguntei me inclinando em sua direção, a comida esquecida e ele me olhou na mesma intensidade.

–Eu desconfio do que você é.

–Desconfia? –Ele perguntou confuso e eu dei um sorriso amarelo.

–Na verdade meu irmão desconfia. –Eu disse me lembrando do dia em que Benjamim comentou sobre a hipótese de Edward ser um vampiro.

–Qual deles? –Ele assinalou.

–Qual deles você acha que tem capacidade de formar uma tese sobre seus segredos obscuros? –Eu sorri sarcástica, não que Kevin e Max não tivessem capacidade, mais eles não se importavam com o que estava ao seu redor, eles simplesmente curtiam e Ben não... Ele presta a atenção em tudo.

–Benjamim se encaixa neste perfil. –Ele disse serio e me encarou.

–Eu não sou o único com segredos obscuros. –Edward comentou e eu percorri meu olhar para a mesa que eu costumava a sentar. Todos em clima de romance e eu aqui.

–Qual é a tese? –Ele perguntou direto e sem rodeios.

–Vampiro. –Eu disse normalmente. Ele me olhou com intensidade e depois suspirou.

–Ele está certo não está? –Eu perguntei e na hora o sinal para a próxima aula bateu.

–Se importa de matar aula agora? –Ele perguntou sorrindo torto.

–Com você?

–Sim. –Ele disse se levantando. Já que era com ele eu iria sem pestanejar.

[...]

Segui ele pelo pátio indo em direção aos fundos do campus, saímos em direção a floresta e borboletas no meu estomago denunciavam a minha expectativa. No meio do caminho havia um tronco de arvore caído e ele se sentou e sorriu para que eu me juntasse com ele.

–Eu vou te contar. –Edward disse suspirando.

–Minha família e eu somos vampiros, somos imortais. –Ele disse e eu continuei o encarando.

–Eu desconfiava... Mais nunca quis formar nenhuma opinião a respeito de sua vida. –Eu sussurrei e ele se aproximou e eu suspirei sentindo seu cheiro inebriante invadir minhas narinas, seus olhos observavam cada movimento que eu fazia e suas mãos grandes e gélidas foram para minha cintura, ele se aproximou juntando mais nossos corpos e seus lábios frios tocaram os meus. Sua língua ávida entrou em minha boca fazendo movimentos de reconhecimento, minhas mãos foram para seus cabelos o puxando com força e meus dedos enterrando nos seus fios de cobre macios.

Não percebi como, mais eu estava em pé sendo empresada contra um tronco de uma árvore. Suas mãos grandes foram passando lentamente para cima de minha cintura por debaixo de minha blusa. Seus dedos gelados acariciavam minha barriga lentamente enquanto ele mordia meu lábio inferior e o sugava. Suas mãos desceram para minhas coxas num ritmo lento e luxuriante, passando para as nádegas onde ele acariciava por cima do meu jeans colado. Um gemido constrangedor saiu de minha boca quando ele apertou com força minhas nádegas e com isso colando mais os nossos corpos. Puxei seus cabelos com força o trazendo mais para mim. Nossos lábios numa sincronia perfeita e suas mãos que passeavam pelos meus quadris me fizeram estremecer. Cedo demais ele se afastou e nós nos olhamos vidrados um no outro.

–Namora comigo Isabella. –Edward disse firme e autoritário me fazendo arrepiar. Seu gosto ainda em minha boca que formigava e ansiava por seus lábios gélidos. Ele esperava uma resposta minha, mas a única coisa que eu consegui fazer foi colar nossos lábios mais uma vez. Ele correspondeu a altura me prensando no tronco da árvore me fazendo suspirar.

[...]

Ouvi o sinal tocar anunciando a ultima aula e com um selinho nos desgrudamos.

–Isso foi um sim eu espero. –Ele perguntou divertido e eu sorri.

–Foi um sim. –Ele me abraçou.

–Vamos chegar atrasados. –Eu disse e ele uniu nossas mãos e fomos sorrindo para nossa ultima aula.

[...]

Me deitei exausta no sofá da sala, enquanto Anna, Ben e Stayce se acomodavam nos outros. Max e Kevin não tinham chegado ainda, pois ficaram no treino.

–Porque você está com este sorrisão desde a última aula? –Anna perguntou desconfiada, mais antes de eu responder Kevin e Max chegam fazendo balbúrdia.

–Hummmmmmmm tá namorando! Tá namorando! Tá namorando. –Kevin e Max cantavam apontando o dedo para mim.

Max prensou na parede e eles começaram a se esfregar de forma obsena.

–Ain Edwaaarddd isso me prensa no pau e me chama de árvore. –Kevin gritou revirando os olhos e mordendo os lábios parecendo um ator pornográfico.

–Ain Bella! Uhhh. –Max gemeu. A essa altura Rachel, Benjamim, Anna, Luis e Stayce me olhavam e eu estava muito vermelha. Eu olhava incrédula para a cena que eles estavam fazendo, eles viram tudo...

–Que nojo! –Stayce disse fazendo careta. Atitude típica dela.

–Vocês estão namorando? –Rachel perguntou.

–Sim. –Eu disse apenas e todos começaram a gritar contentes e os gritos que se sobressaiam eram de Max e Kevin.

–Uhhh desencalhou! –Max disse pulando.

–HAHAHÁ agora vai tirar as teias da...

–Kevin! –Todos o repreenderam e ele se calou. Ainda bem que Charlie não tinha chegado.

Anna sorriu e me abraçou e Benjamin disse que estava feliz por mim, Luis estava emburrado num cantinho com os braços cruzados.

–Que foi Luis? –Eu perguntei e ele fez bico.

–Num quero você namorando com ninguém! E nem que ele te chame de árvore.

–Todos ficaram em silencio antes de Kevin deitar no chão e dar um grito:

–Aaaahahahahahahahahahahahahahahaha. –Ele gargalhava e segurava a barriga.

–Edwaaaardd. –Kevin gritou para Max e ele respondeu.

–Diga meu morango do nordeste.

–Não fale desse jeito que eu não resisto Duzão! –Kevin gritou e eu ri da cena ridícula. Eu estava tão feliz que essas brincadeiras não me afetam mais.

[...]

Anna meu amooorrr. –Kevin e Max protagonizavam agora outro casal na sala, enquanto todos estavam no sofá assistindo um seriado qualquer.

–Diga Pedrinho. –Max disse com a voz fina.

–Agora que o Ed tesudo e a Bella hot estão namorando, estamos ficando para trás... –Kevin disse e Anna revirou os olhos e eu ri do meu novo apelido.

–Bella hot?

–É... Bella hot do matagal. –Max disse.

–Então Pedrinho temos que começar nossa vida sexual.

–Mais Anna meu amoooorr eu quero casar virgem! –Kevin disse e Anna se irritou.

–Não tem graça! –Ela disse e a campainha tocou. Rachel foi atender enquanto Max protagonizava.

–Pedrinho eu não vou aguentar! Tem uma musa do funk dentro de mim que diz: Ai que vontade louca difícil de controlar! Quero te daaaar! –Kevin, Max e Luis foram para o meio da sala e começaram a rebolar, Kevin colocava o dedo na boba e dançava até o chão junto com os outros cantando: –Ai que vontade louca ai que vontade louca difícil de controlar!

–Pedrãooo. –Kevin gritou e os outros cantaram.

–Que te dar! –Eu gargalhei com as mãos na barriga e até Anna se dobrava de rir.

[...]

Na mesa de jantar...

–Como vai à escola crianças? –Charlie perguntou.

–Ah pai mó legal! Pra Bella então... –Kevin disse então Charlie me olhou interrogativo e eu corei.

–Pai sabia que Edward e Bella estavam se pegando na floresta? –Stayce disse. Charlie me olha com olhar indecifrável esmurra a mesa e se levanta.

–COMO É QUE É?