Now. escrita por Hello Stranger


Capítulo 6
School Friends.


Notas iniciais do capítulo

Soundtrack: http://www.youtube.com/watch?v=ekJ3CZO4Ab8



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— Liesel!

Houve um momento de silêncio.

— LIESEL!

A menina acordou num pulo.

— Max, você me assustou! — disse, logo em seguida sentiu uma pontada de tristeza ao lembrar de quando ela havia dito a mesma coisa anos antes. Não era exatamente tristeza. Era um sentimento único, diferente. Quando você se lembra de algo que desejava não ter acabado.

Não que ela não desejasse que a guerra tivesse acabado. Ela estava feliz por poder morar com seu melhor amigo judeu, sem ter que escondê-lo. Mas, de certa forma, viver ali, naquela casa, fazia-a ter saudades daquela época.

— Você está atrasada para a aula.

— Caramba, Max! Por que não me acordou antes? — ela fingia estar muito brava com ele.

Cinco minutos depois eles já estavam se abraçando e sorrindo juntos novamente.


•PEQUENO DETALHE IMPORTANTE SOBRE A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS•

Isso havia se tornado apenas um modo diferente de chamá-la.

Liesel Meminger nunca mais cometeu um roubo sequer.

Assim como não colocou uma gota de champanhe na boca.

E nunca mais ouviu o toque de um acordeão.

• • •

Haviam se passado alguns anos, e agora Liesel acabara de completar 16. Era uma adolescente, bonita, com cabelos loiros e cacheados, compridos, caindo sobre os ombros, e descendo por seu colo. E confusa. Como todas as garotas na sua idade. Max não havia mudado muito. A única diferença é que ele havia passado a usar seu cabelo para cima, não caindo nos olhos, como costumava ser. Estava mais arrumado, havia encontrado um emprego numa loja grande na rua Munique. As coisas começavam a melhorar cada vez mais e pela primeira vez os dois poderiam afirmar sem dúvida que haviam encontrado a felicidade.


•O SIGNIFICADO DA FELICIDADE NUMA PEQUENA CASA NUMA RUA SEMELHANTE AO CÉU•

Jantares queimados num fogão desregulado, pequenos livros escritos apoiados sobre uma lata de tinta, pesadelos compartilhados num abraço na madrugada.


Max havia encontrado algumas garotas, e Liesel alguns garotos, mas nada havia durado. De vez em quando, os dois conversavam sobre isso.

— Max, eu acho que gosto dele. — ela disse durante o jantar.

— Dele quem?

— Você sabe. Paul. — deu um sorriso sem graça.

— Ah, Paul. E ele gosta de você?

— Não sei. Esse é o problema.

— Ele não parece ser uma boa pessoa, Liesel.

Semanas depois, Liesel chegava em casa aos prantos.

— O que aconteceu? O que aconteceu? — Max dizia com um tom de voz preocupado.

— O Paul. Nós terminamos.

E então os dois se abraçavam e Max acariciava seus cabelos, embora sua verdadeira vontade fosse dizer "eu avisei".

Aos poucos Max descobria um novo sentimento. Diferente de tudo que já havia experimentado, forte, doloroso e muito, muito perigoso. O ciúme.



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