Now. escrita por Hello Stranger


Capítulo 5
Roommates.


Notas iniciais do capítulo

Soundtrack: http://www.youtube.com/watch?v=YihtVdKTBvk



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/205891/chapter/5

Judeu imundo, judeu imundo.

Max foi atingido com um soco na barriga. Envergou o corpo, abaixando-se. Estava com as mesmas roupas imundas e acinzentadas que havia vestido quase um ano antes.

Judeu imundo. Você merece morrer.

Outro soco, dessa vez atingindo seu olho direito. Alguns chutes. Mesmo sendo um incrível lutador no passado, não teve chance de se defender.

Caiu.

Você merece morrer. Morra, morra!

Judeu imundo.

Sua cabeça sangrava. Ele sentia fortes dores.

Imundo.

Foi chutado mais uma vez. Haviam três homens, dois deles com poses e uniformes de soldados nazistas. Também havia um outro judeu. Max lembrou-se de seu rosto, havia o conhecido em Dachau, onde entrara em um pequeno desentendimento com aquele homem, por um pouco de comida.

Imundo. Você merece morrer.

As botas dos soldados atingiam sua face e barriga. Seu sangue escorria pelo asfalto quente.

Judeu imundo.

Max abriu os olhos.


• • •

Na manhã seguinte, Max foi até a cozinha e encontrou Liesel bebendo um leite com chocolate.

Ele parecia afetado, atordoado com algo.


•PESADELOS•

Max Vandenburg havia ficado visivelmente afetado com o que havia sonhado aquela noite.

Mesmo que aquilo não fosse real.

— Liesel. — ele disse baixo, após pegar um pouco de leite.

— O que foi?

— Você acha que eu sou imundo?

Liesel fez uma expressão confusa.

— O quê? Por que diz isso?

— Eles... eles disseram que eu sou imundo. Você acha que eu sou tão imundo quanto dizem? — Max desviou o olhar para baixo, suspirando fraco.

— Eles? Mas quem são eles?

— Você sabe...

— Ah, Max. Você sabe que não é verdade. Olha só pra você. Você é bonito, jovem, e tem um dos melhores corações que já conheci. Você vale ouro, Máxi Táxi.

Max sorriu, mas não parecia acreditar muito no que ela dizia. Sentou-se na cadeira em frente à de Liesel, segurando um copo com leite e café.

— Eles me diziam coisas horríveis... lá. — suspirou. — Diziam que eu era imundo, que não merecia viver, que minha existência poluía esse planeta...

— Você sabe que isso não é verdade, Max. — Liesel debruçou-se sobre a mesa para segurar o rosto dele. — Escuta aqui. Você não é nada disso. Você é, provavelmente, a melhor pessoa que conheci. Você disputa esse lugar com o papai. Max, uma religião não define uma pessoa, muito menos no seu caso, você nem é um judeu de verdade, só porque sua família era não te faz pior do que ninguém.

Ele tentou desviar o olhar, mas foi impedido pelas pequenas mãos da roubadora de livros. Não sabia o que falar. Não sabia o que fazer. Por mais que se sentisse um pouco melhor com aquilo que Liesel lhe falara, sabia que voltaria a piorar na noite seguinte. Não havia como escapar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Alguém leu ou estou escrevendo para os fantasmas? :( Deixem uma review, qualquer coisa, mesmo que tenham odiado, só pra eu não me sentir escrevendo para o nada!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Now." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.