Os Cinco Marotos escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 82
Capítulo 3 - Tarde das Garotas


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :)



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Quando Pam acordou naquela manhã, sua cabeça doía tanto que sentia como se seus miolos estivessem sendo corroídos por algum tipo de ácido letal, seus olhos não suportavam qualquer luz e permaneciam semicerrados o tempo todo, usava apenas lingerie e uma capa qualquer por cima. Talvez tivesse bebido demais no casamento de Lily e James.

Ela desceu as escadas do duplex. Era impressionante como em quase um ano morando juntos eles não tinha conseguido terminar de mobilhar o apartamento. Os quartos no andar de cima estavam prontos, e só faltava o fogão na cozinha, mas na sala ainda havia só um sofá velho que Pam tinha conseguido da casa antiga quando o pai também se mudara no mês anterior para ficar em Londres definitivamente, e era necessário usar “Lumus” se você fosse até lá durante a noite, pois ainda não tinha iluminação nenhuma.

Mas, felizmente, naquele momento, alguns raios de sol entravam pela janela que por algum motivo, eles não conseguiam abrir nunca.

Em um estado em que apenas um terço do seu corpo sabia o que estava fazendo e o resto apenas o acompanhava, sonolento, foi que Pam percebeu que havia algo estranho.

Um estranho dormia em seu sofá.

Pam começou a se desesperar. Um comensal teria a seguido até em casa? Teria acontecido alguma coisa durante a noite da qual ela não se lembrava? Ah, Merlin, que merda…

Ela suspirou aliviada enquanto se aproximava cada vez mais. Não era um estranho. Era apenas Sirius. Mas o que ele estava fazendo na sala e não no quarto dele?

_Sirius… - ela o cutucou nas costelas. – Acorda. Sirius.

O garoto apenas resmungou alguma coisa e mudou de posição.

_Sirius, eu to falando sério agora. – Pam continuou um pouco mais alto. – Acorda!

Como ele não demonstrou sinal nenhum de que iria acordar, a garota o empurrou para fora do sofá, fazendo-o cair no chão com força e um baque surdo.

_Ei, Pam! – ele reclamou, a mão na cabeça e os olhos também semicerrados. – O que pensa que está fazendo?

_Sei que talvez você esteja com uma ressaca pior do que a minha, mas não é por isso que vai ficar dormindo no sofá pela eternidade! – ela reclamou. – E por falar nisso… Mas que diabos! Por que você está dormindo no sofá?

Sirius resmungou alguma coisa incompreensível enquanto se arrastava de volta para o sofá, fechando os olhos longamente.

_Fale baixo. – ele pediu, passando as mãos pelo cabelo. – Acho que bebi demais ontem. Frank me deixou do lado de fora do prédio. O máximo que eu consegui chegar foi à sala. Não conseguia achar as escadas sem luz…

Pam contraiu os lábios, percebendo que era o máximo que iria conseguir tirar o amigo. Então ela foi em direção à cozinha.

Começou a pegar várias coisas nas gavetas e prateleiras que pareciam aleatórias, mas não eram. Pegou seu caldeirão e começou a jogar as coisas lá dentro, sem ter muita certeza do que estava fazendo.

Quando Sirius apareceu na porta da cozinha, a poção já estava pronta e ela entregou um copo para o amigo.

_Beba de uma vez. – aconselhou.

_O que é isso? – ele cheirou o líquido. – Que horror!

_É uma CDCR. – ela disse, enquanto bebida de um só gole a sua parte da poção. – Você vai estar melhor em dez minutos. – a garota tossiu um pouco, por causa do gosto horrível da poção.

A verdade era que Pam estava começando a se acostumar a fazer a Cura para Dor de Cabeça de Ressaca. Ela tinha um emprego, mas Sirius se dedicava inteiramente à Ordem da Fênix, cujos encontros semanais só aconteciam à tarde, então não era estranho que ele passasse a noite inteira fora e que na manhã seguinte estivesse péssimo.

_Vai trabalhar hoje? – perguntou Sirius.

_Não. Domingo é meu dia de folga. Mas vou dar uma passada na casa da Lene mais tarde, ela me chamou para almoçar.

_E por que eu não sabia disso? – ele perguntou seguindo Pam para a sala.

_Porque é só para garotas. – ela disse, deixando-se cair no sofá com um suspiro. – Eu provavelmente devia levar alguma coisa…

_Mas e quanto a mim? Você vai sair, James está em lua de mel, hoje é o primeiro dia de lua-cheia…

_Ah, não sei. – ela falou. – Mas tenho certeza de que vai achar alguma coisa para fazer. – ela olhou em volta. – Que tal começar a arrumar a sala?

_Não. – ele continuou. – Ei. – Sirius parou de repente. – Cadê minha varinha? – ele tateou os bolsos loucamente.

_Não sei… - e Pam começou a subir as escadas, enquanto olhava para o próprio bolso e sorria. Pegara a varinha de Sirius. Queria que ele arrumasse a sala. E como castigo por ter bebido tanto na outra noite, sem magia.

_Felina! – ela ouviu o grito do andar de baixo, mas simplesmente sorriu enquanto percebia que ele já tinha entendido. Ela deixou a varinha do amigo em cima da pequena mesa que ficava entre os quartos deles e entrou em seu próprio quarto, colocando uma roupa limpa e rodopiando, aparatando para a casa de Lene.

~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~

Lene olhou ao redor e sorriu. Nenhuma de suas amigas tinha chegado ainda e o relógio indicava que eram apenas dez horas. Teria bastante tempo depois para fazer o almoço (ou pedir comida, como era mais provável).

Pegou a gravata do loiro e o puxou até sala de estar. Virou-se para ele e sorriu. Os dois avançaram para o que foi um beijo selvagem e por final ela o empurrou para o sofá. O homem caiu de costas e Lene subiu no sofá e então no colo dele. Ele sentou-se e os dois começaram a tentar desabotoar os botões do vestido de verão da garota, por fim se livrando da parte de cima que pendeu presa à saia do vestido. Ele beijou o espaço entre os seios e o sutiã chamativo dela antes de Lene descer para a boca dele e os dois continuarem se beijando. O loiro buscou o fecho do sutiã dela e, depois de algumas roupas a menos, ela deitou os seios desnudos no peito quente dele, ofegando.

_Isso foi bom. – ela disse, com um pequeno sorriso e então se levantou, voltando a colocar a roupa. – Mas não vamos deixar que isso interfira no nosso trabalho, vamos?

_Claro que não. – ele disse, pegando a blusa branca do chão. – Será nosso segredo.

Lene sorriu travessa para o outro e desapareceu na curva da cozinha, dando tempo para o outro se trocar sozinho.

Ele olhou para o relógio no pulso que parecia muito mais velho do que realmente era. Amaldiçoou-se mentalmente ao perceber que ele não estava funcionando… de novo.

Fabian Prewett não era o que se podia chamar de cuidadoso com seus pertences. Na verdade, ele não costumava ser muito cuidadoso com nada. Era realmente de se admirar que tinha conseguido um emprego no ministério da magia, mesmo que soubesse que só o conseguira porque o cunhado, Arthur, trabalhava lá. De qualquer jeito, essa lhe fora uma ótima oportunidade, já que conhecera a garota que acabara de levá-lo para sua casa.

Marlene podia ser quase oito anos mais nova do que Fabian, mas isso não fazia muita diferença para nenhum dos dois. Nenhum dos dois queria nada sério, apenas um momento rápido de prazer e aquilo fora perfeito.

_Você tem que ir. – Lene gritou da cozinha. – Minhas amigas vêm para almoçar e eu não quero que elas te vejam aqui. Você sabe, se eu te apresentar para as minhas amigas pode começar a parecer sério…

Fabian não pensou duas vezes. Sabia que a outra estava certa. Colocou rapidamente as roupas e estava quase girando a maçaneta quando ouviu alguém tocando a campainha. Afastou-se.

_São elas. – Lene sussurrou, colocando a cabeça para fora da cozinha e parecendo um pouco preocupada.

_E agora? – ele perguntou no mesmo tom.

_Pelos fundos. – e ela o empurrou para a cozinha e foi pega de surpresa quando abri a porta dos fundos e Fabian lhe deu um último selinho, indo embora.

Tocou o lábio, chocada. Tudo bem que tinha feito coisas bem piores com ele naquela manhã, mas definitivamente não estava esperando aquilo. Depois sorriu enquanto imaginava o que seu irmão faria se soubesse que estava transando com um dos colegas de trabalho dele.

A porta tocou insistentemente. Um dedo nervoso. Gritou que já estava indo. Demorou mais alguns momentos enquanto pedia uma lasanha pelo telefone e aconselhava que entregassem o pedido pelos fundos. Correu para a porta e a abriu, apenas para ver uma irritada Dory e uma constrangida Alice.

_Oi! – Lene as saudou, animadamente. – Vamos entrando!

Pegou a garrafa de vinho que Alice tinha levado e lhes mandou para a sala enquanto guardava o presente da amiga na cozinha.

_Vocês sabem onde está a Pam? – perguntou Lene, voltando para a cozinha e enxugando as mãos nas roupas como se realmente estivesse preparando alguma coisa na cozinha.

_Não quero saber dela. – Dory fechou a cara. – Já não basta eu ter que aguentá-la no trabalho…

_Ah, Dorcas. – disse Lene, imitando o jeito que Pam falava o nome da outra, quase como em um xingamento ou ameaça. – Não seja chata.

Dory fez uma careta, mas não respondeu. Ao invés disso sentou no sofá com um suspiro.

_Nunca pensei que eu fosse odiar tanto ser adulta… - Dory disse em voz alta. – Estou tão cansada!

Lene contraiu os lábios e sentou ao lado da outra.

_Vamos lá. – disse. – Semana passada mesmo você disse que estava adorando a nova vida…

Alice sentou do outro lado da loira.

_Certo, você tem razão. – ela pareceu pensar um pouco. – Vocês podem guardar um segredo? – perguntou, olhando de uma amiga para a outra.

_Claro, Dory! Você sabe que pode contar tudo para nós. – Alice disse, amigavelmente.

Dory suspirou mais uma vez.

_Então tá. – fez uma pequena pausa. – Eu acho que estou apaixonada pelo Remus…

_O quê? – as duas falaram, em uníssono.

_Viu, por isso que eu não queria falar! – Disse a loira, levantando-se. – Vocês não entendem!

_Claro que entendemos. – Alice disse, levantando também e colocando uma mão no ombro de Dory.

_A Lily casou ontem… E também tem você e o Frank, e tanta gente que já encontrou o amor! Há muito tempo eu não tenho certeza sobre meus sentimentos pelo Remus, mas quando eu o vi ontem com a Emmeline eu soube…

Nesse momento a campainha tocou e Dory parou de falar, pedindo silenciosamente para que Alice e Lene mantivessem aquele segredo até mesmo de Pam, no que elas acabaram concordando, apesar de um pouco contrariadas.

Lene foi receber a amiga que estava faltando e levou o chocolate com licor da amiga para a cozinha, aproveitando também para pegar a comida que tinha acabado de chegar.

Serviu tudo, tentando ao máximo parecer que tinha sido ela mesma quem prepara o almoço, mas não conseguiu o resultado que desejara.

_Você pediu essa comida, não é? – perguntou Dory, logo na primeira garfada.

_Não… - mas seu rosto vermelho dizia o contrário.

_Ah, Lene, já estava começando a achar que você podia casar… - Alice disse, parecendo desapontada e risonha ao mesmo tempo.

Elas continuaram conversando, fazendo especulações sobre como devia estar sendo a lua-de-mel de Lily e a comparando com a Alice, conversando a respeito coisas femininas sobre as quais os meninos nunca poderiam ficar sabendo.

Por fim terminaram de comer e bebericar o vinho que Alice trouxera e acabaram com os chocolates de licor.

Pam foi a primeira a se levar, prendendo o cabelo em um rabo mal feito.

_A tarde foi ótima, meninas. – disse. – Mas eu realmente preciso ir.

_Ah, Pam, fique mais um pouco… - insistiu Lene.

_Realmente sinto muito, mas preciso mesmo ir. Encontro vocês na Ordem na quinta? – disse, sem esperar por uma resposta, pegando o casaco rapidamente e saindo o mais de pressa que conseguiu.

A porta bateu com um estrondo.

_Onde está que a Pam vai com tanta pressa? – perguntou Alice, ainda concentrada nos chocolates que tinham restado.

_Se vocês querem saber minha opinião, eu acho que ela vai encontrar o Sirius. – Lene disse.

_Sirius? – Dory riu.

_Sim, faz todo o sentido. Eles são colegas de quartos, dançaram juntos a noite inteira ontem, estão se tornando bastante íntimos. Não duvidaria nada de eles virassem o próximo casal do grupo.

_Próximo casal? Você está brincando? Eles são diferentes como a água e o vinho. E vamos concordar que a Pamela não está com essa bola toda…

_Por favor, Dory.- disse Lene. – Você só disse isso porque está com ciúmes, até a Pam tem alguém e você não. Eles vão com certeza acabar juntos.

_Ahãm… Não, não vão. – a loira repetiu, cruzando os braços.

_Vão sim.

_Não vão.

_Vão sim.

_Tá bom. – Lene disse, agora um pequeno sorriso. – Se você está tão certa disso, então não vai ter medo de fazer uma aposta.

_O que você quiser. – Dory disse, aceitando o desafio.

_Que tal… - Lene pensou um pouco antes de continuar, satisfeita com a própria imaginação. – Quem perder vai ter fazer apresentação em uma boate stripper.

_Boate stripper? – Dory questionou, incerta.

_É. Sabe aquela boate que eu levei a gente na despedida de solteira da Alice? Tem uma pequena parte dos fundos e de domingos e quartas é uma boate stripper. O que você acha?

_Lene, eu… - ela continuou.

_Se você está tão certa de que Pam e Sirius não são o próximo casal…

_Certo. – Dory disse por fim. – Eu aceito. – disse, pegando a mão de Lene firmemente.

E elas nomearam Alice como juíza da aposta e testemunha, assim, que perdesse não podia dizer que nada daquilo fora verdade.

Dory e Lene estavam empolgadas com aquilo tudo. E decididas a ganhar.

~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~

Pam estava no quarto dela, comendo quantos doces quanto era possível e se acabando em lágrimas. Ficara triste quando começaram a conversar sobre a lua de mel de Alice e Lily na casa de Lene, lembrando sobre Sirius. Por isso tivera tanta pressa em ir embora, não queria chorar na frente das amigas.

Queria ser um pouco mais forte e não chorar tanto por causa disso. Mas, como a natureza lembrava Remus uma vez por mês que ele era um monstro, também lembrava a Pam que ela era mulher. E era realmente engraçado como a natureza se manifestava na mesma semana do mês para os dois.

A lua-cheia brilhava forte fora do quarto dela.


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Notas finais do capítulo

Quem souber quem é o Fabian ganha um doce, que tal? kkk