Imprinting escrita por Mila


Capítulo 26
Coisas "tão" divertidas!


Notas iniciais do capítulo

Volteeeei
Dessa vez o capítulo ficou maior.
*O link que eu inseri abrirá em uma nova janela
Até lá em baixo



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MADSON

—Bem que a Kluke suspeitou que tinha alguma coisa acontecendo. Vocês estavam muito estranhos! - Tyler exclamou.

De repente eu estava tremendo.

—Ahn... Tyler...

—Quando foi que isso aconteceu?

—No dia do meu aniversário. - confessou Luke, também nervoso.

—Tyler... - chamei-o outra vez.

—Como foi que isso aconteceu? Foi tipo... "Ah, temos que nos casar. Vamos nos casar agora?" - ele imitou nossas vozes, mas aos meus ouvidos, ele parecia imitar o Pato Donald.

—É... Foi tipo isso. - Luke concordou.

Tyler se jogou no chão e riu, riu e riu.

—Vocês não conseguem fazer NADA direito!

—Tyler, você não...

Ele rolava no chão. Sua risada nada me lembrava o Pato Donald agora, apenas o normal e idiota Tyler. Era a mesma risada que ele deu quando nós começamos a falar de pudim de repente. Só que dessa vez não tinha graça.

—Tyler...

—Conseguiram até as alianças? Qual é o problema de vocês? - mais risos alucinados. - Vocês beberam? Não... Aposto que não. Vocês... - risos - não... - risos - precisam... - risos - de álcool.

Agachei-me no chão ao seu lado e o ameacei com minha mão suja de tinta verde.

—Tyler...!

Olhei para Luke pedindo ajuda, mas ele também me olhava assustado, não sabendo o que fazer. Ele chacoalhou os ombros, como se dissesse: "Ele está louco. O que posso fazer?".

Lancei um olhar para ele que dizia: "Você é um Lobo. Você pode matar vampiros. Pare esse moleque!". Mas ele não pareceu entender, por isso gritei:

—Você é um Lobo! Faça alguma coisa!

Tyler gritou - acho que isso foi uma risada - e bateu o punho várias vezes no chão. Ele me lembrava um brinquedo infantil, daqueles que você aperta um botão e o boneco começa a se matar, gritando: "Faz cócegas! Pare, pare, pare!". Hm, acho que era algo como Emo... Elmo! Isso o Elmo!

—Cara, você tem tipo... super poderes e ainda assim é um idiota.

—Tyler, você é um idiota!

Ele continuou rolando no chão e rindo, feliz com a sua própria piada.

Luke se aproximou de nós e ergueu Tyler com facilidade do chão e o chacoalhou. Tyler continuou rindo.

—Ei, cara! Para com isso.

Tyler tentou recuperar o fôlego. Uma lágrima saltou de seu olho. Ele riu de novo, cansado.

—Acho que eu não to bem.

Respirei fundo.

—Vamos descer, e você come alguma coisa.

Eles concordaram e me seguiram escada a baixo.

Enchi um copo com água e coloquei dois colheres de açúcar, entreguei o copo para Tyler. Ele sentou-se no balcão e bebeu a água devagar.

—Ei... - ele falou depois de engolir. - Não conte para Kluke que eu deixei de cumprir a aposta.

Depois de tudo que passamos o que ele me disse pareceu-me tão insignificante.

—Não conte para nossos pais que nos casamos. - disse.

—Isso! Não contamos para Kluke que você quebrou a aposta e você não conta para minha mãe nem para os pais da Madson que nos casamos. - falou Luke.

Tyler estendeu a mão para ele.

—Feito.

Eles apertaram as mãos.

O telefone tocou. Estiquei-me para pegá-lo. Apertei o botão e grudei o telefone na orelha.

—Alô?

—Madson!

—Mamãe!

Nossa! Será que ela descobriu que estávamos falando sobre ela? Sobre ela não descobrir que eu tinha me casado... Puta que pariu, será que ela descobriu isso também?

—Tudo bem? - ela perguntou devagar. Ah! Ela sabia!

—Tudo bem... e com você? E o bebê?

Ah, o bebê. Certo. Ela não descobriu que eu casei. Acalme-se, Madson!

—Estamos bem.

—Que bom... Ai, estou tão feliz que é um menino! Ah! - ela gritou, realmente feliz. - Eu vou ser avó de um MENININHO!

—Mãe, eu já te cont...

Ela começou a fungar do outro lado da linha.

Ah, não... Ela vai chorar... de novo?

Mamãe gritou mais uma vez, tentando afastar com o grito o choro.

—Ai meu ouvido.

Tyler e Luke riram.

Tapei o telefone com a mão e perguntei para os homens:

—Será que se fosse uma menina a reação seria diferente?

Luke balançou a cabeça para o lado, mas quem falou foi Tyler:

—Não. Ia ser desse mesmo jeito. Se fosse o primeiro neto, o segundo, o quinto... Se fosse gêmeos, se fosse menina, se fosse anencéfalo...

—Tyler, cale a boca.

—Ah, querida, parabéns! - minha mãe voltou a falar comigo pelo telefone. - Temos que comemorar! Mia precisa te ver! Vamos fazer um jantar. Nesse final de semana mesmo que eu vou ir aí... Mia pode vir junto.

Sabe quando o peixinho de aquário do nada fica petrificado (dormindo, sei lá!)? Então... De repente eu estava que nem ele.

—Um... jantar?

—Um jantar em família!

—Que família?

—A NOSSA, Madson!

—Claro. - balancei a cabeça, tentando sair daquele transe. - Onde?

—Na sua casa.

—AQUI?

—É.

—Na minha casa?

—Sim!

—Eu não estou sabendo de nada! - exclamei.

—Bom, agora está. É só deixar as coisas prontas! Não se preocupe com nada, eu vou conseguir levar Mia, querida.

—Levar Mia?... trazê-la?

—Não se preocupe. Dará tudo certo.

—Isso não vai da...

Ela me interrompeu:

—Chega de drama, Madson! Tenho que desligar. Beijo, beijo. Um para você e um para o meu netinho. Diga "tchau" a Luke.

E desligou.

De repente, eu parecia um peixe novamente.

Luke me cutucou, preocupado.

—Madson... ei. Tudo bem?

Virei ele, meus olhos arregalados, como o de um peixinho:

—Você acredita nisso?

—Em que? - sua testa se franziu.

—Minha mãe acertou seu nome!

***

Terça-feira, 7h02min, 50°F (10°C), e eu trabalhando.

Usando luvas de silicone, óculos químicos, jaleco e uma máscara na boca, eu parecia uma médica fazendo uma cirurgia muitíssimo complicada, mas eu estava apenas mexendo no meu montinho de terra com uma pinça grande.

Pelo menos, eu não estava analisando o coco. Essa era a função de Spencer.

Com uma pazinha minúscula coloquei bolotinhas de terra úmida na lâmina. Deixei a pazinha de lado e enfiei a lâmina no microscópio com muito cuidado. Ergui os óculos para cima da cabeça e me inclinei para observar a terra.

Fui anotando o que eu via num caderninho e mexia a terra de pouco em pouco tempo com a pazinha e a pinça.

Spencer recitava frases de diversos químicos e biólogos repentinamente e Nellie balbuciava suas anotações sobre os pelos que analisava. Todos pareciam loucos aquela manhã. Se alguém nos visse assim não hesitariam em nos apelidar de "cientistas loucos".

Depois que eu analisei as coisas minúsculas a olho nu, fiquei remexendo no montinho de terra. Não tinha nada especial. Minhas anotações sobre as análises que fiz pelo microscópio não tinham nada de extraordinário: apenas compostos de plantas, animais mortos, sangue de animais mortos, e coco de animais. Ou seja, adubo. Novamente... nada.

Talvez a coisa mais legal que tenha encontrado foi uma tampinha de caneta. De qualquer forma não podia desistir, era meu trabalho.

Apertei meus olhos quando vi algo diferente enroscado na terra. Com a pinça ergui até a medida de meus olhos. Os outros dois pares de olhos na sala também grudaram no que eu encontrei: Um pedaço rasgado de pano. Jeans.

***

LUKE

—Certo. Vou precisar da ajuda de vocês, rapazes. É uma tarefa que requer as mãos mais habilidosas e o ser humano mais paciente. Tenho certeza de que vocês... todos... vão conseguir... cumprir essa missão. - falei.

Os garotos estavam todos na sala da minha casa me observando discursar com os braços cruzados e com um semblante de "hm, e daí?" estampado no rosto.

Espero que minha palestra tenha sido motivadora... Ou pelo menos, suficiente.

—Traduza, por favor. - pediu Kaio com a testa enrugada.

—É. - Mark chacoalhou os ombros. - O que temos que fazer que requer... mãos habilidosas e o ser humano mais paciente?

—Ou, ou, ou... - disse Kluke, espertinha, erguendo as mãos. - Você disse mãos? Achei que fosse uma tarefa para Lobos.

—E daí? O que uma coisa tem a ver com a outra? - questionou Thai.

Kluke virou para ele com seu famoso olhar de "cara, você é tão burro, que tenho vontade de socar sua fuça".

—Lobos têm patas. Humanos tem mãos. - ela explicou, irônica.

Será que eu deixava eles descobrirem o que tinham que fazer ou contava logo de uma vez? Decidi deixá-los adivinharem.

—São lobisomens. - notou Tyler, sentado no banco do balcão da cozinha, se divertindo ao ver uma reunião de missão com todos os Lobos. Em breve, sua felicidade viraria fumaça.

Kluke deixou as suas mãos deslizarem por seu rosto enquanto elas puxavam-o para baixo.

—Eu mereço.

Mike apontou para ela e riu. Kluke socou o ombro dele. Ele resmungou um "ai" e calou a boca. Fim.

—Luke, seu filho d... - Drake começou a dizer, mas eu o interrompi antes que terminasse a frase.

—Quem é o alfa?

—de uma gracinha de mulher. - ele completou irritado. - Dá para você dizer logo o que vamos fazer?

Então todos calaram a boca e ficaram olhando para mim, esperando por uma resposta.

Sacudi a cabeça, impedindo que pensamentos estranhos de fuga atacassem minha consciência.

—Ahn... como Madson está trabalhando... e está grávida. Eu a proibi de... pintar as paredes do quarto do bebê. Então... antes de ela voltar do trabalho as paredes já devem estar pintadas.

—Traduzindo... - pediu Thai, imitando Kaio.

—Ô, lerdo! - exclamou Kluke. - Luke está empurrando a gente para pintar as paredes do quarto da cria dele.

Foi-se ouvido uma série de palavrões.

Pigarreei.

—Quem é o alfa? - cantei.

Todos bufaram, infelizes.

—O filho de uma gracinha de mulher. - resmungou Drake.

***

Mark apertou os olhos para a tinta.

—Verde?

—Sim. - falei.

Ele virou seus olhos apertados para mim.

—Ideia de Madson não é?

—Ahn... Claro. Depois que eu falei que azul era a cor que a irmã dela pintaria o quarto do bebê.

Mark balançou a cabeça.

—Não é a cara de Madson escolher azul. Onde ela estava com a cabeça?

Thai aproximou-se de nós, enfiou o rolinho na lata de tinta e comentou:

—Falando sobre cor? Que coisa gay.

Kluke esbarrou seu ombro nele de propósito e tomou espaço para enfiar o seu rolinho na tinta.

—Mark só está enrolando Luke para não ter que pintar parede. - traduziu ela e logo saiu.

Thai ergueu os olhos para Mark, curioso, seu rolinho pingando tinta no jornal no chão.

—Está dando certo?

Mark balançou a cabeça para cima e para baixo, feliz.

Empurrei os dois, brincando.

—Vamos, ao trabalho. Quero ver quem pinta melhor.

No segundo seguinte, Mark e Thai estavam se empurrando para pintar a parede "melhor" que o outro. Hm, belo plano, Luke.

Antes de afundar o meu rolinho na tinta vi Tyler e Mike apertando as mãos. Depois eles seguiram para perto de onde Kluke estava pintando. Balancei a cabeça para os lados. Aí tinha coisa.

Aproximei-me um pouco deles, mas mantive um distancia. Passei o rolinho distraidamente na parede a minha frente, enquanto aguçava os ouvidos para ouvir a conversa que se desenrolou quando Tyler se aproximou de Kluke e sorriu para ela, antes de começar a pintar.

Kluke tentou controlar o rubor das bochechas antes de falar.

—Ahn... Tudo bem, Tyler?

—Bem. - ele repetiu, não muito satisfeito com isso.

—Ah, é! Você ainda está cumprindo a aposta.

—Cumprindo a aposta. - ouvi-o dizendo.

—Hm... - ela disse, pensativa.

—Hm. - ele disse, brincando com as cerdas de pincel que achou no chão.

—Estou com fome. - Kluke comentou de repente, seu olhar fixo na faixa verde na parede a sua frente.

Mike deslizou para os lados dele.

—Fome! Uh-uh! - ele começou a estalar os dedos e a dançar... o que era aqui? Jazz? - Fome, fome! Uh-uuuh! Fome. Fome. Ah-Ah!

Kluke franziu as sobrancelhas ao ver o que o garoto fazia.

—Você tem problema?

—Próooooo-pro-pro-pro-blema. Tenho problemas. Agora vocêêêêêêêê... tambÉM TEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEM... - ele fez uma pausa. - Problema. - e voltou a sapatear. - Problema. Yeah. Yeah. Yeah.

—Mike, cale a boca. - rugiu Kluke.

Enruguei a testa. O que era aquilo?

—A BOQUINHA! CALE A BOQUINHA. YEAH, YEAH. A SUA BOQUINHA. VENHA CÁAAAAAAAAAAAAAAAAAA. EU VOU CALAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAR.

—ECA! - Kluke berrou.

—Eca. - Mike virou a cabeça para os dois lados como um passarinho. - Eca. Eca. Que nojinho. -ele dobrou o indicador e tremeu-o. - Uh. uh. Bem nojentinho. O que é... Esse trocinho? Lá.Lá.Lá. LÁ!

—Mike! - ela falou com os dentes trincados.

—Mike. Meeeeeeeeeeeeeu nomeeeeeeeeeeee éeeeeeee... Mike. Eu sou Mike. Você é quem? Eu sou Mike. Você também? Mike! Yeah, yeah! Somos Mike. Mike, Mike, Mike, Mikeeeee.... - sua voz foi ficando grave.

—CHEGA! - Kluke gritou, de repente. - CHEGA DESSA MERDA DE APOSTA. ESTÁ ACABADO. PODEM VOLTAR AO NORMAL. - ela respirou fundo e tentou manter o tom de voz baixo novamente: - Se vocês forem normais...

Tyler e Mike batem as mãos, satisfeitos.

Então era isso.

De repente, Mark se joga da escadinha, caindo de costas no chão. Para qualquer um teria doído, mas não para um Lobo.

—Terminei. - ele disse, contente. - Primeiro.

Thai jogou seu rolinho em cima da barriga dele, frustrado.

—Terminou o que? - questionou Drake, seu braço estava esticado para que ele conseguisse alcançar lá em cima.

—Falta bastante ainda. apontei para as outras três paredes que nos cercavam.

—E do jeito que você pintou mal, vai ter que pintar de novo. - Kaio observou.

Thai pegou o rolinho que jogara em Mark e encheu-o de tinta novamente. Voltou a pintar as outras paredes loucamente. Mark se levantou num pulo e correu para fazer o mesmo que ele.

Nem percebi que todos ficaram parados observando aturdidos tudo aquilo acontecer até que Mike passou na frente de nós, rebolando.

—Sem aposta. Sem aposta. Lá, lá, lá, lá, lá! - ele cantou.

Kluke se aproximou dele e passou o rolinho de tinta na cara dele. Falou com uma voz melodiosa:

—Então para de cantar.


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Notas finais do capítulo

Quero comentários, mas isso vocês já sabem. ;D
Beijooos!
p.s. caso o link não abra, aqui está ele: http://www.youtube.com/watch?v=jjRBz2oWp8E



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