PS: A historia volta apartir do ponto em que o Edward deixa a Bella dormindo e vai falar com Charlie! Voltamos para o PDV-Edward, ok?! 

Boa leitura!

...

Entrei na sala de Charlie sem ao menos bater, ele que estava de cabeça baixa arregalou os olhos quando me viu...

-Edward?- perguntou confuso.

-Como você pode?- eu quase o esganei, seriamente eu estava perturbado depois de tudo o que vi.

-Do que está falando?- ele ainda pergunta!

-Da Bella, da sua filha, aquela que você negligenciou e abandonou nas mãos de um monstro com diploma de medico! Já não basta o que ela sofreu a vida toda?!- ok, eu estava perdendo o controle, precisava me segurar.

-Está falando do Jacob?- perguntou confuso.

-Se esse Jacob for o Dr. Black, sim, estou falando desse filho da mãe.

-Edward, sei que está chateado pelo que ouve, mas... Você não estava aqui no fim de semana, você não viu o que eu vi. -ele levantou-se e veio na minha direção, ele parecia calmo demais para alguém que tinha uma filha naquele estado eu me irritei com isso.

- Não estava aqui por que era minha folga, porem independente disso Isabella é minha paciente, você não tinha o direito de entregá-la nas mãos de outro medico, ainda por cima um tão incompetente!- eu estava quase o agarrando pela gola da camisa.

-Fiquei desesperado, ok? Ela é sua paciente, mas é minha filha. Não sou psiquiatra Dr. Cullen, sou clinico geral e o diretor deste hospital, e mesmo sendo medico não saberia como proceder adequadamente durante a crise de Bella, então o Dr. Black estava por perto e controlou tudo. - ele ficou um pouco bravo e eu fiquei puto!

-Controlou? Controlou? Claro, usar Diazepam* numa seringa para apagá-la é controlar, colocá-la em cárcere dentro de um quarto fechado, é controlar, largá-la sem atenção medica é controlar, amarrá-la ha uma camisa de força é controlar! Diabos Charlie! Ela NÃO É UM ANIMAL! - eu estava sem controle, precisava me acalmar!

-Isso... Isso não aconteceu?!- aquilo foi uma pergunta.

-Você não foi ve-la depois que ha entregou nas mãos daquele sádico?-perguntei incrêdu-lo, ele sacudiu a cabeça negando, eu suspirei pesadamente. Deus!

-Charlie eu encontrei Bella, em péssimo estado agora ha pouco, por Deus não permita mais isso! Se algo assim acontecer novamente juro por Deus, que convoco a junta medica americana e levo este caso ao tribunal de medicina.- falei contido mas a fúria ainda fluía nos meus olhos. Charlie era um homem derrotado naquele momento, me olhou com desespero, sem saber por onde seguir, que caminho trilhar... Bella afinal não era a única que precisava de ajuda, constatei olhando para aquele homem em pânico.

-Dr. Cullen, como farei quando ela tiver outra crise e o Senhor não estiver por perto, ou mesmo que eu o chame, demore á chegar?- ele questionou pesaroso e eu só o olhei fixamente para que ele entendesse bem o que eu iria dizer.

-Charlie você é o pai de Isabella, mas a partir desse momento eu sou o responsável, tudo, absolutamente tudo que diz respeito ha ela, a partir de agora quem toma as decisões sou eu. Não me interessa sua opinião sobre isso, está é minha decisão e se quiser brigar nos tribunais brigaremos, mas eu não vou abrir mão dela! E fique tranqüilo ela não terá mais crises assim, porque jamais voltará a ficar longe de min. Fui claro?!- minha voz já não tremia mais de raiva, e todas as palavras sairam fluentes e cadenciadas para não deixar nenhuma duvida.

-Sim, eu... Desculpe-me, sei que não deveria permitir que outro medico se envolvesse no caso dela, é só que Jacob estava encarregado antes de você chegar e...

-Dr.Swan, chega. O assunto acabou já esta muito claro para min o que aconteceu, claro até demais... Meu advogado virá amanha cedo. - falei prestes a sair de sua sala.

-Advogado?- ele perguntou alarmado.

-Quando falei que Isabella seria responsabilidade minha, eu não brinquei. Quero ser o responsável legal por ela, amanha quando meu advogado chegar com os papeis assine, ou a ficarei grato em denunciar a policia o que acontece por aqui com os pacientes do nível cinco. - eu blefei, eu não tinha nada de concreto pra denunciar, só tive uma leve suspeita de maus tratos, mas eu precisava parecer convincente, e funcionou... Charlie ficou pálido.

-O que?

-Charlie você precisa ser mais... Atento com o hospital que você coordena, meu caro está tão focado em seus próprios problemas que não sabe o que se passa por aqui. Já estamos acertados. Agora minha divida é com outro. - falei abrindo a porta e dei de cara com Leah de olhos arregalados.

-Leah, o que foi?

-Dr. ela... Bella acordou e esta gritando.

Sai correndo não sei se Charlie me seguiu, mas Leah tentava me acompanhar, quando cheguei ao corredor pude ouvir os gritos, entrei em seu quarto e um enfermeiro tentava sedá-la sem muito sucesso.

-Largue isso agora!- gritei com ele que me obedeceu assustado e então Bella me viu, a gritaria cessou e seus olhos se arregalaram, ela ficou parada me olhando em choque e eu me aproximei lentamente, podia ouvir sua respiração arfante, e meu coração acelerado... Tudo ficou silencioso.

-Bella, está tudo bem... Estou aqui. -falei calmamente, queria passar pra ela tranqüilidade. - Ninguém vai te machucar novamente, eu prometo. Esta me ouvindo querida?- ela podia não estar ali, sua mente podia estar em outro lugar, mas para minha surpresa ela levantou uma mão tremula e encostou no meu rosto, então ao mesmo tempo que senti seu toque gelado um calor se alastrou na minha face e ela desabou chorando, meu peito se apertou.

Peguei Bella no colo a arrastei para cama, Leah e o enfermeiro observavam a cena de olhos arregalados, eu fiz uma aceno de cabeça para que eles saíssem.

Bella chorava copiosamente agarrada ao meu jaleco, me puxando contra seu corpo pequeno e frágil, eu a abracei... Talvez não fosse certo, talvez não fosse adequado um medico estar assim com sua paciente, mas naquele momento eu não poderia me importar, porque tudo que realmente importava era ve-la bem. Não sei por quanto tempo ficamos abraçados daquele jeito, mas aos poucos seu choro foi diminuindo e ela levantou a cabeça tocando meu rosto novamente, eu não sei o que ela tinha nas mãos, mas minha pele aquecia instantaneamente diante seu toque, eu só fechei os olhos apreciando o calor.

-Edward. - abri os olhos em choque. Talvez espanto, surpresa e choque. Ela falou meu nome? NÃO! Alucinação minha. Oh meu Deus, como posso tratar de Bella se estou ficando louco?! Olhei em seus lindos e tristes olhos verdes, ela me olhava ansiosa, ela não falou meu nome falou?!

-Bella, anjo... Você falou algo?- perguntei incrédulo.

-Edward. - então ela repetiu e o choque se abateu sobre min novamente, acho que soltei um chiado de surpresa, mas não sei ao certo.

-Bella! - exclamei seu nome exultante - Você falou!- eu não podia estar mais feliz ha quase quatro anos ela não falava, e sua primeira palavra foi meu nome! Não foi Nana ou algo assim. Foi meu nome.

-Edward. - e como um papagaio de repetição ela falou novamente e eu ri em meio a lagrimas que não caíram.

-Oh querida, sim esse é o meu nome e pode repeti-lo quantas vezes quiser!- falei alisando seus enormes cabelos, que só agora soltos e bagunçados pude notar o quanto é cumprido, ela ainda estava no meu colo, com aquela roupa branca horrorosa e um pouco de olheiras, mas ainda assim pude notar pela primeira vez o quanto ela era linda.

-Edward. - ok ela agora falaria meu nome o tempo todo, ri feliz mais uma vez, sua voz era suave, como uma brisa de verão em fim de tarde, acariciava meus ouvidos. - Edward... ve

Ela ia falar mais alguma coisa e eu fiquei na expectativa.

-Fale querida. - incentivei alisando seus cabelos.

-Ve... Veio, Edward veio. Meu amigo. - ela sorriu constatando seu progresso e eu estava me tornando um homem manteiga porque as lagrimas que transbordaram e não caíram dos meus olhos, resolveram descer como enxurrada.

-Oh Bella, minha linda... Doce menina. Sim eu vim. Desculpe por ter ido, isso nunca, nunca, nunca, mais vai acontecer! Eu prometo. -falei bobo olhando pra ela, como um garotinho olharia para seu presente numa manha de natal, e ela sorriu, seu sorriso era lindo.

-Edward bonzinho, veio. - ela falou novamente alisando meu rosto e o sorriso largo estampava minha cara.

-Nem acredito que você esta aqui Bella. Assim na realidade comigo. Você vai ficar bem, eu juro nem que essa seja a única coisa que eu faça na vida eu vou te trazer de volta. - falei beijando sua testa, e ela se aninhou em meu peito.

Bella adormeceu novamente e quando acordou ainda abraçada comigo, parecia muito mais calma, chamei Leah para ajudá-la no banho e ela voltou para o quarto de banho tomado, vestindo calças de pijama lilás e uma camiseta amarela clara, os cabelos que sempre andavam presos agora estavam úmidos presos em uma longa trança e nos pés ela tinha pantufas de patinho. Sorri com a cena ela estava um poço de fofura, deu vontade de apertá-la nos meus braços, mas me contive, Bella voltou pra cama e se sentou me olhando com um sorriso tímido, ela abraçou um travesseiro e continuou a me olhar, sorri de volta e chamei Leah.

-Leah, por favor, vá até a cozinha e peça algumas frutas cortadas em um prato para Bella comer, ela não se alimenta sabe-se la desde quando e eu não quero ve-la fraca, ela assentiu mas antes de sair falou comigo.

-Dr. e quanto ao Dr. Black, o que fará?-perguntou receosa, eu suspirei eu pretendia enfrentá-lo, depois que saísse da sala de Charlie, mas Bella acordou e eu não podia deixá-la.

-Me resolvo com ele depois Leah, não se preocupe. - falei cansado, ela só acenou e saiu. Virei-me para Bella e ela brincava com a ponta da trança.

-Bella?- ela me olhou, fiquei emocionalmente em êxtase, ela estava aqui, depois de uma crise isso era tão bom!

-Edward. - ela falou meu nome e eu ri, era inevitável.

-Querida você esta bem?- perguntei me sentando numa cadeira de frente a sua cama, ela franziu o senho com a minha pergunta e depois me encarou.

-Eu... Bella, eu bem. Onde está Nana?- ela questionou confusa e eu suspirei. Tudo que eu mais queria era tirar aquela boneca de sua vida, a boneca em si era só um brinquedo, mas o que ela significava na cabeça de Bella era muito mais, eu teria calma, mas eu precisava fazê-la se desapegar da boneca, seria um avanço e tanto na sua melhora.

-Nana esta na sua gaveta Bella.-falei olhando para seu rosto delicado.

-Nana abandou Bella.- ela falou com um olhar triste.

-Bella, Nana é uma boneca, bonecas servem para brincarmos e nos fazem companhia de vez em quando, mas só de brincadeirinha, bonecas não nos abandonam porque elas não são como pessoas reais. - falei com muita calma, explicando para ela.

-Não?- ela estava visivelmente confusa- Nana fala comigo, parece tão real. - ela olhou para min.- Eu sou louca, ele tinha razão. - ela sussurrou com os olhos cheios de lagrimas.

-Hey, querida! Você não é louca!- falei pegando sua mão- E quem tinha razão?- perguntei já tendo uma noção de quem foi.

-O medico mal, ele falava que Bella...- ela me olhou e balançou a cabeça- Que eu sou louca.- corrigiu-se.

-Você não é. Acredite. Você esta um pouco confusa, mas louca? Jamais!- falei teatralmente e ela soltou um risinho- Um louco jamais pintaria tão divinamente como você, ou seria tão doce como você querida, não acredite em tudo que te falam. -falei ainda massageado sua mão.

 Então Leah voltou com um pratinho cheio de frutas cortas e Bella devorou sob meu olhar atento.

...

À noite eu mesmo dei a Bella eu calmante fraco, não pra apagá-la só para ela relaxar e dormir, eu queria poder ficar com ela, mas precisava ir para casa resolver mil coisas antes de tomar muitas decisões importantes. Então não me despedi, não queria que ela entrasse em pânico, esperei ela dormir, para poder ir pra casa. Á deixei em sua cama, novamente com Nana e quando passei pela recepção ordenei que Leah fosse à única li dar com ela na minha ausência. Eu não procurei o Dr. Black, bufei ao pensar no nome, cretino. Ele iria ter o que merece, mas eu precisava cuidar da minha Bella primeiro.

Urgh! Quero dizer de Bella minha paciente. Fui pra casa um caco de tão cansado daquela montanha russa emocional. Eu precisava ligar pra meu advogado e conversar com meus pais, céus ainda tinha Alice! Quando voltei pra Forks achei que minha vida se tornaria mais fácil!

 Porem apesar das dores de cabeça e os problemas tudo parecia maravilhoso toda vez que eu encarava os orbes verdes mais bonitos que eu conhecia.

Que pensamento foi esse?

Ha não medico cansado, medico precisando desesperadamente descansar!

Falei ao meu cérebro teimoso.

Diazepam* - É fármaco da família dos benzodiazepínicos, heterocíclico, pó cristalino, usado como ansiolítico, anticonvulsivante, relaxante muscular e sedativo.

PS²: AMANHA NÃO HAVERA POST!