POV Mari

Por um minuto me assustei com o grito de Lola, mas ao olhar pra ela constatei que era apenas Gabi jogando água em Lola e molhando seus óculos escuros Gucci.

–Ah, você vai ver! –Lola pulou da pedra onde eu, Leeh e Luiza estávamos tomando sol em direção ao pequeno lago abaixo da cachoeira.

E então as duas começaram uma guerra “mortífera” de água. Tive a impressão de que elas estavam tentando se matar. Estava apenas contemplando aquela cena cômica quando Niall chegou com nosso almoço.

–Aê cambada! Chegou o rango.

–Onde é que você conseguiu isso hein? –Abaixei meus óculos de sol e olhei para os pratos de cerâmica branca com pedaços de peixe empanado nas mãos de Niall. –A gente não deveria pescar e comem em gravetos?

–Ah, na verdade... É que ninguém queria pescar e nem pegar gravetos, então eu peguei o carro, fui até o restaurante mais próximo e tã-dã! Temos comida.

–Então tá, quem sou eu pra discutir com você... –Me levantei calmamente e andei pela grama até chegar à pequena mesa de piquenique onde Niall havia colocado nossos almoços.

–Hey, alguém me ajuda a levantar? UMA CERTA GABI. –Leeh olhou pra Gabi. –Molhou a pedra toda e agora está escorregando.

–Vem, eu te ajudo. –Luiza se levantou calmamente e depois ajudou Leeh a se levantar também.

As duas se sentaram conosco na minúscula mesinha de madeira enquanto Lola e Gabi ainda tentavam se matar com água.

–Alguém chama as duas criancinhas de sete anos, por favor? –Harry ria da cena.

–Disse o cara que até semana passada achava que tinha superpoderes. –Luiza provocou.

–Enfim... Não precisamos lembrar do passado não é?

–Venham comer, acéfalas! –Gritei

Pouco tempo depois Lola e Gabi saíram da água cantando uma musica que eu conhecia bem. Eu e Gabi costumávamos canta-la quando éramos pequenas. Era ridículo. Eu adoro.

–EU SEI QUE EU SOU BONITA E GOSTOSA! –Elas dançavam, andavam, cantavam e berravam ao mesmo tempo.

–EU SEI QUE VOCÊ ME OLHA E ME QUER! –Me juntei a elas dançando a seu lado. Todos começaram a nos olhar com uma cara de “WTF?”, quando Louis veio correndo e se postou ao lado de Gabi, imitando a coreografia, do jeito mais gay que eu já vi.

–EU SOU UMA FERA DE PELE MACIA, CUIDADO GAROTO EU SOU PERIGOSAA –Niall se juntou ao grupo com um movimento Shakira Muito engraçado. Ele não sabia cantar, mas foi seguindo os movimentos.

–EU TENHO VENENO NO DOCE DA BOCA- Louis pegou Gabi no colo e a colocou encima da mesa, me ajudou a subir, depois Lola e DO NADA, Leeh apareceu com um violão tocando a música e nós cantamos ainda mais alto.

–EU TENHO UM DEMÔNIO GUARDADO NO PEITO- Demos uma rodadinha muito chics enquanto fazíamos os movimentos da coreografia.

–EU TENHO UMA FACA NO BRILHO DOS OLHOS- Louis mexeu o pescoço enquanto passava os dedos em forma de V pelos olhos, e nós acompanhamos.

–EU VOU FAZER VOCÊ FICAR LOUCO- Leeh começou a cantar também – MUITO LOUCO, MUITO LOUCOOOOOOOO

–DENTRO DE MIM – Louis encerrou cantando sozinho com um sotaque muito forte, deixando a letra quase incompreensível, causando gargalhadas mutantes de Gabi, que riu de uma forma tão engraçada, que todos acompanhamos.

Com dificuldade de tanto rir, descemos da mesa, e percebemos que Harry, Liam, Zayn e Luiza fingiam que não nos conheciam.

–HARRY MEU AMOR-Gritou Louis abraçando-o para que todos percebessem que somos amigos. -Por que você não dançou também? Ia ficar muito sexy!- Harry corou e deu um tapa no braço dele.

Nunca me diverti tanto...

(Ok, eu sei que vocês devem estar meio perdidos com essa música então, vejam o vídeo no youtube, é pequeninho: http://www.youtube.com/watch?v=TzVU749xI5w)

–Assim... Eu só acho que vocês tem algum problema mental. –Liam cutucava os pedaços de peixe empanado em seu prato com um garfo de plástico sem a mínima vontade de comê-los.

–É, eu acho que todos nós concordamos. –Luiza nos encarava tentado entender o que estava acontecendo.

POV Leeh

Quando escutei as meninas cantando aquela musica corri pra barraca pra pegar meu violão. Eu amava aquela musica por causa da minha avó. Uma vez ela viajou pro Brasil e aprendeu essa musica lá, e aí ela me ensinou. Foi a primeira musica que eu aprendi a tocar no violão.

Depois da nossa pequena “festa” fomos almoçar e depois cada um foi fazer uma coisa. Louis e Gabi ficaram deitados na grama admirando as nuvens, Lola e Liam foram dar uma volta pela floresta, Zayn e Luiza foram pra cachoeira, Harry foi pra barraca, Niall foi atirar pedras em um lago, Mari foi ler um livro perto do lago onde Niall estava e eu me sentei embaixo de uma árvore qualquer e fui tocar um pouco de violão.

De onde eu estava podia ver Niall brincando com algumas pedras e depois atirando-as no lago e Mari completamente concentrada em seu livro. Comecei a tocar a primeira musica que me veio a cabeça, que por acaso era “Skyscraper” da Demi Lovato até que de repente Niall se sentou ao meu lado.

–Nossa, você toca muito bem!

–Obrigada... –Senti minhas bochechas corarem.

–Vou te ensinar uma música nova. –Ele pegou meu violão e começou a tocar uma musica que ele havia composto. Eu adorava aquela musica mas sempre tive preguiça de aprender a tocar.

You're insecure
Don't know what for
You're turning heads when you walk through the door
Don't need make-up
To cover up
Being the way that you are is enough

Everyone else in the room can see it
Everyone else but you

Pov Luiza

Depois do almoço Zayn me levou pra dar uma volta pela cachoeira, ela realmente linda e a queda d’água era enorme. A água era tão clara como um cristal. Ao invés de ficarmos na beirada da cachoeira conversando ele me levou pra um lugar atrás da queda d’água. Era como uma caverna. Seu interior tinha paredes pretas, cheias de pontinhos brilhantes que aparentavam ser pequenos pedacinhos de pedras preciosas.

–E aí, gostou? –Zayn se aproximou de mim.

–Aqui é lindo. –Respondi rolando meus olhos por todo o ambiente.

–Que nem você. –Ele se aproximou de mim. –Já disse que eu te amo hoje?

–Hm, não...

–Eu te amo.

–Eu te amo mais. –O puxei pra mais perto de mim e o beijei. Ficamos ali, juntos, só observando a cachoeira, os peixes nadando calmamente e as pedras que descansavam no fundo do lago.

POV Harry

Depois do almoço resolvi cochilar um pouco em uma das barracas. Não consegui dormir por muito tempo, era desconfortável demais dormir em um saco-de-dormir. Me levantei e decidi dar uma volta por aí, pensar, assustar algum pato, sei lá. Fui andando por aí, meio sem rumo até que avistei Mari, com os pés mergulhados em um lago, lendo um livro qualquer. Caminhei até ela pra conversarmos um pouco. Nós éramos os únicos solteiros dali, e ela era maravilhosa, além de engraçada e simpática. Eu me perdia naqueles cachos negros tão definidos e em seus olhos grandes, castanhos e marcantes.

–Oi senhorita intelectual. –Me sentei ao seu lado fazendo com que ela levasse um susto.

–Meu Deus Harry, você me assustou. –Ela fechou seu livro e o colocou ao lado de seu celular.

–Desculpe... Só queria conversar.

–Ah, oi cachinhos!

–Oi cachinhos negros. –Ela riu. –Tava lendo o que?

–Ah, um livro sobre uma menina que viaja pra França e encontra o amor da vida dela.

–Hm, parece bom. –Menti. Sempre odiei ler.

Ficamos um tempo conversando sobre livros, lagos, peixes, acampamentos, casais e tudo o que nos veio a cabeça. Mari é uma pessoa incrível, sempre sabe o que dizer, tem um ótimo papo, é linda, inteligente... PARA HARRY!

POV Louis

Eu e minha pequena Gabi estávamos deitados na grama admirando as poucas e claras nuvens que cruzavam o lindo céu azul da Irlanda. Ela estava encostada em meu peitoral e eu estava brincando com seus cabelos, como de costume.

–Olha, aquela parece um dinossauro. –Apontei para uma nuvem que realmente se parecia com um mini-dinossauro.

–Hmm... Acho que tá mais pra rinoceronte.

–Ah, é quase a mesma coisa.

–Rinocerontes são dinossauros Lou? –Ela olhava pro céu com um olhar pensativo, como se buscasse a respostar pra algum problema.

–Não que eu saiba amor... Depois você pergunta pra Mari, ela deve saber.

–É, depois eu pergunto.

–Que foi, tá triste? –Perguntei sem desgrudar meus olhos dela.

–Não... só pensando.

–Em quê?

–No quanto eu te amo... Sei lá, parece que é meio impossível amar alguém tanto assim, sabe? Eu pensei que eu nunca ia sentir essa coisa que as pessoas chamam de “amor” e dizem ser tão forte. Agora eu posso ver que elas não estavam mentindo. –Ela desviou seu olhar pra mim.

Não respondi nada e apenas a beijei e a envolvi em meus braços. Ela não costumava ser poética assim, quando ela falava alguma coisa mais romântica ela estava sendo completamente sincera, e eu fiquei feliz em saber que não era só eu que me sentia assim.

POV Liam

Estava andando pela floresta com minha lindinha quando nos deparamos com um pequeno rio, fundo o bastante pra nadar. Estava um calor insuportável e nós resolvemos entrar “só pra ver como a água estava”. Como nenhum de nós queria voltar até as barracas pra pegar roupas de banho, nadamos de roupa mesmo. A água estava fria, mas o dia estava quente, então a água estava perfeita. Os peixes nadavam entre nossas pernas e algas roçavam em nossos pés.

–Para Liam! –Lola ria e tentava me empurrar pra longe me impedindo de fazer cosquinhas em sua barriga.

–Não! –Continuei a irritando

–Liam! –Ela mergulhou, e eu a segui.

Nos encaramos por alguns segundos e depois nos beijamos, mesmo com a água doce do rio nos atrapalhando. Já havia a beijado na chuva, numa roda gigante, embaixo d’água... Onde mais faltava? Voltamos à superfície antes que ficássemos sem ar e ficamos brincando de pega-pega aquático.

POV Gabi

Fiquei o dia todo observando as nuvens com Louis até que o céu ensolarado foi substituído por um céu escuro com várias estrelas.

–Vamos pra barraca? Está frio. –Disse tentando encontrar a constelação do meu signo.

–Vamos. –Nós nos levantamos e fomos andando até a barraca.

Pegamos dois colchões e os ajeitamos dentro da pequena barraca do jeito que deu. Era por isso que eu odiava acampar. Nos deitamos e ficamos vendo a sombra dos vagalumes voando felizes por aí e escutando o barulho da chuva que começava a cair.

–E aí, quer jogar algum jogo Eleanor?

–Eleanor? –Eu me desvencilhei de seu abraço. –Sua ex-namorada?! Então você ainda pensa nela? Eu só uma distração pra você esquecer ela? É isso Louis?

–Não Gabi... Não é nada disso. –Ele tentou segurar meu braço.

–Eu já entendi Louis. –Puxei meu braço e saí mais do que irritada da barraca. A chuva havia piorado e vários raios caiam em um local não muito longe de onde eu estava. Saí correndo por aí até perder a barraca de vista, pra evitar que Louis me procurasse. Quando cheguei em um lago parei um pouco e fiquei sentindo a chuva me molhar, desejando que nada daquilo tivesse acontecido... A última coisa que eu queria era perder o Louis. Ele era a coisa mais importante do mundo pra mim. Olhei em volta, tentando me identificar, mas a única coisa que vi foi um raio atingindo uma árvore há 5ms de distância de mim. Olhei pra trás novamente e vi Louis correndo em minha direção. Um raio caiu bem a minha frente. Pouco a pouco eu ficava mais assustada. Eu morria de medo de chuva e de raios, e lá estava eu, perto de um lago, na chuva, vendo raios caírem diante dos meus olhos.

–Gabi, eu posso explicar o que aconteceu?

–Não! –Eu gritei e me encolhi em um canto com medo dos raios.

Ele ignorou minha resposta, veio até mim, e me abraçou.

–Sabe por que eu te chamei de Eleanor? Eu vou te contar tudo. –Ele fez uma longa pausa, suspirou e prosseguiu. –Porque hoje mais cedo ela me ligou. Disse que queria me ver de novo, que estava com saudades... Não consegui tirar aquilo da minha cabeça. E sabe por quê? Por que eu fico pensando como alguém pode sertão idiota. Como ela pode achar que eu ia te trocar? E quando eu falei aquilo eu estava pensando nisso. Estava pensando que eu nunca te trocaria. Por nada no mundo.

–Nem pela Megan Fox?

–Não. Nunca.

–Hm... Então tá, tudo bem.

Ele me puxou pra mais perto e me beijou. A chuva respingava sobre minhas costas e os raios caiam constantemente.

–Ótimo, agora vamos voltar antes que você morra de medo desses raios.

Nós voltamos correndo pra barraca, trocamos de roupa, pegamos dois cobertores e ficamos lá, conversando debaixo das cobertas.

–Ótimo, agora vamos voltar antes que você morra de medo desses raios.

Nós voltamos correndo pra barraca, trocamos de roupa, pegamos dois cobertores e ficamos lá, conversando debaixo das cobertas.