E aqui estou eu em uma cidadezinha dos Estados Unidos com um sátiro perdido procurando três semideuses. A propósito, meu nome é Annie Sharon, tenho 14 anos e sou filha de Hades. Sim, Hades, o deus dos mortos. Sou uma semideusa e descobri isso verão passado. Dois dias atrás me mandaram para cá ajudar um sátiro (Metade homem metade bode) a levar três garotos que tem tudo para serem semideuses também.

–Podemos parar para tomar um suco?Dizem que aqui tem o melhor suco do estado! - Olhei para Daniel tediosamente.

–Certo. - Respondi apenas.

Entramos na loja e encontramos... Um garoto tentando afastar uma dracaenae com um rodo. Eu poderia rir, mas este não era o momento. Dei um tapa no meu bracelete e uma luz arroxeada surgiu nas minhas costas, revelando minha foice, Πένθος Αστέρων, ou se preferir, Estrela de Luto. Agarrei minha foice e desferi um golpe no monstro que nem notou minha presença, transformando-o em cinzas.

–Você está bem? - Perguntou Daniel. Só então notei os mortais ali. Tinha cerca de oito pessoas, contando os poucos funcionários, e todos nos olhavam assustados. Não sei o que viram, mas também não queria saber. Puxei os dois para fora do estabelecimento e fomos para a esquina da rua.

–Estou. - O garoto respondeu. Tinha cabelos castanho-escuros e olhos verdes. - O que era aquela--

–Uma dracaenae. - Cortei. - Qual seu nome?

–Johan. E o que é essa coisa? - Perguntou novamente. Eu suspirei.

–Johan, você sabe sobre os deuses gregos e tudo mais? - Ele assentiu. - Pois é, tudo aquilo é verdade. E você é um semideus, ou seja, filho de um deus.

–Legal. E de que deus sou filho?

–Não, não é legal. - Mais um suspiro. - E não sabemos, mas logo você será reconhecido por seu pai ou mãe. Diga-me, Johan... Você conhece sua mãe ou seu pai?

–Não conheci minha mãe. - Falou pensativo.

–Hm... - Falei apenas.

–E quem são vocês?

–Eu sou Daniel, um sátiro. E esta é Annie, filha de Hades. - Notei ele olhando para mim de um modo estranho. Ótimo, mais um!

–Por que os humanos não me ajudaram a matar o monstro ou algo do tipo?

Parei de prestar atenção na conversa e me sentei ali no chão mesmo, os dois fizeram o mesmo. Não iríamos atrapalhar as pessoas que estavam passando ali, já que a calçada era bem larga. Depois de um tempo decidi prestar um pouco de atenção no que ele falava...

–Vou falar com um colega meu. Ele tem os mesmos problemas que eu, e...

–Você acha que ele também é um de nós. - Chutei.

–Pare de me interromper! - Resmungou. - Sim, é isso.

–Então não conte nada para ele. Simplesmente traga-o até mim e farei um teste. - Ordenei.

–Sim senhora. - Ironizou.

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São 05h30min, acordo muito cedo porque é o primeiro dia de aula, verei velhos amigos e espero fazer novos. Estou com muitas saudades de Johan, ele é meu melhor amigo e passou as férias fora dos Estados Unidos, foi para o Canadá. Ele tem os mesmos problemas que eu, e sempre me ajudou a fugir de confusões, o que é bem dificil.

–Petter é você? – Perguntou minha mãe.

–Sim mãe. – Respondo

–Daqui a pouco vá para o mercado comprar pão.

–Ok. Só vou escovar os dentes e por outra roupa.

Sai de casa, está muito frio lá fora neste momento. Eu andava lentamente quando de repente escuto uma voz.

–Cuidado, eles estão atrás de você.

–O que?
Olhei para trás, mas não vi ninguém. Cheguei ao mercado, comprei as coisas que minha mãe pediu e voltei para casa pensando nessa voz. Será que estou ficando louco?

Ao chegar em casa percebo que meu uniforme está pronto: Havia uma calça azul, blusa branca, um colete e um recado.

"Já passei seu uniforme, sua comida está na mesa e o dinheiro para a escola está na mesa do lado da TV. Beijos."

Saio de casa e ando calmamente, até que de repente escuto novamente a voz.

–Cuidado, eles estão atrás de você.

Começo a ficar com medo e acelero os passos, finalmente chegando na casa de Johan.

–Estamos atrasados.

–Vamos logo. - Revirou os olhos.
Saímos às presas da casa de Johan e chegamos na escola. O sinal já havia batido e todos os alunos já haviam entrado nas salas.

–Nossa cara nós estamos ferrados. -Comentou.

–Estamos mesmo.

–Preciso falar uma coisa para você...

–O que é?

–Eu... - Viramos o corredor e nos deparamos com uma garota loira roubando um dos armários da escola, corremos para tentar impedir.

–Ei você! O que está fazendo?

Ela começou a correr, mas antes que pudesse virar o corredor, uma adorável menina de aparência infantil, cabelos loiros cacheados e sardas no rosto apareceu.

–Vamos brincar, semideuses. - Riu.