POV THALIA
Na volta para casa Nico foi dirigindo meu carro, e eu me lembro de uns poucos flashes do caminho, já que segundo ele, eu dormi a maior parte. Me lembro de ter saído do carro, mas não de ter subido o elevador e ter chegado no chuveiro, onde agora água fria escorria pelo meu corpo inteiro.
-Acordou? - Nico perguntou me estendendo uma toalha e desligando a água fria.
-Ahn... Acho que sim... Como eu cheguei aqui mesmo? - Ele estorou em uma gargalhada e eu fiquei olhando com cara de cu para ele. Ele me ajudou a ficar de pé, e saiu do quarto, dizendo que ia se arrumar para dormir. Eu coloquei um moletom e calças soltas e confortáveis para dormir, bem velhas. Sequei o cabelo apenas com a toalha e fui até a cozinha para pegar um copo de água. Fiquei pensando nele, sua silhueta alta, magra, mas forte. Os cabelos negros, os olhos que me hipnotizam... Eu queria negar, mas aquilo já estava se tornando ridículo, eu gostava mesmo dele. Mas não, ele provavelmente nem reparava em mim. Então porque todo aquele cuidado? Talvez porque eu fosse apenas a irmãzinha do amigo. Ugh, que ódio. Eu não queria gostar dele, e eu ia parar com essa besteira, agora.
-Ai jesuis misericórdia!- Ele berrou quando nos encontramos no corredor - Que susto menina, você não faz barulho quando você anda... - Ele disse, enquanto eu me dobrava de dar risada, colocando a mão no coração que deveria estar acelerado.
-Você é muito doido Nico - Disse quando consegui recuperar o fôlego.
-Eu também te amo. - Ele fez uma cara de deboche, quando percebeu o que havia falado.
-O quê? - Eu o olhava incrédula. -Você me ama...?
-Er... Não..Quer dizer... Hum...é... - Fiz com que ele se calasse com um beijo, que durou poucos segundos.
-Eu também gosto de você. - Ele corou, o que provavelmente também aconteceu comigo. Ele quis retomar o beijo, eu permiti por apenas um certo tempo. Depois falei interrompendo o nosso contato
-Mas amanhã a gente resolve isso, eu realmente preciso ir dormir. - Eu já ia saindo, quando ele me segurou pela mão e me puxando para outro beijo, dessa vez mais forte. Acabei derrubando o copo que por sorte era daqueles de plástico reforçado. Seus lábios tinham um gosto peculiar, o qual eu não sabia identificar. Sua língua passeava por todos os cantos da minha boca, explorando-a, me fazendo perder o fôlego com aquele balé inusitado e exclusivo para mim. Minhas mãos foram para os fios macios de seu cabelo, enquanto suas mãos iam para minha bunda. Deixei que ele chegasse até lá e me içasse para seu colo. Passei minhas pernas por sua cintura e para recuperar o fôlego, desci meus beijos para seu pescoço e para o lóbulo de sua orelha. Ele me carregou até o quarto ainda me beijando. Então pouco antes de me colocar na cama, cortou o beijo, me cobriu, beijou minha testa e apagou as luzes.
-Boa noite Thalia.
-Boa noite Nico.
POV ANNABETH
Acordei com o sol no meu rosto, eram por volta das 10 horas da manhã. Demorei alguns segundos para perceber o meu envolta, já que uma forte dor martelava minha cabeça. Quando tive coragem de abrir os olhos, percebi um Percy babando no colchão, minha cabeça estava apoiada em seu peitoral musculoso, e ambos estávamos nus, cobertos com apenas um lençol. Me assustei e levantei meio rápido demais, me sentindo meio tonta fui até meu armário e peguei um roupão branco e vesti uma calcinha. Com minha movimentação acordei Percy, que assim que me viu me sentanda na cama, se sentou também, me abraçou pela cintura comigo de costas e sussurrou no meu ouvido
-Bom dia...
Me arrepiei ao som de sua voz e de seu hálito quente.
-Bom dia... - Eu disse me virando para ele e dando um beijo em sua bochecha. Ele fez cara de desapontado e perguntou.
-Só aqui que eu ganho? - Ele então se inclinou e me deu um selinho - Como você está?
-Com uma dor de cabeça terrível... - Fiz um muxoxo enquanto ele ria. - Vou pegar umas aspirinas, já venho.
-Vem logo - Disse ele se deitando na cama novamente - A cama fica fria sem você.
Corei violentamente, me lembrando da nossa noite. Tomei as aspirinas e voltei, me deitando ao seu lado. Ele já vestia sua cueca. Deitei minha cabeça em seu peito e ele passou a acariciar minhas madeixas com uma mão, enquanto a outra repousava atrás de sua cabeça. Já uma das minhas mãos se encontravam no seu pescoço e a outra percorrendo os músculos do seu abdômen.
-Então nós fizemos tudo aquilo né? - Perguntei ainda meio chocada comigo mesma.
-Ahã.- Ele se limitou a concordar.
-Para valer.
-Para valer.
-E mesmo sabendo que eu estava bêbada você me deixou continuar?
-Você me provocou, eu não tive escolha a não ser ceder aos seus desejos! - Demos risada e ficamos nessa espécie de bolha.
- Mas eu tenho que admitir, que para uma iniciante, você se saiu extremamente bem... Melhor dizendo fodasticamente bem. - Corei muito e dei risada junto com ele.
-Vem, eu to com fome, vou preparar nosso café da manhã.
Me levantei de um salto só, fui até a cozinha, separei os ingredientes e fiz café, panquecas, ovos e bacon, suco de laranja e ainda cortei algumas frutas.
-Humm... Que cheiro bom.- Disse Percy entrando na cozinha vestindo shorts de ginástica, uma camiseta simples branca. Ele se postou atrás de mim, cheirou meus cabelos e beijou de leve meu pescoço, aquilo me ascendeu, e para não cair em tentação pedi que ficasse olhando os ovos por dois minutos enquanto eu colocava uma roupa. Coloquei chinelos de dedo, shorts jeans curtos e uma camiseta velha. Servi nosso café e comemos em um silêncio agradável, trocamos olhares, ele acariciava minha mão de vez em quando e sorríamos, aquele sorriso de "tive-uma-noite-de-sexo-fantástica-ontem-à-noite". Ele me ajudou a tirar e a lavar a louça.
-Então, o que você quer fazer hoje?- Ele me perguntou
-Bom, eu tava precisando fazer umas comprinhas, conheço umas lojas muito legais um pouco fora do centro... E a gente podia também ver seu violão lá no shopping e... Ai não... Eu marquei de sair com o Luke - Me lembrei de repente, olhei para ele, que estava visivelmente abatido, mas disse:
-Não tem problema, eu também marquei de sair com a Rachel... - Aquela filha-da-mãe. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa ele completou - Mas eu prefiro ficar com você, vou desmarcar com ela.
Ele saiu à procura do telefone, e fiz o mesmo. Dei a desculpa à Luke dizendo que tinha comido algo estragado e não estava bem. Ele disse que entendia, e que devíamos ficar de marcar.
-Então, o que falou para ela?
-Disse que tinha uma colega de quarto gostosa pra cuidar - Ele disse com um sorriso malicioso. Corei forte e bati em seu braço. Demos risada e ele desconversou. - Agora o que acha de irmos nos arrumar para eu poder pegar meu violão?
Fui até meu quarto e troquei apenas de camiseta. Ela tinha alguns detalhes em roxo e era inteira branca. Encontrei com ele na sala com uma bermuda xadrez e uma camiseta preta com gola em V. Ele segurou minha mão e fomos até o carro assim. Ele soltou da minha mão para dirigir, deixando um vazio gelado nela.
-Annie, como nós ficamos agora? - Ele me encarou quando paramos em um farol.- Quero dizer, é algo um pouco mais sério porque a gente transou, mas é... Como posso dizer? - Ele parecia preocupado em continuar.
-A gente só está ficando, poderíamos ir um pouco mais devagar, afinal aquilo foi meio de repente e inusitado, mas se você estiver disposto podemos ver onde mais isso nos leva.
Ele sorriu, segurou na minha mão e a beijou
- Eu estou mais que disposto.
Seguimos conversando amenidades até o shopping para pegar o violão dele.
Assim que saímos do shopping, deixamos o violão no carro e eu sugeri que fossemos até as lojinhas à pé. Caminhávamos lado a lado, sua mão roçando na minha, até que ele resolveu segurá-la de verdade.
-Uau, direito a mão dada e tudo hein? - Brinquei.
-Pois é, eu sou muito fofo e você pode ser... Muito bonita. - Ele olhou para min com seus olhos brilhantes e aquele sorriso tonto que ele fazia de quando não estava falando sério.
-Pode ser?! Ah tá certo e você pode ser muito gostoso. - Sussurrei em seu ouvido. Meu deus, de onde você veio e o que fez com a velha Annabeth? Pensei comigo mesma.
-Annie, em público eu quero você se comportando bem.
-E em casa?
-Mal, muito, muito mal. - Ambos rimos e continuamos conversando até chegar na loja. Ele se desconectou de mim e se sentou em uma poltrona. O olhar de várias mulheres na loja e até um homem pousaram em cima dele, e senti um pouco de inveja. Escolhi algumas roupas para experimentar, logo logo estaríamos entrando no inverno, época que costumava chover mais e a temperatura diminuir. Provei todas as roupas, e conforme ia experimentando ia até Percy para pedir sua opinião. Ele ás vezes só sorria fazendo cara de encantado, mas quando experimentei um vestido mais curto ele se levantou, segurou minha mão e me girou no lugar e sussurrou ao meu ouvido:
-Você está me deixando duro...
Corei e dei risada para disfarçar.
- Eu quero te levar para dançar, hoje, deixa?
-Claro, com uma condição.
-Qual é?
-Sem bebidas.
Ambos rimos e eu terminei minhas compras. Hoje a noite seria boa também, talvez não melhor que a anterior...