Um Mistério Chamado Amor escrita por GabiCullenRock


Capítulo 9
Capítulo 9 - Torpor


Notas iniciais do capítulo

Dessa vez eu demorei mesmo, me desculpem, mas aí está mais um capítulo e nesse eu caprichei. Ficou bem grande e eu tenho certeza que vocês vão gostar!
Vou indicar umas músicas pra vcs ouvirem enquanto lerem, pois eu as ouvi enquanto escrevi e realmente me inspiraram muito.
Algumas que eu ouvi:
Evanescence - My immortal
Evanescence - Lithium
Evanescence - Bring me to Life
Evanescence - Everybody's fool
Coldplay - Yellow
Maroon 5 - She will be loved
Bon Jovi -Always
Avenged sevenfold - seize the day
Nossa eu não imaginei que seriam tantas! Escolham as que quiserem e boa leitura, bjs



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PDV. Edward.

         O sábado se arrastou. Eu sempre amei os fins de semana e agora pela primeira vez na vida eu estava ansioso para que o fim de semana terminasse e que a segunda chegasse logo. Queria ir pra aula. Senti-me maluco. Eu estava maluco. Bella me deixava maluco. Eu precisava vê-la de novo, encontrá-la. Precisava saber que Bella se ela estava bem.

         A noite chegou e tudo o que eu mais queria era que terminasse. Eu sempre saia nas noites de sábado, então às oito horas o meu celular começou a tocar. Peguei e atendi. Era o Emmett.

         -O que você quer Emmett?

          -Que jeito gentil de cumprimentar um amigo – brincou Emmett.

         -Ta, o que você quer? – falei, revirando os olhos.

         -Hoje é sábado! Vamos sair, cara.

         -Não tô afim hoje – respondi. Ouvi Emmett bufar.

         -É aquela Vampira gótica né? Vê se esquece ela e curte um pouco a noite.

          Respirei fundo e engoli os insultos de Emmett, tentando não manda-lo pastar ou coisa pior. Não entendi porque os insultos dele me atingiam tão fortemente como se ele estivesse xingando a mim e não a ela.

        -Não tem nada a ver com a Bella – enfatizei o nome dela para ele. – Só não quero sair.

        -Vem curtir a noite e o fim de semana e deixa de frescura cara. Você ta muito deprê, tem que se divertir também, além disso...

        -Está bem, Emmett! Eu saio! – me rendi. Emmett sabia deixar qualquer um maluco.

        Arrumei-me rapidinho e fiquei pronto para sair. Peguei meu carro e encontrei o Emmett no centro da cidade. Fomos a pé procurar um bom lugar para irmos. Uma boa balada ou festinha. Jasper e Alice tinham saído a dois, então estávamos só nós dois. Encontramos alguns amigos no caminho, mas tomamos caminhos separados.

         -Aonde vamos Emmett? – perguntei pra ele com a voz arrastada. Eu estava sem a menor vontade de sair, dançar, beber ou namorar. Pelo menos sem vontade de namorar outra garota que não fosse a Bella.

            -Tem um lugar muito legal que eu conheço – ele respondeu animado, me guiando por entre as ruas e os becos escuros. As ruas não estavam desertas e sim, cheias de adolescentes e jovens. As chamadas “Tribos” estavam por todos os lados. Tinham alguns que riam e se divertiam, outros que namoravam e brincavam, alguns que choravam e outros que estragavam sua vida. Como por exemplo, um grupo de garotos que fumava e cheirava drogas em um canto. Desses eu mantive uma distância enorme.

           Emmett parou em frente a um pub. Dentro do lugar eu via luzes roxas e gente dançando. Me senti enjoado só em pensar em dançar e na barulheira que estava a música lá dentro. Entramos no lugar e nem cinco minutos se passaram eu já estava tonto. Enquanto Emmett dançava animado no meio da pista de dança eu me sentei em uma cadeira e coloquei minha cabeça entre as mãos.

           -O que aconteceu, gatinho? – uma voz açucarada me chamou. Levantei a cabeça e deparei com uma mulher alta e loira que parecia uns dois ou três anos mais velha do que eu. – Meu nome é Tânia. – ela se apresentou esticando a mão. Eu até beijaria a mão da garota, mas não em um dia como esse. Eu nem me lembrava de boas maneiras. Apertei a mão da garota. – Edward. – Me apresentei e demorei a perceber o quanto minha voz soou fria.

           -Me desculpe os maus modos. Sente-se Tânia – Falei puxando a cadeira ao meu lado para que ela sentasse. Tânia sentou-se com um sorriso no rosto claro e liso. Ela era muito bonita.

          -Você estava triste? – perguntou ela colocando a mão em cima da minha e sorrindo gentilmente.

         -Não, só cansado – respondi e tentei retribuir o sorriso.

         -Então não deve querer dançar – perguntou ela.

         -Não, não agora – respondi.

            -Mas beber alguma coisa lhe faria bem – ela propôs com um sorriso luminoso para mim. Como eu queria um sorriso desses no rosto de Bella.
            -É eu acho que faria bem, sim. – concordei, rindo.

          Tânia chamou o garçom e pediu duas bebidas que eu não ouvi quais eram. Os drinks chegaram e eu bebi com vontade, enquanto conversava com Tânia. Depois de algum tempo percebi que a bebida que ela pediu era forte e que eu já estava ficando alto. Mal percebi e Tânia já tinha pedido outro drink e eu já estava bebendo. Mal me dei conta e já estava dançando com ela na pista. Era uma música rápida e eu e ela dançávamos em um ritmo veloz. Tânia meio que me agarrava e eu não fazia nada para que ela me soltasse. Pouco tempo se passou e a língua dela já estava na minha boca.

        A única coisa que passou pela minha cabeça quando isso aconteceu foi... Bella. Eu queria que fosse ela que estivesse ali, agarrada em mim, me beijando e que o gosto daquela boca fosse dela. Senti nojo de mim e me desvencilhei de Tânia. Ela insistiu, mas eu a mantive longe.

        -Qual o seu problema? – ela perguntou irritada.

        -Eu amo outra pessoa – respondi com sinceridade, sem me preocupar se a estava magoando ou não. Eu sou realmente um monstro. – Sinto muito.

        -Uma pessoa que nem está aqui com você – rebateu ela, rindo da minha cara com raiva.

       -Tem razão, Tânia. Ela não está aqui... e nem eu devia estar – falei e me virei para ir embora. Me senti muito pior do que me sentia de tarde e senti raiva de Emmett por ter me metido nesse lugar. Saí do pub e caminhei pela rua batendo o pé com raiva e ódio de tudo e de todos, mas principalmente de mim.

         Entrei em um beco e vi os caras que se drogavam e senti vontade de sacudi-los e gritar para eles dizendo que estavam estragando suas vidas e destruindo a de seus pais e amigos. Meio que me aproximei alguns metros e vi algo que me desequilibrou. Eu meio que caí. Me segurei na parede e me afoguei na dor e na tristeza, mas principalmente na decepção. Bella estava ali. Estava de pé em frente aos jovens que estavam sentados. Ela falava com eles e tinha uma aparência diferente de todas que eu a vira. Ainda usava as roupas pretas dessa manhã, mas agora elas estavam amarrotadas, seus cabelos estavam emaranhados, mas o pior era o seu rosto. Seus olhos mantinham olheiras ainda mais fundas, ela suava e os olhos estavam meio caídos, sem vida. Carregavam só tristeza e dor.

       Um dos adolescentes lhe entregou algo. Parecia um cigarro de maconha. Eu corri na sua direção. Dei um tapa na mão dela, derrubando o cigarro. Ficamos frente a frente e eu a encarei. Senti um misto de raiva e tristeza. Ela me olhava de uma maneira mista também. Além de todos os sentimentos que seus olhos carregavam, agora eles traziam vergonha, rendição e ainda mais tristeza. Eu agarrei o braço dela.

        -O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO, BELLA? – berrei sacudindo-a, sem me importar com a grosseria. – ESTRAGANDO SUA VIDA? -  me virei para os rapazes que nos observavam.

        -Nunca mais dêem nada para ela de novo ou eu... eu acabo com vocês! – berrei pra eles com raiva. Um deles se levantou e me encarou.

       -Qual é moleque, está se achando? Vendemos o que quisermos para quem quisermos – ele respondeu, bruscamente. Senti minha mão formigando de vontade de quebrar a cara dele.

       -Não vão estragar a vida da Bella! – berrei desesperado e dei um soco na cara do jovem, nem três segundos se passaram e ele me devolveu o soco com a força triplicada. Eu caí no chão e todos se levantaram. Senti gosto de sangue na boca.

       -Deixe o garoto – um deles disse para o cara que me bateu. – ele ainda não entendeu. – O cara me puxou e me levantou e me virou para Bella que observava tudo apavorada e desesperada.

      -O que você vê no rosto dela, garoto? – o cara me sacudiu. – O rosto dela carrega sofrimento. O que ela precisa é se entorpecer. É o que ela quer! Nada que você fizer vai mudar a vontade dela. Então, desista e pare de se machucar e de aumentar o sofrimento dela! – O cara me largou. Me virei para ele.

      -Essa coisa é que vai aumentar o sofrimento dela e o meu também. Isso vai estragar a vida dela, assim como estragou a de vocês!

       Agarrei Bella pelo braço e a afastei daqueles caras. Eu não me importei se a estava machucando ou não, só o que eu queria era tirá-la dali. Eu ouvi murmúrios de reprovação as minhas costas, mas não me importei nem um pouco. Só puxava Bella com violência. A levei até uma rua deserta, onde tinha um banco e a joguei ali, enquanto isso eu chutava tudo. De preferência pedras para que me machucasse. Eu estava enlouquecendo. Chutei um banco de pedra e senti meu pé ardendo e doendo, mas não parei de chutar. Isso aumentava minha dor física, mas diminuía a dor de meu coração eu não conseguia mais lembrar dos meus sentimentos, só me lembrava de que precisava me machucar para que doesse menos.

       Estava em meio a esse torpor, quando senti uma mão puxando meu braço. Pensei que fosse um daqueles caras me incomodando ainda mais, me virei para dar uma cotovelada na cara deles, mas parei no meio do movimento ao perceber que era a mão delicada de Bella que me puxava.

       -Edward, pare de se machucar – ela murmurou com a voz rouca, mas o tom de sua voz era a de imploro. Ela estava implorando. – Por favor.

       Parei de chutar e me virei para ela e senti todas as emoções me invadindo de novo. Senti dor, raiva, amor e tristeza. Tudo misturado. Dava-me tontura. Me afastei da menina que eu amava e que me causava todas essas emoções e me joguei no banco e coloquei as mãos em frente ao rosto enquanto a dor me invadia. Eu chorava, eu gritava. Ouvi Bella se sentando ao meu lado e senti quando ela agarrou minha mão. Ela chorou também, ela gritou também. Quem passasse diria que éramos loucos. E éramos mesmo loucos. Bella me abraçou e eu senti seus braços quentes me envolvendo. Agora o meu pé doía de verdade e eu percebi que foi mesmo muito idiota da minha parte chutar o banco de pedra.

       Lentamente me virei para Bella e vi seu rosto vermelho e que estava ainda mais sofrido, mas que agora havia recuperado a vida. Como se ela tivesse retornado ao mundo real.

       -M-me desculpe, E-Edward... – ela pedia, com a voz rouca em meio aos soluços.

       Demorei algum tempo para falar com ela. Eu não queria ouvir explicações, eu já havia visto tudo com meus próprios olhos. Só o que consegui dizer foi:

       -Por que, Bella? Porque você fez aquilo? – mal comecei a falar, comecei a gritar – Queria estragar a sua vida? – berrei. Eu esperava tudo de Bella, desculpas, fuga, arrependimento, mas menos reação. Não imaginei que ela fosse brigar comigo ou se defender. Eu pensei que ela estava se odiando por ter feito aquilo.

      -Estragar o que, Edward? Não posso estragar algo que já está estragado! Você não me conhece! Não sabe nada sobre mim! E é pra ser assim! Você não tem que me conhecer! Pare para pensar por alguns minutos e vai perceber que nem quer mais me conhecer! – agora ela voltou a chorar ainda mais do que antes.

     Eu não senti vontade de dizer nada, só de abraçá-la. Ela não lutou, só fez o mesmo que eu. Chorou, se engasgou e sentiu dor. Fiquei assim por muito tempo, talvez mais do que horas, mas depois retomei a conversa.

       -Está enganada.

         Ela se virou pra mim sem entender e me fitou por trás daqueles olhos cor de chocolate que escondiam tantos segredos.

         -Está enganada – repeti. – Eu não vou te abandonar. Eu te amo, Bella. Você é tudo para mim e só o que importa. Eu não quero que destrua sua vida. Tudo bem, se ela está estragada. Eu irei consertá-la pra você, só me deixe fazer isso. Não posso deixar que você a destrua. – Me aproximei de seu rosto e a beijei a sua testa. – Eu te amo – repeti.

        Bella me olhou de maneira triste e depois sorriu. O sorriso dela carregava muitos sentimentos e coisas. Amor, tristeza, mistério, dor e mais coisas que eu não consegui entender.

        -Eu queria que fosse fácil como você diz Edward, mas as coisas não são tão simples assim e por mais que... eu goste muito de você, você não pode fazer nada. Saiba que eu nunca, nunca vou esquecer o que você está dizendo e fazendo por mim, mas eu sei que o final não vai ser como nós queremos – ela disse aquelas palavras em meio a lágrimas e eu senti toda a verdade que tinha ali. Bella aproximou o rosto do meu e me deu um beijo nos lábios. Seus lábios eram macios e quentes e eu me senti compelido a ir mais adiante e minha língua avançou por entre seus lábios até tocar a dela. Senti uma sensação nova e que eu não sabia que existia, mas não pôde durar, pois ao toque de minha língua na dela, Bella de afastou de mim e terminou o nosso beijo doce, mas o gosto da boca dela continuou na minha e era o melhor sabor do mundo.

      Ela se levantou, mas eu a puxei pelo braço e a sentei no banco com brutalidade.

      -Nada disso. Eu vou te levar para casa, não quero ver você por aqui mais e nunca, mas nunca mais com pessoas como aquelas – falei, sem me importar em estar a tratando como criança. Ela não disse nada, mas devia saber que de nada adiantaria falar, eu a levaria de qualquer jeito. Fomos caminhando enquanto eu a puxava pelo braço, sem brutalidade, mas também sem delicadeza.

       Quando chegamos ao carro eu a sentei e fechei a porta e fui para o banco do motorista, sentei, mas não liguei o carro. Só fiquei a fitando.

       -O que foi agora? – ela perguntou, impaciente.

       -Bella, o que você estava indo fazer com aqueles caras? – perguntei, sentindo dor ao falar.

       -Nada, eram só uns amigos. Eu ia falar com eles – ela mentiu descaradamente para mim.

        -Bella, pare de mentir para mim. Isso só dificulta as coisas para nós – eu me sentia extremamente irritado, mas falei tudo com extrema delicadeza.

        -Edward, eu... Você sabe muito bem o que eu fui fazer lá – ela respondeu e eu a vi corar de vergonha. Era isso que ela tinha que sentir. Vergonha por ter feito aquilo. Se ela sentia vergonha é por que ela sabia que aquilo era errado e que fazia mal pra ela.

        -Eu quero ouvir da sua boca – respondi com a voz fria.

        -Eu só estava muito mal hoje. De um jeito que nunca estive antes e então... eu precisava entorpecer essa dor. De algum jeito... Então eu vi aqueles caras com a cura para minha dor e então eu... eu fui até eles e ia resolver o meu problema. Mas você chegou – ela me olhou com raiva.

        -Não Isabella! Você não ia resolver o seu problema. Ia criar mais um! Você podia se viciar e aí eu não poderia fazer nada, mas eu te salvei de você mesma. Nunca mais faça isso – eu comecei gritando, mas aos poucos a realidade foi me pegando e eu senti uma dor extrema. Minha voz tomou um tom de dor – por favor Bella, não destrua a sua vida. A nossa vida.

         -Oh, Edward pare com isso. Pare de se preocupar tanto comigo. Pare de se importar – ela pediu com os olhos fechados.

         -Bem que eu queria, mas me desculpe eu não posso. Eu já te amo demais.

         Liguei o carro e ficamos em silêncio. Eu dirigi lentamente e só o que Bella fazia era me dar as coordenadas para sua casa.

         -Bella, você nunca tinha feito aquilo antes?

         -Não, Edward. Eu nunca fiz e tudo graças a você! – ela respondeu em um tom nada grato.

        -E nunca vai fazer eu espero – respondi.

        -Não, se depender de você – ela respondeu, mas não me convenceu. Bella estava em depressão, isso era óbvio. Eu só ainda não sabia o motivo. Parei em frente a casa dela. Era uma casa pequena, mas não miserável, era bem bonitinha na verdade. Bella saiu do carro sem olhar pra mim, mas eu falei antes dela se afastar.

       -Amanhã eu vou vir aqui e não adianta fugir de mim. Nada que fizer vai me impedir de ficar com você.

       Ela seguiu caminhando, mas eu sei que ela ouviu. Sacudi a cabeça e tentei absorver tudo o que aconteceu. Não dava. Era muita coisa pra um dia só. Amanhã eu pensaria melhor. Fui pra casa e me deitei. Dormi antes de me lembrar de fechar os olhos.


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Notas finais do capítulo

Ai eu amei esse cap., mas sofri pra escrever. É mto triste! Mandem reviews e me digam o que acharam, seus comentários me ajudam muito e me deixam muito feliz. Logo, logo mais um cap. bjs!



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