Fomos andando para trás lentamente, enquanto eu sentia uma de suas mãos em minhas costas e a outra puxando carinhosamente meus cabelos, senti essa se afastando de mim, e ouvi o barulho de uma porta se abrindo. Logo senti minhas pernas encostando em algo duro, e Brian foi me deitando em uma cama que era absurdamente macia, enquanto o mesmo ficava sobre mim.

Parei o beijo, ambos arfávamos. Olhei para os lados, estávamos na suíte da cabana, tudo lindo e muito arrumadinho. Não acreditei quando vi que tínhamos andado para o outro lado da entrada do local. Pensando nisso, senti sua boca na minha novamente calando qualquer outro pensamento.

O beijo era intenso, parecia que Brian precisava sentir minha boca assim como eu precisava senti-lo. Eu gostava daquela sensação, gostava de pensar que ele me desejava, mas algo como água fria caiu em minha cabeça naquele momento. Separei sua boca da minha, mas ele acompanhou o movimento da minha cabeça, não deixando de me tocar com seus lábios.

– Brian... – Protestei.

– Shh... – Brian me deu um selinho e assim, afastou sua cabeça da minha e me olhou nos olhos, e eu senti minhas bochechas esquentarem, ele sorriu e levantou andando até a janela, abriu por completo a cortina revelando o céu estrelado.

Depois de longos segundo olhando pela janela, Brian falou calmo para mim.

– Eu não vou te forçar a nada, trouxe você aqui por que eu amo esse lugar e achei que fosse gostar também. Eu sei que eu te conheci hoje, mas eu quero mesmo me aproximar de você. Eu gostei de você.

– Tecnicamente, nós nos conhecemos ontem, já passou da meia noite. – Sorri para ele, que agora voltou a me encarar com aqueles olhos escuros.

– Engraçadinha. Espertinha. Assim você faz eu querer te... – Interrompeu sua fala caminhando até a cama e se jogando em cima de mim me beijando - ...me faz querer te beijar.

– E eu vou ter o direito de dormir nessa cama maravilhosa?

– Claro, mas só acompanhada, pode ser?

– Claro. E muito bem acompanhada. Me abraça?

– Sim, e chega de perguntas moça, durma. – Ele falou isso me abraçando por trás, fazendo com que eu me arrepiasse assim que pronunciou a ultima palavra perto de meu pescoço.

– Boa noite Brian.

– Boa noite Vick.

Quando disse isso fui relaxando em seu abraço aos poucos, senti o braço de Brian ficar pesado ao redor de minha cintura. Brian ressonava baixo e isso era confortante. Eu sabia que não estava sozinha.

Acordei e me virei na cama - mais que confortável - daquela suíte, passando as mãos pela mesma e vendo que estava vazia. A luz do dia invadia o lugar, e por incrível que pareça, não tirou a beleza de nada. Levantei-me e andei até o pequeno banheiro, lavei meu rosto com calma, tirei o máximo de maquiagem que consegui.

Segui para a sala e senti o cheiro de comida vindo da pequena cozinha, fui caminhando em direção a ela. Vi um homem desajeitado fazendo panquecas, ri parando na batente da porta analisando a cena. Pelo menos as panquecas pareciam gostosas

– Bom dia, dorminhoca! – Ele sorriu e eu me aproximei lhe dando um beijo na bochecha.

– Bom dia, madrugador.

–Tá com fome? – Perguntou e eu assenti com a cabeça.

–Sirva-se. A intenção era levar na cama para você, mas parece que não deu tempo... – Rimos e eu me sentei à mesa esperando por Brian.

Depois de comermos, lavarmos, arrumarmos toda a bagunça feita por ele, saímos do seu refugio e entramos no carro de Matt.

– Você vai devolver o carro agora? – Perguntei.

– Primeiro vou te deixar na em casa, depois vou levar o carro pra grandão e depois vou fazer ele me levar em minha casa. – Ele se virou e sorriu de canto.

–E... Quando vou te ver de novo? – Sorri sem graça.

– Você está livre na segunda-feira de tarde?

– Acho que durante a manha eu vou trabalhar, mas de tardezinha vou estar livre. Por quê? –Olhei para ele, que sorria olhando para estrada a sua frente.

– Quer ir olhar o ensaio da banda? Nós vamos começar com umas musicas velhas, e depois ir pras novas, assim talvez a gente conquiste você pela musica... – Ele se enrolou.

– Ah, eu vou amar. – Olhei-o e sorri.

Logo ele estava falando sobre suas novas musicas e sobre como era bom trabalhar com o que ele gostava realmente de fazer, com pessoas que ele gostava, pessoas que para ele não eram só amigos, mas sim grandes irmãos.

Falei sobre como gostava do meu trabalho também, de como eu estava feliz em desfilar e como estava empolgada com os trabalhos que estavam aparecendo para mim.

Chegamos ao meu prédio, dei um rápido beijo em sua boca logo me afastando, mas Brian me puxou novamente me fazendo afundar em seu abraço. Sorri para ele ao me afastar, murmurando um “até mais”. Saí do carro e fui andando até a porta do prédio. Olhei para trás e mandei um beijo para Brian que acelerou, esperei o carro se afastar e entrei.

Assim que coloquei os pés dentro do apartamento uma Liz agitada gritou.

– Ai meu deus, você passou a noite toda fora. Eu nem acredito, estou tão feliz!

– Sem escândalos Liz. – Falei largando minha bolsa no sofá.

– Você não tem nada a falar? – “Amiga curiosa, por que eu divido o apartamento com você mesmo?” pensei.

– Passei a noite com Synyster Gates, mas não aconteceu nada do que você pensa que pode ter acontecido... – Deixei a frase no ar, andando para o quarto, e claro que ela me seguiu até o cômodo.

–Como assim? – Olhei para ela, que parecia confusa.

– Como assim o que? – Olhei para ela confusa também.

– Vocês não dormiram juntos?

– Na mesma cama, sim. Se rolou algo mais do que dormir? Não. – Sorri para ela, que sorriu também.

– Você é minha certinha preferida. Não acredito que você estava com Synyster Gates na mesma cama e não rolou nem um desejo por sexo. Já eu, não tenho jeito mesmo. Vou poupar a sua saliva querida amiga. Eu dormi na mesma cama que o Zacky, e rolou algo mais do que dormir. – Seu sorriso aumentou, agora tomando um tom pervertido.

– Pegou o porpeta então? – Ri enquanto me encaminhei ao armário. Peguei uma roupa confortável, pois ainda estava com o vestido da festa que estava com o cheiro do Brian, - que por sinal era maravilhoso - assim como meu casado.

– Não, ele me pegou. De jeito. – Rimos do tom safado dela. Fiz um sinal de que ia tomar um banho e saí do quarto.

Enquanto a água caia em meus ombros, pensei na única coisa que eu poderia pensar agora: Brian.

Era difícil acreditar que depois de tantos anos saindo com caras que não me davam atenção, só estavam comigo por ser famosa ou qualquer outra coisa do tipo, era difícil acreditar que eu estava realmente gostando de alguém que parecia retribuir o que eu sentia. A questão era que eu só o conhecia a um dia e tudo isso ainda pode ser um engano.