Caleidoscópio escrita por lljj


Capítulo 16
Passado de escuridão


Notas iniciais do capítulo

Oioi pessoal, como vão?
Está aqui um capitulo tão esperado (alguém estava esperando??).
Neste capitulo aparecem cenas da infância de Gin e Rangiku, e me perdoem se eu exagerei no drama..
Eu mudei um pouco o corpo do capitulo, fiz as falas de Rangiku como se estivesse contando uma história, que no caso é a sua própria..
Nas cenas de Gin nada mudou apenas acrescentei o Flash Back.
O capitulo (quantas vezes já falei capitulo?) é pequeno em comparação aos outros por isso a conclusão de suas histórias estarão no próximo capitulo (falei de novo só para não perder o costume)
Então...
Boa Leitura!!



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Eu cresci em um conjunto habitacional que ficava ao norte de Karakura. Ainda muito pequena meu pai morreu depois de ser atropelado e abandonado no meio da rua.

Na pequena casa que tínhamos vivíamos eu e minha mãe, Matsumoto Arisa. Minha mãe era uma boa mulher, sempre ganhou a vida honestamente e fez de tudo para que eu pudesse ter a melhor infância possível naquelas condições.

Ela me punha na escola toda manhã e me buscava pela tarde, não tive muitos amigos na escola, por causa do preconceito entre as classes sociais, eu só tive um amigo... Que me protegeu, que me defendeu, que por algum tempo me fez sentir verdadeiramente feliz.

Seu nome era Ichimaru Gin.



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Ele estava na varanda quando as palavras ressoaram em sua mente.

“Você foi embora, viver a sua vida e me deixou sozinha... Me admiraria muito se em algum momento você tenha me amado de verdade...”

Tudo parecia surreal, tudo o que ele fez até aqui foi por ela, para garantir que a vida dela seria mais do que o borrão de dor e sofrimento que foi na infância... Para a dar um futuro melhor onde ela não precisasse mais chorar.


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Como eu, Gin também morava no conjunto habitacional, vivia com a avó materna que era uma agradável idosa.

Gin era uma boa criança, seu único problema sempre foi a ganancia, queria ter e poder tudo o que estivesse ao seu alcance e trazer para perto o que não estava. Odiava as pessoas mais ricas por serem egoístas e tratarem com desprezo pessoas pobres e incapacitadas. Hora ou outra entrava em brigas com homens maiores e em confusões com os outros moradores do lugar.

Mas nada disso impediu que nós tornássemos grandes amigos. Nós encontrávamos todos os dias para ir e voltar da escola, era raro um momento que não estivéssemos juntos ou pensando um no outro... Ficávamos tanto tempo juntos que minha mãe acabou adotando Gin como um membro da família depois da morte repentina de sua avó.

Por um tempo vivemos os três em um agradável convívio, que foi brutalmente interrompido por um terrível massacre que aconteceu no conjunto habitacional. Parte da população que não era tão grande acabou sendo dizimada, não pouparão ninguém, mulheres, crianças, idosos, trabalhadores. Todos mortos a sangue frio como se fossem animais.

Vários homens armados, vários tiros e várias vitimas. Só consegui escapar porque na hora havia saído para comprar doces para comer.

Gin... Bem, nunca quis me falar sobre aquele entardecer, a não ser que tinham assassinado a pessoa que eu mais amava. Minha mãe.

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Gin saiu do quarto e foi dar uma volta pelos corredores da mansão, as lembranças estavam inundando sua cabeça, era algo que não podia evitar, cada imagem da chacina estava vindo em sua mente agora como se alguém o estivesse obrigando a lembrar.


/// Flash Back ///


Ele estava indo para casa mais tarde porque tinha tido uma pequena discursão com Rangiku e decidiu ficar sozinho um pouco. Passando na ponte deu de cara com dois homens de preto que iam na direção oposta da dele.

Gin continuou seu caminho e foi direto para casa. Assim que chegou encontrou Rangiku sentada em uma cadeira que ficava perto da janela olhando fixamente para fora. Ao perceber a presença do menino, a garota se levantou e foi para seu quarto, Gin não fez nada a não ser olha-la até que bateu a porta do quarto.

— O que aconteceu dessa vez Gin? — Arisa perguntou entrando na cozinha. — Rangiku está muito irritada com você e também está muito atrasado rapaz.

— Não é nada Arisa. Ran está apenas sendo boba. — Ele disse levando as mãos até a parte trás do pescoço e dando um de seus sorrisos característicos.

— Não é o que pareceu... Você mais uma vez bateu em um dos amiguinhos dela.

— Amigo? Ele não era amigo dela, só estava se aproveitando da ingenuidade dela. — Ele falou se exaltando.

— Sério? E o que ele fez para “se aproveitar da ingenuidade dela”. — Arisa fez aspas com as mãos.

— Ah!! Isso ela não te contou... — Gin falou aumentando seu sorriso.

— Ela contou, mas eu realmente não quis acreditar que você espancou um menino por tão pouco.

— Pouco!? — Gin elevou seu tom de voz. — Ele a abraçou por trás, isso é pouco?

— Para a surra que você deu nele, sim.

— Surra... Por favor, só foram uns soquinhos.

— Uns soquinhos que fizeram o nariz do menino sangrar e Rangiku ficar uma fera com você.

Gin ficou em silêncio.

Arisa se aproximou dele e se abaixou até estar da mesma altura do menino.

— Eu já disse para você que não precisa ter tanto ciúme dela. O coração de Rangiku sempre estará com você não importa os amigos que ela tenha. — Com seus olhos de mel Arisa olhou para o menino que deixou de sorrir por um momento. — Peça desculpas para ela depois que estiver mais calma, ok?

— Ok. — Gin falou e sem dizer mais nada voltou a sair da casa.

A mulher foi então até o quarto que Rangiku dividia com Gin e encontrou a menina deitada de bruços com a cabeça enfiada em um travesseiro.

— Filha?

— Quê mãe? — Ela disse sem levantar a cabeça.

— Eu acabei de conversar com gin. — Ela falou se sentando na cama.

— Você não disse o que eu falei não é? — A menina falou se levantando rápido e olhando a mãe.

— Não... Eu falei o que eu penso dessa situação.

— Você brigou com ele? — Ela disse surpresa.

— Não! Eu disse que conversei com ele... Acho que está realmente arrependido do que fez.

— Duvido! — A menina disse cruzando os braços.

— Querida, Gin é seu amigo e está sempre querendo seu bem estar.

— Eu sei... Mas ele não precisa bater em qualquer um que se aproxime de mim.

— Tem razão, e é por isso que você tem que conversar com ele... Dizer o que sente por ele e em relação as suas atitudes.

— Está falando em... — A menina arregalou os olhos.

— Isso mesmo Ran...

— Mas mãe eu não posso chegar assim e dizer.

— Claro que pode. Faça assim: “Gin você é meu melhor amigo e eu quero te dizer que te amo e que nos podíamos namorar, dessa forma você não precisaria mais espancar os outros ao meu redor”. — Arisa disse sorrindo.

— Namorar? Mas nós só temos 12 anos.

— Nunca se é jovem de mais para amar... — A mulher falou docemente para a menina que sorriu.

— Eu vou tentar... Depois...

— Tudo bem... Mas agora você pode me fazer um favor? — A mulher pôs a mão no grande decote e tirou algumas notas de dinheiro. — Vá à mercearia e compre um quilo de arroz.

— Mas mãe a mercearia fica tão longe. — Rangiku disse se jogando para trás e deitando na cama.

— Ah... Filha vai lá pra mamãe. — Arisa puxou a menina até ficar sentada novamente. — Olha só com o troco você pode comprar algumas balas pra você e para o Gin está bem?

A menina sorriu e pegou o dinheiro.

— Não volte correndo para não se cansar ok?

— Ok mãe! — Rangiku saiu e foi para a mercearia que ficava algumas ruas distante do conjunto habitacional, já que nenhum comerciante queria trabalhar dentro do complexo que muitos diziam ser de bandidos e delinquentes.


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Gin estava andando dentro da floresta neste momento, por um longo tempo ficou pensando nas palavras de Arisa. Talvez realmente estivesse sendo muito possessivo e isso poderia fazer com que Rangiku se afastasse dele. Isso não... Ele não suportaria que Rangiku o deixasse (mesmo sendo o que ele faz com certa frequência)...

Ainda andando com a mente cheia de pensamentos Gin notou uma movimentação estranha no meio das arvores. A floresta era um lugar calmo várias crianças brincavam lá ou até mesmo casais de namorados iam fazer coisas que os pais não gostariam de saber, mas naquele momento não eram nem crianças e muito menos namorados e sim um grupo enorme de homens com roupas pretas e armas pesadas.

Gin se escondeu entre uns arbustos e ficou quieto enquanto os homens começavam a atravessar a floresta... Estavam indo em direção ao conjunto habitacional... Indo em direção a sua casa...

— Rangiku! — Gin sussurrou quando se levantou e foi correndo silenciosamente para outra direção que levava para sua casa.

A casa deles era uma das primeiras da rua 2 que tinha grande parte saída para a floresta, o que também fazia ser a primeira que o bando de homens iria encontrar.

Gin correu pelo caminho o mais rápido possível, mas antes de atravessar a ponte que dava acesso às residências começou ouvir barulhos de tiros.

Mais rápido... Anda.

Antes que ele chegasse foi envolto por várias pessoas que estavam indo na direção oposta, o que trouxe mais um obstáculo para chegar a sua casa.

— Saiam da minha frente! — Ele falava empurrando as pessoas que esbarravam nele.

Quanto mais se aproximava os sons de tiros e gritos ficavam mais altos. Avistou sua casa de longe e ao se aproximar viu dois homens saindo correndo de lá. Um deles era o que ele encontrou na ponte mais cedo.

Assim que entrou Gin encontrou tudo revirado, a cadeira que Rangiku costumava sentar estava totalmente quebrada no canto da cozinha e nem um sinal nem dela nem de Arisa.

— Rangiku? Rangiku! — Gin começou a gritar vasculhando os cantos da casa.

Assim que foi para a área de serviço viu a pior cena que uma criança poderia encontrar.

— Arisa! — Gin correu até o corpo da mulher alta que estava caído de bruços. — Arisa?

— Gin? — A mulher falou baixo enquanto sangue brotava de sua boca.

Havia uma perfuração na altura do estomago o que assustou ainda mais Gin.

— Não se preocupe eu vou buscar ajuda, mas me diga onde Rangiku está? — Gin falou as pressas.

— Ela saiu... Mas você deve ficar aqui se não eles vão te pegar... — A mulher falou sussurrando.

— Não eu tenho que achar a Ran e te trazer socorro.

— Não Gin, Rangiku deve estar bem. — Pelo menos era o que queria que fosse. — E você tem que se proteger para poder cuidar dela.

— Mas Arisa... Você...

— Eu não vou aguentar rapaz... Mas você tem que ficar bem para cuidar da minha filha — Ela disse fechando os olhos por um momento. — Cuide da Ran e não deixe fazerem mal para ela...

— Aguenta firme Arisa, você vai ficar bem...

Mais gritos foram ouvidos do lado de fora só que agora estavam mais distantes.

— Espere até que eles estiverem longe e procure Rangiku e se esconda com ela... — Arisa falou de vagar já perdendo as forças.

— Mas e você?

— Apenas vá eu vou tentar ficar bem, ok? — A mulher falou dando um leve sorriso.

Gin acenou com a cabeça e fez o que ela lhe pediu.

Assim que Gin saiu Arisa começou a sentir os barulhos ainda mais longe.

Talvez eles já estejam indo embora.

Arisa pensou antes de fechar os olhos e entrar em um eterno silêncio.


/// Fim do Flash Back ///

Gin só deu conta de si mesmo quando chegou à porta de entrada da mansão. Seus pés simplesmente o tinham levado até ali, então ele resolveu sair já que fazia um tempo que ficava somente em casa.

Ainda com tudo na cabeça pensou na maneira como encontrou Rangiku naquele dia, o dia mais sangrento de suas vidas também marcou uma nova etapa, já que assim que a encontrou os dois compartilharam do seu primeiro beijo, sem jeito e apressado, seguido de vários e vários acontecimentos dolorosos.



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Notas finais do capítulo

Está aí...
O que acharam muito triste? Pois é, mas é um fato do cotidiano de muitas pessoas por ai...
Bem, bem em um comentário eu falei iria escrever de onde tirei o personagem Keith... Ok gente a personalidade de Keith vem de mim, mas sua aparecia vem do anime Bakugan, Keith é o nome verdadeiro do personagem Spectra...
Se estiverem afim podem dar uma olhada na foto dele:
http://images1.wikia.nocookie.net/__cb20110402084205/bakugan/pl/images/7/7e/Screen_shot_2010-03-14_at_10.30.30_PM.png
A unica diferença é que meu Keith tem o cabelo mais curto e os olhos bem verdes (como os meus *-*)



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