Será...destino? (hiato) escrita por kanny


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Olá garotas!!!!! Nossa vocês não sabem quanto eu fiquei feliz pelos comentários no capítulo anterior. Por isso resolvi adiantar o capitulo da semana que vem para hoje. Espero mais comentários...beijos.



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Capítulo 2

POV EDWARD

Acordei para mais um dia normal. Procurar comida, buscar água, consertar, alguma parte da casa que a chuva possa ter estragado, e só. Meu nome é Edward Anthony Masen, tenho 25 anos e estou preso neste inferno de ilha deserta há mais de 15 anos. É isso mesmo que você leu, 15 anos! Eu e meu pai, John Anthony Masen, sofremos um acidente de avião. Não foi bem um acidente e foi ao mesmo tempo. Nós estávamos voando rumo a Serra Leoa na África, para visitar e levar ajuda a algumas comunidades mais pobres. Levávamos remédios, mantimentos e roupas. Nosso jato estava repleto de coisas que seriam doadas aos mais necessitados.

Eu tinha acabado de entrar de férias escolares, meu pai estava de viagem marcada. Meus pais já eram separados. Na verdade pouco depois que eu nasci eles pediram o divorcio. Minha mãe, Esme, não aguentava mais essas viagens do meu pai. Ele nunca parava em casa, e com o tempo o amor acabou. Eles continuaram amigos, e depois de quatro anos minha mãe casou-se novamente com Carlisle Cullen, um médico muito importante de Nova York.  Ele era um homem muito bom e amava muito a minha mãe. Alguns meses após o casamento minha mãe me deu a noticia de que estava grávida de gêmeos. Alice e Emmett foram a coisa mais linda que eu já tinha visto até então. Com suas mãozinhas pequeninas, os olhinhos verdes iguais ao da minha mãe, que eu também herdei em um tom um pouco mais vivido de verde. Meu pai sempre ia nos visitar e me levava para suas viagens dentro do país. Ele era antropólogo e vivia para ajudar os mais necessitados. Sempre dando palestras tanto nos EUA quanto em outros países. Quando ele me disse que iria para África fiquei louco de vontade de ir também, depois de muito pedir minha mãe me deixou ir. Antes não tivesse deixado! Nós estávamos sobrevoando há horas o oceano atlântico. Para onde minhas vistas alcançavam era só água. Iríamos fazer uma parada em Lisboa para abastecer e buscar um amigo do meu pai que iria conosco nessa empreitada. Já havíamos entrado em contato com o comando aéreo de Portugal. Estava tudo indo muito bem até os equipamentos do jatinho começarem a dar curto circuito. Primeiro o marcadores de altitude, longitude, gasolina, e velocidade estavam completamente malucos. Logo um por um deixou de funcionar. O rádio comunicador foi o primeiro, seguido pelos outros indicadores que fumaçavam. O motor também estava falhando. Eu iria morrer!

Conseguimos voar por mais alguns quilômetros, mas já sabíamos que o motor iria parar a qualquer instante. Cada segundo era aflitivo. Não sabíamos a que altitude ou velocidade estávamos.   Meu pai tentava de todas as maneiras contornar a situação. Ele dizia que tudo iria dar certo, que eu não me preocupasse, mas eu podia ver que ele estava tão assustado quanto eu. Milagrosamente avistamos uma ilha, não muito pequena e solitária. Meu pai decidiu por fazer um pouso forçado e tentar pedir ajuda na ilha. E foi o que fez. Ao nos aproximarmos da ilha, meu pai sobrevoava a mata para alinhar com a clareira, para assim pousarmos em segurança. Mais o pior aconteceu. Antes de chegarmos a clareira o motor do jatinho parou de vez. Meu pai tentou ligar novamente, mas sem sucesso. Estávamos a aproximadamente uns 50 metros do chão. E foi queda livre. O avião caiu por cima das árvores com tudo. Derrubando tudo o que tinha ao redor. O impacto da queda foi muito forte. A carga que não era pouca saia de seus lugares batendo umas nas outras e em nós também.  Ficamos atônitos sem saber o que fazer. Durante alguns minutos, e depois dos gritos cessarem, percebemos o que havia acontecido de fato.

Meu pai me perguntava aos gritos se eu estava bem, ele tentava livrar-se do cinto. Quando conseguiu veio me ajudar, pois eu estava meio que em choque. Eu tecnicamente falando estava bem. Tirando meus nervos abalados, um corte no braço devido a uma caixa que se chocou contra mim, e a incerteza do que iríamos fazer, eu estava bem. Quando conseguimos sair do avião vimos o estrago. Com a queda uma das asas do avião quebrou em três, a fuselagem estava danificadas, nada funcionava, ou seja, estávamos com graves problemas.

Mas então como eu dizia anteriormente. Acordei para mais um dia absurdamente normal. Ainda era muito cedo, o dia havia acabado de nascer. Levantei-me e sai da minha “casa” para pescar algum peixe e apanhar algumas frutas para comer. Peguei minha lança ( que coisa de índio), e minha “rede”, que era feita de palha, eu precisei fazer pois minha pontaria iria me matar de fome. Peguei um dos cestos que eu também fiz com palha e fui para a praia. Minha casa fica um pouco dentro da floresta, perto de uma cachoeira. Eu e meu pai a construímos meses depois de cairmos aqui. Andei rumo a praia como sempre, cheguei a areia e coloquei o cesto no chão. A água provavelmente estaria gelada, mas era até bom para acordar totalmente. Quando ia entrar no mar algo reluziu ao longe. Estava a uns bons 200 metros de distancia de onde eu me encontrava. Larguei minhas coisas no chão e fui ver o que era. Corri até o local, e quando cheguei um pouco mais perto, vi que havia alguns pedaços de metal branco encalhados na areia. Corri ainda mais rápido, mas parei quando vi que havia um corpo estendido na areia. O corpo estava de bruços e todo sujo de areia e algas marinhas. Aproximei-me com cautela, pois como minha mãe dizia: “cautela e caldo de galinha não faz mal a ninguém”.

Joguei-me na areia ao lado do corpo. Era uma mulher. Virei- a e pude ver que ela estava com a pele enrugada pelas horas ou talvez dias dentro da água e estava assustadoramente pálida. Seus lábios e as pontas dedos estavam roxos pelo frio. Era uma mulher muito bonita. De onde será que ela veio? Pelas peças de metal ela deveria ter sofrido um desastre aéreo ou um naufrágio. Observei-a fixamente. Há mais de oito anos que não vejo um único ser humano, e o primeiro que vejo já me aparece morto!

A mulher estava com um corte na cabeça, e vários arranhões nos braços, pernas e bochecha. Suas roupas estavam rasgadas e sujas. Enquanto prestava atenção em seu estado, peguei em sua mão que estava gelada. Foi ai que notei que ela tremia. Defunto treme? Aproximei meu ouvido de seu peito, e o coração batia fracamente. MEU DEUS!! ELA ESTÁ VIVA!!

Comecei a fazer massagem cardíaca e respiração artificial desesperadamente. A moça começou a tossir a água presa em seus pulmões. Ela tossia muito, mas aos poucos foi parando. Ela abriu lentamente os olhos e ficou me encarando por alguns segundos. Seus olhos eram verdes claros e transmitiam confusão e cansaço. Ela acabou desmaiando novamente. Sem mais demora a peguei nos braços com cuidado e fui o mais rápido que minhas pernas permitiram de volta a minha casa. Subi as escadas, e a deitei na minha cama. Ela ainda tremia muito, mesmo receoso tirei suas roupas, mas sem olhar diretamente para o corpo dela. A cobri com um lençol, ou o que um dia já pode ser chamado assim, mas enfim, serve. Fiquei meio sem saber o que fazer. Há muitos anos que não vejo um ser humano, ainda por cima machucado.

Corri até a horta que eu e meu pai construímos com as sementes que levávamos para a África. Ele me ensinou para que servia cada erva. Peguei alguns galhinhos de uma erva chamada mil - folhas que é muito boa para curar feridas e machucados, e voltei correndo para casa. Coloquei um pouco de água em uma panela de barro para ferver. Minha casa se resume a um cômodo. Eu e meu pai após alguns meses aqui resolvemos construir um abrigo nas árvores. Usamos madeira, cipós e palha na construção. Fizemos apenas um único cômodo, com uma porta e uma pequena janela. Também construímos um pequeno espaço coberto mais sem paredes para podermos cozinhar. Uma das coisas mais difíceis de fazer foi a escada para termos acesso a árvore. Depois de várias semanas o abrigo ficou pronto. Meu pai me ensinou como trançar a palha para fazer várias coisas como esteiras e cestos.

Fiz a infusão da erva, mas de olho na garota. Deixei esfriar um pouco, peguei um pedaço de pano limpo dentro de um cesto, e comecei a aplicar em seus cortes. As palmas de suas mãos estavam cortadas, ela devia ter tentado se segurar em alguma coisa e acabou se cortando. Apliquei o remédio em todos os seus cortes e fiquei ali sentado ao seu lado, apenas esperando que ela acordasse. Depois de vários minutos ela ainda não havia acordado, ela estava com uma fisionomia cansada, e provavelmente ainda iria demorar em acordar. Resolvi ir buscar água e frutas frescas para ela comer. E eu também que na correria ainda não havia quebrado o jejum. Andei com a moringa e um cesto de palha, até a cachoeira mais próxima da casa. Enchi a moringa, e fui procurar algumas frutas. Achei bananas, laranjas e melões maduros. Coloquei no cesto e voltei rapidamente para casa. Ela ainda dormia, mas fui até ela conferir se ainda estava viva. Seu coração batia mais forte, mas ainda não estava no ritmo certo.

Fui ferver a água para poder beber. Mas sempre de olho nela. Quando já estava no meio da tarde, eu estava sentado em um canto, apenas a olhando, foi quando ela acordou. Levei um susto imenso e corri para junto dela. Ela olhava tudo a sua volta, e parou seus olhos em mim. Fiquei sem saber o que fazer. Será que ela fala a minha língua? E se não falar? Como é que eu vou me comunicar com ela?

- Onde eu estou? – levei um susto imenso quando ela falou. Nossa! Há quanto tempo que não escuto alguém falando comigo.

- Estamos em uma ilha entre a America do Norte e a Europa. – eu fui sincero, pois nem eu sei onde essa porcaria de ilha fica.

- Ahh...você é um índio? – ela perguntou confusa. – Você não tem cara de índio.

- Eu não sou índio. – eu disse. – Como você veio parar aqui?

- Eu? – ela ficou pensando um pouco. E passou a mão no corte em sua testa. – Ai! O avião. Caiu. – ela disse ficando nervosa.

- Calma. Está tudo bem agora. Você bateu a cabeça em algum lugar. Eu te achei na praia e te trouxe pra cá. – eu tentei fazê-la acalmar. – Você está bem? Está sentindo alguma dor?

- Estou bem, eu acho. – ela parou de repente e olhou para si mesma. – Por que estou quase nua?

- Desculpe. Foi preciso. Suas roupas estavam muito molhadas e você não podia ficar daquele jeito. Mas eu juro que não vi nada. Só fiz isso pra você não adoecer... – falei tudo muito rápido. Estava morrendo de vergonha.

- Calma, ok. – ela disse. – Obrigada pela ajuda. Que lugar é esse? – ela disse olhando ao redor.

- É minha casa. Eu meu pai a construímos há alguns anos.

- E cadê ele? – ela perguntou e instantaneamente fiquei triste. Era difícil lembrar do meu pai.

- Morreu. – eu disse.

- Desculpe.

- Não foi nada. – eu lhe assegurei.

- E com quem você mora? – ela me perguntou.

- Ninguém.

- Como assim? – ela me olhou curiosa.

- Eu sou a único ser humano desta maldita ilha. – eu falei. -- Quer dizer agora tem você também... -- Ela me olhou assustada.

- Não tem ninguém? Absolutamente ninguém?

- Não.

- AI MEU DEUS!! – ela ficou desesperada. Pronto Edward você assustou a garota. Mas também o que eu podia fazer?

- Calma tá.

- Como é que você quer que eu tenha calma? – ela falava um pouco alto com lágrimas nos olhos. – Estou num mato sem cachorro, sem comida e sem colchão. E com um índio albino!

- Eu não sou índio! – eu disse já ficando nervoso com o nervosismo dela. – Eu sou americano.

- E o que você está fazendo aqui? Tem algum jeito de me comunicar com Nova York? – ela perguntava já mais calma.

- Eu sofri um acidente de avião. E não. Não tem jeito. Eu estou há mais de oito anos sem falar com outro ser humano.

- AI MEU DEUS!!! – ela caiu com tudo na cama. – Ai!

- Tenha cuidado. Você quer comer alguma coisa? – eu perguntei já me lembrando que ela sofreu um acidente e devia estar há muitas horas sem comer ou beber algo.

- SIM! Quero água, por favor. – ela disse e eu fui buscar a água na moringa. Peguei um copo, que eu trouxe da viagem, e fui servi-la. Ela bebeu a água toda e pediu mais. Eu lhe servi mais um que ela bebeu rapidamente também.

- Banana? – eu lhe perguntei oferecendo as frutas.

- Quero, obrigada. Nem eu sabia que estava com tanta fome e sede. - ela disse já descascando e comendo as bananas. – eu ainda não sei o seu nome.

- Me desculpe. É a falta de costume. Meu nome é Edward.

- Prazer. Meu nome é Isabella Swan, mas pode me chamar apenas de Bella.

- Ok, Bella. – eu disse lhe entregando mais frutas. Ela comia tudo rapidamente, duvido até que estivesse sentindo o gosto de alguma coisa. – O que aconteceu com você.

- Um acidente de avião. Eu não sei bem o que aconteceu. Estava tudo bem, eu estava indo passar férias na França, e do nada o avião começou a tremer, o céu estava escuro, chovia e relampejava muito. Eu só vi a pancada e depois eu estava na água agarrada a um pedaço da asa do avião.

- Nossa. – eu não soube exatamente o que lhe falar. Ela estava chorando e seu olhar estava longe.

- E você? Como veio parar aqui? – ela perguntou já mais controlada.

- Também foi acidente de avião. Eu e meu pai estávamos indo para a África. Ajuda humanitária. Estávamos levando muitas doações para as comunidades mais pobres de Serra Leoa. O jatinho estava carregado de mantimentos, remédios, roupas e muitas sementes e mudas para plantar lá. Meu pai estava em um projeto de plantar diversos tipos de alimentos e ervas medicinais, pois o acesso a remédios lá era escasso, e as pessoas morriam por falta de ajuda. Nós íamos fazer uma parada em Portugal para abastecer e buscar um dos amigos antropólogo do meu pai.

- E por que você foi junto?

- Meu pai sempre foi meu herói. Eu sempre que dava saia pelo país com ele, para palestras ou mesmo para ajudar os mais necessitados. Eu gostava disso. Eu tinha entrado de férias escolares, meu pai me disse que faria essa viagem, e eu quis vir com ele. E acabamos sofrendo uma pane e na tentativa de pousar nessa ilha, o motor morreu e nós despencamos.

- Meu Deus! E há quanto tempo aconteceu isso? – ela me perguntou.

- Já faz 15 anos. E desde então estou aqui.

- E seu pai? – ela perguntou um tanto receosa.

- Morreu há mais ou menos 8 anos.

- E você ficou sozinho desde então. – ela falou, e eu acenei com a cabeça. – Eu sinto muito.

- Eu também. – ficamos em silêncio. Ela passou a mão novamente por sua testa sentindo o machucado. – Eu vou pegar mais das mil - folhas para passar em seus cortes.

- Mil- folhas?  O que é isso?

- É uma erva que ajuda a cicatrizar ferimentos na pele. – eu expliquei. – eu já apliquei várias vezes desde que te encontrei na praia.

- Obrigada por me salvar. – ela disse.

- Não foi nada. Agora fique e descanse. Eu vou buscar mais da erva e já volto. – eu disse e sai da casa. Andei novamente até a horta e peguei mais das mil-folhas. Voltei para casa e fiz novamente a infusão. Depois de algumas horas conversando, fomos dormir. Ela na minha cama e eu em uma esteira de palha que eu havia feito há algumas semanas.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de comentar ;)