003 - Vampiro

[Eric]

Pude sentir cada emoção que a vitima sentia antes da morte, reviver cada lembrança de importância para ela. Tudo isso vindo de cada mínima gota de sangue que se derramava em minha língua. Era como degustar do melhor vinho existente no mundo. E o melhor de tudo, aquilo me fortalecia de uma maneira assustadora. Uma verdadeira lastima que seja tão raro encontrar o tipo certo de sangue. Quando finalmente extrai o ultimo sopro de vida da vitima, olhei para seu jovem rosto, apreciei o completo terror estampado em sua face delicada. A mulher que usava um terninho agora manchado de sangue, estava morta, fadada a ter aquele rosto de medo por toda a eternidade.

O estacionamento estava quase completamente vazio. Com exceção de uns cinco carros, um cadáver, eu e, ainda ali, parada me encarando com olhos verdes extremamente belos, Suzanna. E não havia nem sequer uma leve trilha de medo em seu olhar, apenas a mais pura e verdadeira paixão.

– Funcionou? – Perguntou ela. Sua voz era sensual a ponto de me deixar excitado. A única outra coisa que me deixava assim era o delicado sabor do sangue.

Olhei para minha mão, pensei por algum momento no passado, mas fechei minha cabeça rapidamente. Não era momento para o passado... Nunca era momento para o passado. Me concentrei. Logo em seguida aconteceu. Metal derretido começou a cobrir meu corpo, como uma bizarra cobertura de bolo, era quente e seu calor deva uma sensação de proteção maternal. O metal tomou forma depois de, rapidamente, cobrir todo o corpo. Se transformara em uma armadura prateada. Todo o meu corpo estava protegido.

Suzanna sorriu. Aquele sorriso parecia, de certa forma, completamente angelical. E o fato de Suzanna ser completamente o oposto de uma garota angelical fez com que eu perdesse o controle. Desativei a armadura e continuei encarando seus olhos brilhantes, assassinos.

Por fim a beijei, e ela, obviamente, retribuiu o beijo. Caímos no chão abraçados. Eu sentia seus lábios brincando atrevidamente com os meus. Seu corpo parecia fogo ardendo, consumindo a própria alma pouco a pouco. E me senti tentado a roubar seus poderes ali mesmo. Sentir seu sangue quente em minha boca. Mas me contive.

Ainda não era a hora.

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