Prison Break: A Verdade Contestada escrita por Jessyhmary


Capítulo 7
7. O jogo


Notas iniciais do capítulo

Sem sua aliada Angela Katlen, Michael e Sara são obrigados a fazer uma estranha aliança nesse jogo de altos e baixos.



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        - Michael, Angela ficou pra trás.

        - Não tivemos escolha, Sara. Ela já estava morta. A bala acertou a cabeça.

        - O que temos agora? A única pessoa que sabia do comprador era Katlen!

        - Ainda temos a pista que ela nos deixou: o envelope.

        Ele abriu o envelope e retirou uma foto com um pequeno bilhete.

A foto estava um pouco embaçada pelo tempo. Deve ter caído na água ou em algum outro lugar.

        - Quem ele pode ser?

        - Não sei, Sara. Está difícil de enxergar.

        - Ele aparenta ter uns 25 anos...

        - Ele é a pessoa de confiança de Christina. No mínimo deve ser um político ou empresário. Ninguém sem interesses político-econômicos ia querer colocar as mãos em Scylla.

        - Você acha que ele é algum parente?

        - Dificilmente. Está parecendo algum caso dela.

        - Michael...

        - Sara, minha mãe estava no poder. Ela faria o que fosse preciso pra conseguir isso. Não duvido de mais nada. Ela entregou os próprios filhos, lembra?

        - Tudo bem, então... Se o cara da foto tinha ou teve, sei lá... Um caso com Christina...

        - Ele vai querer Scylla de volta.

        Fui até a cozinha tomar água. Aquilo era muita coisa para um dia só. Primeiro Nika aparece do outro lado dos EUA onde, por coincidência, eu e Michael estávamos de passeio. Gretchen procura Mahone pra ajudar numa missão e recuperar sua filha. Angela, que era a única que sabia o nome do ultimo comprador de Scylla, foi morta diante dos nossos olhos e Aldo Burrows deixou um aviso dizendo que não estávamos sozinhos, o que eu descobri lá mesmo em Fox River. Nunca estivemos sozinhos. Tudo estava armado. Desde a morte forjada de Terrency Stedman até a morte armada pro meu pai. O bispo, Letícia, a mãe e o padrasto de L.J. Nik, Verônica Donovan. Esses foram os primeiros a ser mortos pela Companhia. Todos que descobriam algo pagavam caro por isso. Meu pai não estava mais nos planos deles.

Entrei em casa e vi meu pai suspenso do chão. Com uma corda no pescoço, eu vi o governador de Illinois sem vida enquanto uma conspiração estava sendo executada.

        Por algum motivo, Michael e eu sobrevivemos. Conseguimos dar conta de tantos imprevistos quanto se podia ter. Depois de tudo, descobrimos que Scylla não era um cartão com a lista negra da Companhia. Na verdade, Scylla era um empreendimento gigantesco: Energia. Las Vegas não teria toda a sua glória sem os milhões de volts que percorrem os circuitos elétricos todos os dias. A cidade dos jogos não receberia seus clientes sem os combustíveis que movem o grande contingente de veículos todas as horas. Para aumentar a segurança em torno de Scylla, as seis as pessoas mais importantes da Companhia eram portadores dos cartões como eram chamados. Eles eram responsáveis pelo seu cartão, que sua vez, possuía um pedaço do Código de Scylla. Seria impossível decodificar um cartão de Scylla isolado. Para isso, Michael e os outros, invadiram a Segurança Principal, um caminho deixado por Whistler nas páginas daquele livro lá em Sona: O Prédio da Gate. Onde T-Bag se passava por Cole Pfeiffer, um vendedor de muito renome. Passando pelo depósito, havia um alçapão e um caminho até Scylla. Uma vez reunidos e conectados os cartões, Scylla estava completa.

        A Companhia consiste num conjunto de empresas e organizações que estão envolvidos em todos os níveis de indústria e governo, assim, interfere na maior parte das transições do nosso país. Políticos, empresários, advogados, médicos... A Companhia estava em todo lugar com algum representante para monitorar as atividades. Nada fugia do controle deles e quem tentasse pará-los acabava dentro de um saco.

Todos menos nós.

        - Michael, sua mãe tinha tudo muito bem arquitetado. Ela sabia que se todos os planos dela falhassem, ainda teria alguém para continuar seus negócios, então ela se juntou a esse cara para esconder alguma coisa.

        - Ainda temos o bilhete.

        O bilhete, ao contrário da foto, estava intacto e fresco. A letra tímida de Angela ainda falava, mesmo estando morta:

        - “E toda vez que eu te olhar será como o sol do meio-dia. A mesma luz que me ilumina. Minha corrida por ti será eterna, não desistirei de te buscar, em algum ponto iremos nos encontrar.”

        - Isso foi da Christina! Essas mensagens, em código... Lembra, Sara? Foi com ela que eu aprendi isso.

        - Uma mensagem como aquela que te mandei lá em Sona...

        - Exato... Ela mandou a mensagem pra ele, então?

        - Não dá pra saber, mas se interpretarmos a mensagem estaremos perto dele.

        Estávamos vendo as possibilidades de combinação entre as palavras... Mas, geralmente os códigos mudam. O sentido, a localização... Anagramas com as palavras, palavras que representam outras mensagens... As possibilidades eram diversas.

        A porta se abre bruscamente.

        Quando direciono meus olhares até a entrada...

        - Oi Sara, quanto tempo.

        Aquela voz familiar me fazia lembrar as cicatrizes nas minhas costas.

        - Sabia que você estava metida nisso. – respondi cruzando os braços.

        - Dessa vez não é pessoal, Sara.

        - Já ouvi isso uma vez e quase matei Paul Kellerman asfixiado.

        - Tanto faz. Vocês estão com algo que eu preciso.

        - Procure em outro lugar, então.

        - Você não entendeu, Sara...

        - Você que não entendeu. Lembra o que eu falei? Que estávamos longe de ficar quites? Você lembra de Michelle? Oh... Claro que não... Deixa-me refrescar sua memória... Ela me salvou daquele cativeiro e você a deixou morrer em meus braços...

        - Desculpa, mas não pude fazer nada. Não sou médica.

        Nessa hora, desejei ter aquela espátula em minhas mãos.

        - Como se atreve a dizer isso?

        - Sara, sem joguinhos. Não vim aqui pra falar de Michelle. Pouco importa se ela te ajudou ou não. Eu estou aqui por outro motivo.

        - Seja lá o que for eu não vou ajudar você.

        - E se eu souber de algo que pode ajudar?

        - Sem acordos. Agora dá o fora!

        - Eu sei algo sobre o comprador, Sara. Sei também o plano do General para ele. Sem a minha ajuda vocês não vão a lugar nenhum.

        - Não precisamos da sua ajuda.

        Dei meia volta e fechei a porta.

Após alguns segundos ela passou uma folha de papel por baixo da porta - Um desenho de criança - e falou com a voz trêmula: 

        - Sara... Olha... Ela só tem cinco anos.

        Eu tentei permanecer firme em minha decisão, mas senti meu filho vivo e seguro dentro de mim. Imaginei o que eu seria capaz de fazer para mantê-lo bem. Voltei e abri a porta.

        - Eles pegaram a Emilly... E tudo que eu sei é que o cara também é da Companhia... Mas... Eu deveria reconhecê-lo, mas não! Ele pegou minha filha para usá-la como arma para me manipular!

        - Sinto muito por sua filha, mas você já me usou para manipular o Michael... Não foi? Você forjou minha morte e colocou a cabeça de Michelle naquela caixa. Ela foi punida por mim. Michael passou um mês achando que eu estava morta e que a culpa era dele. Você tem noção de quanta dor você causou?

        - Isso é um jogo, Sara. Todos nós estamos aqui por alguém. Acha que eu quis abandonar minha filha? Acha que eu queria mesmo ser chamada de “titia” quando na verdade ela deveria me chamar de “mamãe”? Acha que quis entregá-la para minha irmã e ficar longe dela? Eu não tive escolha, mas alguém quer nos prender a isso. Se eu não concluir essa missão... Eles matam a Emilly.

        Pela primeira vez, vi aquela mulher chorando. Gretchen Morgan... Que me torturou e quase me matou... Agora chora pela sua filha. Enquanto ela chorava, Michael entrou na sala.

        - Sara! Você está bem? – Ele apontou a arma pra ela – Não se mexa Gretchen... Ou eu juro que...

        - Michael, calma... Abaixa a arma. – Pedi com cuidado. – Não precisa fazer isso. Eu a revistei, ela está limpa.

        - Como nos encontrou?

        Gretchen abaixou a cabeça. Michael segurou-a pelos cabelos e perguntou mais alto:

        - Como nos encontrou? Responde!

        - O cartão! – ela respondeu gritando

        - Como assim? Nossos cartões de crédito foram todos...

        - Michael... Não é desse cartão que ela fala... – Entendi.

        - Nika! – Gretchen exclamou.

        Gretchen confirmou minhas suspeitas: Nika. O cartão com seu número de telefone também tinha um chip e assim, facilmente nos encontraram. Estava explicado. Nika realmente estava nessa com a Gretchen.

        - O que você ofereceu a Nika? – Perguntei

        - Nada.

        - Acha mesmo que eu vou cair nessa, Gretchen? Vivemos num mundo de negócios. Você jamais entraria num acordo sem que fosse sair lucrando com isso. O que você ofereceu a Nika?

        - Sara, querida... Seu único problema é fazer as perguntas erradas. Em nenhum momento você me perguntou o que eu tinha para ajudá-los. Eu faço parte do plano do general. Plano que inclui vocês.

        Olhei para o Michael esperando alguma resposta. Ele começou a negociar:

        - De que informações estamos falando?

        - Acho que já devem saber que existe mais alguém na jogada.

        - Sim, encontrei um bilhete do meu pai... O que você sabe sobre isso?

        - Mais devagar, Michael. Acha que eu vou simplesmente entregar essa informação a vocês e ficar sem nenhuma garantia de que vão me ajudar a salvar Emilly?

        - Ou... Você pode sair por aquela porta com a certeza de que não iremos ajudá-la.

        Vi no rosto de Gretchen uma expressão de preocupação.

        - Michael... Você está correndo perigo, Sara está correndo perigo, vocês não...

        - Correndo perigo?! Você vem dizer isso pra mim?! Diga-me um dia sequer em que eu e Sara não estivéssemos fugindo? Hein! Um dia sequer! – Disse Michael Gritando. – Acha que eu não lutaria com o mundo todo para manter minha mulher e meu filho a salvos?

        - E é só isso que eu peço, Michael... Pelo seu filho... Por Sara que está grávida... Eu nunca tive chance de cuidar da Emilly... Eu quero fazer as coisas direito agora... Cansei de ser fantoche da Companhia...

        Michael a olhou como se estivesse calculando. Tínhamos isso em comum. Nós dois éramos altruístas demais e muitas vezes isso nos colocava em situações complicadas. Naquele momento eu quis ajudá-la. Michael também.

        - Está bem. – Ele suspirou – Mas se você tentar qualquer coisa...

        - Sem problemas. Se isso é um jogo, dessa vez estamos do mesmo lado.

        - Sara... Tudo bem pra você? – Michael me perguntou.

        - Tudo. Tudo bem. Assim acabamos logo com isso.

        - Então... – Michael voltou-se para Gretchen - Quem é o comprador de Scylla?


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Notas finais do capítulo

"E quando isso acabar... Você pagará por Michelle" (Sara Tancredi)



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