Prison Break: A Verdade Contestada escrita por Jessyhmary


Capítulo 6
6. Angela Katlen


Notas iniciais do capítulo

Um antigo amigo retorna a história para dar uma notícia não muito agradável. Enquanto isso, Michael e Sara encontram alguém que finalmente pode ajudá-los e lhes dá uma pista determinante na descoberta do misterioso comprador.
(Nota: Angela Katlen, E os dois outros agentes, são de minha autoria)



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 Uma mancha de sangue percorreu todo o estado de Illinois. Alexander Mahone entrou no caso para pôr um fim naquilo tudo. Agente especializado do FBI, ele parecia rastrear a mente de Scofield muito antes dos outros policiais pensarem em tais pistas deixadas por ele. Mahone, no entanto, carregava a dor de deixar a mulher e o filho para trás em nome da segurança deles. A vida de agente não era fácil. Nomes, provas, pistas e sangue. Aquilo tudo o cercava. O cadáver escondido no quintal também. Porém, Alex percebeu que o mais importante ele havia deixado em Durango, no México.

Temendo pela segurança de seu filho, Mahone se propôs a matar Michael de qualquer maneira. Porém, numa cilada conjunta, ele, Scofield, T-Bag e Bellick foram parar em Sona, uma terrível prisão panamenha onde a lei era ditada pelos próprios prisioneiros. Em Sona estavam os piores dos piores. Michael conseguiu escapar de lá e levou consigo Mahone, que então, passou a trabalhar conosco na operação Scylla.

        - Mahone ligou hoje de manhã.

        - Foi? Como ele está?

        - Ele tá bem. Comprou uma casa no Alabama. Não está com a Pam...

        Ele me olhou como se quisesse dizer algo, mas não conseguia. Dei uma força:

        - Alabama... Parece um bom lugar... – Dei uma pausa e o encarei - Ele disse algo mais?

        - Ele disse que Gretchen estava viva, e que ela tinha ido procurá-lo na casa dele.

        - Gretchen? Morgan? Mas o quê, ela... Ela não tinha sido presa?

        - Não. Ela estava baleada, mas conseguiu fugir antes que a encontrassem.

        - Aquela pilantra sempre escapa...

        - Sara, temos mais uma pista.

        - Qual?

        - Mahone disse que ela foi procurada pelo general Krantz. A Companhia está com Emilly.

        - A filha de Gretchen?

        - Ela mesma. Ela tem cinco anos.

        Franzi a testa e respirei fundo. Não era justo a pequena Emilly pagar pelo mau caráter de sua mãe.

        - Por quê? O que querem com isso?

        - Em troca de um último trabalho para a Companhia.

        Levei as mãos à cabeça. L.J. e eu entendemos bem o que é isso. Todos nós já estivemos nessa situação.

        - Trabalho, Michael... Que trabalho?

        - Eu não sei... Mahone disse que ela não revelou o que era. Gretchen estava muito alterada. Só o desespero a levaria a pedir ajuda de alguém dessa maneira.

        - Pegaram a filha dela, Michael. Ela vai percorrer o mundo todo procurando por isso se for preciso.

        Michael parou por uns instantes como se fizesse cálculos... Um ar de preocupação surgiu em sua face. Parece que ele tinha chegado a uma conclusão.

        - Sara... Nika está aqui e Gretchen no Alabama... Ela está vindo pra cá!

        - Michael... Mas... Como ela conseguiu dinheiro? Onde conseguiu recursos? Ela não pode...

        - Se o general lhe deu essa missão, com certeza conseguiu todos os meios necessários pra que ela a pudesse executá-la.

        - Mas então, Mahone disse a ela onde estamos?

        - Não. Mas se Nika estiver dentro desse acordo... A essa hora ela já deve saber.

        Nosso raciocínio foi interrompido pelo telefone, que a essa altura poderia ser qualquer pessoa. Michael olhou pra mim e eu fiz que sim com a cabeça. Ele atendeu:

        - Alô...

        - Michael, sou eu de novo. Eles estão aqui.

        Fiquei aflita vendo Michael respirar ofegante.

        - Onde você está?

        - Escondida no sótão. Em questão de minutos eles me encontrarão. Mas tem outra coisa que você tem que saber...

        - O quê?

        - Michael, você tem que vir aqui. Sem isso vocês nunca conseguirão chegar ao fim disso.

        - Me diz a sua localização.

        - Pega a rua principal do estádio de Kezar...

- Frederick Street?

- Essa mesma. Primeiro quarteirão à esquerda. Tem uma casa bem antiga com o portão de ferro e um jardim de rosas brancas na frente. É a única casa assim. Não tem como errar. Venha pelos fundos, cuidado com os agentes e o mais importante: Aja rápido.

        Desligou o telefone e pegou o casaco.

        - Sara, vamos resgatar uma pessoa.   

- Ótimo... Agora somos agentes, também. Pega as coisas lá em cima, eu vou tirar o carro, te espero lá embaixo em um minuto.

- Tá.

Desci as escadas com pressa, essa história estava longe de acabar. Aldo revelara mais uma pessoa no caso e agora estávamos indo resgatar alguém, provavelmente tão vítimas disso quanto nós. Não tinha mais volta eu estava disposta a lutar pelo Michael e pelo bebê dentro de mim.

        - Pronto. Está tudo aqui.

        - Pegou o kit de socorros?

        - Foi o primeiro item da lista.

        Sorri pra distrair a tensão. Tomei o volante e acelerei seguindo as instruções de Michael. A casa ficava a oito minutos de onde estávamos. Assim que dobramos a esquina tivemos uma surpresa

        - Pára, Sara! Para o carro!

        Parei o carro bruscamente. Dois outros carros estavam em frente a casa dela e tivemos que achar outro meio de entrar lá.

        - Sara, temos que nos separar. Você vai atrás da babá e leva o kit de socorros caso ela esteja ferida. Eu vou procurar os agentes e tentar Pará-los antes que eles as encontrem.

        - Tá. Toma cuidado.

        - Você também, Sara. Vai dar tudo certo.

        Ele me deu um beijo e entrou pelos fundos. Tomei o caminho do jardim procurando um meio de subir ao sótão sem entrar na casa. Encontrei um antigo terraço que tinha uma escada que ia para o telhado. Subi e consegui abrir a janela do sótão onde a babá estava abaixada atrás de um velho guarda-roupa.

        - Quem é você? – Disse ela assustada.

        - Calma, eu tô com o Michael... Está tudo bem.

        - Cadê ele? Não temos muito tempo.

        - Ele entrou pela casa, está procurando os agentes...

        Fui interrompida por uma voz desconhecida:

        - Olá Angela... Ei... – Ele me olhou com desprezo - Veja o que temos aqui... Karl! Venha até o sótão!

        Ele chamou o outro agente tão asqueroso quanto ele. Alto, 1,80 de altura com uma cicatriz recente no antebraço.

- Essa não é a namoradinha viciada do Scofield?

- É. Ela mesma... Doutora Tancredi, não é?

        Ele falou isso com um tom de ironia e aproximou-se de mim. Tocou numa mexa do meu cabelo e eu dei um passo pra trás. Ele continuou:

        - Mas o que você está fazendo aqui sozinha em San Francisco? Garotas como você deviam estar em casa longe de encrencas.

        - O que você quer com Angela?

        - Eu? Nada. Só quero colocar os assuntos em dia. Faz tempos que não a vejo.

        - Diga isso para outra pessoa. Essas fábulas sobre a Companhia não me enganam mais. Aliás, nunca me enganaram.

        - Companhia? Quem disse que somos a Companhia?

        - A quem vocês acham que podem enganar? Eu posso ser só uma garota de Illinois, mas sei reconhecer um agente de longe. Nos os últimos meses, me acostumei com sirenes, tiros e toda espécie de barulho que indicasse perseguição. O que vocês querem com Angela?

Assim como Michael, Christina Hamptom deixava suas informações codificadas e difíceis de entender, ela só não contava com uma coisa: seu próprio filho tentando desmascará-la. Porém, Christina está morta e a única pista foi aquela deixada pela babá. Ela era a agente o tempo todo. Cuidou de Michael e de Linc e ainda vigiou Christina. Quem desconfiaria de uma senhora pacata nos arredores da casa? Viva como um falcão, Angela Katlen estava atenta a todos os movimentos de Christina e assim que descobriu algo, conseguiu um jeito de encontrar Scofield. Angela se encontrava agora cara a cara com os agentes que certamente a queriam calada. Mas, por quê? O que Angela tinha que os interessava tanto?

        - É a mim que vocês querem. Deixem a Tancredi ir embora. – Disse Angela encarando um deles.

        - Não. – Disse o agente com a cicatriz – Agora que ela está aqui, ela não vai sair. Nenhuma das duas.

        Olhei em redor e vi um cano de aço de onde a água escorria do telhado. Ainda estava perto da janela, mas se eu ameaçasse descer, provavelmente eles matariam Katlen. Então, cautelosamente, desencaixei o cano e o escondi atrás de mim. Estava esperando a hora certa para acertar o agente mais alto e fugir daquele lugar com Angela. Porém, quando o outro agente se aproximou de mim, Michael apareceu no sótão.

        - A festa está completa, Karl. Vamos pegar Scofield.

        Quando o dito Karl virou de costas acertei-o com o cano com a força que eu tinha nos meus braços. Com a queda ele caiu desmaiado. Quando viu o seu companheiro inconsciente, o outro Agente apontou a arma para Michael

        - Não mova um músculo, Scofield. Você está sobre a minha mira.

        - Pra quem você trabalha? – Perguntou Michael fazendo sinal para eu pegar a arma do agente que eu derrubei.

        - Isso não importa. Você veio atrás de Angela, não foi? Diga o que ela sabe.

        - Não sei muito sobre ela. Faz pouco tempo que a reencontrei. A última vez que nos falamos ainda estava em Minnesota.

        Michael distraía o agente enquanto eu me aproximava dele já com a arma escondida atrás de mim.

        - Minnesota? Você mora em Illinois... Pra quê tanto interesse em Angela? Ela sabe de alguma coisa que ponha em risco a operação? Porque se ela souber, eu vou ter que dar um jeito nisso.

        E desviando o olhar de Michael, ele apontou a arma para Katlen. Eu me aproximei de Michael e ele não percebeu que eu tinha pegado a arma do seu parceiro. Ele deu alguns passos na direção de Angela e engatilhou.

        - Sinto muito, Angela. Mas não posso deixar isso acontecer.

        - Largue a arma. – Gritei -

        Não queira saber o que se passa na cabeça de alguém quando sente o ferro encostado na sua cabeça pronto a causar um estrago no cérebro de qualquer um. Já havia passado por aquilo. Quantas vezes minhas memórias me assombraram? Perdi a conta. É algo para se lembrar a vida inteira. As minhas lágrimas pelos que me ajudavam e logo em seguida partiam sem dizer adeus. Lá estava eu tentando salvar a vida de mais uma. Só que dessa vez não tinha um bisturi nas mãos. Era um revolver.

        - Largue a arma – Repeti com mais força.

        - Doutora, não me faça pensar que você vai atirar em mim, porque eu sei que...

        - Você não sabe de nada. E se não quiser ser o próximo, é melhor largar a arma.

        - Poupe-me de suas ameaças inúteis. Angela não pode viver depois do que ela ouviu.

        Ouve-se um tiro no sótão.

        - Ai! Meu calcanhar! Ah! Sua Drogada! Você vai pagar por isso!

        Dessa vez apontei a arma pro seu rosto.

        - Essa é sua última chance pra largar a arma. Eu não vou me importar de acabar com você. Não é o primeiro que tenta fazer isso.

        Ele me encarou com raiva, soltou a arma e largou Angela.

        - Ótimo. Fez uma boa escolha. – Dei as costas e saí

        Michael pegou a arma e descemos as escadas em direção a porta.

        - Vamos pro meu carro, está nos fundos. – disse ofegante -

        - Espere, Sara! – Angela parou

        - Não temos tempo, Angela! – Gritou Michael.

        - A prova está no meu quarto, esperem-me no portão.

        Corremos até o portão e eu fui ligar o carro. Tínhamos que sair dali. Michael permaneceu do lado de fora esperando Angela. Passado alguns minutos, vi Angela entregar um envelope ao Michael enquanto eles se aproximavam do carro.

        - Aqui está, Michael. Passei muito tempo infiltrada na casa dos Scofield para descobrir essa informação. Quando eu soube que vocês estavam em perigo por causa desse envelope, tive que vir para ajudá-los. Sempre cuidei de vocês, Michael. Lembra das ligações? Das férias? Eu não estive presente por um tempo, mas sempre os criei como meus filhos que eu nunca tive. A princípio, me contrataram para vigiar sua mãe. O General já não tinha muita confiança nela. Aos poucos Christina quis tomar posse da Companhia e expulsar o General Krantz do poder. Só que sempre houve uma pessoa que Christina escondeu a vida toda. Ele é o último comprador de Scylla, Michael. Scylla não está segura. Christina Hamptom sabia que se todos os compradores de Scylla desistissem, ele seria o único a permanecer invicto no negócio. Somente seu pai, Christina e o general sabiam da existência dele. Agora, eu não estou do lado do General. Só quero a segurança de vocês. Pra isso, vocês precisam encontrar o comprador, Michael. Ontem, durante uma conversa que eu rastreei no telefone, consegui descobrir quem ele é.

        - Então me diz Angela... Quem ele é e onde podemos encontrá-lo?

        - Michael, o comprador é...

        O tiro foi rápido e silencioso.

        Abri a porta do carro para os dois entrarem. Só um conseguiu.

        O agente com a cicatriz tinha uma arma reserva e conseguiu nos alcançar. Eu estava no carro e quando Michael entrou, Angela, que vinha após ele, foi baleada. Três vezes. Uma na cabeça, uma no peito e a outra eu não vi onde pegou. Tivemos que sair de lá. O agente ainda conseguiu acertar o vidro do carro então eu acelerei. Deixamos Angela Katlen pra trás.


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Notas finais do capítulo

"Eu não sei como é lá em cima na sua torre de Marfim. Aqui embaixo, pessoas estão morrendo e vidas estão sendo arruinadas. Então, eu estou preparada para fazer qualquer coisa para deter vocês." (Sara Tancredi)



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