P.O.V Annabeth

Adormeci com Percy fazendo cafuné em mim, e cantando Moments, bem baixinho.

É difícil acreditar que aquele garoto que eu conheci na praia seja esse garoto que eu estou namorando.

Namorando. Eu. Com Percy. Uau.

Com certeza namorar não fazia parte dos meus planos quando me mudei para a Califórnia. Mas parece que a vida tinha reservado outra coisa para mim.

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Quando acordei Percy não estava mais cantando, ou fazendo cafuné.

Virei para o outro lado, e vi que novamente estava havendo uma briga. E novamente sobre quem iria ficar comigo no meu quarto.

–Sempre que eu acordar eu vou ter que encontrar vocês brigando? –eu pergunto para Percy e Tia May que brigavam, e Luke que ria de tudo.-

–Ah querida, você acordou. –Tia May vem ao meu encontro, e logo atrás dela, veio Percy e Luke-

–Oi loirinha. –Percy disse, dando á volta na cama- Que bom que acordou. Assim você vai poder falar pra sua tia que é verdade que nós estamos namorando, e assim eu vou poder ficar aqui com você. –Percy fala e me dá um selinho-

–Vocês estão namorando Annabeth? –tia May pergunta curiosa-

–Sim. –eu respondo com um sorriso nos lábios-

–Desde quando? –ela questiona-

–Desde... desde que vocês me deixaram sozinha aqui com ele. –eu respondo-

–Eu disse que o que eles iriam aprontar. –Luke diz rindo-

–Ok ok, se é assim, você fica aqui com ela Percy. –minha tia se deu por vencida- Estou feliz por vocês queridos. –ela fala sorrindo-

–Mas e a escola? –eu pergunto, e os três olham confusos para mim- Percy não pode matar aula. –Ele olha surpreso para mim- É sério.

–Você não quer que eu fique aqui com você? –ele pergunta desapontado- Ok, May, você fica com ela então. –ele diz tristinho-

–Não é isso Percy. Mas você tem que ir á escola. Não quero que você reprove por causa de mim.

–Puf, quero ver você enfiar isso na cabeça dele. Desde que você sofreu o acidente ele não vai pra escola. –Luke entrega Percy, e Percy olha feio pra ele-

–Olha quem fala. Você também não foi pra escola. –Percy diz- E nem adianta fazer essa cara loirinha. –Percy se dirige a mim-

–Que cara? –eu pergunto-

–Cara de reprovação.

– Eu não acredito que vocês faltaram à escola esse tempo todo. –eu digo brava. Será que eles não sabem que a escola é importante-

–Você fica uma gracinha quando está brava. –Percy fala, me olhando-

–Melação de mais. –Luke fala e bufa-

–Ok, vamos fazer assim. Você fica aqui comigo depois que você sair da escola. Pode ser? –eu proponho-

–Tá né. Eu não tenho outra opção. –Percy diz-

A porta se abre brutalmente. Silena está parada no pé da minha cama, e fala exasperada.

–Encontraram o Nico.

–Graças a Deus. –diz tia May-

–Ainda bem. –Diz Luke-

–O que aconteceu? –eu pergunto preocupada com o meu “Joe Jonas”-

Eu dei esse apelido para ele desde o dia em que cantamos juntos.

–Acho melhor vocês dois correrem pra casa dele. –Silena diz-

–Tá. Vamos Percy. –Luke fala saindo da sala-

–O que aconteceu? –eu insisto-

–Si, conta para ela por favor. –Percy pede, me dá um selinho e vai saindo do quarto-

–Percy. –eu chamo nervosa, e ele olha para mim- Vai com cuidado.

–Claro. –ele diz, sorri e sai-

Eu estava com medo, por que se ele resolvesse ir muito rápido, poderia acontecer alguma coisa.

–Me conta. – eu me direciono para Silena -

–Bem, eu vou ir para a casa de Nico também, para ver se a mãe dele precisa de alguma coisa. Você pode ficar aqui com ela Silena? – tia May pergunta-

–Claro. – ela responde com um sorriso meigo - .

–Você sabe, - começou Silena assim que tia May saiu - que a Bia e o Leo estão namorando, né?

–Sim, fiquei sabendo pela Thalia. – eu respondo –

–Então, e o Nico não gostou muito disso.

–É eu também fiquei sabendo dessa parte.

–Pois então. Ai, quando nós saímos e deixamos você e Percy sozinhos, ele e Bianca meio que ... Discutiram. E o Nico joogou poucas e boas na cara da Bia, falando como ele estava se sentindo em relação a isso. E depois ele saiu, e ninguém mais conseguiu falar com ele. Thalia, Bia, Leo, Charles e Jason foram procurar ele. Bem, na verdade ficamos aqui apenas eu, a Piper, o Percy e o Luke, mas agora os dois garotos também foram.

–E onde acharam ele? – eu pergunto preocupada -

–Na rua. Bêbado.

–Nossa. – eu exclamo surpresa –

–É. – Si concorda-

–Chama a Piper para entrar, ela deve estar lá sozinha.

–Ok, vou chamar. – Silena sai, e volta logo com Piper -,

–Quem o achou? – eu pergunto –

–A Thalia. – Piper responde –

–Hm.

P.O.V Nico

Depois que sai do hospital, fui andando pelas ruas sem rumo, tentando conter as lágrimas de mágoa que insistiam em cair.

Quando vi onde estava, reparei que era um bar. Entrei sem pensar duas vezes. Logo pedi uma dose de caipirinha. Nunca havia bebido essa, mas dizem que ela é bem forte. O garçom nem me pediu documento, e vi que aquele era um bar que não seguia as leias, afinal era proibido vender bebida alcoólica para menores de idade.

Me lembro de ter bebido 17 doses de caipirinha, depois perdi a conta.

Paguei a conta, e sai do bar, quase caindo no chão. Andei pelas calçadas cambaleando, e pensando no quanto minha vida era uma droga. Eu na verdade era um completo abandonado. Eu quase não via meus pais, por eles estarem sempre trabalhando. Minha irmã que sempre esteve presente me abandonou por causa de um garoto. Meu melhor amigo, quem eu sempre pude contar, me abandonou por causa de uma garota.

Não consigo acreditar que eu bebi para esquecer tudo isso, mas agora isso me vem mais ainda à mente. Parece perseguição. É perseguição.

Saio correndo o mais rápido que posso, para que os problemas não me alcancem. Mesmo sendo um pouco difícil correr, devido ao efeito da bebida, eu não paro. Corro como se minha vida dependesse disso, e a julgar por certo ponto, depende. Depende, por que se eu me entregar a esses problemas, minha vida acaba.

As lágrimas escorriam de meus olhos enquanto eu corria, mas agora eu não me importava. Continuei correndo até que esbarrei em alguém, e essa pessoa era Thalia. Nós caímos no chão, e ela abriu a boca para provavelmente me xingar, mas então ela viu que era eu, e se levantou. Ela estendeu a Mao para me ajudar a levantar. Com um pouco de dificuldade, eu levantei, graças a bebida, eu me sentia tonto, e meu estomago embrulhado.

Ela não falou nada, só começou a me arrastar, praticamente me carregando, e me jogou em um banco de uma praça, e ligou para alguém.

Não prestei atenção no que ela dizia, por que me estomago colocava tudo para fora.

Depois de um tempo, Thalia me coloca dentro de um taxi, e ele começa a andar, mas eu apenas deito minha cabeça no vidro do carro, me sentindo pior do que eu me sentia antes.

Chegamos na minha casa, e Thalia me leva pra dentro. Não tem absolutamente ninguém em casa, nem a nossa empregada. Fico deitado no sofá depois de beber o remédio que Thalia me deu, até que a campanhinha toca, e Thalia abre a porta. Entra Bianca, Leo, Jason e Charles.

Eles me falaram u monte de coisa, mas eu não compreendia nada. Percebi que Bianca estava chorando, mas não liguei muito para o fato.

Passados alguns minutos, a campanhinha toca novamente, e dessa vez chegam Luke, Percy e May. Vieram com mais um monte de sermão para mim, e eu não agüentava mais.

–CHEGA. – eu grito, interrompendo Bianca, que me falava um monte de coisas que não eram importantes – Chega. – eu repito, e com um grande esforço, me levanto –

–Nico, calma, onde você vai? – Bianca questiona –

–Não é da sua conta. – eu respondo ríspido –

–Não precisa falar com ela assim. – Leo diz –

–Não se mete Valdez. – Nico rebate bravo –

–Olha aqui Nico. Vou te dizer uma coisa e você vai me ouvir, entendeu. Você fica ai fazendo esse draminha, que a Bianca e eu te abandonamos, mas quem nos abandonou foi você. É você que não quer mais falar com a gente, é você que evita a gente, é você que fica brigando com a gente. Você acha que eu não posso cuidar bem da sua irmã, mas você cuida muito menos. Você não á apóia em nada, e fica só brigando com ela, e vê que ela esta sofrendo, mas não se importa, continua implicando. Você pode gostar de ver a Bianca sofrer, mas eu não. Então se você não parar com essa idiotice agora, eu vou ser obrigado a quebrar a sua cara. – Leo terminou num fôlego só –

O olhei por um momento, e percebi que ele tinha razão. Eu sou um montro.