Dont Look Back In Anger escrita por ladyofcamellias


Capítulo 4
Capítulo 4- Misunderstood


Notas iniciais do capítulo

Estou meio chateada, é. Não foram todos os meus leitores que deixaram reviews e eu fico completamente acabada com isso. Mas, vamos ao que importa. Esse é simplesmente O MELHOR CAPÍTULO DE TODOS. Na minha opinião, claro. Tem musiquinha e tudo HAUSHAUSHAUSH. Enfim, espero que gostem (:



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POV Annabeth

_ Annabeth! _ a ruiva corria na minha direção, gritando meu nome tão alto que o extenso estacionamento da Goode High School inteira poderia ouvir, com toda certeza.

E eu? Seguia reto, como se não estivesse escutando. Mesmo sabendo que o certo seria me virar, sorrir docemente e perguntar qual era o problema. Seria educado e polido.

Só que eu já mandara a educação para um lugar não muito bonito, desde que acordara um pouco mais cedo. Para falar a verdade, desde ontem à noite. Minha cabeça ainda doía e os cortes nos meus pulsos eram profundos. Ainda tinha sangue na pia do meu banheiro. Eu virara a madrugada embaixo do chuveiro, deixando que minhas lágrimas salgadas se misturassem com a água gelada caindo em mim.

Eu queria ser forte e não ligar para mais nada e prometera isso a mim mesma. Mas é que, Deus, não dá para você ignorar o fato do seu pai chegar em casa (quando aparece) bêbado, pronto para te dar uma surra por um motivo que você ao menos conhece.

Doía. Doía pelo fato de eu não conseguir amar mais meu próprio pai. Doía por não ter ninguém que me escutasse quando eu gritava. Doía por não ter ninguém para enxugar minhas lágrimas e dizer que tudo ficaria bem, por mais que eu soubesse que não ficaria. E, principalmente, doía por eu sempre ter que aguentar tudo sozinha.

_ Annabeth! Annabeth Chase!                                            

A garota continuava me gritando, enquanto a ignorava, pegando as chaves do meu carro dentro da mochila. E por esse único momento que eu parei, ela me alcançou, agarrando meu braço com força, como se estivesse no deserto há dias e eu fosse uma garrafa de coca cola que caíra do céu. Um oásis também serve.

Fechei os olhos, xingando a mim mentalmente, antes de me virar para ela. Porque eu sabia o que tanto queria falar comigo. Sabia o porquê daquele desespero todo. Novamente, a bobona aqui ia ser a menina mais zoada do colégio. Porque, novamente, fizera besteira.

_ O que foi, hein? _ esbravejei, soltando-me do seu aperto.

Katie Gardner me olhou com aqueles olhos grandes e verdes demais, surpresa pela minha reação agressiva. Abraçou a si mesma, abaixando a cabeça. E agora, que finalmente estava disposta a escutá-la, por mais que batesse os pés no asfalto impacientemente e estivesse de braços cruzados, a garota não falava nada.

_ Belo uniforme _ elogiei irônica, seu novíssimo uniforme de cheerleader. Ela pareceu gostar do elogio, e toda aquela timidez inicial foi embora quando me deu um belo sorriso.

_ Mesmo? Eu achei que ficou meio pequena a saia, e Rachel falou que eu pareço uma meretriz com essa bunda empinada...

_ Rachel sempre tem alguma crítica, é pura inveja. Você está ótima.

_ Obrigada.

O gesto tímido de baixar a cabeça retornara. Devia estar tornando-me psicótica, porque, não acreditava que tivera medo daquela coisinha pequena do primeiro ano. Mais especificamente não dela, mas de todos os alunos da Goode High School, especialmente de certo moreno de olhos verdes, o novato do segundo ano.

Fora simplesmente horrível quando ele me ligara ontem. Deviam ser umas onze da noite e eu chorava copiosamente, sentada na tampa do vaso, observando todo aquele sangue escorrer de meus pulsos. Foi horrível quando ele perguntou se estava tudo bem e eu disse que sim. Foi horrível quando ele disse que estaria ali “pro que der e vier” e eu disse que não precisava, numa fracassada tentativa de rir. Foi horrível quando ele me convidou pra uma festa no sábado a noite na casa de Luke, por pura pena, e eu por educação respondi que ia.

Mas, foi mais horrível ainda quando eu escutei uma voz nojenta e feminina vinda de algum lugar bem próximo. Era quase como se eu pudesse sentir o cheiro do perfume enjoativo da Dare lá do meu quarto. Foi completamente horrível como, na hora, ele desligou na minha cara.

_ Annabeth, você está aí? _ Katie perguntou, estalando os dedos na frente do meu rosto. Tentei rir junto com ela, mas saíra forçado demais.

O que eu mais odiava em Percy Jackson era não saber se realmente o odiava. Não saber se era tão completamente igual aos outros ou tão completamente diferente. Uma hora ele parecia ser o cara mais perfeito do mundo e, na hora seguinte, o maior imbecil.

Ficara a noite inteira pensando naquela maldita ligação. E em como seria horrível quando Rachel espalhasse aquilo para a escola inteira. E como ela adoraria me ver no fundo do poço. Aquela ali sempre gostava desse tipo de coisa. Principalmente, como ela gostaria que Percy,a única pessoa com quem eu falava direito ultimamente, me visse no fundo do poço.

_ Não sei se você está prestando atenção, mas é que eu queria pedir desculpas. Por aquele lance de segunda...

_ Tudo bem... Espera, o que você disse?

_Você sabe. Segunda. Banheiro. Tesoura. Cabelo.

Ah. Meu. Deus.

_ Katie, fui eu que pedi para que você cortasse. Era eu quem deveria estar pedindo desculpas. Mas relaxa, você fez um bom trabalho.

Nós duas rimos, e pela primeira vez no dia eu vi a menina relaxar os ombros. Parecia quase em êxtase, como se estivesse carregando um fardo nas costas durante toda semana e eu tivesse oferecido para carregá-lo para ela.

_ Eu imaginei que seu cabelo fosse como as folhas dos arbustos que eu ajudo minha mãe a podar. Aí, não foi tão difícil.

Rimos mais ainda, ambas parecendo um pouco loucas e deslocadas. As pessoas que passavam olhavam e começavam a conversar baixinho entre si, mas nenhuma de nós duas pareciam se importar. Katie até que era bem legal. E se estivesse rolando algum boato sobre mim pela escola, não acho que uma menina doce como ela estaria lhe dando força.

_ Annie... Posso te chamar assim?

Foi aí que ela me pegou de surpresa. Passei as mãos pelos cabelos, um pouco confusa e mordendo o lábio hesitante. Porque, de alguma maneira, aquele apelido logo que fora criado quase de imediato tornara-se exclusivo de apenas uma pessoa.

_ Claro.

_ Então, Annie... _ ela riu, e eu tentei acompanhá-la _ Vai ter uma festa na casa de Luke, no sábado...

_ Eu sei.

_ ... e eu e Silena vamos ao shopping amanhã. Vai ser uma festa e tanto, e ninguém quer passar vergonha.

Ela riu, um pouco sem jeito por de repente eu parecer mais rígida e quase nervosa, como anteriormente. Jurara para mim mesma não ir naquela festa. Nunca mais entrar naquela casa e nunca mais olhar na cara do cretino do Luke Castellan. Mas, uma garota pode querer vingança de toda a gente que a maldizia, não pode?

_ Seria legal que fosse conosco.

_ Claro. Que horas?

POV Percy

_ Não conhece? _ perguntei abismado, enquanto Rachel apenas ria, balançando a cabeça de maneira que dava movimento aos seus cachos ruivos. _ Em que mundo você vive?

_ Eu escuto Avril Lavigne.

Ela ainda ria quando larguei o violão e lhe abracei, em seguida beijando seus lábios vermelhos e carnudos. E eu sei o quanto isso era errado, mas eu não conseguia evitar. Enquanto puxava-lhe pela cintura, pensava em como seria puxar a cintura fina de Annabeth. Enquanto passava as mãos pelos seus cabelos, pensava em como seria passar as mãos pelos cabelos curtos de Annabeth. E enquanto sentia seu cheiro assim, tão perto do seu pescoço, pensava como seria sentir o cheiro de Annabeth nessa mesma posição.

A verdade que é que estava preocupado. Preocupado e me sentindo um completo idiota. Porque, eu devia ter largado tudo e ido ver o que estava acontecendo. E eu iria. Mas bastou Rachel sair do banheiro, usando somente uma camisa minha e dando um sorriso de canto um pouco safado que toda aquela coragem foi pelos ares. E eu voltei a ser o mesmo Percy Jackson covarde e egoísta. Típico.

_ É Bon Jovi _ sussurrei no seu ouvido, _ Misunderstood.

_ Hmmmmm

Gemeu, enquanto levantava o mais delicadamente possível sua saia e apertava suas coxas, com aquele mesmo pensamento questionador e imbecil, de como seria apertar as coxas finas e compridas de Annabeth.

_ Isso é errado _ afastou-me subitamente, passando as mãos pelos cabelos e virando-se de costas. _ Isso é errado.

_ O que? Ficar com um cara no meio da arquibancada da quadra da escola, enquanto o treino não começa? _ perguntei incrédulo. Porque aquilo parecia típico de uma menina como Rachel.

_ É que você está distante, assim, esquisito desde aquela ligação de ontem...

Eu não esperava que uma menina como Rachel fosse perceptiva assim. Ela me olhava com o cenho franzido e os olhos verdes escuros parecendo pequenos no meio de toda a maquiagem. A primeira coisa que notara nela, é que, longe dos holofotes, era diferente. Não uma menina atirada e sem vergonha, mas como qualquer garota. Doce, amiga e até mesmo gentil. Não íntegra como Annabeth.

Porém, teria que me contentar com isso. Uma garota inteligente e corajosa, não ia querer nada com um covarde egoísta como eu, certo? Martelara aquilo a noite toda, deitado na minha cama com Rachel dormindo. E por, mais que tão conclusão fosse dolorosa, era a verdade. Aquela tarde, com a loira, fizera-me perceber que a tal não queria nada além que fosse amizade. Ou o obrigatório para se relacionar bem com o seu parceiro de trabalho. Afinal, por que outra razão ela seria tão fria sempre que eu tentava alguma coisa?

_ Quero te contar uma coisa.

_ O que? _ ela pareceu se empolgar, quando me levantei e segurei suas mãos, sorrindo. Queria estar segurando as mãos dela.

_ Tenho uma surpresa... Para a festa.

_ E o que seria?

_ Uma música. Sua.

Ficou olhando-me, abismada, até que as outras líderes chegaram e se juntou a elas para que repassassem a coreografia. Eu odiava mentir. Mas não havia outro jeito, havia? E, de alguma maneira, era a única maneira de fazer Annabeth me escutar e acreditar em mim completamente. Porque, eu não queria que ela achasse que estava com pena dela. De novo. E aquela música fora a coisa mais bonita que já escrevera. E, precisava que ela escutasse.

Queria mostrar que estava ao seu lado e que podia ser sincera comigo. Que queria ser seu amigo. Que sabia que ela não gostava de mim da mesma maneira e que eu podia lhe dar com isso. Mas odiava ter que usar Rachel para isso.

_ I stumbled like my words did the best I could, damn, misunderstood.* _ cantarolei baixinho, vendo as garotas pularem e dançarem na quadra, para ninguém especificamente.

*Eu tropecei nas minhas palavras, fiz o que pude, droga, mal entendido.


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Notas finais do capítulo

Aposto um dracma que vcs acharam que era a Rachel atrás da Annie lá em cima HAUSHAUSHUASH. Assim, gosto de capítulo porque eu consegui deixar bem claras as personalidades e emoções de cada personagem que apareceu, o que o Percy sente, a confusão que é a cabeça da Annabeth e como a Rachel não é um ser humano completamente maléfico. O triângulo está completo woooow.
Enfim, quero saber o que vocês acham disso tudo. O que esperam da festa e etc. As opiniões de vocês são de extrema importância e o que vou escrever no próximo capítulo depende muito delas. Isso, sem falar que me dizem se estou indo no caminho certo ou não. Preciso delas e não quero nada menos que OS 12 REVIEWS DOS MEUS 12 LEITORES. Fui bem clara? Humpf, acho bom HAUSHASUH



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