5 de maio de 2012

O despertador gritava tentando acordar o garoto. Na noite anterior tinha ido a uma festa, bebido muito, dançado muito, beijado muito mas dormido pouco. Havia poucas horas que tinha chegado em casa, para ser exato, havia 3 horas e 17 minutos desde que pôs seu pé na sala de estar, subiu cambaleando pela escada e se jogou em sua cama, pouco se importando com seu estado. Bateu sua mão violentamente no despertador calando-o. Levantou mal-humorado e foi em direção ao banheiro. Sua cabeça parecia estar sendo dividida em 1000 pedaços lentamente, com o trabalho sendo feito por uma britadeira de alta potência. Se olhou no espelho, bagunçando um pouco o cabelo e continuando a se encarar. Havia mudado muito desde que se mudou, aos 6 anos, da pequena cidade de Stratford, no Sul do Canadá para Los Angeles. Havia se tornado popular, não dispensava uma festa e sempre bebia muito. Não era mais aquele garoto que fazia caretas para a câmera da mãe, ou até mesmo aquele pequeno garotinho que arrasava nos instrumentos, sejam eles violão, bateria, piano ou trompete. Não havia mais tempo pra isso. Havia muito para viver em pouco tempo. Tinha que aproveitar. Tomou seu banho gelado, com a esperança que tirasse pelo menos um pouco da ressaca na qual se encontrava. Logo, saiu do banheiro e checou as horas 7:15. Havia perdido o primeiro horário, mas isso já era comum. A escola era próxima, no segundo horário já estaria lá. 

Se trocou vestindo sua calça preta com sua t-shirt branca e por cima sua blusa xadrez. Calçou seus supras vermelhos, pegou sua mochila e seguiu para seu Range Rover preto estacionado na garagem. Seguiu rapidamente para o colégio, chegando exatamente no sinal do fim do primeiro horário. Cumprimentou as garotas no corredor e os seus amigos. As garotas se jogavam pra cima dele. Ele não podia negar que gostava, mas preferia aquelas que respeitavam a si próprias. O segundo horário começou e lá foram eles para assistir, ou melhor, ignorar a professora e fazer uma festa diária e sem álcool  na sala de aula. Os professores não ligavam mais, metade da turma de Bieber já estava repetindo pela segunda vez. Ele era o mais novo, e o mais popular. Sabiam também que ele era safo, que conseguia passar no final do ano sem esforço e que não adiantava dete-lo. Ele não iria calar a boca