- Edward! Edward abra a merda da porta. – eu batia freneticamente pela qüinquagésima centésima vez na porta do apartamento da droga do meu irmão.  – Não sei se você sabe, mas ignorância... Ahm... Ignorância... Faz as pessoas se afastarem de você.

   Não foi meu melhor argumento. Não foi mesmo. O que aconteceu com a Rosalie rica, linda, poderosa e inteligente? Não sei. Não me pergunte. Não era ela que estava ali.

   Parei de bater, pensando se era possível que ele tivesse compaixão comigo e meu desespero de argumentar e abria de uma vez a maldita porta.

   Silêncio. Maldito silêncio.

   - Argh! Você é um... – infelizmente não pude realizar meu novo xingamento porque uma doce e aveluada voz me tirou do frenesi de bater na porta dizendo:

   - Oi? Você está bem? Precisa de algo? – ela parecia uma daquelas atendentes de lojas prestes a falir, desesperadas para que o cliente não fosse embora. Só que a jovem atrás de mim, falava com mais calma. Bem mais calma.

   Contando até dez para que não estourasse com ela e arrancasse sua cabeça ao mesmo tempo em que dizia que meus assuntos ali eram com meu irmão e não tinham nada a ver com ela e que ela tinha que parar de se meter na vida dos outros, me virei. Na verdade, a expressão “calmamente mudei os saltos de direção” seria melhor. Mas isso mais parece um daqueles ditados de interior então melhor deixar por isso mesmo.

   A jovem (como previsto) não parecia ter mais de, deixe me ver, uns 24 anos. Ela parecia ter 21, mas poderia ser uma conservada com cara de criança de 24. Longos cabelos cor de chocolate desciam em cascatas pelos seus ombros. Com certeza passar tempo demais com Alice não me fazia bem porque por um momento pensei em perguntar à ela qual era o babyliss ou a técnica que ela usava para fazer aquilo. Quando retornei ao presente e vi que seus olhos escuros estavam arregalados e ela me encarava com cara de “essa é demente”, uma rápida ideia se passou pela minha cabeça.

   - Você não seria Isabella Swan, seria? Porque se sim, você não é quem eu procurava mas é quem eu rezava para encontrar.

   - Sou eu mesmo. Você estava rezando para me encontrar? – ignorei sua pergunta.

   - Nossa – eu disse enquanto olhava para baixo com um sorriso de incredulidade. – Deve mesmo existir um demônio por ai em algum lugar.

  Isabella me encarou com a espressão confusa.

   - Porque? Sou tão mal assim? 2 minutos atrás estava rezando para me encontrar e...

   - Pergunte isso de novo.

   - Sou tão mal assim... ?

   - Não. Antes disso.

   - Porque?

   - Porque tenho a leve impressão de que nós vamos infernizar uma vadia.