You Belong To Me escrita por divaReaser


Capítulo 4
Capítulo 4




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PDV Esme

Na noite seguinte saimos todos para caçar. Carlisle estava normal, falando comigo, não me evitava mais. Foi divertido, mas claro que eu estava mais do que ciente de suas ações. Sua bipolaridade estava me atingindo em cheio. O pior de tudo era não saber o que se passava na cabeça dele. Eu precisava saber.

Estava sendo dificil com Edward também. Eu tinha que controlar muito bem meus pensamentos, apenas quando ele saia eu podia pensar com calma, analisar tudo o oque tinha registrado de Carlisle.

Na verdade tudo estava ruim. Eu sofria por meu filho, sofria por Carlisle, sofria por ser um monstro que não conseguia se controlar perto de pessoas inocentes.. Deus, eu tinha que guardar tudo para mim e fingir que estava tudo bem, nunca deixar passar mais do que o que Edward sabia.

Eu confiava em Edward, claro. Se não confiasse não teria lhe contado a verdade sobre meu passado, mas.. Eu não poderia dizer a ele sobre Carlisle. Ele com toda a certeza iria contar para Carlisle, ou iria me achar patética ou..não sei.. Não sei era uma palavra muito usada por mim ultimamente e cada dia mais eu achava que seria muito melhor se eu tivesse morrido.

Um cheiro muito bom invadiu minhas narinas e eu me desliguei do mundo apenas procurando pelo aroma. Não ouvia ou pensava nada coerente, só sabia que havaim braços fortes me segurando e eu tinha de me soltar. Por que não me deixavam em paz? Senti algo subindo por minha garganta e então eu soltei um grunhido. Não me importei. Podia ouvir uma voz doce em meu ouvido. " Esme lembre-se de quem você é." " Você não quer matar um ser humano. Você não quer ter o peso de uma morte nas costas." Derrepente eu estava no chão. Dois pares de mãos me seguravam contra a terra da floresta e eu, aos poucos fui me acalmando. O cheiro havia ido embora.

- Ela está coerente agora. - Ouvi Edward dizer.

- Ótimo. Esme? Pode me ouvir? Se eu te soltar você promete que não irá fugir? - Carlisle falou com sua paciência inabalavel.

- Sim. Me solte. - Cuspi entre dentes.

Ele me levantou do chão devagar e continuou segurando meus pulsos juntos. Edward passou o braço por meus ombros e Carlisle soltou minhas mãos.

- Edward me solte! Por que vocês estavam me prendendo? - Gritei sem poder controlar meu mau humor.

- Desculpe Esme, mas você iria atacar um humano... - Carlisle começou, mas eu o cortei.

- Um humano? - Sussurrei aterrorizada. Aquele cheiro maravilhoso era...

- Sim Esme. Era. Por isso você tem que aprender a se controlar antes de chegar perto de humanos. - Edward concluiu.

- Você vê? Vê o monstro no qual me transformou? - Gritei para Carlisle. Seu rosto não traiu nenhuma expressão. - Você não se importa não é? Você é perfeito, nunca passou por isso. Eu deveria ter morrido, você não me salvou Carlisle, você me jogou no inferno! - Sai correndo mas logo Edward estava ao meu lado. - Saia Edward, me deixe em paz.

- Esme é perigoso te deixar sozinha. Você pode ir atras do humano, ou pegar seu cheiro por ai novamente. Eu sei que você está furiosa com Carlisle, mas... deixe-me te ajudar. Eu sei como é. Eu ja briguei com ele.

- Edward eu sou um monstro! Entende? Eu deveria ter morrido, eu nunca servi para nada nem para ninguém. Por que eu não poderia apenas morrer? Por que eu tenho que sofrer mais? Isso não é justo comigo Edward. Eu matei meu filho e agora Deus está me castigando? É isso? - Joguei as mãos para o alto e comecei a soluçar amaldiçoando meu corpo por não poder nem ao menos produzir lagrimas.

- Você não matou seu filho. Não pense assim. Não foi você mesma que me disse que "Se isso aconteceu é porque eu realmente não tinha que morrer."? Então?

- Não é assim Edward. Nunca foi assim. Eu estava mentindo para você e para mim mesma. - Olhei para frentre e vi a casa, corri mais rapido e Edward já não podia me acompanhar. Entrei como uma bala na casa e fui direto para o quarto que eu usava.

Eu estava indo embora. Não podia mais ficar nessa casa com Carlisle e Edward. Separei a foto de meu filho e seu cobertor e coloquei dentro de uma bolsa. Eram as unicas coisas que eu precisava. Ouvi Carlisle e Edward entrarem na casa juntos. Edward gritava rapidamente com Carlisle e então ambos subiram as escadas.

- Esme abra essa porta. Eu não estou deixando você ir embora. - Edward gritou do outro lado.

- Edward vá embora ok? Eu sou maior de idade e sei o que estou fazendo - Falei.

- Não sabe não. Abra.

- Não.

- Abra Esme. Vamos conversar. - ele tentou, sem sucesso, suavizar a voz.

- Já disse que não Edward. Adeus. - Corri para a janela e comecei a abri-la.

Houve um estrondo e quando eu olhei Edward havia arrebentado a porta. Ele entrou e correu até mim pegando meu braço. Carlisle entrou timidamente. Me encolhi para longe de Edward com medo de sua ira. Ele aos poucos foi se acalmando.

- Desculpe ok? Eu não vou te machucar. Mas, você não pode ir embora. Por favor. Eu preciso de você aqui. Você disse que nunca serviu para ninguém, mas.. Esme.. Você para mim é como minha mãe. Eu não posso perder você. - Eu o olhei por alguns segundos e soltei a bolsa em cima da cama.

- Eu não estou indo. Por você. - Ele me abraçou.

- Converse com Carlisle. Vocês precisam se acertar. - Ele sussurrou em meu ouvido e antes que eu protestasse ele já estava fora da casa. Olhei para Carlisle por um tempo.

- Esme? Me.. me desculpe. Mesmo. Por tudo. Por... por ter te transformado, por fazer você passar por isso.. Por te prender no chão. Eu não queria.. - Sua voz era apenas um sussurro.

- Você não queria? Carlisle você fica brincando de Deus. Você escolhe quem deve e quem não deve morrer! - Gritei.

- Não! Eu não quero brincar de Deus!

- Então por que você condenou Edward e eu a essa vida? - perguntei com ceticismo.

- Esme, Edward tinha 17 anos. Ele tinha uma vida pela frente. Era muito desperdicio. E você deveria estar casada e com filhos. - suas palavras me deram uma punhalada, mas eu continuei.

- E isso é bom para Edward? Viver na dor? Não poder se relacionar direito com as outras pessoas? E quanto a eu, Carlisle? Eu não tenho nada. Eu tive, mas não tenho mais. - Minha garganta apertada com os sentimentos ruins que ameaçava explodir de minha garganta.

- Eu não podia ve-los morrer. - Ele sussurrou.

- Então é isso? Você nos transformou por você, não por nós? - Acusei.

- Eu estava sozinho. A mãe de Edward me implorou para salva-lo de qualquer maneira. Eu cedi. Desculpe. E você... Eu gostei tanto de conversar com você.. Você tinha luz própria, o mundo não poderia existir sem essa luz. - Suas palavras foram como facas afiadas cortando mais meu coração. Ouvir isso me dava esperanças bobas e isso definitivamente não era bom.

- Você nem ao menos pensou em nossos sentimentos? - Mudei de assunto.

- Claro que sim! Eu.. Desde o começo eu estava preparado para a raiva óbvia que receberia. Fiquei surpreso por você não ter me agredido, me xingado.. até agora. Mas é uma caracteristica sua, você simplesmente não consegue sentir raiva. - Droga! Por que eu tinha sempre que ser a boazinha? Por que eu não posso sentir raiva das pessoas? Simplesmente sentir. Não tinha maneiras de ver aquele anjo se humilhando à minha frente e continuar brigando com ele.

- Desculpe... Desculpe ter te tratado mal. - Falei me sentindo culpada.

- Como eu te disse, eu estava meio que esperando isso. Você está certa. A culpa é minha.

- Eu.. Eu sou.. Bom, mesmo assim obrigado por tudo Carlisle. Eu estou sendo muito mal agradecida. - Eu realmente não reparei, mas quando dei por mim eu estava abraçando Carlisle. Ele, chocado, passou os braços por minhas costas lentamente e eu me senti mortificada. Me afastei e sorri.

- Eu vou.. - Ele apontou para a porta. - Tchau Esme... - Ele saiu e eu queria me enfiar num buraco bem fundo pelo que eu tinha acabado de fazer.

Mesmo que eu quisesse morrer de vergonha pelo que tinha acabado de fazer, eu estava feliz. Eu nunca mais iria esquecer desse abraço. Deus, seu perfume era tão perfeito..

Os ultimos dias foram novamente estranhos com Carlisle. Viviamos em uma casa juntos e nos tratavamos como desconhecidos. Ele parecia me evitar novamente depois do abraço e isso foi um abalo emocional para mim além de tudo o que já estava me acontecendo. Eu deveria abrir o jogo com ele. Seria dificil, mas eu simplesmente não podia mais me matar por dentro e ter de sorrir por fora.

Cada dia minhas esperanças eram repostas e jogadas fora novamente. Eu ficava em ecstasy quando Carlisle.. não sei.. falava coisas legais para mim ou quando coversavamos, mas quando ele se afastava novamente eu era dilacerada. Eu realmente não entendia os motivos para ele se afastar tão bruscamente depois de algumas boas horas de conversa. Ele parecia gostar de conversar comigo, então, logo depois ele se fechava em seu escritório e evitava me olhar, evitava meus sorrisos e principalmente evitava ficar sozinho no mesmo ambiente que eu.

Nisso eu fui caindo cada vez mais em um abismo escuro e a vontade de gritar para que todos ouvissem minha dor era enorme. Edward percebeu, claro. Ele sempre me entendeu muito bem e sempre foi o primeiro a reparar quando eu estava triste, mas eu jurei a mim mesma que eu não contaria nada a ele. Era complicado demais, uma hora ou outra ele iria acabar falando.

Deus, o que eu faço com a minha vid.. Existência?


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