You Belong To Me escrita por divaReaser


Capítulo 3
Capítulo 3




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Os dias se passaram rapidos, uma rotina começou a se estabelecer, agora que a loucura toda de vampiro havia passado eu estava voltando a ser eu. Eu só não sabia se isso era bom.

Sozinha em meu quarto eu sofria calada. Quando Edward não estava eu pensava em minha morte e tentava lidar com o buraco enorme que meu filho havia deixado em meu peito.

Carlisle parecia... distante. Como se me evitasse. Edward e eu estavamos virando bons amigos, conversavamos todas as tardes, mas eu nunca tive coragem de contar nada à ele, levantei barreiras em minha mente impedindo-o de ver algo pessoal demais.

Será que vampiros entram em depressão? Se a resposta é sim então eu estava na beira de uma.

Com o tempo aprendi a me controlar, sorria quando tinha de sorrir, falava quando tinha de falar e por dentro sofria calada. Sofria por tudo. Claro que Edward percebeu. Carlisle não.

- Esme? - Edward me chamou aquela tarde, seus dedos pairando nas teclas do teclado interrompendo bruscamente a musica. Olhei para cima de meu livro encarando-o confusa.

- Sim Edward?

- Me diga o que está acontecendo. Eu sei que você esta sofrendo e.. eu gosto tanto de você.. não posso te ver triste e simplesmente não fazer nada. - Seus olhos nunca sairam dos meus procurando uma rachadura qualquer nas paredes de minha mente para se infiltrar.

- Oh Edward, não é nada querido. É apenas... bom, você sabe.. Eu perdi meu filho. Não é facil... - Eu havia lhe contado o mesmo que eu contei a Carlisle, claro que Edward não acreditou tão bem quanto ele.

- Não é só isso Esme. Eu sei que meu dom é chato, mas... você não esconderia tanto sua mente de mim se fosse só isso. - Ele conseguiu então achar a rachadura que precisava. Minha mente foi, aos poucos lembrando de pequenas coisas que eu sentia falta, entre elas Daniel. - Desculpe, eu não devia te pressionar, mas.. você sabe.. se quiser contar a alguém..

- É.. È mais complicado do que você imagina. - Respirei fundo, mesmo que não precisasse. Apenas arranjando coragem para falar. Então Edward estava ao meu lado, sua mão segurando a minha. - Edward, meu marido não morreu na guerra. Eu fugi. - Falei rapidamente me encolhendo e puxando minha mão da sua.

- Se acalme, sim? Eu não vou te jugar... Por que você o deixou? - Olhei para ele por um segundo e tudo o que pude ver foi curiosidade.

- Edward.. por favor, por favor acredite em mim. Ele me.. agredia. Edward ele me batia e ... - Lembranças de tudo o que Charles fazia comigo encheram minha mente. - me tomava contra minha vontade. - Analisei seus olhos denovo e vi que ele estava com raiva. Muita raiva. Me encolhi instintivamente, sabia que ele iria me rejeitar.

- Esme.. - Seus olhos se suavizaram um pouco, bem pouco. - Não tenha medo de mim. Eu acredito em você. Posso ver em sua mente. Eu tenho raiva dele. Eu quero matá-lo por tem pelo menos pensado em tocar um unico fio de cabelo seu. - Ele apertou a ponta do nariz entre os dedos e fechou os olhos. Sua outra mão fechada em punho. Recolhi meus pensamentos e refiz minha barreira mental.

- Edward, ele não vale a pena. Mata-lo seria se tornar como ele. Eu estou bem agora, estou segura. Ele não vai mais me machucar. - Falei com firmeza tentando convencer a ele e a mim mesma.

- Mas... - Ele abriiu os olhos me encarando, mas eu o cortei.

- Deixe-me acabar a história, sim? - Ele assentiu levemente. - Eu fugi quando descobri que estava gravida, não podia deixar meu filho nascer naquela casa. Fiquei na casa de meu primo, mas Charles e meus pais me encontraram, então eu fugi. Acabei em Ashland como professoara até que Daniel nasceu - sorri tristemente ao me lembrar do rostinho de meu pequeno. - Mas... Ele morreu de infecção pulmonar.. - Minha voz falhou nas ultimas palavras e minha garganta começou a se apertar.

Edward me abraçou apertado e sussurrou palavras de conforto em meu ouvido.

Ouvimos a porta abrir e Carlisle nos olhava interrogativamente.

- Obrigada Esme. - Edward me disse separando-se de meus braços e eu apenas sorri.

- Perdi alguma coisa? - Carlisle olhou para Edward por alguns segundos antes de olhar para mim. Sorri para ele, mas ele não retribuiu.

- Não, Edward e eu estavamos apenas conversando. - falei quando reparei o clima tenso que se estabeleceu na sala.

Carlisle assentiu e colocou sua mala no lugar de sempre passando direto para seu escritório. Edward acabou voltando para o piano e uma musica suave começou a tocar.

Claro que eu havia percebido o que aconteceu. Carlisle não gostou de me ver abraçada com Edward, mas por quê? Eu não iria ficar com essa duvida.

Fui ao escritório e bati na porta duas vezes com todo o cuidado do mundo para não quebra-la. A voz dele me mandou entrar e assim eu fiz. Ele estava sentado em sua cadeira atras da mesa, os olhos vagando por um livro, ele evitou me olhar.

- Carlisle? Desculpe se eu incomodo. Posso voltar outra hora...

- Não. Desculpe. Pode falar. - Suspirei.

PDV Carlisle.

Eu sou um idiota. Fiquei com ciúmes ao ver Edward e Esme abraçados quando cheguei, mas era tudo culpa minha.

Não fazia nem um mês que Esme havia virado vampiro e eu a evitava. É claro que ela estava precisando de conforto agora, mas eu não.. não podia ficar perto dela. Eu a amava. Eu tinha que esquecer disso. Ela nunca, nunca iria querer se envolver comigo. Pelo amor de Deus, ela perdeu o marido e o filho e tentou se matar! Eu me sintia um monstro por te-la transformado, mas eu simplesmente não podia deixa-la morrer.

Agora, quando ela veio falar comigo, eu sou um grosso estupido. Eu deveria ser gentil com ela. Esme merece ser tratada como uma rainha.

- Não. Desculpe. Pode falar. - Falei desesperadamente rezando para ela não ficar brava comigo. Estupido!

- É que.. Bem.. Quando.. quando você chegou.. Carlisle, Edward e eu estavamos apenas conversando. - Ela falou analisando minhas expressões.

- Sim, sim. Eu nunca pensei o contrario. - suavizei minhas feições e percebi que ela não havia pegado nada. Ótimo.

- Eu só.. queria esclarecer as coisas. Bom.. eu vou.. - Ela apontou para a porta e foi andando até ela. Minha boca se abriu e eu iria chama-la, mas eu rapidamente fechei e ela se foi.

Quando eu teria coragem de falar para ela? Nunca. Eu não devia. Eu não conseguiria olha-la novamente. Ela iria embora e eu simplesmente não tenho forças para ficar longe dela.

É isso. Eu vou ser forte e não vou contar. Eu não posso ve-la indo embora, não posso ficar sem noticias dela. Não posso imagina-la.. Bebendo sangue humano. Ela não.

Deus, Carlisle onde você estava com a cabeça? Se apaixonar por uma garota HUMANA de 16 anos e agora... agora ela está com 26 anos e... agora eu a amo. Parece que o destino esta a meu favor, nos reencontrando, mas não está. Ele está brincando comigo.

Lembrei-me daquele dia em 1911. Não era para mim tê-la atendido. Já estava amanhecendo é era perigoso para mim, mas o doutor Thrumann não poderia atendê-la. Então eu fui.

Assim que eu cheguei perto do quarto eu senti o cheiro de seu sangue poderoso. Minha fera interior clamou por aquele sangue e eu lutei para me controlar. Precisava entrar e descobrir quem era o humano que tinha o sangue mais encantador do mundo. Olhei para a prancheta. Esme Anne Platt. 16 anos.

Entrei na sala e a primeira coisa que vi foi seus olhos verdes, que mesmo mostrando dor eram incrivelmente lindos. Me aproximei sem poder conter o sorriso e seu sangue já não importava tanto. Ela era linda. Seu cabelo caramelo caia perfeitamente, seu sorriso era desorientador. Mesmo na dor ela ainda sorria. O mundo precisava daquele sorriso.

Nós começamos a conversar. Ela era inteligente. Podia conversar com perfeição sobre qualquer assunto.

Nos dias que ela passou no hospital - três para ser exato - eu ia vê-la todas as noites. Ficava com ela vendo-a dormir, ou nos seus dias de insonia, conversavamos. Deus, foi os três melhores dias de minha vida. Ficava a manhã toda em casa contando os segundos para ir para o hospital.

O dia que ela foi embora me senti vazio. Minha existência toda eu passei sozinho. Ela parecia ser a felicidade que havia entrado na minha vida. Seu sorriso me aquecia por dentro como nada mais fazia. Mas ela merecia mais. Eu era apenas um vampiro. Ela tinha uma vida toda pela frente. Ela iria se casar e seu marido agradeceiria aos céus todos os dias por tê-la como sua esposa. Esme merecia. Merecia uma vida feliz, filhos, netos e morrer ao lado do grande amor de sua vida. Eu não poderia lhe ofercer nada disso, talvez se eu fosse humano...

Quando eu a encontrei dez anos depois naquele necroterio.. o que a vida havia feito a ela? Por que uma pessoa tão especial tinha de morrer? O mundo não podia existir sem seu sorriso iluminando as pessoas ao seu redor. Foi por isso que eu a transformei. E também porque.. eu realmente pensei, em todos esses dez anos que ela era feliz, como eu queria que ela fosse. Eu não podia deixa-la morrer. Foi errado com ela, com Edward, mas não foi errado para mim, e eu nunca vou me arrepender de tê-la salvado, mesmo que ela me odeie por isso.

Seu sorriso continuava aquecendo meu coração parado, mesmo agora, depois de tudo o que nos aconteceu.


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Notas finais do capítulo

Deixem-me saber o que vocês estão pensando. :D



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