happily ever after. (primeira versão) escrita por unalternagi


Capítulo 32
Capítulo 32 - Muito longe do fim


Notas iniciais do capítulo

Oi minhas lindas, como estão?
Acho que isso de postar uma semana sim e outra não vai dar mais certo do que eu ficar preocupada em postar toda a semana, quando eu conseguir ótimo, mas quando não, vamos usar esse esquema sim?
Bom, obrigada a todos os reviews, amo vocês meninas.
Espero que vocês AMEM esse capítulo com mais algumas coisinhas sobre nosso ex-defunto loiro, amado, cheiroso, e maravilhoso hahahahahahahahahahahahaha
Estarei esperando reviews kkkkk
Boa leitura!



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Cap. 32 – Muito longe do fim

PDV JASPER

Estava sentado embaixo de uma sombra de uma árvore relativamente longe da clareira em que as barracas estavam montadas. Ainda podia ouvir um pouco da conversa que Josh e Cabel tinham, mas não estava muito interessado nisso. Estava admirando a imensidão azul a cima da minha cabeça. Aqui não tinha nada que provasse que o mundo já não era mais apenas árvores, céu e água. Nunca tinha visto um avião, helicóptero ou qualquer outra coisa que voasse por aqui e, por dias, me perguntei onde estávamos.

Uma brisa fresca soprou em meu rosto trazendo o cheiro de terra molhada para o meu nariz e sorri fechando os meus olhos, instantaneamente, me lembrei de um par de olhos, os mais lindos que me lembrava de ter visto em minha vida toda. Eram azuis, limpos como as águas e brilhantes como a mais bela estrela do céu e, então, eu estava no paraíso enquanto aqueles olhos sorriam de forma única para mim. Bufei irritado por não conseguir, de maneira alguma, lembrar a quem aqueles olhos pertenciam. Me parecia alguém de extrema importância, por que eu não lembrava dela? Sabia que era uma mulher, enxergava-a todas as noites em meu sonho, batizei-a de anjo e era tudo o que eu sabia. Só via seus olhos e suas asas, nada mais. Talvez um vestido esvoaçante e branco acompanhado de um belo sorriso, mas o rosto não me vinha a mente, por mais que eu pensasse.

-JAZZ – gritou Cabel aparecendo por entre as árvores enquanto eu abria os olhos. Ele acenava sorrindo e sorri de volta.

Cabel e Josh estavam se mostrando ótimos amigos para mim desde o dia em que eu “acordei”. Cada dia me contavam um pouco da minha vida no exército. Ainda não falaram nada de minha vida pessoal e eu duvidava que eles soubessem de algo. Passara-se mais de uma semana que eu acordei e ainda não tínhamos feito a trilha pelos lados do rio que Josh encontrara pelo fato dele não conseguir mover a perna.

Havia uns dias, exato um dia depois que eu voltei a essa vida, Joshua subira em uma arvore para pegar coisas para comermos e a anta caiu em cima da perna esquerda. Cabel usou o melhor de seus conhecimentos de primeiro socorros para imobilizar a perna dele e, agora, teríamos que esperar um tempo até conseguirmos seguir para a cidade mais próxima que encontrássemos.

-O que faz aqui sozinho loiro? Josh já está fazendo uma gororoba qualquer para comermos – riu um pouco sentando-se ao meu lado

-Estava apenas, pensando sobre tudo isso – falei sem tirar meus olhos do céu.

-E então? Lembrou-se de algo? – perguntou esperançoso

Simplesmente balancei a cabeça como forma de negar, ele sorriu tristonho.

-Tudo bem, logo começará a se lembrar de tudo – sorriu Cabe me encorajando.

-Espero – falei simplesmente

-VEM JANTAR NEGADA – gritou Josh, alto de mais e começamos a rir enquanto seguíamos para o nosso “acampamento”.

Chegamos lá e ele se movimentava com dificuldade sentando em um dos tocos de árvore que usávamos como banco.

-Peixe assado na fogueira enrolado com folha de bananeira... Quitute especial para vocês que moram no meu s2 – ele riu

-Estou impressionado – confessei rindo

-Tem até sobremesa ok nenéns – zoou Josh

-O que? – perguntou Cabe interessado

-Coco – ele riu

-Nossa... Que emoção – zoou

Sentamos e “jantamos” em meio a risadas e conversas idiotas. A noite chegou e a única coisa que iluminava era a fogueira bem no centro dos nossos banquinhos. Começamos conversando idiotices cotidianas e, de algum forma, agora conversávamos sobre o dia do acidente, e uma memória repentina tomou minha mente.

-Lembro-me de estar nós três apenas, o avião só tinha nós três – falei sério

-Era isso mesmo Jazz, era para o comandante estar conosco... E mais três soldados, mas ele nos mandou. Sozinhos – falou Josh com certo ódio na voz

-Ele não poderia ter feito isso. Não tínhamos nem licença para pilotar sozinhos. Tínhamos mais três aulas... Elas teriam feito grande diferença. Mas ele nos mandar pilotar até Liverpool? Voltando depois por Chester... O que diabos íamos fazer em Liverpool afinal? – perguntou Cabe

-Ele é um gordo ridículo. Era para ele estar pilotando aquela porra daquele avião. Se queria nos “punir” de alguma forma que nos mandasse fazer vinte mil flexões... – bufou Josh - O pior não é nem isso, queria saber como Eleanor e meu bebê estão, o que falaram para eles... – Josh deixou sua voz morreu com o rosto escondido em suas mãos, ele estava realmente preocupado com Eleanor e seu filho.

Mas sobre o comandante... A menção desse “gordo” me fez lembrar um pouco de um quarto, talvez em um quartel general. As memórias começaram a vir, a manhã do acidente? Elas invadiam minha mente sem um aviso prévio, me dava um pouco de dor de cabeça eu estar tentando me concentrar nisso, mas eu sabia que eu precisava. Frio, muito frio. E um ódio sem explicação para um homem gordo de quem eu não me lembrava, Josh e Cabel limpos e fardados assim como o loiro no espelho que , de alguma forma, eu sabia que era eu. Sem que eu percebesse comecei a contar tudo o que me vinha em mente

-Eu me lembro de estar cedo de mais, reclamarmos bastante do frio e de ter que acordar cedo – eu ri um pouco e várias coisas começaram a invadir minha mente – Me Lembro de estar pilotando o avião com Josh comandando como copiloto. Cabel era nosso GPS e só por um minuto nos perdemos, Josh estava com o controle da situação e eu fui ajudar Cabel. Tudo começou a apitar de forma alucinante e voltei para meu lugar em um átimo enquanto Josh apertava mil botões e então tentamos pousar com urgência, eu senti algo cair em minha cabeça, corrermos com os paraquedas para fora. Pulamos e cai no chão sentindo uma dor forte na minha cabeça, no exato lugar que aquela coisa ou sei lá o que caiu... Tudo ficou preto – falei simplesmente e eles me olhavam com sorrisos pequenos no rosto.

-Foi exatamente o que aconteceu – sorriu Cabel

-Está começando a se lembrar de poucas coisas – sorriu Josh – Mas esqueceu de um detalhe... Você sussurrou só uma coisa antes de perder toda a consciência – estimulou – Se lembra o que foi Jazz...? Talvez um nome?

Franzi o cenho tentando reviver. Tudo parecia que havia acabado de acontecer e me lembrei da dor na cabeça, o suor frio em meu rosto o vento cortando minha pele, tamanho era o frio naquela manhã. Sussurrar? Um nome... Minha mente trabalhava lentamente e me lembrei de mexer os lábios, dizer alguma coisa, baixinho. Quase eu não havia me escutado e me impressionei ao saber que Josh escutara. Meu cenho ia se desfranzindo enquanto eu me lembrava desse pequeno grande detalhe, era um nome, de mulher... De uma mulher, eu a amava muito, foi a última em que eu pensei antes de tudo isso. Talvez...

-Alice – sussurrei como naquela manhã

.

PDV ALICE

Acordei depois de algumas horas de voo e pude ver o belo céu noturno de Pizzighetone percebendo a calma estrangeira que aquela cidade me dava e me senti bem de poder estar aqui, apesar – até mesmo – das circunstâncias que me trouxeram até aqui.

-Bem-vinda de volta a Pizzighetone Licinha – disse Bobby

-Bem-vindo ao lar Bobby – sorri e ele riu.

Era uma noite fresca em Pizzighetone, exatamente como eu me lembrava e estava achando ótimo, o frio era altamente depressivo e poder colocar uma camiseta e uma bermuda foram um alívio para mim. Prendi meu cabelo em um rabo-de-cavalo alto e com chinelo no pé segui para fora do banheiro.

-Finalmente, eu quase fiz aniversário aqui te esperando. Pelo amor de Deus – ele zoou e eu ri mostrando-lhe o dedo do meio

-Vamos logo Bob querido – sorri falsa.

Levamos nossa bagagem até o estacionamento onde estava a picape e sorri para o quão em casa eu me senti ao ver aquela picape. O interior dela tinha o mesmo cheiro de Forks e gostei ainda mais daquilo. Seguimos para a casa dos avós de Bella. Eu dormiria lá, apenas essa noite, porque no dia seguinte eu seguiria para Milão com Camilla e Tato e mal podia explicar o quão ansiosa eu estava.

Chegamos lá eram 20:30 em ponto, com fuso horário e tudo. Como desembarcamos sem atraso algum estávamos bem na hora em que havia combinado com os meus “avós” e sorri para isso. Duas batidas na porta e Lorenzo logo apareceu com um grande sorriso, daqueles acolhedores e percebi que a Itália havia sido uma ótima ideia.

-Minha pequena neta voltou para mim, como você está minha querida? – ele perguntou fofamente e sorri para ele.

-Estou ótima vô, e o senhor? – perguntei

-Saudável como um cavalo – sorriu me abraçando novamente – E você menino Bobby, como está? – perguntou

-Estou ótimo Seu Lorenzo, obrigado – sorriu educado.

-Fico feliz então, devo agradecer-lhe por trazer essa jovem moça em segurança para nós – falou Lorenzo e eu ri.

-Não foi nada. Mas tenho que ir, combinei com Gi às 9hrs no Pub. Gostaria de ir Lice? – perguntou Bobby docemente, entretanto, eu neguei o convite.

-Prometi jantar com Claire e Lorenzo – expliquei

Ele assentiu e nos despedimos, agradeci-o muito que apenas bufou dizendo que nem ia falar nada. Sorrimos prometendo nos encontrarmos no dia seguinte e então, Bobby se foi e eu e Lorenzo entramos.

-Como foi de viagem Lice? – perguntou Lorenzo

-Muito bem, foi tranquila. Sem nenhum atraso... – sorri

-Ótimo então – sorriu

-Ó minha fadinha – sorriu Claire aparecendo da cozinha – Que bom que chegou minha querida – e outro abraço caloroso

-Fico feliz em ter chego também Claire – sorri

-Ok, agora que estamos todos aqui. Vamos jantar – ela agitou e, depois de lavarmos nossas mãos, nos sentamos à mesa.

Era estranho ver aquela casa vazia. Ela era tão grande, e mesmo assim extremamente aconchegante, seja para trinta pessoas ou apenas nós três. Jantamos devagar por entre conversas calmas e risadas ocasionais. Mostrei-lhes todas as fotos que tinha de Henri e eles logo se apaixonaram pelo pequeno afirmando que queriam lhe conhecer o mais rápido possível e sorri para eles. Contei-lhes sobre as pequenas e grandes coisas que aconteceram nos dois meses que ficamos separados e eles pareceram ainda mais animados com isso de Rose e Emmett serem ótimos pais e estarem muito bem como namorados.

Quando era tarde o bastante lhes pedi licença e fui tomar um banho desejando-lhes boa noite. Segui para o quarto que Claire disse que estava arrumado para mim. Era o quarto de solteira de tia Renée e, cada pequena coisa, parecia realmente dela. Coisas de ripsters, diferentes e de bom gosto, o leve toque requintado e tudo mais. Sorri indo tomar um bom banho.

Coloquei meu pijama no banheiro e penteei meu cabelo já pronta para dormir. Escovei meus dentes e segui para o quarto me surpreendendo ao encontrar Claire sentada na poltrona perto da cama.

-Algum problema vovó? – perguntei docemente

-Nenhum querida. Trouxe-lhe travesseiros mais macios e alguns lençóis, não sei se prefere dormir coberta assim como Bella... – ela explicou e eu assenti

-Obrigada – falei

Ficamos em um silêncio meio desconfortável. Eu sabia que ela queria me dizer algo e também sabia que eu não ia gostar muito, mas tinha a impressão de que ela estava bem preocupada comigo, desde quando eu cheguei.

-Tem certeza que não há nada a incomodando Claire? – perguntei com certo receio.

-Bom, queria conversar um pouco com você. Na verdade, não falei antes por conta de Lorenzo, ele não parece muito bom para essa coisa de reter informações recentes e é por isso que eu não gosto de contar novidades para ele, apenas as felizes e tenho a impressão que para vocês, infelizmente, as boas novas não são nem 80% - ela falou triste e eu entendi abaixando a cabeça.

-Como está o seu Lorenzo e tudo isso de memória em longo prazo? Ele esqueceu uma vez dos filhos... Aconteceu de novo? – perguntei fugindo do assunto e ela sorriu um pouco percebendo

-Foi apenas um relapso nervoso, querida. Ele está estabilizado me parece. É como se a memória dele estivesse cheia e não pudesse reter nada novo. Mas estamos bem, ele está bem – sorriu.

-Fico feliz então, penso nele muito e sempre peço a Deus para que possa o manter saudável o máximo possível – falei sincera.

-Querida, entendo que não queira conversar sobre isso. Apenas tive a impressão de que, talvez, você ainda não tenha conversado com ninguém e, no meu ponto de vista, isso é uma coisa importante para você fazer antes de seguir em frente. Essa coisa toda de desabafar, contar para alguém seus sentimentos e pensamentos que não teria coragem de assumir para os mais próximos – ela disse e eu encarava a janela ouvindo tudo com perfeição – Não sou uma parente de sangue, mas me sinto ligada a você. Por alma. Meus netos a amam como uma verdadeira irmã e eu te amo como uma neta. Não vou julgar seus pensamentos estranhos ou até egoístas, mas sei que cada um tem seu tempo. Quando se sentir segura, pode falar para mim. Tudo bem? – ela disse e eu foquei meu olhar no rosto suave e no sorriso doce que ela me lançava e tudo o que eu fiz foi assentir.

Ela se levantou da cadeira e, sem dizer nada veio até o meu lado me dando um beijo na testa, acariciando meu cabelo levemente e, desejando-me uma boa noite de sonhos. Ela já estava abrindo a porta quando eu comecei a dizer as coisas sem nem ao menos pensar.

-É só que eu acho injusto de mais que tenha sido ele – comecei a desabafar – Eu me arrependo quando penso assim, mas já pensei que poderia ter sido um monte de outros, mas não. Foi Jazz e dois amigos dele os quais eu conheci um pouco antes daquela merda de acidente. Cabel e Joshua eram novos assim como o meu Jasper. Eles têm namoradas e Josh até esposa, um filhinho novo... E agora? Como Deus pode ser tão justo se fez isso com o meu Jazz? Sei que tem um motivo, que ele não faz nada para nos ver sofrer, mas ele não fez direito comigo – eu lamentava deixando algumas lágrimas escaparem – Não tem felicidade plena sem Jasper, não para mim. Não falo com uma menina apaixonada. Apenas como um corpo que não pode viver sem sua alma. A senhora me entende? – perguntei limpando as lágrimas

-E como querida, senti-me do mesmo jeito ao descobrir a doença de Lorenzo, talvez com menos intensidade porque ainda o tenho ao meu lado, mas te entendo sim – ela disse sentando-se ao meu lado e deitando minha cabeça em seu colo.

-É só que... Não dá. Eu sou tão fraca sem ele, estou tentando me reerguer aos poucos, mas nunca mais dormi uma noite inteira. Sinto falta do corpo dele quente junto ao meu. Dos beijos calmos e dos mais fogosos. Da risada dele, o sorriso, os olhos que são tão únicos. O abraço quente que me esquentaria mesmo se eu estivesse pelada bem no meio do Ártico. As palavras calmas e doces, o jeito tranquilo de andar e o jeito que tocava violão para mim cantando com sua voz ligeiramente rouca e perfeita, meu verdadeiro e único porto seguro – falava e, nesse ponto, eu já soluçava – Não posso expressar a falta que ele me faz. Até as broncas sem sentido e brigas mais pesadas que tivemos, se tornaram boas lembranças.

-Ó querida... – falava acariciando meu cabelo

-Vó, mesmo depois de tudo. Como eu posso senti-lo tão vivo dentro de mim? Ele não me deixou nenhuma carta dizendo que ia embora... Por quê? Ele leu a minha última carta? Riu com as coisas idiotas que eu lhe escrevi tanto quanto eu ria com a última coisa que ele me escreveu? Guardei todas as cartas e em nenhuma ele deixava entrelinhas algo que expressasse que ele estava pronto para partir... – respirei fundo – De algum modo, eu sinto que ele ainda está aqui. Em algum lugar. Nunca falei isso para ninguém, mas é o que eu acho... Ele sempre foi tão idiota. Tenho a impressão de que, em qualquer momento, ele aparecerá rindo e dizendo que tudo foi, tão somente, uma brincadeira de mau gosto. E eu vou poder estapear seu peito enquanto ele ri e, de repente, ele segura minhas mãos entre as suas me fazendo encarar dentro daqueles olhos verdes azulados – ri um pouco – e me fará fechar os olhos no momento exato em que ele me roubar o beijo mais doce. Com um abraço e sussurros ele pedirá perdão por toda a dor infligida e vou me fazer mais um pouco de difícil só porque eu sei que ele gosta, mesmo ele tendo me ganho apenas com a primeira risada.

Ela sorria de forma terna me olhando e, por um momento, sorri sincera como a alguns meses eu não fazia. Me sentia mais leve ao assumir tudo isso. Era realmente o que eu sentia em meu íntimo e fiquei feliz ao colocar isso para fora e perceber que ela não me olhava como se eu fosse uma louca.

-É compreensível querida, você ainda está em choque. É difícil dizer adeus, ainda mais tão de repente assim – ela disse – Só nunca se esqueça que ele olha por você sempre e, onde quer que ele esteja, ele ainda pensa em você. Apesar de tudo ou sei lá o que, só nunca tire esse sorriso lindo do seu rosto e nunca perca a fé. Tenho certeza que se um dia ele voltar, ou quando ele voltar, o seu sorriso é do que ele terá sentido mais falta, então não o recepcione com lágrimas, apenas o sorriso que mostrará a ele quanta falta ele fez e que você o perdoa, mesmo depois de tudo o que você passou. Apenas arquive como experiência, ou talvez uma prova de que tudo é real, seu amor e carinho por ele. É ele, mais ninguém – ela sorriu e eu ri um pouco.

-Obrigada Vó! Eu precisava mesmo disso – falei me sentindo mais sonolenta e ela me ajeitou na cama, com minha ajuda. Me cobrindo e então me deu outro beijo na testa.

-Durma bem meu anjo, não há o que agradecer. Estarei aqui sempre que quiser ou precisar. Nunca hesite em me chamar, por favor – ela sorriu e eu assenti e então ela saiu do quarto.

Estava bem acomodada na cama e me sentia sonolenta a cada segundo que se passava. Me sentia leve e, foi com essa sensação boa, que eu adormeci aquela noite sem nenhuma interrupção até às últimas horas da manhã.

.

PDV BELLA

Três meses depois

Estava na loja depois de um dia exaustivo na faculdade, mal podia esperar para chegar em casa e ver meu afilhadinho mais amado que, a cada dia que passa, fica mais e mais lindo. A vida sem Alice estava começando a entrar nos trilhos. Aquela menina dava uma puta de uma saudade em nós, mas tínhamos aprendido a conviver sem ela e, a cada dia que passava parecia que ela ficava mais feliz lá e isso nos enchia de felicidade também.

Rosalie estava magra de novo como se nunca tivesse ficado grávida e mais linda que nunca. Emmett e ela, a cada dia que passa, parecem mais apaixonados e mais felizes por conta do pequeno. E temos eu e Edward, não teria palavras para dizer o quão parceiro ele poderia ser e quão parceiro ele é, os machucados melhoraram exatas uma semana depois de tudo o que aconteceu e não tinha cicatriz alguma.

O aniversário de Emmett fora em Março e fizemos um bolinho para ele lá em casa com apenas eu, ele, Rose, Edward e Henri e ele parecia mais feliz do que se tivéssemos enchido um campo de futebol todo. Alice ligara assim como nossos pais e Emmett não parecia estar chateado por eles não estarem aqui.

Minha supervisora apareceu na loja e eu me ajeitei inconscientemente. Ela passava pelos setores devagar e, como eu trabalhava no setor de maquiagem – um dos últimos – aproveitei para terminar de organizar as poucas coisas que faltavam e dei uma olhada no espelho gostando do que vi. Um olho esfumado de preto e um batom cor de boca discreto. Sorri ajeitando meu rabo-de-cavalo e então ela apareceu.

-Boa tarde Isabella – ela sorriu

-Boa tarde Jennifer – sorri de volta

-Está tudo certo por aqui? – perguntou analisando tudo

-Perfeito Jennifer, o movimento está meio fraco, mas até que está saindo bastante coisa – expliquei.

-Para o fim de Maio é normal, não é mesmo?

-Sim, claro. Junho o movimento aumenta muito mais – comentei ainda sorrindo

-Está certo. No fim do expediente quero você na minha sala. Tudo bem?

Eu gelei quase surtando perguntando o que tinha feito de errado, mas preferi assentir sem tirar o sorriso do rosto.

-Estarei lá.

-Ok – falou simplesmente saindo de lá e eu comecei a respirar lentamente e fundo.

-Tudo bem Bella? – perguntou uma menina da loja

-Tudo sim Lee – sorri

-Tá certo então – ela sorriu e saiu

Fui atender um cliente, ainda nervosa, mas eu me controlava. De nada adiantaria perder a linha sem nem saber o que ela queria comigo.

.

Saí da sala de Jennifer ainda sem acreditar em tudo o que ela tinha me dito. Minha mente estava completamente vazia. Encontrei com Edward lá por perto da área de alimentação e ele acenou para mim. Assim que o vi, mesmo longe, sorri grande e sai correndo pulando em seu colo. Quase caímos, mas ele se equilibrou a tempo, algumas pessoas nos encaravam, mas eu não estava muito preocupada com elas.

-Qual é dessa animação toda, meu amor? – perguntou sorrindo

-Você está olhando para a nova representante da Chanel na Dutfry – eu sorri e ele me abraçou mais forte

-Você está brincando? – perguntou animado

-Não amor, é sério – eu sorri grande.

-Que ótimo – ele sorriu e me abraçou me girando pelo aeroporto - Parabéns meu amor – disse orgulhoso e me senti muito bem sobre isso.

Fomos para casa comemorando em nosso interior. A bicicleta estava de volta, pelo menos para mim e para Edward que preferíamos sempre deixar Rose com o carro para qualquer emergência com Henri. Emmett tinha uma escala boa e, normalmente, pegávamos folgas separadas para sempre ter uma pessoa com Rose em casa.

Chegamos e o clima de festa era presente até mesmo para Rose, Emm e Henri que não sabiam da mais nova.

-OI GENTES – cheguei cumprimentando animada.

-A Bella de bom humor? Alguém ai tem notícias boas – sorriu Emmett chegando do quarto de Henri com o mesmo no colo.

Rose estava na sala sentada no meio de um monte de livros.

-Ótimas notícias – Edward sorriu grande se mostrando bastante orgulhoso.

-Oh meu Deus Bella, você está grávida? – perguntou Rose pulando

Edward começou a tossir que nem um louco e eu gargalhava enquanto Emmett havia se congelado em uma cara nada feliz.

-Rose, segura nosso pequeno que eu vou rachar um crânio de um cabeçudo – falou Emmett passando Henri para ela que gargalhava.

-Emm, eu não estou grávida... Pelo menos não até onde eu sei – eu disse rindo e Rosalie me acompanhou

Edward estava me encarando com os olhos arregalados e Emmett andando até ele com cara de psicopata.

-Garoto, se tu engravidou minha irmã, pode ir preparando as alianças porque vocês vão se casar seu espertinho – ele falou sério

-Como se eu precisasse engravidá-la para querer casar com essa mulher – ele ironizou – Você é idiota menino? – Edward pareceu acordar

-Ah ba ba ba viadinho – Emmett balbuciou e gargalhamos ainda mais

-Ok, sem dispersar! Qual é a novidade super duper legal que vocês têm a compartilhar conosco? – perguntou Rose

-A novidade é do meu amor, eu sou apenas o namorado babão e muito orgulhoso – sorriu Edward me abraçando.

-Gente, fui promovida. Sou a nova representante da Chanel – eu sorri e eles abriram a boca em um “o” para logo depois correrem para me abraçar.

Fizemos uma pequena festa, depois nós jantamos. Fomos para a sala tranquilos, sem nenhuma pressa. Fiz meu afilhado dormir, ele repousava no meu colo e Edward estava deitado na minha perna.

-Também temos algo a compartilhar – disse Emmett e Rose pareceu apreensiva.

-O que é? – perguntei curiosa

-Estávamos conversando já faz um tempo, e eu não quero perder mais pequenas coisas de Henri ou Rose.  Acho que eu e a Rose já nos convencemos e convencemos a todos que nosso amor não é apenas por conta do nosso bebê, mas apenas o nosso coração batendo na mesma sintonia. Nós nos amamos e queríamos perguntar se vocês concordam que nós dois podemos morar juntos com o nosso filho. Como uma família de verdade – sorriu Emmett

Ficamos em silêncio por um tempo tentando processar isso. Eu tinha gostado da ideia, fiz uma cara de séria para brincar com eles enquanto todos estavam me encarando esperando minha reação.

-Estão me expulsando? – perguntei séria, mas brincando.

-Não Bella. É só que, nos pareceu uma boa ideia. Mas se você quiser pode falar não. Sem problema algum. Foi uma ideia – Rose dizia desesperada

-Eu estou zoando – eu ri

-Estou apoiando vocês também – disse Edward

-Sabem que isso significa que terão que morar juntos também né? – falou Emmett sério.

Senti certa insegurança ao constatar isso, e Edward apenas assentiu dizendo que não via problema algum nisso, mas eu não sabia se estava pronta para esse passo, tínhamos que conversar. Não é melhor?

-Vamos conversar ok? – falei

Edward se sentou e me encarou

-Qual é o problema?

-Não é rápido de mais? – perguntei

-Não

-Edward...

-Vamos conversar – ele pediu

Fui até o quarto de Henri coloca-lo no berço e depois segui Edward para o seu apartamento onde teríamos privacidade.

-Rápido de mais – falei assim que ele fechou a porta

-Não, vamos fazer dois anos de namoro. Já moramos juntos praticamente, o que custa? Eles parecem tão felizes...

-Não é apenas com a felicidade deles que temos que nos preocupar. Nós estudamos juntos, trabalhamos quase no mesmo lugar e agora morar juntos...

-Bella, tem sido assim faz tempo – ele disse o óbvio.

-Mas me parece sério de mais

-Quer que eu te peça em casamento?

-Não. Não mesmo. Pelo menos, não agora – falei tentando organizar meus pensamentos - Vamos fazer uma experiência então – sugeri

-Mas é isso mesmo meu amor

-Certo. E não dormiremos na mesma cama – falei.

-Você quem escolhe. O que for mais confortável para você. Eu fico na cama de Emmett e você na minha – ele disse e eu assenti

Ele chegou perto de mim me puxando pela a cintura e passei meus braços por seu pescoço sentindo seu cheiro pertinho de mim. Ele encostou seus lábios nos meus me dando um beijo calmo e doce. Prendi meus dedos por entre seu cabelo e ele apertou mais minha cintura.

-Eu amo você – sussurrei

-Não mais do que eu amo você – disse antes de colar nossos lábios de novo.

.

Um mês depois

-E se fosse um churrasco? – perguntei

-Não. Eu acho que não temos que fazer nada mesmo. É só um fim de semana qualquer, não precisamos de grandes coisas, qual é? Faremos o mesmo que para o Emm

-Mas, você gosta tanto de festas meu amor – tentei.

-Bell, eu mudei desde o último ano. Não preciso de festas enquanto tiver vocês aqui comigo – Edward sorriu

Sorri de volta

-E de qualquer jeito, não será a mesma coisa sem os dois aqui – falou se referindo ao casal Hale, vulgo Lice e Jazz.

-Tá com muita saudade dela não é mesmo? – perguntei

-Muita muita mesmo – ele assentiu

-Sei como é – falei

-De qualquer jeito. Podemos fazer um passeio mais família, tipo ir a um parque, fazer um piquenique. Só eu, você, Emm, Rose e nosso pequeno. O que você acha? – perguntou

-Gostei – eu sorri levantando a cabeça para lhe dar um selinho.

Estávamos enroscados na minha cama e “assistíamos” um programa qualquer. A noite estava fresca e a janela estava aberta. Tínhamos acabado de tomar banho, separados. E estávamos apenas conversando tranquilos e de pijama em minha cama.

-BELLA – gritou Rose entrando no quarto sem nenhum aviso prévio – Ainda bem que estão vestidos. Tanya acabou de dar a luz a uma menina. Ela é super saudável e Pete e Tan estão em júbilo. Cara, eu estou tão feliz por eles e... Eu me esqueci de perguntar o nome dela – disse Rose e começamos a rir dela que já estava deitada conosco.

-ROSE – chegou Emmett com Henri – Alice vai visita-los esse fim de semana. Ela estará na Califórnia por dois dias – Emmett falou comemorando.

Nunca fiquei tão feliz por escolher o penúltimo fim de semana de Junho para tirar folga. Ótimo tempo para Tanya e Peter terem a bebê deles. Tínhamos sincronizado essa folga para comemorarmos o aniversário de Edward e faríamos isso em grande estilo.

-Já sei o que vamos fazer no meu aniversário – Edward falou rindo.

Percebi, então, que nossos pensamentos estavam sincronizados na mesma coisa e que, sem precisar falar isso em voz alta, todos já tinham concordado sobre como vamos comemorar o aniversário de Edward.

-CARA, A GENTE VAI PARA A CALIFÓRNIA – comemorei pulando na cama e eles riram de mim.

-Califórnia baby, é Califórnia – riu Emmett e deitamos na cama.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e estarei no aguarde para saber a opinião de vocês kkkkkk
Nos vemos em breve, juro. hahahahahahahahaha
beijos meninas *----*