O Tempo Irá Dizer escrita por analauragnr


Capítulo 50
Palavras sinceras




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Quando Mônica abriu a porta vagarosamente, gélidas gotas pluviais pousavam em seu quente corpo. Em poucos segundos estava completamente encharcado, chovia muito forte. Cascão, Magali e Cebola saíram logo depois, ficando molhados, até Cascão que tentou escapar das gotas. Mais do que depressa, todos correram para a área coberta do rancho. Para tentar aquecer os corpos, atritavam suas mãos nos braços, chacoalhavam os cabelos com os dedos, torciam suas camisetas. Cebola, ao mesmo tempo em que queria retirar a água de seu corpo, quis provocar uma pessoa em especial. Retirou sua camiseta, vagarosamente, revelando seu peito másculo. Mônica observou a cena maravilhada, quase babando ali mesmo. Ela mordeu o lábio inferior, virando sua face para o lado oposto do local onde estava Cebola. (Controle-se Mônica, controle-se. Lembre-se que você não pode mostrar que está interessada nele... AHH!!! Ele está me enlouquecendo... Aii ele é LINDOO sem roupa... UIII... Mônica, controle-se, para de loucuras). A dentuça tentava se controlar, não querendo demonstrar o interesse. - Ta calor, não é? – brincou Magali, olhando para Mônica. - Ah, claro... – respondeu Mônica, repreendendo a amiga através do olhar – Eu to tremendo porque eu vi uma assombração... - Talvez – completou Cebola – o zumbi do carro estava tentando possuir o colpo da Mô... – as duas garotas olharam feio para ele, cruzando os braços. – Que foi? - Cebola, se for dizer algo inútil é melhor ficar quieto. – disseram as meninas em uníssono. - Haha, vai tonto – brincou Cascão, socando o ombro de seu amigo – Fica querendo fazer graça, viu no que dá... - Alguém te chamou na conversa, Cascão? – perguntou Magali. - NÓÓÓ!!! - zombou Cebola – TOMA, TOMA. HAHAHAHA – ao seu lado, Magali e Mônica riam-se. Cascão não respondeu, apenas fez uma carranca e cruzou os braços, nervoso. Enquanto isso, Dona Luísa e Seu Souza aproximaram-se do grupo com os olhares apreensivos, preocupados. Seu Souza fitou o peito nu de Cebola, repreendendo-o através do olhar. - Onde os senhores estavam até essa hora? – perguntou Dona Luísa, preocupada. - Fabricando sorvete que não era... – ironizou o troca-letras, rindo. - Isso não tem graça, Cebolinha... – alertou Seu Souza – Nós ficamos realmente preocupados. - Pô Seu Souza, pega leve... – tranquilizou Cascão – o carro pifou no meio da estrada, ou melhor, no meio do nada. Ainda tivemos sorte, porque nós conseguimos fazer ele funcionar.... - Como é que é? – perguntou Luísa, atônita – O carro pifou? - É – confirmou Mônica – o Cascão uniu uns fios, porque eles tavam soltos e tal... Pelo menos eu entendi isso... - Hum, certo... – falou Seu Souza. – Agora é melhor vocês tomarem um banho se não quiserem pegar resfriado... – após ter dito isso, ele saiu de cena junto com sua esposa. - Ah, fala sério – reclamou o sujinho – Mais água não, não, não e NÃO!! - Cascão, eu sei que você detesta tomar banho, mas... – argumentou Cebola. - Eu posso ficar resfriado, eu sei – completou Cascão. – Mas eu não estava reclamando do banho, isso eu posso agüentar. – admitiu. - Como é que é? – perguntou Magali incrédula, olhando desconfiada. - Eu estava reclamando, na verdade, dessa chuva. Pelo visto vai ficar assim todo o final de semana. - Ah... – foi o melhor que Magali conseguiu responder. - Gente, o papo ta bom, mas vamos tomar banho, né? – interrompeu Mônica, tentando desviar o rosto de Cebola. - É, vamos – concordaram Magali e Cascão, afastando-se deles, indo para os respectivos quartos. Cebola respirava calmamente. Seu peito nu mostrava músculos muito bem definidos, os quais deixavam Mônica endoidecida, babando ali mesmo. Ele fitava sua amiga dentuça com um olhar meigo, sem segundas intenções, apenas como um eterno amigo de infância. Com uma das mãos, balançava rapidamente seus fios, que agora eram muitos e, depois chocalhou seu corpo. - Aprendeu isso com o Floquinho, Cebola? – indagou Mônica, dando uma risadinha. - Na verdade – respondeu Cebola, pensativo – acho que aprendi foi com o Monicão – ele também deu uma risada. - Ué, você nunca se deu bem com o Monicão... – refletiu Mônica. - Tsc, que nada – discordou – tive que cuidar dele direitinho enquanto eu e o Cascão não entregávamos para você, não lembra? – perguntou, esperando ansiosamente pela resposta. - A única coisa que recordo é que vocês me deram o Monicão para me deixar maluca, irritada. – admitiu a dentuça – Mas... - Eu provei que você era importante para mim. – completou o troca letras – Mesmo sendo aquela dentuça nervosinha, dona da rua e insuportável. É – refletiu – eu morria de inveja da sua fama, mas não conseguia ficar um dia sem te irritar. Parece loucura, eu sei – admitiu, fitando Mônica nos olhos – mas era uma forma de te dizer “Ei, nunca deixe de ser minha melhor amiga!” – ele terminou seu discurso sorrindo torto para ela. Mônica ficou completamente sem reação, chocada com as palavras tão sinceras de seu amigo, tão espontâneas, tão... Reais. Ou talvez não, já que ele quer apenas uma coisa dela, e sabia muito bem qual era. Mesmo estando maluca para beijá-lo ali mesmo, poder acariciar aquele peito nu... Não! Ela precisava esquecer-se de suas insanidades, banir essa ideia de sua cabeça. Para ela, ter alguém ao seu lado não era o importante e sim, demonstrar, não importa a forma (além das simples palavras, obviamente), a importância que esse amor representava. Sim, mesmo com todas essas reflexões, as palavras de Cebola deixaram-na confusa, não podia negar. Ele, aproveitando-se da situação favorável, aproximou-se lentamente de sua amiga dentuça. Cautelosamente, como se estivesse realizando alguma coreografia com seus graciosos movimentos, ficou a centímetros dela, suas respirações ofegantes uniam-se, um choque elétrico evidente entre os dois corpos. - Você ainda vai me agradecer por isso – sussurrou o troca letras, sorrindo – Pois vai perceber que nunca terá alguém tão chato – afirmou, dando uma risadinha – como eu.

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Notas finais do capítulo

Sim, eu demorei DEMAAAAIS para voltar a escrever....

Desculpem, foi desmotivação minha mesmo...

Mas quem é vivo sempre aparece, não é? :D

Agradeço a todos que quase se morderam de curiosidade e esperaram o meu retorno...



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