O Tempo Irá Dizer escrita por analauragnr


Capítulo 46
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O percurso feito pelos dois não era muito longo, a distância entre o laguinho e a casa da dentuça era de quinhentos metros. Apesar de parecer curto, Mônica tinha a sensação de estar caminhando quilômetros e quilômetros. Ficar ao lado de Cebola parecia congelar tempo e espaço juntos, fazendo com que parecessem horas ao seu lado. Tal sensação ocorria porque a dentuça não queria estar ao lado de seu melhor amigo. Correção, não naquela hora. Mas como não, se há pouco tempo teve um dos momentos mais felizes e românticos de toda sua vida? Simples, não queria facilitar, deixar tudo ocorrer de uma vez, sem um intervalo em cada acontecimento importante em seu relacionamento, pois só assim ela mantém Cebola ao seu lado. Isso porque sabia que os homens só dão real valor para as companheiras difíceis, complicadas, complexas, em outras palavras, como o próprio Cebola havia chamado-a, osso duro de roer. Se dependesse do coração da dentuça, eles já estariam namorando, beijando-se constantemente, vivendo como um casal apaixonado. Mas seu lado racional dominava. Sendo assim raras foram as vezes que ela e ele ficaram realmente juntos. Decidida a complicar a situação de Cebola, ela soltou sua mão da dele com força. Quando ele se aproximava para ficar ao lado dela mais uma vez, Mônica empurrou-o para trás e acelerou o passo, correndo com todas as suas forças. Seus olhos fitavam o horizonte, para que assim não trombasse com nenhuma árvore, banco ou qualquer obstáculo que teria pela frente. Os ventos assopravam em seus ouvidos, os quais escutaram um baque, sendo ele do violão. Cebola estava correndo atrás dela. - Você não vai escapar dos meus PLANOS INFALÍVEIS, DENTUÇA !! Mas que droga, essa pracinha não tem fim, cadê a minha casa? Foi arrancada por um tufão? Pensou Mônica nervosamente. Precisava escapar de Cebola para que ele enlouquecesse, pirasse. Tentou apressar mais os passos, mas o ar não penetrava por seus pulmões com facilidade, sentia sua velocidade diminuindo aos poucos. Não, não, corre Mônica, corre, devaneou. Finalmente a dentuça encontrava sua casa. O pequenino portão de entrada, o jardim onde se encontrava Monicão, seu presente de Cebolinha e Cascão, quando pequena. O telhado, as janelas. A casa estava intacta, graças a Deus. Correu por alguns instantes, Cebola não muito atrás. Vendo o portão fechado, Mônica decidiu pular como se estivesse numa corrida. Quando seus pés moveram-se do chão, quando passavam pelo portão, um deles havia encostado no obstáculo, fazendo a dentuça cair, beijando a terra. Mesmo com o tombo, ela levantou-se rápido, abriu a porta rapidamente. Cebola estava logo atrás, atravessando o portão. Monicão latia desesperadamente. A dentuça fechou a porta na cara de Cebola, trancando-a em seguida. - Filha, você ta em casa? – perguntou Dona Luísa, a qual estava no banheiro. - Não mãe – gritou Mônica – Estou dançando hula-hula no Hawaii! - Ah, tudo bem então! – ouviu-se um riso ao longe - Mas porque você bateu tão forte a porta? – Dona Luísa saía do banheiro, aproximando-se para onde estava Mônica. - Estou fugindo de um psicopata. - De quem? - MÔNICA! NÃO FINGE QUE NÃO ESTÁ AÍ! ABLE LOGO ESSA POLTA! - Não abre mãe... – sussurrou Mônica, bem baixinho. - Por que não? – sussurrou Dona Luísa – Você brigou com o Cebolinha? - Não mãe... - MÔNICA! ESTOU PELDENDO A PACIÊNCIA! ABLE! - Cebola, pára de gritar – pediu Luísa – aqui não é um hospício... – ela destrancava a porta e abria para ele – Entre, preciso conversar com você! - Desculpe, Dona Luísa - disse Cebola – É que sua filha fica fugindo de mim... - Sério? - Indagou Dona Luísa com curiosidade, virando seu rosto para Mônica – Bom, mas tenho outros assuntos para tratar com vocês dois. Por favor, sentem-se – ela apontou para a sala. (AH MÃE, EU NÃO TE FALEI PRA NÃO ABRIR A PORTA! Ai que raiva... Bom, mas ela quer falar com ele, o que será?). Havia na sala dois sofás, um virado de frente para a porta e o outro de frente à televisão, a qual era uma LCD de 36 polegadas, recém-adquirida. Entre os sofás havia uma mesa-de –centro retangular, com um vaso cheio de lírios de plástico. Cebola sentou-se no sofá de frente para a porta, Mônica no outro. Ele estava segurando um objeto, aquele que havia pegado escondido. Para evitar que Cebola mudasse de lugar, Luísa sentou-se ao lado da filha, começando a dizer: - Bom, eu tenho notícias, para os dois... Qual delas vocês querem ouvir primeiro? A boa ou a ótima? - A ótima primeiro, mãe – pediu Mônica. - Hoje eu e o Souza fomos ao médico... E descobri que estou grávida de três meses e e uma menina! - Sério mãe? – Mônica estava surpresa, não se agüentando de alegria – Eu vou ter uma irmãzinha!! Que máximo! - De uma coisa eu sei... – falou Cebola - Que o bebê vai ser dentuço, baixinho e “golducho” igual a... - Olha como fala de mim, Cebolinha... – Mônica deu um Pedala em Cebola. - Aiai... Er, Parabéns Dona Luísa! - Obrigada Cebola – agradeceu. - Conta a boa agora mãe... - Primeiro eu quero dizer que já informei seus pais Cebola. - De que? - Eu aluguei um rancho não muito longe daqui, para que eu passasse um fim-de-semana com a minha família. Mas, eu e o Souza concordamos que a Mônica iria ficar muito longe dos amigos de que tanto ama e decidimos levar você, a Magali e o Cascão junto. Você quer ir, Cebola? - CLALO QUE EU QUELO! CALAMBA !! Que demais! Já imaginou quantos pores-do-sol, quantas aventuras juntos Mônica? – Cebola fitava a dentuça pelo canto do olho. - É Cebolinha, é... - Caham – interrompeu Luísa – depois vocês resolvem isso – ela fitou a filha com um olhar malicioso – Então arrume todas as suas malas Cebola, amanhã bem cedinho estaremos partindo. - Não quer que eu durma aqui para sairmos mais depressa? – sugeriu Cebola, ao mesmo tempo em que escondeu discretamente o objeto roubado, pois decidira que o pegaria na viagem. - Claro que não, né Cebolinha! Ta doido! Eu nunca que deixaria você dormir comigo NA MINHA CASA! - Nossa, ta bom, ta bom – concordou Cebola, o intuito dele era irritar Mônica. – Então eu já estou indo. – ele se levantou. Tchau Dona Luísa e parabéns de novo! - Obrigada Cebola! Ele agora fitava Mônica, sorrindo. Apesar de não querer se separar dela, a despedia parecia a única brecha que ele teria por hoje. Decidiu que iria despedir-se com o selinho, mesmo que ficasse envergonhado, pois a mãe da Mônica estava lá, entre eles. Mas ele pensou: Já que amo a Mônica e não quero esconder de ninguém, eu vou me despedir assim e ponto final. Ele se aproximou da dentuça, a qual permanecia sentada, indiferente à saída dele. - Não vai se despedir de mim não? – perguntou. - Tchau Cebola – Mônica acenou. - Cadê meu beijo de despedida, hum? - Aqui ó – ela se levantou e beijou brevemente o rosto dele, afastando-se em seguida. – Tchau, até amanhã. - Até – Cebola foi sutil, pegou a mão de Mônica e a beijou – Essa viagem será inesquecível! – informou. Cebola caminhou ao lado de Dona Luísa até a porta, Mônica nos seus calcanhares. Quando fechava a porta, fitou Mônica uma última vez e piscou, o qual fez Dona Luísa reprimir um risinho. Ele fechou a porta e caminhou em direção a sua casa. - Isso vai dar namoro... – falou Luísa quando a porta já estava fechada. - Mãe ! - Mas é verdade, os jeitos que vocês se olham, se interajam é típico de namorados. Filha, você está namorando o Cebolinha e não me avisou? - Não mãe... Ele precisa provar pra mim que ele me ama. – informou Mônica. - Como assim? - Eu vou lá arrumar minha mala. – disse Mônica indo para seu quarto, fechando a porta. Ao entrar, Mônica começou a juntar blusas, camisas, camisetas, biquínis, shorts, bermudas, sandálias, chinelos, maquiagem, secador, chapinha, enfim, kit completo, ou seja, metade do guarda-roupa. Ao terminar, fechou o zíper da mala, foi até a sala para buscar Sansão. Depois de pegá-lo, apenas deixou perto de sua bagagem, foi para sua cama e tentou adormecer. Virou, revirou, trevirou, nada estava adiantando. Mesmo de olhos fechados, os devaneios lhe invadiam minuto a minuto, segundo por segundo. Seu primeiro beijo, a briga, a intrusa, o breve e eterno namoro, a reconciliação, pedido de prova de amor, a primeira declaração, a segunda, um beijo apaixonado, agora mais um fim de semana que estava por vir. De tanto fantasiar, entre sorrisos e lágrimas reprimidas, acabou dormindo, exausta. Poucas horas depois, sua mãe a acordava. Eram quatro horas da manhã. Mônica havia dormido menos de três horas, estava com olheiras e cansaço visível. Levantou-se aos poucos, demorando-se para sair da cama, massageando as têmporas. Foi ao banheiro e tomou um demorado banho, para tentar eliminar a canseira. Enquanto as gotas do chuveiro lambiam seu corpo nu, imaginou-se no rancho com seus melhores amigos, rindo, se divertindo, brincando, amando. A última palavra veio como adaga em seu coração, deixando-a um tanto feliz e confiante de que conseguiria enlouquecer Cebolinha completamente. Ao terminar o banho, vestiu um short azul-claro simples, uma blusa tomara-que-caia, o qual tinha uma grande fivela prateada abaixo de seus seios. Passou a maquiagem para esconder seu cansaço, colocou brincos prateados de argola. Ao terminar de se trocar, ajudou seus pais colocarem as malas dentro do veículo. Como não caberia a turma toda num carro só, o pai de Mônica pegou emprestado o carro de Atenor, pai de Cascão. Dona Luísa levaria a turma e Seu Souza ficaria encarregado de levar as malas. Quando a dentuça estava trazendo sua frasqueira de cosméticos, Magali e Cascão vinham ao seu encontro, já arrumados e cheios de malas nas mãos. Ambos ajudaram seu Souza, Cascão sempre pegava na mão de Magali quando a mesma pegava a mala no chão. A comilona não gostava de tais investidas e em um momento deu um beliscão no sujinho: - AII !! - É para parar cabeção... - Ok... – concordou um tanto revoltado. Cebola apareceu minutos depois, carregando algumas malas e seu amigo violão. Ao ver Mônica, piscou e sorriu, deixando-a um tanto sem-graça. Ajudou como os outros a colocar suas malas. Em minutos, o carro estava abarrotado de tantas bagagens. É, a turma não caberia num carro só. - Vamos entrando no carro turma – avisou Dona Luísa – Pretendemos chegar antes do almoço. Todos caminhavam para o carro de Atenor, o qual estava limpo, o que era um milagre. Luísa estava no banco motorista. Cascão se apressou para sentar no co-piloto, adorava sentar nesse assento. Isso deixou Mônica revoltada, pois era ela que iria ao lado de sua mãe. Sem escolha, entrou no veículo e sentou-se no meio. Magali entrou logo depois, apossando-se da janela esquerda. Cebola sentou na janela direita, ao lado de Mônica. Quando percebeu que era ela, abriu um enorme sorriso, fitando seus olhos. Sentou rapidamente e logo entrelaçou sua mão na de Mônica. Ela soltou, ele persistiu e ela decidiu ceder, pois mais cedo ou mais tarde o faria. O motor era ligado, roncando assustadoramente. Cascão ligou o aparelho de som. A viagem começou e grandes aventuras aguardavam a turma. Fim do 46º capítulo

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Notas finais do capítulo

Eita nóis(eu nem tenho o sotaque de interiorrr), mais uma aventura inesquecível...
É agora que a jeripoca vai piá... O Cebola com o violão dele, provavelmente fará muitas traquinagii :P . Na verdade o Cebola só apronta né...

Preparem-se também para altas risadas, porque a turma, em especial a Magali (vulgo a Maluca no Pedaço :P), terá um capítulo (provavelmente o 48 ou 49, não sei ainda) em que vai sar um surto geral, algo de fazer todos rolarem no chã :P

Por favorrr, comentem o que acharam.. :D

Beijos e queijos



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