O Tempo Irá Dizer escrita por analauragnr


Capítulo 33
Ligação essencial




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/19752/chapter/33

Cebola chegara a sua casa, agachava-se e pegava as cartas que estavam acumuladas no vão da porta, todas contas a pagar. Levantava-se e abria a porta, caminhou em direção à sala de estar e colocou as correspondências na mesinha de centro, a qual era de madeira envelhecida marrom escura com um vidro em cima. Os sofás estavam em volta dela e a televisão a frente, colocada em uma mobília marrom escura, e o aparelho de dvd em cima da tv. Ele espreguiçava-se no sofá, esticava as pernas e colocava suas mãos na nuca, e começara a refletir na sala vazia e silenciosa. (A Mônica está certa e estou agindo como um imbecil? Aquela maldita, maldita....) (Cebola, pare de deixar os sentimentos agirem sobre você. Tente ser racional, pelo menos agora.) (Ok, vamos começar. Devemos analisar os momentos antes da festa. Tudo que houve entre nós...) Nesse instante ele tocara em sua boca cerrada. Lembrava detalhadamente de seu primeiro beijo, o qual ele conseguiu através de um plano literalmente infalível. Ele recordava com uma imensa alegria, sentindo um arrepio na espinha e o coração palpitar, como se estivesse revivendo aqueles deliciosos momentos. Abruptamente, ele tentara bloquear as lembranças, tentando concentrar-se. (Bom, a gente se beijou. Aí eu mandei a mensagem para ela...). pensava, enquanto a lembrança voltava em sua mente. (Certo, eu enviei a mensagem, no outro dia eu ia pedir pra ir na festa com ela). Desta vez ele deixara a lembrança invadir o seu corpo, inundar sua mente com cada palavra proferida naquele dia na escola, onde ele pedira à Mônica para ir junto a ele na festa. [Flashback] Na escola, Mônica conversava com Magali, perguntando a mesma se ela deveria contar tudo para o Cebola, pois não havia coragem por parte dela. Como sua amiga, aconselhou que contasse para ele tudo que aconteceu, pois assim Cebola confiaria em Mônica. Do outro lado do pátio, Cebola contava a seu amigo sujinho como o seu plano havia dado certo e, logo depois, Cebola tem uma idéia e corre em direção da Mônica. Cascão o segue. Magali sai de fininho, deixando os dois sozinhos. Cebola chama Mônica de dentuça, deixando-a brava, fazendo com que ela desse um tapa nele, mas ele desvia. Instantes depois, Mônica tenta falar para Cebola tudo que ocorreu, mas não havia coragem suficiente, temia que ele não entendesse e ficasse furioso com ela. - Mônica, estou esperando...o que você tem que me dizer, hum? - Bom Cê, é que segunda-feira... - Sobre o esbarrão que a gente teve em frente à sala? Relaxa, isso acontece... Eu te perdôo! - Não, não é isso... Aconteceu depois disso... - Aconteceu o que? Isso não ta cheirando coisa boa, não... Mônica havia percebido que ele já estava pensando no que ela iria contar a ele. Dessa maneira, ela permaneceu calada, não conseguia pronunciar uma palavra sequer... - Fala logo o que aconteceu... ”Calamba”!! - Bom, é que na saída da escola, o Reinaldinho tava lá e ele veio conversar comigo... - Mas o que há mal nisso, Mô? Conversar com outras pessoas, isso é normal... Por acaso há mal eu conversar com você? - Não Cê, claro que não...você não está entendendo... - O que você quer me dizer, Mônica? - Bom, ele veio com uma história pra que eu andasse de moto com ele... - PERA AI... VOCÊ ACEITOU?? – irritava-se Cebola, alterando um pouco a voz. - Claro que não, bobo! Não sou daquelas que aceitam essas coisas! Longe de mim! - Bom, se foi isso... Porque você está tão preocupada! Se você não aceitou, então não há mal nenhum, ué! - Mas... Mônica era interrompida pela mão de Cebola, a qual havia tocado nos lábios dela. [Fim do Flashback] (A Mônica havia falado para mim que o Reinaldo estava na escola aguardando-as, querendo ter uma conversa. E eu a interrompia toda vez que ela começava a dizer sem hesitar. Ta, mas aí ele disse que ele perguntou se ela queria andar de moto e não aceitou.). (Tinha algo mais além daquilo? Bom, quando ela disse que não aceitou, eu fiquei muito feliz e disse que não havia problema ela conversar com ele...) (Ela iria dizer mais alguma coisa, pois pronunciou aquele mas...) A palavra mas penetrava em sua orelha, como se alguém tivesse murmurado a seu ouvido naquele instante, repetidas e repetidas e repetidas vezes. Afinal, por que isso o intrigava? Por quê? Porque tal palavra era, conforme ele aprendera na escola, uma conjunção de contradição. Em outras palavras, Mônica iria dizer algo que contrariasse a alegria de Cebola e com certeza seria algo que não o deixaria nem um pouco contente. Algo que o estressasse. Porém, esse não era um problema. (Ah, NÃO! Eu não acredito... A Mônica iria dizer algo para mim e eu não a deixei, será que tem a ver com o que a Denise havia dito para mim.) Não conseguindo impedir que outra lembrança o invadisse, a festa vinha em sua mente, em um determinado momento. [Flashback] - O que você está insinuando? - Nada... - Denise, diga logo, não gosto de enrolação! - Nossa, ta bom! Não precisa fazer tempestade em um copo d’água! Bom, ela está fazendo de difícil para você? - Como assim? Não entendi... - AII, MEU SENHOR!! Vou ser mais clara: ela fica inventando desculpas, se afastando de você quando começa um clima, hum? Você entendeu ou quer que eu desenhe? - Sim, por que? Aonde você quer chegar? E não, não precisa desenhar, eu entendi. (Então ela estava se fazendo de difícil...bobinha! Então era isso que o Cascão queria me dizer?) - Bom, eu acho sinceramente que ela está fazendo isso por outro motivo... - Que motivo? Não estou entendo bulhufas do que você me disse... - Então presta atenção aqui, fofo! – ela virava o rosto dele para ela – Ela pode estar escondendo algo de você, algo que te machucaria, que te deixaria nervoso... [Fim do Flashback] (Espera aí! É isso! Ela deve saber o que aconteceu, por isso ela havia me dito. Mas será que ela usou o que ela viu maleficamente ou só dissera toda a verdade?) (Toda a verdade? Ah, faça me rir Cebola, se você comparar as atitudes dela...) (Como assim?) (Pense: você notou que ela agiu diferente hoje e quando foi investigar ela dissera a verdade. Por esse motivo, ela pediu para que você a levasse, pois sabia que não haveria problemas... Mas quando você se oferecia a leva-la, ela recusava alegando problemas talvez inexistentes. E quando você insistiu, ela dizia que não....tocou o telefone...) [Flashback] Triim. Tocava o celular da Denise. - Alô! Já disse para não ligar para mim essa hora! Não, hoje não dá! NÃO DÁ! Eu vou! Uhum! Ta, a gente se vê! Também, beijos! [Fim do Flashback] (Estou com minhas dúvidas ainda...como poderei ter certeza de que minhas conclusões, apontando a teoria da Mônica como a correta, se não tenho como comprová-las...) Bingo! Cebola concluíra que a pessoa mais adequada para ajuda-lo na sua investigação era Magali, pois ela era a melhor amiga da dentuça e, conseqüentemente, sabia boa parte, se não todos os segredos de Mônica. O que ele deveria fazer era ligar para a comilona e perguntar sobre tudo que aconteceu entre Mônica e Reinaldo na saída da escola. Levantava-se do sofá abruptamente, caminhando em direção ao seu celular, que estava em sua mochila, jogada no sofá. Abrindo a mochila, encontrara rapidamente o aparelho. Procurar em sua agenda eletrônica o telefone da casa da comilona. Instantes depois localizara o contato desejado. Ele caminhava-se a cozinha, para pegar o telefone e discar para Magali. Chegando ao destino, avistara o telefone, em cima de uma pequena mesa. Ao colocar o aparelho nas mãos, hesitava. O que deveria dizer a ela? Como perguntar sem levantar suspeita? Como? Como? Seu corpo permanecera imóvel durante meio minuto. Lutando contra preocupação, apertava o primeiro número, o segundo, o terceiro, discava aos poucos para ela. Quando havia apertados todos os botões, esperava alguém atender, mas antes da segunda chamada, ele colocava o telefone no gancho, nervoso por não conseguir arranjar uma maneira de falar com Magali, pois não havia muita amizade entre eles. Cerrava os olhos, tentando esfriar a cabeça, para poder ligar e perguntar tudo que precisasse. Ficou assim durante dois incansáveis minutos, apertando os dedos, estralando-os. (Liga!! Liga!!! LIIIGA!! Ah, eu vou ligar e pronto, não interessa..) Com uma das mãos segurava o telefone na mão e com a outra discava freneticamente, sem para um segundo sequer. Agora esperava ansiosamente pela resposta do outro lado da linha. Tocou a primeira vez, a segunda, a terceira...De repente: - Alô! – respondia a pessoa do outro lado da linha. Fim do 33º capítulo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Esperam que tenham gostado ^^

Mandem reviews!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Tempo Irá Dizer" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.