O Tempo Irá Dizer escrita por analauragnr


Capítulo 32
Frustação




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Cascão dizia pausadamente cada palavra, sílaba por sílaba, para que Magali não tenha dúvidas quanto à sua condição, pois sabia que não poderia falar rápido, senão iria atropelar as palavras e Magali não entenderia nada. As palavras ditas por Cascão faziam Magali arrepiar aos poucos todo o seu corpo, sentia milhões de borboletas no seu estômago, seu coração palpitava, dava saltos frenéticos. Após o sujinho informa-la da condição, ele lhe dava um outro longo beijo na bochecha e depois a fitava abrindo um enorme sorriso. (BEESTA!! Que condição mais IMPOSSÍVEL!! AHH!!) Magali dera um forte tapa na cara de Cascão, deixando no rosto dele as marcas de seus finos dedos. - AII! Doeu, sua...sua gulosa! Magali ficara mais irritada e dera outro tapa na cara do sujinho, ficando mais evidente a marca antes feita. - NÃO ME CHAMA DE GULOSA, SEU BESTA! - O que eu fiz para merecer tanto tapa na cara? - Por me chamar de gulosa e por essa condição imbecil... - Ah, vá me dizer que não gostou da condição... - Se toca!! É impossível eu fazer isso! - Não, não é... você sabe como realizar a minha condição perfeitamente! Você sabe disso! - Mas como, como eu vou... - Ah, Magali! Você é forte! Tenho certeza que consegue! - Mas... - Eu confio na sua capacidade! Agora, eu não vou te apressar e colocar prazos para decidir se vai fazer minha condição ou não. Eu já sei a resposta, mas estarei esperando. Bom, eu vou lá para sala, já vai bater o sinal – ele segurava uma das mãos de Magali – vamos? - Vamos, mas solte minha mão... - Nossa, ta bom...não ta mais aqui quem te tocou... Chegando à sala, eles avistaram Cascuda e Quinzo conversando distraidamente e nem notaram a presença de seus namorados. Notando a indiferença deles, Cascão e Magali sentaram em suas carteiras no momento que o sinal tocava. BLÉÉÉM A aula de matemática prosseguiu normalmente: A turma do fundo (Denise, Carmem, Reinaldo, Ronaldo) não parava de conversar em voz alta, enquanto alguns conversaram uma hora ou outra, causando uma algazarra. O professor permaneceu indiferente, prosseguia sua aula como se nada ocorresse na sala, prestava atenção quem queria. Após uma hora e meia de aula, o sinal toca, anunciando o término das aulas. Toda a turma saíra em disparada, causando um leve tumulto. Cebola e Denise esperaram para saírem juntos a fim de saírem “ilesos”. Assim, eles foram os últimos a saírem. - Ce, me leva para casa hoje, eu adorei ir com você... - Mas você não ia se encontrar com a Carmem, como sempre faz? - Eu vou, fofo. Você não liga de me acompanhar numas compras básicas? (Como assim, ela ta me pedindo? Estranho... Será que é mesmo a Carmem? Bom, é o que parece, mas eu vou segui-la mesmo assim) - Não, eu não ligo! Mas hoje não vai dar, a Maria ta doentinha e minha mãe pediu para eu tomar conta dela hoje, me desculpe, sério. - Ah, tudo bem! Eu entendo! Tchau, então! – despedia-se dele com um breve selinho. Cebola estava pondo em prática sua perseguição incansável pela verdade. Esperara ela se distrair ouvindo música no celular e a seguia discretamente. Como a pracinha não era tão longe da escola, cerca de dois minutos ele já chegara aonde Denise estava. Ele ficara escondido atrás de um grande carvalho, uma das árvores mais antigas da praça. Tal árvore fora aquela que ele havia levado um tombo horrível, dias atrás. Metros dali, Denise estava em pé, aguardando impaciente a chegada de alguém. Um minuto depois, aparecia um vulto, que aos poucos fora identificado: cabelos loiros e encaracolados, olhos azuis, pose de patricinha. Era a Carmem dessa vez. Denise havia dito a verdade. Então Mônica continuava errada? Por enquanto sim, mas a desconfiança de Cebola ainda estava fervilhando entre suas veias. Mesmo ele vendo que Denise não havia mentido, ele notara que ela agira diferente, pois pedira a ele para levá-la para casa, em vez de sempre recusar o convite de Cebola para fazer o mesmo. O plano dera errado. Mas ele iria desistir? Não, agora ele iria persegui-la somente quando ela recusar o convite dele de levá-la para casa, pois só assim a verdade seria lhe mostrada e finalmente ele descobriria qual das garotas estava falando a verdade: sua ficante Denise ou Mônica. Dessa maneira, ele saíra detrás do carvalho e caminhava em direção à sua casa, mas era interrompido: - Ce, fofo! - Oi Denise – acenou. - Você não ia para sua casa? - Estou indo, é que a pracinha era caminho... - Ah, então ta. A gente se vê! Beijos! - Beijos. Cebola caminhava cabisbaixo, lembrando vagamente de sua infância, quando seus planos infalíveis nunca funcionavam, pois sempre eram descobertos e estragados pela Mônica. Tais lembranças o fizeram soltar uma amarga lágrima em seus olhos, a ferida persistia em sangrar. Com a costa de sua mão as enxugava. Ele erguera a cabeça, pois nesse momento não era a hora de desistir pela procura da verdade. Fim do 32º capítulo.

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