O Tempo Irá Dizer escrita por analauragnr


Capítulo 28
Desconfiança?


Notas iniciais do capítulo

Música que acompanha o capítulo:
Arerê - Ivete Sangalo

http://br.youtube.com/watch?v=rAPEWcT3-dM



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Capítulo 28 – Desconfiança? Magali apressava o passo em direção à sala de aula. Sentia-

Magali apressava o passo em direção à sala de aula. Sentia-se aliviada ao mesmo tempo uma completa idiota. Como poderia ser tão besta e negar tudo que estava à sua frente, diante de seus olhos. Ela não amava mais Quinzo, outro garoto pertencia a seu coração,  o qual era nada mais nada menos que Cascão. Além disso, descobrira o garoto-mistério. Mesmo tentando negar, a verdade fora mostrada mais uma vez, há poucos minutos. Não havia mais nenhuma dúvida, uma sequer.

 

Cascão, por outro lado, continuava imóvel, na mesma posição: uma de suas mãos no bolso e a outra estendida, onde se encontrava a fina e delicada mão de Magali. Sua mente vagava, lembrava-seda festa do Franja e de tudo que lá se envolvera

 

[Flashback]

 

Cascão e Cascuda dançava lado-alado, entretidos e envolvidos com a música que penetrava em seus ouvidos de uma forma ensurdecedora. Após várias horas dançando, Cascuda sente inesperadamente uma forte tontura, pois não se sentia bem quando permanecia em lugares muito cheios. Percebendo o estado da namorada, Cascão tenta ajuda-la:

 

- Ah Cas, eu não queria ir embora...mas eu não estou bem!

 

- Você não quer que eu te leve para casa? Eu não me importo, sério!

 

- Não, não precisa. Eu já liguei para o meu pai e ele já vem! Mas, brigada! Bom, eu vou esperar ele lá fora – despedia Cascuda, dando-lhe um último selinho.

 

Frustrado por estar sozinho, ele decide sentar num dos sofás do salão, no qual se espreguiçava:

 

- Nossa, eu to um bagaço! Também, eu dancei bastante!

 

- Também – respondia Magali – aqui só toca música animada!

 

- Pode crer! Só música da hora!

 

Nesse instante tocava uma música muito animada:

 

Tudo o que eu quero nessa vida,  

- Essa música é massa...bora dançar??

 

Toda vida, é  

- Ah, – Magali também adorava a música – mas você não vai dar conta de me acompanhar! – dizia mostrando seu sorriso meigo.

 

É amar você

- Você quer apostar que eu consigo?

 

Amar você

 

- Ta, eu aposto com você! Mas, qual será o prêmio para quem ganhar a aposta?

 

O seu amor é como uma chama acesa  

- Hum...ah! não sei! Vamos logo dançar! Depois a gente resolve isso.

 

Queima de prazer De prazer

 

 Quando se levantava para dançar com aquela garota, ele notara que se tratava de sua amiga de infância Magali.  Ele abrira um enorme sorriso malicioso. Ele se lembrava que ela estava “brigada” com ele porque o achava um completo mal-educado e sem respeito. Iria aproveitar-se dessa situação para mostrar que sabia ser muito educado, um completo cavalheiro.

 

Por ter incríveis habilidades em dança, Cascão conseguia acompanhar Magali sem nenhuma dificuldade, ele até se exibia dando giros em si mesmo, seguindo o ritmo da música. Porém, em um momento inesperado, ele tropeçava em seu pé, caindo em cima da comilona, a qual o segura por reflexo.

 

Arerê, Um lobby, um hobby, um love com você  

- Desculpa! Não foi minha intenção, eu pisei em falso no meu pé e cai!

 

- Tudo bem! Eu desculpo! Viu como você não agüenta me acompanhar? – falava Magali, dando uma risadinha abafada.

 

Cai, cai, cai, cai, cai pra cá Hey, hey, hey  

- Ah, como não! Você não viu quantos giros eu dei? Eu sou O CARA!!

Tu-do,tu-do, vai rolar  

- Se achou agora, hein? Besta!

 

Tudo o que eu quero nessa vida, Toda vida, é

 

 

Após pronunciar tais palavras, achou que Magali iria se tocar, percebendo de qual garoto se tratava. Mas isso não aconteceu, para o espanto dele, pois mesmo mascarado, não era difícil de reconhece-lo, pelo menos para ela: Ele usava a mesma vestimenta de Tobor.

 

(Não é à toa que ela é cabeçuda, não me reconhecer, depois de dizer que sou o cara! Cabeçuda)

 

Mesmo assim, ele continuaria a demonstrar ser um nobre cavalheiro, pois sabia que mais cedo ou mais tarde ela iria descobrir de quem se tratava. Sendo assim, ele dizia:

 

 

- Ah, me lembrei. Ainda tenho o meu prêmio, pois eu ganhei a aposta! HEHE!

 

É amar você  

- O que você quer, então, dançarino profissional?

 

Amar você  

- Eu...bem...é...

 

O seu amor é como uma chama acesa

- Fala logo!!

 

Queima de prazer De prazer  

- Ah, já sei!

Pra qualquer lugar  

O garoto pegava levemente a mão de Magali.

 

Vou te levar pra onde  

- Ei, o que você ta fazendo?

 

Eu já falei com Deus que não vou te deixar  

- Estou ganhando meu prêmio.

 

Arerê,                       Um lobby, um hobby, um love com você  

Ele segurava a mão dela e a aproximava de seu rosto.

 

Arerê, Um lobby, um hobby, um love com você  

Ele beijava lentamente a mão da menina comilona, deixando-a vermelha.

 

Cai, cai, cai, cai, cai pra cá Hey, hey, hey Tu-do,tu-do, vai rolar  

- Foi um prazer dançar com você!

 

Ele fitava seus olhos tenros e meigos. Acabou não resistindo e lhe roubara um selinho. Ele sentia-se estranho, era uma sensação já sentida, mas há tanto tempo que lhe parecia nova, arrepiando-o.

 

(Por que estou me sentindo assim, tão estranho, quando me aproximo dela, por que? Será amor? Não, não e não... Como não?Lembra-se há nove anos quando sentiu o mesmo pela Cascuda e até sente saudades de sentir novamente? Mas não pode ser! Ah, é tão confuso...)

 

Atordoado com esse novo sentimento penetrando em seu corpo, ele corria apressadamente para a saída e fora tão rápido que nem Marina e Franja o notou.

 

[Fim do Flashback]

 

Agora estava bem claro de aquele sentimento antes experimentado era real e que tudo não era mera coincidência, como havia concluído. Não podia mais enganar seu coração: ele estava extremamente atraído por Magali, talvez apaixonado. A amizade entre eles era uma das barreiras que sua alma lutava incansavelmente para ultrapassar. O calor daquelas delicada mão ainda podia ser percebida, fazendo-o flutuar acima das nuvens. Antes que pudesse afastar significavelmente do solo, outro toque do sinal alertava-o para correr à sala, pois ainda tinha prova a fazer, que no caso era de Geografia, a matéria que ele mais gostava.

 

Ao entrar na sala, avistava Magali revisando pela ultima vez a matéria e à seu lado estava Quim, procurando alguma coisa em sua bagunçada mochila.

 

- Psiu! – cochichava Cascão.

 

Magali havia se distraído como o ruído. Curiosa, ela olhava procurava o local de origem do barulho. Cascão, aproveitando o olhar curioso da amiga, abriu o belo sorriso, piscando para ela. A comilona parecia um verdadeiro tomate, seu coração palpitava, ameaçando sair pela boa a qualquer instante.

 

Para sua sorte e azar, o resto da turma, juntamente com a professora, adentravam tagarelando em voz alta, deixando a classe barulhenta, o que era comum em todas as turmas da escola do Limoeiro. Quando notaram a presença da professora, todos se sentavam, mas continuavam a conversar. A professora, indiferente, entregava, carteira por carteira, a extensa prova. Tal ato fez a turma calar-se aos poucos, até ficar em completo silêncio.

 

- Podem começar a prova – dizia a professora – Vocês terão uma hora e meia para fazê-la. E nada de colas. Quem for pego levará zero. Bom, boa prova a todos.

 

Toda a classe obedecia. Cada um reagia à prova à sua maneira: uns coçavam a nuca e balançavam as pernas inquietamente, outros a faziam tranquilamente, sem dificuldades. E a turma do fundo (Denise, Carmem, Reinaldo, Ronaldo) colava discretamente, pois já eram especialistas no assunto. Cascão também tinha o costume fazer o mesmo que eles, mas nessa prova era uma das exceções, pois conseguia resolve-a sem nenhuma dificuldade.

 

Após uma hora e meia, a professora passava nas carteiras recolhendo as provas. Alguns reagim furiosamente e outros nem ligavam, estavam tranqüilos. Quando ela chegava ao fundo da sala, ela dizia:

 

- Carmem, Denise, Reinaldo e Ronaldo, vocês tiraram zero e ficaram de recuperação.

 

- Mas como assim fofa,cola e Denise não combinam!

 

-Comigo também, darling!

 

- Ah, como não. Vou mostrar a vocês: Vejam a última questão. A resposta dos meninos está como Não sei. Já a de vocês, queridinhas está escrito Eu também. Ah, vão enganar outro vai! Zero para todos e farão recuperação na quinta, sem discussão!! – gritava a professora.

 

Todos que ainda estavam na classe riram e muito, deixando-as furiosas. Depois, todos saiam em debandada, causando outro tumulto.

 

Cascão vira Cebola junto com Denise e aproximava dos dois sem ser notado, ouvindo a conversa dos dois.

 

- Ah, Dê, vamos juntos, eu te levo para casa!

 

- Fofo, não precisa...

 

- Ah, vamos, que mal tem eu te levar...

 

- Já disse que NÃO!! – retrucava Denise, dando-lhe um selinho.

 

- Caraaaca, ela é mais brava que a Mônica!

 

- Cascão, seu “intlometido”, fica ouvindo a “convelsa” dos outros!!

 

- Mals aê. Mas qualquer um perceberia que ela é brava para caramba!

 

- Aff, pára de falar besteira, Cascão.

 

- Ta, parei. Véi, mas como tu abandonou a Mô e ta com a Dê? Meio confuso isso.

 

- Traição, TLAIÇÃO! Agora eu não quero mais falar disso

 

- Nananinanocas, pode ir me explicando!!

 

Vendo-se encurralado, Cebola contara detalhadamente tudo o que houve na festa, deixando o sujinho abismado.

 

- CAAARA!! Mas não é por nada não, mas aí tem treta!

 

- Como assim, treta?

 

- Ah, mesmo que eu falasse você não ia acreditar em mim!

 

- NÂO INTELESSA SE EU VOU ACLEDITAR OU NÃO!! É PLA CONTAR!!

 

Silêncio.

 

Cascão pensava na melhor forma de lhe dizer o que pensava. Ele havia percebido que tudo era um plano, por ter uma vasta experiência no assunto. Também tinha o conhecimento de que Cebola não iria acreditar no que iria dizer inicialmente, mas se usasse as palavras corretas, iria deixar a desconfiança pairar diante de seu melhor amigo. As palavras que seriam pronunciadas tinham extrema importância para a felicidade de Cebola, além de fazer justiça.

 

Fim do 28º capítulo

 

 


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Notas finais do capítulo

Música que acompanha o capítulo:
Arerê - Ivete Sangalo

http://br.youtube.com/watch?v=rAPEWcT3-dM