Capitulo Trinte e Seis.

Zayn POV.

Ligia parecia estar mesmo muito nervosa. Então segurei sua mão o que fez todo o meu corpo se arrepiar. E fomos procurar lanternas. O engraçado era que eu vivia vendo aquelas lanternas por todo canto da casa. Mas naquela hora que eu precisava não via nenhuma em lugar nenhum. Depois de muito tempo finalmente conseguimos achar.

Voltamos para sala e sentamos no sofá.

– E agora o que fazemos? – perguntei enquanto brincava com a lanterna.

– O trabalho é que não vamos poder fazer né. Pelo menos não hoje – Lola fez uma careta.

– Verdade. E se a gente... – fui interrompido por um som alto de trovão do lado de fora e em seguida começamos a ouvir som da chuva forte – ah esquece.

Ligia bocejou.

– Quer café pra despertar? – perguntei rindo.

– Não, mas eu quero dormir – ela disse.

E ai o silencio tomou conta do lugar. Eu continuei brincando com a lanterna. Algum tempo depois senti um peso em meu ombro. Olhei para o lado e vi Ligia dormindo. Não consegui conter um sorriso. Sua respiração era tranquila, mas seu sono estava pesado. Deixei-a lá dormindo em meu ombro. Encostei a cabeça no sofá e acabei dormindo também.

Ligia POV.

Acordei. E assim que o fiz comecei a sentir o cheiro de um perfume muito bom. Abri meus olhos direito e olhei em volta. O lugar estava ainda mais escuro que antes. Isso porque agora já havia anoitecido. Olhei pra cima e vi que Zayn dormia também. Foi quando me dei conta que estava deitada com a cabeça em seu peito. O cheiro que vinha dele era realmente muito bom e por mim eu não sairia dali. Mas eu precisava né. Peguei meu celular na bolsa e tinham 25 chamadas não atendidas de Harry. Digitei o numero dele.

– LOLA? LOLA! OMG MENINA ONDE VOCÊ TÁ? – Harry gritava ao telefone.

Levantei do sofá com cuidado pra não acordar Zayn e fui pra cozinha.

– Eu estou na casa do Zayn Harry... Eu deixei um bilhete avisando vim pra cá pra fazermos o trabalho, mas faltou luz – eu disse.

– E porque você não atendeu ao telefone? Fiquei preocupado maninha – perguntou Harry.

– Desculpa. Desculpa mesmo maninho... A gente acabou dormindo. Mas olha logo, logo estou indo pra casa ok? – falei.

– Tudo bem amor. Quer que eu te busque ai?

– Não. Não precisa maninho. Eu vou sozinha não é longe.

– Ok amor. Tchau – Harry disse.

– Tchau amor – e encerramos a ligação.

Pela janela da cozinha pude ver que ainda chovia. Voltei pra sala. Zayn agora se encontrava deitado no sofá. Sorri ao vê-lo dormindo. Ficava tão lindo... Suspirei. QUE DROGA LIGIA! Você bem que podia parar de ficar tão encantada por ele. Pensei comigo mesma. Mas era algo tão difícil. Desviei meu olhar dele pra ver se aqueles pensamentos iam embora. Vi em cima de um dos moveis uma foto dele junto a um homem e uma mulher que o abraçavam. Provavelmente seus pais.

– Lola? – levei um susto ao ouvir meu apelido e quase soltei o porta retrato. Coloquei o objeto no lugar.

– Oi Zayn – eu disse meio nervosa.

Ele andou calmamente até mim.

– Zayn já esta tarde e eu... – a lanterna estava virada em sua direção o que fazia com que seus olhos ficassem mais brilhantes e tirasse completamente a minha concentração. Abaixei a lanterna – preciso ir... Pra casa... – consegui terminar de falar.

– Espere mais um pouco agora esta chovendo – ouvi ele dizer e se aproximar mais de mim. Respirei fundo. Pensei um pouco no que iria responder.

– Ah... Tudo... Tudo bem – dei um passo pra trás querendo me afastar.

Eu não conseguia ver bem porque estava escuro. Mas eu conseguia sentir o olhar dele sobre mim. Havia milhares de sentimentos dentro de mim e eu não estava gostando de nenhum deles, pois todos... Queria que eu me aproximasse mais de Zayn. E aquilo definitivamente não estava certo. Não com ele pensando que eu tinha um namorado. Andei até o sofá e me sentei lá. Estava evitando ao máximo encara-lo.

Zayn POV.

Eu sabia que não estava certo. Eu sabia que ela tinha namorado e que estava sendo um completo idiota. Pressionando ela daquela forma. Mas era algo que eu simplesmente não conseguia controlar. Quando eu me dava conta já estava me aproximando demais dela. Lola se afastou de mim como eu já imaginava que ela faria e sentou-se no sofá. Definitivamente eu não queria que ela fosse embora. Quanto menos tempo ela passasse longe de mim melhor. Sentei-me ao seu lado. E fiquei encarando-a discretamente.

– Zayn eu... – ela começou a falar e olhei para ela – eu preciso te contar uma coisa – Ligia olhava para baixo.

– O que é Lola? – perguntei curioso.

Ela respirou fundo algumas vezes.

– Eu não... Não tenho namorado. O Liam não é... Meu namorado – disse ela com a voz tremula como se fosse começar a chorar a qualquer momento. Meu coração foi a mil ao ouvir o que ela disse. Não sabia como reagir.

– E por que... Porque disse que ele era seu namorado? – perguntei curioso e muito confuso.

– Antes eu... Preciso te explicar o que esta acontecendo Zayn – Ligia disse abraçando os próprios braços.

– Por favor – falei.

– Sabe Zayn eu... Faço parte de uma família tradicional e... Não sei se você sabe, mas... Em famílias tradicionais quando a menina completa 18 anos ela... Tem que casar – agora Ligia estava chorando e aquilo começava a ficar torturante – mas casar com uma pessoa que OS PAIS escolheram. Mas... Eu desde sempre fui contra a isso e... Agora que completei 18 anos... Como manda a tradição meus pais querem que eu case... Com uma pessoa que eles escolheram.

– E a pessoa que eles escolheram pra você foi o... Liam? – perguntei.

– Sim... Só que Liam também não concorda com isso. Ele é uma pessoa adorável e nós acabamos ficando amigos e... Decidimos que de forma alguma vamos nos casar mesmo nossos pais querendo isso – ela contou.

– Você ainda não me disse por que mentiu sobre ele ser seu namorado – fiquei com medo de ter sido mais rude do que desejava.

– Eu fiquei... Com medo na hora que você perguntou eu não... – tive que interrompe-la – medo de mim? – perguntei com medo da resposta.

Ligia virou em minha direção e se aproximou.

– Não Zayn! – por um momento pareceu assustada – claro que não – mas em seguida se acalmou. Ela olhou pra baixo. Seu rosto estava vermelho por conta das lagrimas. Delicadamente eu o levantei para que ela olhasse pra mim – desculpa. Por favor, eu... Não sei o que deu em mim.

Coloquei minha mão em seu rosto e fiquei fazendo carinho em sua bochecha com o polegar. Ela aproximou mais o corpo do meu. Passei minha mão pela sua cintura e a puxei pra mais perto ainda de mim. Nossos narizes já estavam encostados.

Finalmente nossos lábios se encontraram. As mãos dela vieram para em volta do meu pescoço. Todo meu corpo se arrepiou. E naquele momento eu finalmente percebi que... Eu a quis desde o primeiro momento que nos vimos. Fiquei me perguntando como nas outras vezes consegui segurar para não beijá-la. Se nós não precisássemos respirar eu não pararia aquele beijo nunca mais.