Novos Tempos Em Hogwarts 2 escrita por Thiago, Thiago II


Capítulo 40
Acertos e Erros


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pelo atraso, mas é que minha beta esta com seus proprios projetos e não teve tempo para terminar a betagem do cap. mas como não queria que esse ano acabasse sem vocês terem um novo para ler... ai está.



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Fred encarava a face da garota ruiva que estava deitada sobre a maca da ala hospitalar, ele murmurara qualquer coisa para a enfermeira que se despedira dele dizendo qualquer coisa em francês. O rapaz se aproximou do leito, e deslizara seus dedos por sobre o rosto dela, enquanto sua outra mão pegava a da garota, ele pode sentir que estava gelada mas não se importou com isso, ele a beijara.

Seus lábios se encontraram com a pele macia da mão dela por breves segundos, para então o rapaz se separar por conta dos sons de passos que se aproximavam. Ele se voltou para encarar quem era, e pode ver que era Louis que viera visitar a irmã, o loiro sorrira para o primo enquanto dava a volta na cama para depositar o vaso de orquídeas, que eram suas flores favoritas, que trouxera para a ruiva.

_ sabia que estaria aqui – disse Louis – não tem ido às aulas, é de se esperar que tenha sido esse o motivo não?

_ não dá para pensar nas aulas no momento – disse Fred – não enquanto ela estiver assim... – o loiro lhe dera um leve toque o ombro.

_ agüente firme, está sendo difícil para todos nos – disse Louis enquanto depositava um beijo na testa da irmã – eu adoraria ficar com ela, caso você queira, não sei...

_ eu agradeço, mas... Quero ser a primeira pessoa do lado dela quando ela acordar – disse Fred – preciso conversar com ela, eu... Preciso dizer algumas coisas.

_ entendo – disse Louis – qualquer coisa, estaremos na festa na praia.

_ certo – disse Fred e o loiro se retirava o deixando para trás, o moreno saira de perto do leito indo se sentar em uma poltrona que havia ali para os visitantes e dali começara a olhar para a ruiva.

Flashback on.

Dominique dormia tranquilamente envolta em cobertas daquela noite fria, quando sentira alguém lhe tocando de leve os ombros e murmurava seu nome em um sussurro para não acordar as outras pessoas ali presentes e que assim como a ruiva estavam em completamente inconscientes. Ao constatar a insistência da pessoa e o fato de que sua paciência para os constantes cutucões estava se acabando, ela abriu os olhos e suas pupilas foram feridas pela luz da lanterna segurada em frente ao seu rosto.

_ até que enfim, fala serio, será que sou a única pessoa dessa barraca que tem sono leve? – disse uma voz que ela reconheceu imediatamente pelo tom de deboche e sarcasmo.

Ela bateu a mão na da pessoa a sua frente e ela desviou a lanterna para longe de seus olhos, dessa vez ela conseguira identificar quem era a pessoa. O garoto a sua frente era alto para um garoto de sua idade, possuía a pele branca, rosto magro e queixo fino, olhos pretos e brincalhões, cabelos negros um tanto encaracolados escondidos embaixo de um capuz de sua blusa de moletom negra e claro como não notar o grande sorriso maroto que ele trazia nos lábios.  Fred Weasley era um dos primos favoritos de Dominique, mas às vezes ela gostaria que ele não fosse tão irritante em algumas atitudes bobas e infantis, mesmo para um garoto de 10 anos, não que ela fosse diferente do primo, mas de qualquer forma não há como não está irritada quando alguém te acorda daquela forma.

Ela se revirara na cama dando as costas para o moreno que estava sentado a beira de sua cama, ele rira de leve enquanto puxava as cobertas da garota a fazendo tornar a encara-lo dessa vez com um olhar mortal que fez por alguns momentos a face do garoto tomar uma expressão que mostrava que ele se arrependera de estar ali, mas logo fora substituído com um sorriso cínico dele.

_ o que você quer Freddie, estou dormindo – disse Dominique chamando o primo pelo apelido que apenas o seu tio George usava com ele, o que fez o moreno a encarar com as sombrancelhas arqueadas e a cabeça inclinada como geralmente fazia quando outra pessoa o chamava assim.

_ jura, achei que estivesse em coma, ainda bem que está acordada isso nos poupa tempo perdido no St. Mungus – disse Fred ironicamente – hei, você se esqueceu do que tínhamos planejado para essa noite?

_ ainda escuto sua voz, o que quer comigo que está aqui? E não ouse iluminar a minha cara com a droga dessa lanterna ou eu a enfio num lugar que vai ser meio difícil de você retirar – disse Dominique e Fred se afastara alguns centímetros de perto da ruiva desligando seu aparelho trouxa.

_ nervosinha ruiva? Diga-me que não é sempre assim que você age quando é acordada – disse Fred brincando de iluminar o teto de lona da barraca.

_ só quando primos idiotas me acordam no meio da noite com a droga de uma lanterna no rosto quase me deixando cega – disse Dominique enquanto dava um pequeno empurrão com o pé em Fred, que rira e tentara se proteger dos chutes da prima que tentava acerta-lo nas costelas.

_ fala serio, você está com o mau humor do cão hoje hein... – disse Fred enquanto agarrava o pé da garota, que ainda tentava chuta-lo – mas eu entendo, também estou um pouco triste com a derrota, é... Foi horrível para nos, imagina para os jogadores então...

Talvez seu mau humor naquela noite fosse um dos melhores, mas Fred estava com razão, o motivo de tudo aquilo fora o jogo, depois da terrível derrota que a seleção britânica de quadribol sofrera aquela tarde não havia como permanecer com animo.

Era o ultimo jogo da Copa Mundial de Quadribol de 2012, onde após uma serie de vitórias o time inglês perdera para a Rússia no ultimo jogo, tendo a taça roubada em plena casa. A garota bufara em frustração, ao se lembrar de o quanto havia odiado aquele jogo, cuja a pontuação fora de apenas dez pontos de diferença.

Se ela fechasse os olhos podia imaginar o estádio lotado, a euforia que se espalhava naquele lugar, toda sua família reunida para ver sua tia Angelina Johnson, mãe de Fred, jogar como primeira artilheira ao lado de outros grandes nomes do quadribol como Oliver Wood, o melhor goleiro dos últimos anos e que mais uma vez defenderia pela Inglaterra e possuía o posto de capitão novamente, e a estréia de uma apanhadora que nos últimos anos se relevara a escolha ideal para a posição, seu nome era Claire Skeeter.

O jogo fora difícil desde os momentos iniciais, a disputa pelo pomo estava sendo enorme entre a pequena apanhadora britânica que apesar de veloz não conseguia despistar o grande brutamontes que era o apanhador adversário, no final numa manobra perigosa ele conseguira o pomo, e Skeeter fora para a enfermaria após despencar de sua vassoura a mais de quartoze pés, mesmo que muitos tenham dito que aquilo não fora culpa, afinal eles estavam numa altura considerável, era certo para Dominique que a vitória fora roubada no ultimo instante já que a mulher havia sido atingida por um raio em pleno céu azul imensamente claro sem qualquer nuvem.

_ aquilo foi roubado Freddie, era para ela ter capturado o pomo – disse Dominique a garota retirava algumas mexas de seu cabelo ruivo e longo da frente de seus olhos.

_ acha que não sei? Minha mãe estava lá, acorda Dommy, ela me disse que não havia como aquele raio ser algo natural – disse Fred levemente irritado – mas de toda a forma, teremos nossa vingança, não é?

_ teremos? – disse Dominique num tom curioso.

_ é... Espera, você esqueceu? – disse Fred e ao ver o olhar de confusão da ruiva bateu a mão na testa - Fala serio, você esqueceu o que tínhamos combinado?

_ o que... – disse Dominique enquanto se sentava na cama ficando bem próxima do primo antes que ela continuasse o garoto levou um dedo aos lábios dela como sinal para que se calasse.

 Ambos foram interrompidos por barulhos vindos de uma das outras camas daquele lugar, ao lado do beliche onde Dominique dormia outra ruiva se revirava inconsciente em seu sono parecendo levemente perturbada pelos ruídos dos primos que estavam acordados. Fred a pegara pela a mão fazendo sinal para que saíssem dali, ambos sabiam que se Molly acordasse o plano estava em risco, mesmo sem saber ao certo o que estava fazendo a garota assentiu, mas quando se levantara acabara por bater a cabeça na cama de cima, onde sua irmã Victoire dormia agarrada a um texugo de pelúcia que ganhara de Teddy.

Fred e Dominique saíram então do quarto das meninas e caminharam para fora da barraca dos Weasleys seguindo apenas pelo caminho iluminado pela lanterna trouxa do rapaz. Estava frio lá fora, e a garota realmente queria ter tido tempo de ter pegado algum agasalho, mas a noite compensava pelo ar gélido, o belo manto negro que se estendia pelo céu noturno respingava alguns brilhos pequenos que eram as estrelas, não havia lua naquela noite de Junho.

Ela olhara por toda a área, e vira as cabanas e barracas das outras famílias bruxas cobertas pelo véu da escuridão, e pouco mais atrás a alguns metros de distancia podia se ver a iluminação noturna do grandioso estádio de Quadribol. Logo da tenda em frente da deles surgiram outras duas pessoas, uma garota da mesma altura que os dois, de pele morena e cabelos ondulados, e um garoto mais alto que Fred, de cabelos negros e olhos incrivelmente azuis mas um rosto redondo e olhos ainda sonolentos.

_ eu acordei o Frank como você me falou para fazer maninho – disse Roxanne enquanto empurrava o garoto para frente dos outros dois e o garoto balançara um pouco ainda piscando ao ter seu rosto inundado pela luz da lanterna.

_ não chamou o Tiago por quê? – disse Frank ao notar a ausência do amigo.

_ achei melhor não, depois do balaço que recebeu daquele batedor russo lá dentro do estádio achei melhor deixa-lo dormir, afinal é isso que ele tem feito nas ultimas horas – disse Fred – mas trouxe a Dommy, ela é tão diabólica quanto o Potter você sabe muito bem disso Roxie.

_ ah, como sei... O cabelo da Molly que o diga, você foi má o cortando enquanto ela dormia – disse Roxanne a uma Dominique que dera de ombros.

_ é para ela aprender a não se meter no meu caminho – disse Dominique sombriamente se lembrando dos olhares que a prima lançava ao Tiago mesmo sabendo que ela gostava dele.

_ o que estamos fazendo aqui afinal? – disse Frank cortando a historia dos cabelos de Molly, ao que parecia ele não achava nem um pouco engraçado aquilo.

_ certo, me escuta, lembra quando estávamos vindo para cá, e estávamos animados com a nossa sorte que seria de vermos a vitória da Inglaterra e ai o senhor pessimista ai – disse Fred apontando para Frank – perguntou o que faríamos caso perdêssemos, bem meu amigo Longbottom, digamos que não voltaremos de mãos vazias e com o gosto da derrota em nossa boca.

_ hum... Continue Frederick, isso está ficando interessante – disse Dominique sorrindo marotamente e o garota piscara para ela cúmplice.

_ maninha, queira mostrar a nossa vingança – disse Fred e a morena retirara das costas uma mochila que carregava, e a abriu e o seu irmão iluminara o interior mostrando o conteúdo ali presente – diretamente das Gemialidades Weasley galera, lógico que eu e Roxie demos uma melhorada neles, o que acham de darmos aos nossos amigos russos um presentinho pela vitória deles?

_ vai ser sinistro – disse Dominique – é nesses momentos que gosto de ter você como primo Fred...

_ espera ai tem momentos que você não gosta? – disse Fred se fazendo de surpreso.

_ isso não me parece certo – disse Frank reprovador – e se formos pegos? Como vamos nos livrar?

_ coloque a culpa em mim, as pessoas no geral me vêem como o problema em si, não apenas a causa – disse Fred e as garotas riram enquanto Roxanne fechava a mochila e entregava para seu irmão que a jogava sobre as costas – vamos nessa Frankito...

E o pequeno grupo partira, se esgueirando por entre as barracas, a todo o momento Dominique podia ver conversas entre sussurros de Roxanne e Frank onde certamente o garoto estava dizendo o quanto era errado tudo aquilo e a morena o reprovava e mandava que ficasse quieto, ela sabia era sempre assim, mas em momento algum Longbottom pensava em abandonar as aventuras e confusões com os amigos.

Fred segurava a mão de Dominique atrás de si para que a garota não se perdesse do grupo.  Eles finalmente chegaram ao acampamento dos torcedores russos, onde grandes tendas vermelhas sangue se estendiam pela planície, e onde podiam se ver os últimos vestígios de comemoração como o que sobrara das comidas da festa e alguns bêbados que dormiam caídos próximos de um grande amontoado de madeira queimada que devia ter sido a fogueira.

_ separar pessoal, nos encontramos aqui em vinte minutos se tudo der certo – disse Fred entregando para cada um uma caixa grande e fina – vinte minutos, não se esqueçam... Dommy vem comigo por esse lado, Roxie vá com Frank pela esquerda – a morena assentira.

Fred e Dominique começaram a instalar o presente para os russos, os depositando e locais inusitados, como dentro de caldeirões de ensopado e barris vazios de hidromel ou então os arremessando dentro das tendas. Fora então que acontecera um imprevisto que poderia arruinar o plano dos dois, a ruiva na empolgação em que estava em meio aquela peça que estavam aplicando não percebera onde pisava e acabou tropeçando, mais especificamente tropeçara em um bêbado que dormia estirado sobre a grama.

O homem resmungara abrira os olhos ainda meio zonzo, resmungara qualquer coisa em sua língua ao ver a garota ruiva a sua frente e meio cambaleante conseguira se levantar. Fred puxara Dominique antes que o bêbado os alcançasse, e correram daquele lugar deixando para trás Roxanne e Frank sem nem sequer avisa-los de que eles haviam sido descobertos.

Eles correram por cerca de alguns minutos, até que não podiam mais ver a suas costas as tendas vermelhas russas. Os garotos então caminharam de volta para a barraca, a ruiva podia ver nos olhos do moreno que ele estava preocupado com a irmã e o amigo, e tentara reconforta-lo abraçando-o pela cintura e apoiando a cabeça em seu peito, o garoto riu e envolveu os ombros da garota com o braço esquerdo.

Quando finalmente chegaram a cabana, Dominique estranhara, o interior da tenda estava iluminado por uma fraca luz, certamente um lampião ou algo do tipo estava aceso. A ruiva buscou o olhar do garoto, que sorriu lhe tranqüilizando.

_ não devem ter acordado, se fosse assim estariam nos procurando e a barraca estaria mais iluminada, não... Certamente é Roxanne e Frank que voltaram antes de nos – disse Fred e a garota assentira, enquanto ambos entravam na tenda.

Fred, no entanto, estava errado, ao entrarem a ruiva se deparou com uma terrível cena que lhe fez dar alguns passos para trás. A frente de Dominique, sentados num monte de almofadas e ao lado de uma chaleira de chocolate quente e um candelabro de velas se encontrava um casal aos beijos, demorou alguns segundos para que a ruiva pudesse crer no que via.

Tiago e Molly se beijavam ali a poucos metros de onde ela estava sem nem sequer notar a presença dela ou de Fred, ambos pareciam que não parariam tão logo de fazer isso que começara a causar náuseas a garota e permanecer olhando para aquilo não estava em seus planos, talvez fora por isso que virara as costas e saira dali.

Ela já estava correndo muito rápido, dessa vez sem rumo, não podia acreditar naquilo, ver os dois se beijando era algo cruel demais e ela não poderia suportar afinal de contas, ela queria ser a primeira a beijar Tiago e isso fora tirado dela tão de repente que não tinha como se manter normal depois daquilo. Ela era apaixonada pelo ruivo desde pequena, como de repente ele fora fazer aquilo, não era assim que deveria acontecer, fora então que sentira alguém envolvendo sua cintura com um par de braços fortes que a fez parar de correr e começar a se debater para se soltar.

_ pare Dominique, você está agindo feito uma idiota – disse Fred enquanto virava a garota para sua direção e segurava seus braços para que parasse de bater nele.

_ eles estavam se beijando Fred, sabe o que é aquilo? – disse Dominique com raiva.

_ sei, troca de saliva, bactérias, germes... É... Algo realmente para se ter inveja – disse Fred e a ruiva bufara – olha, eu sei que você tem essa paixãozinha pelo Tiago, mas acorda...acha mesmo que ele percebeu isso? Ele é um Potter, o que quer dizer que é idiota o bastante para não perceber o obvio.

_ não é uma simples paixãozinha Fred, eu gosto dele de verdade – disse Dominique se livrando as mãos do primo – você não sabe como é, porque nunca gostou de alguem...

_ para que gostar de alguém, para depois ficar feito idiota como você ai toda nervosinha porque viu esse alguém beijando outra pessoa, ah... Claro, realmente muito legal se apaixonar – disse Fred o que fez a garota bufar – sofrer por amor é algo tão estúpido, espero nunca passar por isso...

_ então nunca vai se apaixonar? – disse Dominique arqueando a sobrancelha.

_ digamos que tentarei evitar a idéia de me apegar a alguém que vá me fazer sofrer – disse Fred – fora que vocês garotas são malucas, porque vocês disputariam e brigariam por um cara sem graça como o Potter?

_ e por quem elas brigariam, por você? – disse Dominique encarando o primo com um falso olhar de desprezo.

_ hei, está me ofendendo com esse comentário sabia – disse Fred – até porque, eu sou lindo, dizem isso para mim todo o dia... Minha mãe sempre fala isso para mim – e Dominique riu daquilo – e outra, o Tiago deve ter algum problema serio para beijar a Molly.

_ as vezes ela beija bem, talvez seja por isso que não tenha recusado o beijo – disse Dominique – vá ver ela beije melhor que eu, e os dois acabem namorando...

_ sem chance, até parece que isso vai acontecer – disse Fred – mas devo concordar que ele parecia estar gostando... – e a ruiva bateu nele – certo, isso foi errado de se dizer...

_ acha que ela beija melhor que eu? – disse Dominique sem pensar o que fez o garoto a sua frente ficar surpreso com o tipo da pergunta.

_ bem, eu... Nunca beijei nenhuma de vocês duas então é meio complicado de dizer – disse Fred rindo sem graça enquanto coçava a nuca, ele havia ficado sem jeito com a pergunta dava para notar.

Fora naquele momento que vários barulhos de explosões foram escutados vindo de algum lugar longe de onde estavam os dois, ambos encararam o céu vendo as grandes figuras luminosas que se espalhavam pela noite e se agitavam exibindo ruídos e formas diversas como grandes dragões, serpentes gigantes aladas, grifos e esfinges que queimavam luminosos e aterrorizavam as pessoas pelo que se podia notar pelos gritos que muitas pessoas soltavam.

Fred vibrara com o fantástico show de cores que fora obra sua e de seus amigos aquela noite, afinal no presente dos russos acabara por ser entregue aquela noite. Certamente que Roxanne e Frank estavam bem e haviam ativado os fogos de artifício Weasleys, acordando dessa forma todo o acampamento que aos poucos ia despertando e indo verificar o que estava acontecendo.

Ele encarara Dominique ao seu lado, os olhos da garota brilhavam pelos fogos nos céus, em sua boca havia um sorriso que ele adorava ver mas nunca havia dado a devida atenção. Talvez fosse loucura o que ele fizera, mas não estava muito em si para pensar naquele momento, o moreno simplesmente se aproximara da garota que estava apenas alguns centímetros afastada e fizera algo realmente surpreendente que não iria acreditar na manhã seguinte.

Fred beijara Dominique, o seu primeiro beijo fora com sua melhor amiga e ele sabia que havia sido o primeiro dela também. Não demorara muito, fora algo simples aparentemente um simples tocar de lábios, mas fora o suficiente para que uma descarga elétrica percorresse o corpo do garoto que se separara um tanto assustado com sua atitude.

_ uau... – disse Fred surpreso.

_ é...uau... por que fez isso? – disse Dominique sem jeito com a face totalmente corada.

_ eu não sei... hã...talvez para saber como é seu beijo? – disse Fred sem jeito tambem.

_ oh... claro... Bem... Acho que então... Devemos ir... – disse Dominique virando as costas e retornando para a barraca, ao tentar caminhar novamente ela sentira as pernas bambas, mas tentara se manter firme, era realmente inesperado o que ele fizera, mas a ruiva não parecia irritada, simplesmente estava surpresa com aquilo, ela entrou na tenda  passando próximo a Tiago e Molly que observavam a queima de fogos pela abertura e lançando um olhar mortal a prima.

Flashback off.

Dominique abrira os olhos lentamente, ela estava com um vestígio de sorriso no rosto  com a lembrança daquela noite com Fred que viera lhe visitar nos sonhos, a visão da ruiva estava embaçada enquanto ia voltando ao normal podia notar que estava na ala da enfermaria de Beauxbatons. Era um lugar bastante amplo, com paredes brancas, vários leitos espalhados em uma fileira apenas separados por pequenos cortinados, colunas e piso de mármore branco, nada de especial a não ser os grandes vitrais representando imagens de animais e criaturas mágicas, como sereias e veelas. Pode notar que já estava de noite, havia perdido a noção de quanto tempo ficara dormindo, será que era o mesmo dia da prova? Ela não tinha certeza disso, a única coisa que parecia ser verdade era a dor que ainda sentia que dizia que tudo aquilo fora recente.

A garota tentara se sentar, mas o simples movimento fez com que ela soltasse um gemido de dor, olhando para si própria pode ver o quanto àquela prova havia lhe causado. Sua perna possuía uma leve cicatriz na área onde antes estava um ferimento causado por aquele caco de vidro, pela cabeça da garota passou a cena de como ela removera o fragmento de cerca de quinze centímetros com as próprias mãos. Já seu abdômen não se encontrava tão bem assim, havia uma grande quantidade de camadas de  gaze e outros curativos envolvendo a área onde ainda doía, as unhas da esfinge ainda pareciam estar ali brincando com sua carne, era realmente desconfortável a maneira viva com que a imagem do grande felino sobre ela parecia ainda tão real.

Dominique respirara fundo, tentando novamente se sentar na cama, dessa vez usando os cotovelos e as mãos de apoio, o que de certa forma ajudou para que não sentisse tanta dor conforme se levantou. Os olhos da ruiva andaram pela ala hospitalar, estava deserta ver aquele lugar daquela forma estava ótimo para a garota que esperava encontrar qualquer outro campeão ali. Fora então que ela notara, do lado oposto a sua cama dormindo em uma das poltronas estava um garoto deitado de mau jeito e coberto por um cobertor azul escuro. O garoto dormia tranquilamente, seus cabelos estavam despenteados e caiam sobre seus olhos, um se seus braços lhe servia de travesseiro no encosto da poltrona enquanto o outro pendia para fora esticado, uma das pernas estava para fora pendendo pela outra ponta num ângulo que demonstrava com toda a certeza o quanto estava desconfortável enquanto a outra estava apoiada ao chão,ele respirava profundamente soltando o ar pelo nariz fazendo um barulho quase imperceptível, o peito dele se enchia e esvaziava com facilidade.

Ela poderia passar o resto da noite em claro assistindo Fred dormir sem se arrepender na manhã seguinte. Ela não o esperava ver ali, mas ficou feliz que o moreno fosse a primeira pessoa que viu ao acordar, o garoto começou a se revirar na pequena poltrona como se quisesse mudar de posição fora então que abrira devagar os olhos se deparando com a ruiva o encarando.

_ olá – disse Dominique simplesmente.

_ oi – disse Fred soltando um fraco sorriso enquanto se espreguiçava e se sentava de uma forma mais correta na poltrona – você está bem?

_ sim, acho que a Esfinge não arrancou qualquer pedaço de mim – disse Dominique – pelo menos, nenhum que vá fazer falta, eu espero... – e soltara uma risada sem graça.

_ não tem graça Dominique, você nos deixou preocupados – disse Fred seriamente.

_ desculpe, mas é difícil pensar no que fazer quando se tem uma esfinge querendo te devorar – disse Dominique num tom sarcástico. 

_ quanto tempo faz que acordou? – disse Fred ainda sonolento esfregando os olhos.

_ a alguns minutos, e você por que não dorme numa dessas camas? – disse Dominique apontando para os vários leitos vagos – parece tão desconfortável essa poltrona...

_ já passei por coisas piores – disse Fred se erguendo da poltrona e se endireitando, fazendo com que varias vertebradas da sua coluna estalassem e que Dominique risse com isso.

_ ah, claro... sei, coisas piores é? – disse Dominique num tom zombeiro.

_ certo, eu bem que adoraria deitar em uma dessas camas, mas a enfermeira disse que os leitos podem estar contaminados por alguma bactéria, sabe como é áreas hospitalares como essa são cheias dessas coisas – disse Fred num tom de tédio.

_ nossa, legal saber que eu estou deitada num manto de doenças – disse Dominique tentando se endireitar melhor na cama para se levantar, mas seu abdômen machucado a impediu fazendo com que soltasse alguns gemidos de dor – droga... - Fred se levantou rapidamente indo até ela, a fazendo se deitar de novo.

_ você não deve tentar fazer muito esforço, como deveria saber esfinges possuem unhas venenosas que impedem os ferimentos de fechar assim tão fácil – disse Fred se sentando ao lado da garota na beirada da cama, enquanto pegava um frasco de vidro ao lado da cabeceira e despejava seu conteúdo em um copo – essa poção serve para neutralizar esse ferimento, tome... – ela bebera o liquido roxo que descera amargo pela garganta e a fizera fazer uma careta – os outros também estão bebendo, mas eles se recuperaram mais rápido que você, pois foram cortes leves, nada comparado ao que você sofreu – ele pegou o copo vazio – agora trate de dormir...

_ eu não estou com sono, se quiser voltar a dormir não me importo – disse Dominique apontando com a cabeça para a poltrona nada confortável.

_ vou ficar acordado um pouco – disse Fred – fazer companhia para você, tenho dormido por curtos períodos tambem, na maior parte fico em claro...

_ fazendo o que? – disse Dominique.

_ olhando para você, não há outra coisa por aqui para fazer mesmo – disse Fred dando de ombros enquanto a garota sorria timidamente com o pensamento do rapaz a observando enquanto dormia – mas eu não me importo, eu gosto sabe?

_ ah, claro...deve adorar me ver dormindo – disse Dominique irônica ao que o rapaz riu.

_ é, você parece quase uma princesa dormindo, nem ronca – disse Fred ao que a ruiva o olhou seriamente.

_ sabe que odeio esse lance de princesas Frederick – disse Dominique ao que o moreno riu.

_ é, eu sei... – disse Fred rindo.

_ você baba enquanto dorme sabia? – disse Dominique.

_ verdade? – disse Fred num tom falsamente horrorizado.

_ oh, sim... Parece até um urso babão – disse Dominique ao que o rapaz bufara.

_ eu fico a seu lado durante todo o momento e você em vez de me agradecer vem dizer que eu babo enquanto durmo – disse Fred num tom falsamente revoltado.

_ foi mal, sabe... Sou uma pessoa muito sincera – disse Dominique – você podia trazer alguma coisa para eu comer? Estou um pouco como fome...

_ eu até procuraria a cozinha, mas acho que me perderia na droga desse castelo – disse Fred – eu realmente sinto falta de Hogwarts, mal vejo a hora desse maldito Torneio acabar para poder voltar para casa...

_ nossa, Beauxbatons é tão ruim assim? – disse Dominique questionadora.

_ não é a escola, é o Torneio Tribruxo, é doentio o que fizeram com vocês, essa tarde, todos vocês poderiam ter morrido naquela droga de prova... Você poderia... – disse Fred – você poderia ter morrido Dommy, e eu acho que não suportaria ver isso acontecer e não fazer nada... – ele abaixara a cabeça desviando o olhar da garota, que tentava encarar seu rosto, fora então que se virara mesmo sentindo dor e apoiara os pés no chão ficando de frente para o rapaz, que se mantinha em silencio.

_ hei, Freddie – disse Dominique encostando sua mão nos dedos dele que a encarou e a garota então pode notar seus olhos, estavam roxos como se estivesse chorando há algum tempo atrás.

_ o que? – disse o garoto pegando na mão da ruiva e a apertando fortemente com a sua.

_ eu vou ficar bem, não vai se livrar tão fácil assim de mim quanto pensa – disse Dominique sorrindo ao que o rapaz sorrira também enquanto acariciava a mão da garota, e a ruiva sentia um leve arrepio com o toque que parecia produzir uma descarga elétrica sobre seu corpo.

_ espero que não, acho que não sobreviveria sem você – disse Fred simplesmente enquanto a ruiva parecia confusa com aquelas palavras, e ambos permanecerem algum tempo assim de mãos dadas sem dizer nada até que o rapaz se levantara de sua poltrona.

_ aonde vai? – disse Dominique surpresa, não queria que ele fosse não sem antes dizer que ele também era importante para ela.

_ vou procurar a enfermeira e avisar que você acordou, talvez ela queira trocar os curativos ou algo do tipo – disse Fred enquanto flexionava os ombros e alisava o pescoço tentando ainda se endireitar do mau jeito.

_  que? Oh, nem pensar que você vai me deixar aqui com aquela velha, o que aconteceu com você é importante para mim? Se sou então fique – disse Dominique nervosa, ela realmente não queria ficar sem ele por perto, era dele que precisava não de uma enfermeira de mais de cem anos.

_ nossa, realmente você possui argumentos bons – disse Fred rindo enquanto – e é teimosa mesmo, e irritante...

_ quantos elogios – disse Dominique.

_ você sabe que é verdade – disse Fred risonho.

_ mas você gosta de mim mesmo assim – disse Dominique sorrindo ao que Fred sorriu enquanto se sentava a seu lado na cama.

_ é, se você está dizendo – disse Fred e a garota lhe dera um pequeno soco no ombro – por que fez isso? Nossa, para uma moribunda você é forte...

_ sou uma Weasley querido, esqueceu o quanto somos fortes – disse Dominique ao que o moreno concordou.

_ devo concordar, não são todas as garotas duronas o bastante para baterem de frente com uma esfinge e saírem vivas – disse Fred enquanto bagunçava os próprios cabelos, num gesto que a ruiva achara bastante atraente. 

_ é, pelo menos receberei um pouco de reconhecimento por isso – disse Dominique e os dois riram - então, onde está meu irmão?

_ o Louis? – disse Fred.

_ e eu tenho outro por acaso? – disse Dominique revirando os olhos - Vai me dizer que aquele infeliz não veio me visitar? – ela arqueara a sobrancelha, esperava ter o irmão ao lado dela quando acordasse não o Fred, mas ficara feliz com aquilo mas um tanto zangada pelo fato de ter sido deixada de lado pelo caçula - Se for assim, ele que se prepare para quando eu sair daqui, eu simplesmente quase morro por aquele infeliz e ele me abandona numa cama de hospital.

_ hei, se acalme senhora revoltada – disse Fred tentando acalmar a garota – ele veio, só não pode ficar com você porque eu estava aqui e me ofereci para ficar a maior parte do tempo... Ele veio te visitar, trouxe flores – ele apontara para um vaso de orquídeas na mesa de cabeceira – e desejou melhoras, Teddy também veio e se ofereceu para ficar, mas eu recusei...

_ isso tudo é para ficar comigo? – disse Dominique um pouco abalada.

_ é, acho que sim... – disse Fred sorrindo sem graça – queria ter certeza de que ficaria bem, por isso resolvi ficar com você... - ela sorrira enquanto se deitava sobre o ombro dele.

_ eu me senti péssimo quando vi você sendo atacada, me senti um inútil... – disse Fred passando a mão sobre os cabelos da ruiva, o cheiro dela o enfeitiçava, não tinha certeza se poderiam ser seus poderes de veela, mas seja o que fosse o estava gostando, era bom tê-la ali perto dele.

_ você não poderia ter interferido, era uma prova do Torneio Tribruxo – disse Dominique – tínhamos que cumpri-la sozinhos...

_ eu sei, mas... – disse Fred, mas a ruiva levara o dedo aos lábios do rapaz para que se calasse.

_ não aja como um Potter, eles que ficam se martirizando pelo que acontece com os outros, principalmente por coisas que não podiam fazer nada para interferir – disse Dominique – você está fazendo muito por estar aqui nesse momento comigo, alias... Estou feliz por estar aqui...

_ está é? – disse Fred sorrindo pelo canto dos lábios.

_ sim, eu acho que não teria companhia melhor nesse momento sabe? – disse Dominique.

_ e o Tiago? – disse Fred enquanto desviava os olhos para algum ponto que não fosse o rosto de Dominique, era um fato que ele ainda estava inseguro demais sobre os sentimentos dela em relação ao primo, mesmo com o que ela falara na primeira conversa a sós que haviam tido juntados, aquilo parecia não ser o bastante – realmente não há mais nada entre vocês?

_ não, ele e eu não temos mais nada, devia saber – disse Dominique – e outra, nunca teria dado certo, pois não havia qualquer sentimento realmente forte para nos manter juntos se é que me entende... – ela fizera uma pequena pausa – e mesmo que continuemos sendo amigos nesse momento não queria ele aqui comigo, na verdade... Nesse momento é você a pessoa que gostaria de ter ao meu lado, a única...

_ eu sempre estarei aqui para você – disse Fred pegando a mão da garota e a beijando, naquele momento parecia que uma corrente elétrica havia percorrido o braço da garota fazendo seus pêlos da nuca se arrepiar – fique certa disso, pois é uma promessa, e Fred Gideon Weasley II sempre cumpre o que promete...

_ espero que a cumpra – disse Dominique bagunçando os cabelos de Fred que sorrira para ela – e espere o mesmo de mim Freddie, não te abandonarei jamais... - ele sorrira e beijara a testa da prima em seguida a puxando para um abraço – isso é bom...- ela murmurara para si, enquanto sentia o corpo quente do rapaz contra o seu, e podia ouvir os batimentos cardíacos dele que palpitavam de um jeito confortante.

_ quer dar uma volta? – disse Fred ao ouvido da garota, que o encarara confusa enquanto o garoto se levantava da cama oferecendo ambas as mãos a ruiva – acho que deve estar tão cansada desse quarto quanto eu...

_ pode ter certeza disso – a garota aceitara as mãos do rapaz, com um esforço e um pouco de dores que sentira ao se levantar ela ficara de pé, Fred envolveu um braço ao redor de seus ombros e ela apoiou as mãos em seu tórax – para onde vamos?

_ que tal uma volta nos corredores, como disse não sei andar por esse castelo – disse Fred caminhando com a garota bem devagar para que ela não sentisse dores nos ferimentos do abdômen.

_ o que é aquilo? – disse Dominique apontando por uma das janelas da ala hospitalar, grande e que quando aberta, como estava naquele momento, dava de frente para uma grande sacada.

Pela janela a garota pode ver ao longe algumas luzes, elas vinham da direção da praia e eram pequenas devido a distancia, mas imensamente brilhantes como se houvesse fogueiras naquele lugar, assim como também se podia ver pessoas, ou a sombra delas. A ruiva pareceu confusa, mas o garoto nada disse, apenas ficou do lado dela encarando ao longe as pessoas na praia.

Quando de repente começou, no grande céu noturno se iniciou um grande espetáculo luminoso, uma imensa chuva de fogos de artifício, onde vários animais incríveis e criaturas mágicas como dragões laranja, grifos roxos, serpentes verdes, leões vermelhos, águias azuis e texugos amarelos, se formavam sobre o manto negro. Flechas douradas cruzavam os céus formando figuras como cavalos alados rosas, duendes sapateadores lilases e sereias prateadas, que se desmanchavam formando flores, estrelas e foguetes que explodiam causando um clarão que podia ser visto mesmo do castelo. Era um show realmente impressionante, e ao olhar para o lado, Fred viu o mesmo par de olhos incrivelmente azuis que pareciam iluminados pelos fogos.

Dominique lentamente levou sem perceber seus dedos para tocarem os da mão de Fred, os entrelaçando com os dele. A garota esperava que o garoto não notasse, mas ao que parecia o moreno percebera, pois apertou mais ainda a pressão das duas mãos e a dele estava estranhamente um tanto suada. Ele soltara sua mão, e limpara o suor se amaldiçoando mentalmente por ter o maldito defeito de suas palmas e dedos transpirarem sempre que se encontrava nervoso em alguma situação.

Ele não voltara a dar a mão para a garota, no lugar disso, a abraçara pela cintura e trazendo mais próxima de si. A ruiva então apoiara a cabeça no tórax do rapaz e ficara ali, ainda mirando o show noturno.

Fred então se lembrou daquela garota de onze anos com quem dera seu primeiro beijo, e por alguns instantes pode vê-la ali ao seu lado, pois Dominique era ela, mesmo com o passar do tempo à ruiva sempre manteria aquele olhar infantil sempre que algo lhe fascinava.

_ isso está me lembrando de quando éramos crianças – disse Fred no ouvido da garota como se fosse um segredo – você se lembra?

_ claro que sim – disse Dominique - você adorava aprontar, e muitas vezes usávamos os fogos de artifício Weasley para isso... Éramos um incrível trio não? Eu, você e o Tiago.

_ eu queria que o trio tivesse se mantido e você estivesse todo esse tempo com a gente em Hogwarts – disse Fred e a ruiva então fizera um carinho em seu rosto, passando os dedos por toda a dimensão dele.

_ eu também – disse Dominique – foi um erro deixar você para trás daquela vez...

_ eu não queria que você viesse – disse Fred um pouco triste – não foi a mesma coisa sem você em Hogwarts para se divertir com a gente...sempre foi meio que vazio, como se o seu lugar estivesse ali mas você não...

_ eu sinto muito Freddie – disse Dominique e o garoto sorriu fracamente.

_ eu me lembro da Copa de Quadribol, do show de fogos de artifício daquela noite – disse Fred e a ruiva lhe encarou – foi a ultima vez, eu acho... Que aprontamos juntos antes de você vir para cá...

_ eu tambem me lembro – disse Dominique – aquela noite foi incrível...

_ sim... Nos trocamos um beijo aquela noite... – disse Fred um pouco sem jeito enquanto a ruiva sorria timidamente. 

_ sim, foi... – disse Dominique.

_ eu nunca te contei não é? – disse Fred – o quanto gostei daquele beijo – a ruiva o encarara de frente se soltando do abraço do primo, que agora a encarava com um sorriso levemente maroto.

_ pois saiba que, eu também... – disse Dominique – foi um dos melhores, certamente que foi...

_ bom saber – disse Fred a abraçando pela a cintura agora de frente para ele – pois eu definitivamente gostaria de relembrar... – e ele começara a se aproximar da ruiva.

Dominique envolvera os braços ao redor do pescoço do ruivo e fechara os olhos quando sentira aos poucos a respiração quente do rapaz contra sua face e os narizes de ambos se roçarem com delicadeza enquanto o moreno finalmente unia seus lábios aos dela.

O inicio fora um pequeno e singelo beijo que iniciara lentamente e aos poucos foi se intensificando, eles aprofundaram e logo estavam em perfeita sintonia com as línguas se conectando perfeitamente e agindo com naturalidade. A ruiva o empurrara de encontro à parede e o rapaz sentiu as mãos da garota deslizando por seus cabelos brincando com eles, enquanto dava alguns selinhos, o provocando enquanto o garoto sorria marotamente a puxando mais para si, beijando a garota mais intensamente.

Dominique  brincava com seus cabelos, deslizando seus pelos por meio dos cabelos negros e rebeldes do rapaz, enquanto a outra mão deslizava pelo peito dele e ela pode sentir os batimentos cardíacos dele, tão calmos, mas ao mesmo tempo intensos.

Uma das mãos do garoto deslizava por suas costas, pela abertura que havia nas vestes da enfermagem, e a garota sentia calafrios e seu corpo se arrepiar ao toque do rapaz. A outra, acariciava seu rosto levemente em meio a um carinho inocente. Eles aproveitavam cada segundo, como se nada mais importasse e tudo o que havia acontecido no passado não fosse mais importante.

Fred não se sentia mais inseguro, não sentia mais ressentimento por ela ser sua prima ou por ter namorado seu melhor amigo, pois naquele momento Dominique era apenas sua, não importava mais nada alem disso.

Seus dedos infelizmente desceram em direção as ataduras tocando nelas, fazendo que a ruiva apertasse firmemente os cabelos do rapaz por conta da dor. E o rapaz separou o beijo por alguns segundos assustado com o que poderia ter feito.

_ eu te machuquei? – disse Fred tirando rapidamente a mão das ataduras e se separando da ruiva – eu sinto muito, me desculpe...

_ não foi nada – disse Dominique o abraçando novamente.

E ele a beijara de novo, dessa vez mais intensamente permaneceram assim por alguns segundos até se separarem enquanto a ruiva tornava a se deitar sobre o tórax do rapaz, com ela deitada de costas para ele que envolvia sua cintura os braços para poder segurar as mãos dela e ambos tornavam a assistir o show nos céus de Beauxbatons, os fogos de artifício ainda persistiam e ambos agora exibiam sorrisos verdadeiros e singelos.

Rose chegava a seu quarto, completamente ensopada em decorrência do termino do luau em que praticamente todos os alunos haviam se aventurado numa guerra de água no mar mediterrâneo. Logo atrás vinham Alice e Alvo, igualmente molhados mas mesmo assim aos risos.

_ vou tomar banho – disse Rose ao olhar para o casal que ainda se beijava em despedida, foi quando Alvo se voltara para a prima e a garota pode notar um olhar serio no semblante do moreno.

_ eu gostaria de falar com você Rose, e teria que ser essa noite mesmo – disse Alvo e a ruiva encarara o primo confusa com aquela historia, o que poderia ser tão importante que não poderia esperar para o dia seguinte.

_ claro – disse Rose encarando Alvo tentando decifrar algum vestígio que desse a entender o assunto da conversa, enquanto o moreno se voltou para a namorada que o encarava confusa.

_ você poderia nos deixar a sós? – disse Alvo e Alice maneou a cabeça afirmativamente enquanto dava um pequeno beijo no namorado e se retirava rumo ao banheiro para tomar um banho.

_ algum problema Al? – disse Rose se sentando em sua cama, Alvo se sentara em uma cadeira que havia ali próxima a escrivaninha.

_ recebi uma carta de minha mãe hoje – disse Alvo um pouco serio demais e isso estava preocupando a ruiva imensamente.

_ problemas em casa? – disse Rose tentando adivinhar o problema.

_ não, tudo normal em casa – disse Alvo normalmente ainda mantendo os olhos fixos em Rose que sentiu-se muito incomodada com aquilo.

_ qual o problema então, diga-me Alvo, não faça tanto mistério assim – disse Rose e o rapaz se encaminhara até ela se sentando a seu lado agora encarando bem próximo a face da garota.

_ ela me disse da sua decisão – disse Alvo um tanto ressentido – me diz, diga que é um erro...

Rose então entendera, era sobre isso que ele queria falar afinal, a decisão que ela havia tomado há algumas semanas. Ela se amaldiçoou por não ter contado a Alvo antes, o rapaz merecia saber de uma informação tão importante quanto aquela, mas ela preferira manter em segredo até que a hora chegasse, infelizmente, isso não fora possível.

Flashback on:

Faltava poucas semanas para a segunda prova do Torneio Tribruxo e isso preocupava certa ruiva que havia tido um pequeno desentendimento com seu primo. O porquê Tiago ser tão estúpido em algumas atitudes que tomava era algo que realmente Rose sentia necessidade de descobrir, mas isso certamente só um especialista poderia definir, pois ela já estava cansada de tentar entender a cabeça do tão aclamado campeão. O ruivo parecia que sempre tomava decisões idiotas das quais iria se arrepender. E a ultima dela fora a momentos atrás, quando dissera à prima que não queria estudar mais com ela sobre esfinges, a noticia ainda revirava no estomago da ruiva, talvez por se sentir desprezada e jogada de escanteio, mas sabia que essa nunca teria sido a intenção de Tiago, mas para a filha de Hermione certamente era algo horrível ser descartada tão fácil daquela maneira. 

Ela se encontrava na biblioteca onde acabara os deveres de feitiços e de Defesa Contra a Arte das Trevas. Não era nada de especial e complicado, Glanvill pedira vinte centímetros de pergaminho sobre feitiços para curar cortes enquanto Salvatore pedira uma vinte e cinco centímetros sobre o Grindylow. Quando alguém atrás de si disse em seu ouvido

_ sabia que te encontraria aqui Weasley – disse uma voz que fez os pelos da sua nuca se arrepiarem, ela se desconcertou, fazendo com que acabasse por esbarrar no tinteiro que caiu sobre a mesa respingando nos seus deveres – me mandaram te procurar e... - mas fora interropido pela ruiva.

_ cala boca Malfoy, olha só o que você fez com os meus deveres, eu não vou poder entregar isso amanhã - disse Rose zangada exibindo os pergaminhos pontilhados com tinta - você é realmente um estupido Malfoy, sempre estraga tudo...

_ não fui eu que derrubei o tinteiro até onde eu saiba - disse Scorpio simplesmente dando de ombros como se não se importasse, o que poderia ser facilmente verdade, pelo menos era o que Rose pensara - e eu não estrago tudo, não tenho culpa dos seus erros Weasley, da proxima vez não se assuste tanto com a minha aproximação...

_ eu não me assustei, apenas fui surpreendida... - disse Rose bufando enquanto o loiro soltava um riso de escarnio pelo nariz e encostava na mesa. 

_ oh, claro... - disse Scorpio rindo arrogantemente - eu te surpreendi, acho que não são muitos os rapazes que se aproximam por trás de você não é?

_ e o que você quer comigo afinal? - disse Rose grossa enquanto procurava a varinha entre as vestes e a usava com cuidado um feitiço para removendo cada uma das manchas de tinta, tendo o cuidado necessario para não remover as letras, o que até então estava tendo sorte - não me diga que veio atrás de mim por nada?

_ eu não viria atrás de você se não me mandassem...infelizmente pois sei que adora minha compania, principalmente quando é para me azarar, jogar maldições e tentar me matar afogado no lago - disse Scorpio.

_ é, realmente foi legal fazer isso, e não espere desculpas por aquilo - disse Rose sorrindo levemente - como falei na epoca, você mereceu...

_ de qualquer forma, como ia dizendo antes de você me interromper novamente - disse Scorpio e ela revirou os olhos - estou aqui porque as diretoras me mandaram vir atrás de você para avisar que querem vê-la...

_ diretoras? Tipo McGonagall e Maxime? - disse Rose surpresa que quase removeu metade de uma linha - o que elas querem comigo?

_ eu não sei, talvez te dar um premio pelas suas incriveis notas e dizer que não precisa mais estudar - disse Scorpio num tom de gozação - vai ver o que as duas querem Weasley, depois você trabalha nesse seus deveres...

_ não me diga o que fazer Malfoy - disse Rose irritada, parecia que a simples presença daquele garoto conseguia a irritar - pode ir embora, já fez o que tinha para fazer - ela fizera um gesto para que ele fosse e seu tom de voz lembrava um pouco de irritação misturado com desprezo.

_ está me tratando como um elfo domestico Weasley? - disse Scorpio arqueando a sobrancelha.

_ não, se você fosse um elfo domestico eu te trataria melhor, fora que seria mais bonito - disse Rose se levando da mesa enquanto arrumava suas coisas, por momentos pode se ver confusão no olhar do loiro o que animou a ruiva, mas então ele começou a rir.

_ não sabia que tinha uma queda por elfos Weasley, apesar de que isso explica muita coisa - disse Scorpio rindo - como o fato de você ter se interessado pelo Louis apesar de que também temos que levar em consideração que você parece com um...- naquele momento a ruiva despejara o resto de tinta que ainda havia em seu tinteiro na cabeça do loiro que se calara surpreso a medida que o liquido azul escuro escorria e tingia seus cabelos - mas que merda é essa a que você fez Weasley? - ele passara as mãos pelo cabelo incredulo quando vira que realmente ela havia despejado - você é louca por acaso?

_ oh, por Merlin, me desculpe Malfoy... - disse Rose em seu maior tom fingido - eu realmente não queria... - e sorrira diabolica - mas olha, você até que ficou melhor assim...seus cabelos eram tão sem cor que te faziam parecer um velho, quem sabe agora você consiga um trabalho num circo de palhaço? Com esse cabelo... - mas ela não terminara o sorriso maldoso brilhando nos labios de Scorpio a fez recuar, fora então que notara ele pegando lentamente um outro tinteiro de dentro de sua mochila - você não vai fazer isso...

_ não é? não tenha tanta esperança - disse Scorpio correndo em direção da garota que tentara correr, o loiro pulara a mesa com apenas uma mão e segurara pelo pulso - sabe, acho que azul vai combinar muito bem com você...

_ me solta Malfoy - disse Rose puxando o pulso e virando de costas mas o loiro passara uma mão ao redor de sua cintura a aperertando fortemente a trazendo para perto de si - você não fará isso, me solte seu idiota - ela tentava se desviar do braço do rapaz, mas ele era muito mais forte que ela devido a pratica do Quadribol.

_ desde quando eu te obedeço Weasley?  - disse Scorpio rindo enquanto arrancava a tampa do tinteiro com o polegar e despejava o conteudo no cabelo da garota que gritara ao sentir  seus cabelos serem molhados pela tinta, ele só a soltara porque a ruiva a arranhara.

_ seu idiota, olhe o que você fez - disse Rose passando a mão nos cabelos, seus dedos se tingiram de um tom realmente azul - mas você vai me pagar - a garota avançara para cima do loiro esfregando a tinta que possuia nos dedos no rosto do rapaz que ficara manchado tambem.

_ ah, é guerra? - disse Scorpio com um olhar de desafio enquanto despejava um bom tanto de tinta em sua mão e passava no rosto da garota, agora manchando seu queixo, nariz e labios.

O que viera a seguir fora uma serie de cenas, Scorpio e Rose acabaram por entrar em uma batalha que envolvia tintas, e ambos estavam se sujando um ao outro. A ruiva fora atingida por um jato de tinta que caiu sobre seus olhos e seu uniforme, em seguida saltou sobre o sonserino o empurrando em direção a mesa com tanta força que ela  desmorronou , e os dois estudantes foram ao chão com a garota sobre o loiro. O som fora tão forte que eles tinham certeza de que alguem viria atrás deles, pelo menos foi o pensamento que passou pela cabeça da grifinoria.

_ você é realmente uma garota imprevisivel Weasley - disse Scorpio rindo azul.

_ você que é o culpado Malfoy - disse Rose seriamente.

_ oh, claro...fui bem eu que despejei um tinteiro inteiro de tinta no meu cabelo - disse Malfoy ironico.

_ mas foi você que tacou tinta em mim e quebrou a mesa - disse Rose com raiva enquanto o loiro a encarava intensamente, o que a desconcertou um pouco - o que foi?

_ você está gostando de ficar em cima de mim não? - disse Scorpio seriamente com a sobrancelha arqueada - quem diria Weasley, você se aproveitando de mim numa situação que estou indefesa, sua safada - a garota rugira de raiva enquanto se levantava de cima do loiro. 

Rose saira dali deixando o garoto ainda caido no chão, caminhando pelo castelo ela pode sentir o olhar de muitos estudantes de Beauxbatons sobre si, inclusive um grupo de garotas rira dela quando passara por um dos corredores. Ela estava com muita raiva de Scorpio, seria capaz de soca-lo se permanecesse mais tempo com ele. Ela pode ver seu reflexo em uma das janelas. Estava sem querer acreditar que era ela ali, seus cabelos estavam num tom de roxo devido a mistura da tinta a cor natural de seus cabelos, alem de estar pegajoso e grudento, seu rosto possuia marcas azuis espalhadas,seus labios estavam azuis e havia tinta em seu nariz, sobrancelhas e debaixo de seus olhos, suas vestes tambem estavam sujas de respingos.Ela procurou nas vestes a varinha, a usaria para se limpar antes de ir na diretoria , mas infelizmente não a encontrou ali. 

_ Droga, esqueci na biblioteca - disse Rose a si mesma, estava prestes a retornar para lá, mas antes que pudesse fazer issose lembrou  que talvez o sonserino ainda estivesse naquele lugar, então decidiu que não iria pois não queria mais ver o rosto de Scorpio por um bom tempo. 

Rose caminhara um pouco mais até se encontrar no corredor onde se encontrava a bela copia da Fontana di Trevi. Ela ainda parecia não se encaixar naquele lugar, pelo menos aos olhos da ruiva uma peça italiana presente em um castelo francês era algo realmente estranho, mas decidira que não era horas para questionamentos bobos e ao notar que estava sozinha naquela área do castelo finalmente, ela deu inicio a seu trabalho.

Rose bem que tentara retirar a tinta com água, mas seus esforços pareciam apenas piorar o estado de seus cabelos mais do que realmente melhorar. Ela encarara sua face que agora exibia um tom fraco de azul e seus cabelos não estavam mais pegajosos, mas ainda pareciam estranhamente roxos em alguns pontos e agora o seu rosto estava em uma moldura causada pelas mechas úmidas,por suas roupas não se podia fazer muita coisa.  Desistiu por fim, achando que as diretoras não se importariam, a quem queria notar ela já conseguia imaginar o rosto severo de McGonagall lhe repreendendo, no entanto seria melhor aparecer daquele jeito do que não comparecer a um encontro marcado com as diretoras.

Foi uma batalha interna dentro de si, enquanto caminhava em direção a diretoria, mas no final das contas ela decidiu quando já estava a porta da diretoria que já havia vindo longe demais para retornar. Ela dera leves batidas na madeira da porta de carvalho que soaram por toda a extensão deserta daquele corredor que estava bastante iluminado pelas grandes janelas altas e estreitas. Logo a porta se abriu e a ruiva se deparou com a face de Gabrielle Delacour que lhe lançara uma expressão de desprezo ao vê-la daquele jeito, mas Rose preferiu ignorar já que por ser francesa sempre a professora fazia coisas do tipo, pelo menos não era a primeira vez que a grifinoria recebia um olhar daqueles dela.

_ que bom que resolveu se unir a nos, senhorita Weasley – disse Gabrielle com um tom ríspido – tivemos de esperar por cerca de uma hora para que se apresentasse e quando vem até nos, se encontra nesse estado deprimente – antes, no entanto que a ruiva pudesse dar alguma explicação ela foi interrompida.

_ ora, de um tempo para a garota Delacour, – disse uma voz que Rose reconheceu como sendo de Stella Glanvill, logo a professora gótica apareceu na porta - ela não pode estar sempre perfeita como você, alias somos bruxas comuns, temos dias ruins diferentes de vocês veelas – ela deu ênfase a ultima palavra – olá Rose, como está? – ela voltara seus olhos a garota que sorriu timidamente parecendo incomodada com o sorriso imensamente gentil que a professora exibia.

_ bem professora – disse Rose enquanto era pega pelo pulso pela professora de feitiços e arrastada para dentro da sala, ambas ignoraram o olhar de descontentamento de Gabrielle, certamente não eram muitas pessoas que a tratavam daquela forma.

Rose encarou o grande escritório da diretora, havia muitos quadros nas paredes em sua maioria representando cavalos que relicharam para a garota a medida que caminhava até uma das poltronas, era como risadas eqüinas a zoando pela tinta que a deixara com aquele rosto estranhamente azul. Ela olhou ao redor, vários rostos de pessoas que ela conhecia e outros não. Scorpio havia mencionado um encontro com as diretoras, não parecia algo tão importante até aquele momento.

 Ela caminhou até a mesa de Madame Máxime se sentando em uma das poltronas vagas,  a outra se encontrava ocupada pela diretora de Hogwarts ambas as diretoras discutiam em francês até a chegada da garota quando cessaram. Como esperado ambos olharam para ela com feições surpresas, sendo que a de McGonagall era mais um olhar questionador de o porquê de uma aluna da grifinoria parecia ter mergulhado em um mar de tinta. Mas logo houve alguém pigarreou chamando as atenções para si, e todos os olhos se desviaram da ruiva para um homem encostado em uma das paredes que parecia realmente entediado com tudo aquilo.

_ será que poderíamos ir logo com isso? Não que eu goste dos alunos, mas acho que não fazemos bem em nos atrasar para nossas aulas – disse Salazar Salvatore num tom entediado enquanto brincava com sua varinha – ainda mais por motivos tão triviais quanto esse... - ele lançara um olhar a ruiva – é melhor andarmos rápido não acham? Antes que taquem fogo em nossas salas de aula, ou quem sabe se matem – o rosto do professor pareceu vago como se imaginasse a cena.

_ você podia se mostrar um pouco mais educado Salvatore, o que estamos prestes a fazer criara alianças bastante fortes entre duas escolas de magia – disse Stella Glanvill sentada ao lado de Teddy Lupin em um sofá próximo à lareira – e infelizmente para você, aposto que seus alunos estarão vivos quando retornar a sua sala de aula – ao seu lado o metamorfomago riu.

_ muito bem, sejamos rápidos então – disse McGonagall ríspida – Srta. Weasley, como deve ser de seu conhecimento houve um tempo em que alunos de escolas de magia eram convidados a fazerem intercâmbios em outros países, devido a primeira guerra bruxa no entanto, essa pratica foi banida por se considerar perigoso e imprudente.

_ apenas por ser perigoso e imprudente? Desculpe interrompe-la diretora, mas acredito que deveríamos dizer que essa pratica foi abandonada por medo, o que acho que é mais correto – disse Salvatore encarando a ruiva – Beauxbatons e Dursmtrang ficaram com medo de mandar alunos seus para Hogwarts, que muitos pensavam que se tornaria um belo alvo durante a primeira guerra, no lugar de nos auxiliar em nossas batalhas e nos oferecer ajuda, os outros governos recuaram, e fomos isolados para lutarmos por nos mesmos.

_ poderia dar a liberdade à diretora McGonagall de continuar? – disse Teddy seriamente – antes que você comece com seus discursos de coisas que você leu em sua cartilha de Auror, claro, pois devo lembrá-lo meu velho amigo, de que você não lutou em nenhuma das duas grandes guerras, então pare de agir feito um velho soldado falando dessas coisas do passado – Savaltore ficara calado, mas a grifinoria pode ver a varinha dele se acender por breves segundos como se estivesse pronto a lançar um feitiço.

_ como ia dizendo Srta. Weasley – disse McGonagall – por mais de trinta anos o projeto intercambio foi desligado sendo reativado a poucos anos atrás, quando um estudante de Dursmtrang foi convidado a estudar em Hogwarts.

_ eu me lembro diretora, o rapaz se chamava Waggner Krum, filho do diretor da escola – disse Rose num tom baixo de voz, sua cabeça já parecia martelar na idéia de o porquê de estar ali, agora tendo suas suspeitas – enquanto a aluna que foi para Dursmtrang era Alyson Smith, acho que era lufana se não me engano.

_ exato, a senhorita deve ter notado de que o projeto foi um verdadeiro sucesso que os alunos não mais retornaram a suas respectivas escolas – disse McGonagall – mas se deu a motivos que não nos cabem mencionar...

_ acho que sei diretora – disse Rose imediatamente - Krum acabou se dando bem em Hogwarts entrando para o time da sonserina e se tornando capitão dando varias vitórias ao time, alem é claro de que mais tarde ele e minha prima Roxanne iniciaram o namoro, enquanto a tal Alyson acho que acabou encontrando alguém em Dursmtrang que não quis deixar para trás, pelo menos foi o que Victoire me disse, elas são grandes amigas pelo que sei – a garota notara o olhar de espanto de McGonagall, para não dizer questionador que acabou por deixá-la sem graça, agora entendia que não precisava ter dito tantas coisas afinal – desculpe diretora, queira prosseguir, lamento por ter interrompido.  

_ sempre bancando a sabe-tudo irritante, e eu que pensava que fazia isso apenas para se exibir nas aulas – Rose pode ouvir Salvatore dizer atrás de si, enquanto soltava um risinho pelo nariz.

_ muito bem, continuando – disse McGonagall suspirando parecendo cansada – foi um sucesso o intercambio com Dursmtrang tanto que alguns alunos de Hogwarts já estão contados para irem a Bulgária nos próximos anos assim como receberemos alguns vindos de lá, até então apenas essas duas escolas estiverem nesse projeto, esse ano, no entanto, foi decidido que Beauxbatons entraria para o projeto intercambio a partir do próximo ano letivo, numa reunião que tivemos envolvendo os diretores das instituições e os ministros da magia – ela endireitara os óculos no nariz – estivemos esses últimos meses estudando os alunos que melhor se encaixavam ao perfil que procuramos.

_ et nous a encontremês Mademoiselle Weassley – disse Madame Máxime sorrindo, mas a expressão de Rose se contorceu em incredulidade.

Rose estava suspeitando daquilo desde o momento que haviam dito Intercambio, quer dizer por qual outro motivo chamariam uma aluna para terem uma conversa sobre isso se não estivessem a convidando para participar, mas ela realmente se contorcera ao perceber que era serio essa idéia estranha que se passara por sua mente. Quer dizer que esses últimos meses ela esteve sendo vigiada de perto pelos professores assim como tantos outros alunos, e fora a escolhida para estudar em Beauxbatons por um ano, é realmente uma coisa que poderia se orgulhar, mas no momento sua mente trabalhava a mil em todos os motivos que teria para recusar.

_ Rose, você está bem? – disse Teddy parecendo preocupado.

_ c-c-claro, é apenas que... É, b-bem, eu não sei por que fui escolhida – disse Rose tentando parecer convincente e ingênua, talvez o nervosismo tenha feito parecer sincero.

_ você é uma das melhores alunas de Hogwarts – disse Teddy – apenas por isso, tem um histórico de notas bastante altas, na verdade as maiores de seu ano e nenhuma detenção em toda a sua vida escolar até agora.

 _ já falamos com seus pais esses dias atrás Srta. Weasley – disse McGonagall – sua mãe pareceu animada com a idéia do intercambio, ela falou que você poderia aprender muito em Beauxbatons e sobre a cultura francesa, alem de definir que seria uma experiência única ser escolhida para participar de algo assim.

_ e meu pai? – disse Rose com esperança, seu pai era sempre tão protetor duvidava que fosse concordar tão facilmente com deixá-la estudar em outro país.

_ seu pai pareceu bastante abalado com a idéia de você vir para a França – disse McGonagall - mas acabou concordando no final das contas, sua mãe conseguiu convence-lo, ele falou que talvez fosse o melhor para você ficar longe de Hogwarts por um tempo, eu realmente não entendi o que ele quis dizer com isso, de toda a forma o Sr. Weasley está orgulhoso pelo fato de a filha ter sido escolhida entre vários estudantes da nossa escola.

_ então, tudo está decidido já? Assim tão fácil? – disse Rose sem parecer entender como as pessoas podiam ter aceitado aquilo, seus pais haviam escolhido por ela sem pedir sua opinião.

_ senhorita Weasley, creio que não entendeu o real motivo de estar aqui – disse McGonagall – não queremos forçá-la a nada, você foi escolhida realmente e estamos oferecendo a você essa oportunidade para participar, basta que você aceite, afinal de contas você é a maior interessada de todos nos nisso...

_ Lê prazê parrá a respost serr até dezembrro – disse Maxime – penssê niss con cuidad...

_ Eu farei isso Madame, eu realmente preciso pensar – disse Rose parecendo confusa, enquanto se levantava da poltrona – obrigado pela oferta, eu me sinto orgulhosa de terem pensado em mim para isso...agora, se me dão licença tenho alguns deveres para fazer.

Rose voltara as costas e caminhara em direção a porta ainda um pouco atordoada com tudo aquilo. Deixar Hogwarts era algo estranho, sempre se imaginou estudando todos os seus anos naquela escola, inclusive tinha imaginado que talvez pudesse conquistar o cargo de monitora igual a mãe quando chegasse ao seu quinto ano, agora de repente as pessoas vinham com a proposta de estudar em Beauxbatons, de que ela entre vários alunos fora a escolhida para tal ato mas, ela não se sentia atraída a aceitar a proposta talvez por cortesia tenha pedido tempo para pensar, mas ela ainda estava balançada quer dizer, o ensino naquele lugar até onde pode notar naqueles últimos meses era excelente.

Estudar, Rose pense menos na escola em si, ela é apenas um prédio idiota de vários séculos de idade, e aprender você faz em qualquer lugar, a voz dentro de sua cabeça lhe chamara a atenção, ela realmente estava esquecendo o mais importante de tudo aquilo que era seus amigos. Como seria a reação de todos ao receber a noticia de que estaria longe, é realmente era algo a se pensar se valia à pena deixar para trás cada uma daquelas pessoas que nos últimos anos foram tão importantes para ela mais do que tudo. Não sabia se conseguiria ficar uma semana sem algum deles, não se podia imaginar sem todos durante um ano inteiro.

Mas era tentador, ficar naquele lugar que era Beauxbatons e aprimorar seu francês no qual começara a trabalhar nas ultimas semanas com Louis e segundo o primo, ela aprendia rápido e facilmente. Você pode continuar estudando francês sozinha, não precisa de ninguém para isso, nem dessa escola, a voz dentro dela dissera novamente quase como se gritasse em sua cabeça cada palavra.

 Ela caminhara pelo corredor ainda com a mente confusa sobre aquela reunião curta que não chegara há meia hora, sua cabeça parecia entrar num debate do que seria melhor para ela decidir, mas não era algo simples. O resto do dia passara rápido após aquela reunião, ela retornara para seu dormitório onde após um banho e uma ajuda das garotas para remover a tinta já seca de seu cabelo e rosto, fora com elas para o vagão restaurante já que parecia que ninguém estava a fim de ir ao castelo jantar ao lado dos outros alunos. Quando retornara ao seu quarto encontrara para sua surpresa, sobre o criado mudo sua varinha que até aquele momento se esquecera de que deixara na biblioteca. Lembrando naquele momento mais um motivo para que ficasse em Hogwarts.

Flashback off.                          

Alvo ainda encarava a prima que mirava o horizonte, o rapaz pensou então que ela estivesse se lembrando da sua decisão. O sonserino ainda não acreditava naquilo, só podia ser algum erro de sua mãe, algum engano, Rose nunca iria fazer isso.

_ Alvo – disse Rose erguendo os olhos para o primo – é verdade, eu vou ficar em Beauxbatons, vou estudar aqui o ano que vem...

_ por quê? – disse Alvo e a ruiva sentiu um grande aperto no coração ao comprovar que o menino possuía os olhos brilhando, seriam lagrimas se formando, talvez.

_ eu preciso dessa experiência longe de Hogwarts por um tempo – disse Rose desviando o olhar – e tem coisas que posso descobrir aqui...

_ coisas que você pode descobrir? – disse Alvo se levantando – como o que? Essa escola não é seu lugar Rose, seu lar está em Hogwarts ao lado de seus amigos e das pessoas que se importam com você.

_ eu preciso descobrir quem eu realmente sou Alvo, esse lugar pode fazer florescer o melhor de mim – disse Rose mais uma vez ela sentira a falsidade de suas palavras – quem eu sou em Hogwarts afinal? A filha de Hermione e Ron Weasley, os heróis do mundo mágico...

_ você continuara sendo a mesma em qualquer lugar Rose, a mesma garota inteligente e aplicada de sempre – disse Alvo tentando controlar a voz – talentosa e brilhante, e a minha melhor amiga que esteve sempre ao meu lado para me dar conselhos e me ajudar quando eu precisava.

Rose olhara o primo e pode ver o quanto ele estava triste com aquela historia toda, ela não pensara nas outras pessoas até então, o que pensara Hugo quando soubera daquilo? Seu irmão sempre foi tão dependente e frágil, o pequeno ruivo teria que se virar sem a irmã mais velha durante um ano inteiro em Hogwarts e quanto as garotas? Elas a perdoariam por aquilo? Mas no  momento seus olhos estavam focalizados em Alvo, seu melhor amigo que praticamente estava tentando faze-la ficar mesmo que não houvesse como voltar atrás em sua decisão.

_ Alvo, você não entende – disse Rose tentando manter a calma em frente ao primo – eu adoro Hogwarts, e mesmo que eu passe um tempo fora, aquele lugar ainda será muito importante para mim.

_ então por que vai deixá-la? – disse Alvo sentando-se no chão próximo da cama da ruiva – você também é importante naquele lugar Rose, é importante para todos nos...

_ eu sei disso... – disse Rose sentindo que as lagrimas estavam se formando.

_ fique – disse Alvo pegando a mão da ruiva – não nos abandone, precisamos de você em casa com a gente, não será a mesma coisa com você aqui...

_ eu preciso ficar, há coisas que dependem muito mais do que minha vontade... – disse Rose – as escolas estão tentando uma aproximação umas com as outras, uma boa aliança que vai ser instaurada após o programa de intercambio se mostrar um sucesso...

_ mas por que justo você? Diga a eles que você não quer, eles podem tentar rever isso e fazer com que outra pessoa vá em seu lugar – disse Alvo simplesmente.

_ não há como voltar atrás Alvo, as coisas não são tão simples como parecem – disse Rose – a papelada toda para minha transferência foi aceita, até está registrada no ministério na seção de arquivos.

_ então, você vai ficar? E nos iríamos saber apenas quando chegasse a hora de você fazer as malas para vir para cá não é mesmo? – disse Alvo e a ruiva pode sentir um pouco de amargura em sua voz.

_ eu ia contar quando estivesse preparada e soubesse a maneira certa de fazer – disse Rose se deixando escorregar para o chão do quarto se sentando ao lado do primo de mãos dadas – não queria dizer de uma forma que fizesse vocês sofrerem, ou que pedissem para eu ficar... Eu queria escolher as palavras certas para falar.


_ como se fosse muito fácil dizer que ia nos deixar por um ano – disse Alvo amargo – não há palavras certas que tirem a dor da saudade que vamos sentir de você Rose – e a ruiva sorriu beijando a bochecha do primo.

_ vocês tambem vão fazer falta para mim – disse Rose – e obrigado por vir tentar me convencer a ficar, eu sei que não tem como eu voltar atrás, mas saiba que eu gostei de ver que você continua sendo meu melhor amigo Al...

_ e tinha como ser diferente Rosie – disse Alvo e a ruiva soltara uma pequena risada pelo apelido – somos e seremos sempre amigos, quase irmãos não é? E eu sempre vou estar aqui para cuidar de você... – e a grifinoria pode ver algumas lagrimas escorrendo pelo rosto do rapaz.

_ ah, Alvo, não faça isso...você não precisa chorar – disse Rose mas a garota já estava chorando tambem assim como o primo – não gosto de te ver assim...

_ prometa que vai escrever cartas – disse Alvo sorrira fracamente.

_ todo o dia se você quiser – disse Rose enquanto o primo a aconchegava em seus braços repousando a cabeça em seu ombro.

_ não, todo o dia não – disse Alvo e a ruiva rira – Alice pode ficar com ciúmes, e também não ia ter muita coisa para escrever, mas façamos o seguinte, uma por semana – ele esticara a mão para apertar a da garota – de acordo?

_ claro que sim – disse Rose aceitando o cumprimento – me mande cartas também, quero saber como vão estar se virando sem mim naquela escola.

_ claro, mandaremos noticias – disse Alvo – e esteja certa de que se aquilo continuar de pé quando você retornar vai ser um verdadeiro milagre.

_ pare com isso, eu não sou tão importante assim – disse Rose rindo.

_ lógico que é, muito importante – disse Alvo sorrindo e começando um ataque de cócegas na prima que ria mais que nunca para finalmente parar – achei que não íamos nos separar durante toda a nossa estada na escola, que continuaríamos sempre pertos um do outro mas pelo que parece não é bem assim.

_ as vezes temos que escolher os melhores caminhos para nos Alvo, os que nos chamam – disse Rose e o rapaz concordou.

_ eu sei disso – disse Alvo respirando fundo.

_ espero que você mantenha em segredo tudo isso, não quero que os outros saibam ainda – disse Rose seria para o primo que parecia desconfiado de tudo aquilo.

_ Rose, eu não sei se isso seria o certo a se fazer – disse Alvo mas a garota o encarou novamente com aqueles olhos que sempre conseguiam tudo o que queriam e o rapaz só pode concordar – certo, só não demore para contar, está bem?

_ claro, eu acho que vou contar para um de cada vez – disse Rose – é mais fácil, e eu evito uma chuva de perguntas a respeito...

_ faça como quiser – disse Alvo dando de ombros – espero que goste daqui, sabe eu nunca pensei que você ia aceitar algo assim...

_ por que? – disse Rose confusa.

_ porque você tem muito mais coisas que te prendem a Hogwarts do que quer acreditar – disse Alvo se levantando do chão após dar um beijo novamente na bochecha de Rose e sair caminhando em direção a porta.

Rose ficara ali, pensativa a respeito daquelas palavras do primo. Alvo não era a pessoa mais rápida para entender as coisas que se conhecia, mas será que ele suspeitava de algo a respeito da ruiva e seus motivos para está fazendo aquilo? A garota não sabia ao certo.


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Notas finais do capítulo

Finalmente Fred e Dominique ficaram juntos, alias a June ( minha beta) ama esse casal, então, esse cap. é dedicado a ela. Mas como nem tudo é perfeito, temos a decisão da Rose de ficar em Beauxbatons, e agora?
Deixem comentarios pessoal, por favor...