Filha Do Amor escrita por Noderah


Capítulo 19
Russian Roulette


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora!



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Cai em algo macio e confortável. Olhei para cima de onde tinha caído e Erik perguntou se eu estava bem, respondi que sim e ele me mandou ir para o lado. Levantei cambaleante e forcei a vista, tentando enxergar algo. Mas minha nova visão só se concentrava na poeira envolta.

- Onde estamos?

- Em um lugar meu e do Mark. – Disse Erik quando já estava de pé.

Ouvi um barulho de refletores e logo as luzes se acenderam, uma por uma. Não pude impedir minha mandíbula de ceder a gravidade. Estavamos em uma enorme caverna com o teto e as paredes escavadas. Milhares e milhares de estantes com de tudo um pouco, livros, caixas, roupas, armas e uma estante só de “m & m”. Na outra extremidade da caverna, uma escadaria que levava para cima. Antes de tudo isso, o que mais tinha perto de nos, era uma parede com um mapa e um computador enorme. Cheguei perto do mapa.


O mapa não dizia o que tinha la em cima, apenas identificava alguns objetos.

Olhando da onde eu estava, o mapa mostrava tudo perfeitamente, mas tudo parecia bagunçado agora. Tinham também algumas portas que no mapa não eram registradas. A caverna tinha marcas de explosões em alguns lugares e áreas com grandes buracos nas paredes.

Erik estava ao lado de um dos monitores da grande parede de pedra onde o mapa ficava.

- O que é isso?

- Quando eu era menor, fortes vibrações vinham desse lugar... Você sabe... Hades.

- Ah, sim.

- Senti as vibrações e convenci Mark a vir aqui. Descemos pelo teto e encontramos tudo isso. Estava mais bagunçado, arrumamos tudo e depois de um tempo ficou desse jeito. Bagunçado de novo. Aqui, encontramos todas as fichas de todas as missões já feitas. Elas aparecem magicamente em um livro. Mark ficou muito interessado nessa que muitos arriscaram a vida. Mas Quíron não podia saber, por que não podia saber desse lugar também. Acho que você merece saber que isso aqui existe.

Fiquei chocada. Chocada ao saber que Erik queria compartilhar comigo tudo o que ele e Mark passaram.

- Eu posso ir embora. Você deve estar pensando melhor agora e sabendo que essa ideia vai estragar tudo o que você e Mark tem.

- Eu pensei nisso, mas acho que você mais que qualquer outro deve saber. Eu não aguentaria ter que suportar um segredo tão grande como esse sozinho.

“Ah, então não era porque ele queria que eu tivesse mais informação, mas por que não consegue suportar o peso dessa caverna”.

- Fique a vontade.

O lugar era úmido, mas aconchegante de uma certa forma.

- O que é tudo isso? – Apontei para as estantes

- Dentro dessas caixas, temos todos os registros do acampamento, tudo devidamente endereçado. Temos armas, sucata, doces – isso não explica o m&m -, roupas, velharias, livros, mapas... Olhe por ai. Eu vou ver se está tudo direito com o monitor.

Erik sentou em uma cadeira em frente aos computadores. Olhei em volta, sem sabe por onde começar. Algo reluziu não muito longe de mim, caminhei passando pelas estantes, em direção ao brilho dentro de uma caixa. Ajoelhei-me em frente a ela e tirei a tampa. O que eu vi me cegou tão depressa que eu quase caio para trás. Várias pedras preciosas, ente elas, diamantes, rubis, esmeraldas, ametistas e algo que eu não conseguia reconhecer muito bem. Elas pareciam tão cortantes que decidi não encostar, porém abri um túnel de onde pude puxar uma das pedras. Ela era a única que eu não conseguia identificar. Depois que fui reclamada como filha de Afrodite, adquiri uma espécie de faro para achar qualquer joia, estando a vista de meus olhos, claro. Podia saber diferenciar uma rubi de uma esmeralda vermelha. Mas aquilo, eu nunca tinha visto. Tinha forma de círculo, parecia mercúrio sólido e era pesado, mas não parecia cortante.

- Pelo visto achou as joias.

Erik sentou ao meu lado.

- Encontramos tudo nos túneis. Quase morremos para pegar essa ai. Eu também não sei o que é.

Encarei Erik. Ele deveria saber, deveria saber.

- O que você sabe sobre ela?

- Nada. Só que é moldável. Mas não sei como moldá-la. É rígida demais.

Encarei a pedra.

- Já deu um nome pra ela?

- Sim. Se chama Fernâncio.

- Fernâncio...

- Pode ficar com ela, Helena. – Erik se levantou. – Não consigo usa-la mesmo. De repente você coloca no cabelo.

Erik passou entre as estantes e mexeu em alguns papeis em cima da mesa.

Mesmo tendo sido ofendida. Guardei a pedra.

- O que ainda não te contei, é que temos um livro que contem o resultado de todas as missões, pode inclusive, dizer se Mark esta vivo.

...

Se você esta se perguntando se Mark esta vivo ou não, eu não vou contar. Por que eu não quero... Não, não é por isso. É por que eu não vio livro. Não tive coragem, afinal, ele poderia estar morto.

Depois que organizamos o lugar, saímos da caverna e fomos ao saguão tomar café. Digo, nos fomos, mas não comemos nada. Meus irmãos choravam as lágrimas que eu não tinha mais. Nissa me consolava com seu silencio e os filhos de Hermes viviam em luto. Steve me abraçou e abriu a boca para dizer algo, mas nada saiu de lá. Ele voltou a me abraçar, dessa vez mais forte, enquanto chorava. Naquele dia, à tarde, houve o funeral de Mark. Queimamos a mortalha e em cima dela, duas moedas que seus irmãos me permitiram colocar. Rezamos por ele e em um curto momento, pude ver o deus alado sentando em um galho. Ele se segurava a árvore, e quando viu que eu o via, me encarou e sumiu. Tenho dúvidas se ele estava mesmo ali ou não.

Mais uma missão tinha fracassado. Mais uma missão em busca de um objeto que eu não tinha ideia de o que era, que fracassava.

Não tive coragem, afinal, ele poderia estar vivo.



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Notas finais do capítulo

Gente, mesmo e tendo demorado e sendo uma má pessoa, comentem, tá?



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