Filha Do Amor escrita por Noderah


Capítulo 18
Where Have You Been


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pela demora, mas minha página do nyah deu algum problema... Enfim, ai está o capítulo. Se vcs forem bonzinhos, eu posto ainda hj o outro



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         Fui agarrada pelas filhas de Hermes que choravam alto assim como eu. Quíron conduziu-nos para o sofá onde as filhas de Hefesto choravam também. Os filhos de Hermes xingavam e batiam nas paredes, as filhas de Hermes choravam e quando paravam um pouco, voltavam a chorar. As duas filhas de Hefesto choravam abraçadas, já eu só queria que tudo acabasse.

         - Eu não devia ter deixado! – Falei alto.

         - Não! A culpa não foi sua! Foi mi-minha! – Uma das meninas disse.

         Não sei por quanto tempo ficamos lá, mas eu dormi com os olhos inchados no sofá de Quíron.

         Infelizmente tive um sonho. Estava nas mesmas nuvens de antes, agora com um longo vestido preto, o cabelo preso em um rabo de cavalo e descalça. Segui o caminho e afastei as nuvens que se opunham em meu caminho.

         Afrodite estava deitada em um divã e ao me ver se sentou. Sentei ao seu lado.

         - Eu não sei lidar muito bem com mortes. Mas sei como se sente.

         Olhei para ela me perguntando “Como assim?”. Ela era uma deusa, vivia envolta de outros deuses, ninguém morria ali. Mas me toquei da besteira que ia falar. Lembrei-me de Adônis.

         Tinha quase certeza que era o mito de Afrodite, Perséfone e um mortal. Afrodite se apaixonou e passava a maior parte do tempo com o caçador. Ares, cego de ciúmes, mandou um javali e Adônis, do jeito que era, o caçou, mas o javali era muito mais forte e o matou. Ele foi para o submundo onde conheceu Perséfone e ela se apaixonou. E Afrodite não gostou nada disso... As deusas criaram uma rivalidade, e para acabar com isso, Perséfone, com compaixão, deixou Adônis ficar 6 meses com Afrodite e 6 meses com ela. Mas, obviamente, esse pacto foi desrespeitado e Zeus teve que intervir, assim estipulou que Adônis poderia ficar 4 meses sozinho, 4 meses com Afrodite e 4 meses com Perséfone. E então, Adônis virou o deus da vegetação.

         - Ele ainda é lindo. – Ela disse pensativa.

         - Eu tinha esquecido... Vocês ainda passam tempo juntos?

         - Ele não tem mais tempo para mim, nem para Perséfone.

         - Você acha que Mark morreu?

         - Isso não importa. O importante é que o amor não acabe. – Afrodite disse. – Você o amava?

         - Sim.

         - Então não vai acabar. E espero que não se apaixone de novo. Poderia ter sido muito pior.

         - Eu vou lembrar-me disso... O que eu faço agora?

         Afrodite pareceu pensativa.

         - Cumpra o que ele não acabou.

         - Você quer que eu vá em uma missão?! Uma missão que é super hiper mega perigosa?!

         - Você é uma deusa, Helena. Não vai morrer.

         - Hum, é verdade.

         - Acho que deveria ir. Muitos aqui no Olimpo duvidam de você, Helena. Prove a eles que vale. Prove a eles que meus filhos e de Eros valem. Vá ao Oráculo, peça a missão, ela ira te dar.

         - Eu... Obrigada. – Disse para uma Afrodite com os olhos cheios de lágrimas. – Você é uma boa mãe.

         Ela olhou para mim durante um longo tempo com um sorriso no olhar. Depois, em um gesto um tanto quanto incomum para mim durante muito tempo, ela me estendeu os braços.

Fiquei sem saber o que fazer, confesso. Mas parecia algo tão natural que não recusei e a abracei. Foi quando lembrei de algo. Apenas um lampejo em minha mente, mas o bastante para me fazer tremer: um cheiro de canela. O mesmo cheiro que naquele momento eu sentia no cabelo de Afrodite, minha mãe. Ela não pareceu perceber meu lampejo de lembrança. Continuou a me abraçar. Eu a abracei de volta e uma sonolência estranha caiu sobre meus olhos e não recusei a embriaguez do cheiro de canela que... Minha mãe tinha. Adormeci.

         ...

         Estava escuro quando eu acordei. Deviam ser cinco horas da manha. Tirei as meninas que dormiam em cima de mim e levantei do sofá, fui até a varanda da Casa e olhei para o horizonte. “Será que ele estaria morto?”, pensei.

         Caminhei sem rumo pelo acampamento, nenhuma folha se movia e tudo parecia congelado. Seria um sonho? Minha imaginação fértil que tentava me assustar? Talvez um pesadelo? Não sei o que foi, mas conseguiu me assustar. Tudo parecia morto.

         Corri com os olhos fechados, não queria abri-los para encarar a realidade ou o pesadelo, o que quer que fosse, eu não queria lidar. Mas fui forçada a abri-los quando bati em uma árvore.

         - Ai! – Soltei um grito sufocado.

         Tudo tinha voltado ao normal. Ou será que nada tinha saído do lugar e era apenas o stress me corroendo?

         Esfreguei a testa e percebi que já amanhecia.

         - Também está perturbada?

         Gritei.

         - O que você está fazendo ai em cima?!

         Erik saltou da árvore, caindo em pé ao meu lado.

         - Estava... Refletindo. Não consegui dormir.

         Ele tinha enormes bolças roxas embaixo dos olhos e estes estavam vermelhos. Suas mãos estavam em seus bolsos e seu cabelo desgrenhado.

         - Eu fui posta para dormir pela minha mae...

         - Sonhos com ela?

         - Sim...

         Ficamos em silencio.

         - Tenho que te mostrar um lugar.

         Ele virou de costas e andou por entre as árvores. Eu o segui, até por que não sabia onde estava e achava que era melhor ficar com ele do que ser atacada, apesar de tudo.

         Corri para alcança-lo e ficamos caminhando por acho que meia hora. Subiamos uma colina que parecia não ter fim. Até que chegamos a uma planície.

         - É aqui.

         Fiquei me perguntando “aqui a onde?”, mas Erik se ajoelhou e puxou uma porta pequena e redonda no chão. Ela se abriu com dificuldade e pude ver o breu.

         - Entre.

         - Ai dentro? De jeito nenhum.

         Erik me encarou.

         - Ok.

         Sentei na borda do poço e passe as duas pernas para dentro. Encarei Erik e pensei “E se ele quiser me prender aqui?”, mas já era tarde. Pulei.


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Notas finais do capítulo

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Amore



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