Filha Do Amor escrita por Noderah


Capítulo 13
We Are Young


Notas iniciais do capítulo

Sei que demorei, mas acho que ficou bom e beeeeeeeeeeeeeem grande!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/195359/chapter/13

                Nissa entrou saltitante no quarto. Parecia que ela tinha saído da aula de vôlei, pois usava um short verde claro, uma blusa regata branca, tênis all star e uma faixa branca e verde na cabeça.

                - O que foi? – Nissa perguntou tirando o elástico do cabelo, seu cabelo loiro e liso caindo nos ombros.

                - Soube de algo ruim... Meu dia não está muito bom... Nem a minha semana.

                - Aqui é melhor do que lá fora... Você fica com pessoas que te entendem, no seu caso... Quase. – Nissa sentou ao meu lado.

                - Acho que sim... Mas nada parece fazer sentido.

                - Me conta, de repente eu posso te ajudar.

                Contei tudo a Nissa, desde que eu cheguei a Casa Grande ate quando eu sai de lá.

                - Isso explica tudo! – Nissa disse surpresa, dessa vez em pé. – Você tinha TV à cabo porque Hermes te ajudava! E esta fica porque Deméter estava ao seu lado! Bom, considerando que antes você era uma semideusa, pois não sabia quem era... Era mortal!

                Ergui a sombra celha direita.

                - Ell, você não vai escolher a mortalidade, certo? – Nissa sentou-se ao meu lado e segurou minhas mãos.

                - É claro! – Levantei. –Eu não quero ir para o Olimpo, não quero ter responsabilidades, não quero ser uma deusa, mesmo que não faça nada. Eu só quero ter minha vida de volta...

                - Você não imagina a sorte que tem. – Nissa sussurrou.

                Virei para ela e fiquei com pena. Sim, eu sei, pena da garota mais bonita do acampamento e com a vida mais perfeita. Mas no meu lugar, qualquer um sentiria; Os olhos dela tinham uma profunda tristeza, e eu tinha certeza que ela imaginava o que poderia fazer se estivesse no meu lugar e quantas vidas poderia concertar.

                - Eu não quero isso... Nunca quis... Pessoas inocentes morreram para eu poder ter a imortalidade.

                - Não deixe que seja em vão. – Nissa disse baixo.

                Minha irmã levantou e saiu do chalé.

                Eu realmente não sabia o que queriam de mim, mas eu não queria isso.

                ...

                - Ell! Ei! – Alguém me chamou.

                Virei e Ricardo estava tentando me alcançar a caminho do refeitório.

                - Ah, te procurei o dia todo. – Disse ele recuperando o folego.

                - Fiquei o dia todo no chalé.

                - Você está... Bem?

                - Não muito. – Virei de volta para o caminho do refeitório.

                - Certo, hum... Você vai me ajudar com a Carol?

                - Vou!  Prometo que irei começar um plano, e ele vai dar certo! – Disse sorridente.

                - Ótimo! Mas porque esta triste?

                - Briguei com a minha irmã.

                - Qual delas?

                - Nissa. – Então expliquei para ele o meu caso com a imortalidade.

                - Complicado... Mas acho que sua irmã esta certa.

                - Vou pensar em um plano.

                Voltei a caminhar para o refeitório. Sentei-me à mesa do chalé 10 enquanto meus irmãos conversavam sobre a caça a bandeira (o que quer que isso fosse...)

                - Boa tarde... – Disse Sr. D em alto e bom som. –Sei como os boatos correm rápido aqui no acampamento, mas talvez alguns não saibam... Helena, nossa mais nova campista... Ela é filha de Afrodite e Eros, sendo uma imortal... Lembrando que Helena será ensinada e tratada como vocês. Mas eu a convido para se sentar a mesa conosco.

                Sr. D não falou a última frase com muita empolgação. Ele e Quíron olharam para mim.

                - Claro. Será um prazer.

                Levantei e me dirigi a mesa grande ao centro. Sentei ao lado de Quíron e permaneci quieta durante toda a refeição. Não falei nada quando joguei parte de minha comida a Afrodite e Eros.

                Ao acabar ia para o chalé, mas uma mão fria segurou o meu pulso.

                - Aonde vai? Temos caça a bandeira agora. – Erik disse.

                - Eu nem sei o que é isso, vou pro chalé.

                - Você não ouviu? Será tratada como os outros campistas. A não ser que sua conselheira a libere, o que não vai acontecer, já que Nissa esta tão concentrada em ganhar.

                Olhei para o chalé e para Nissa conversando com um grupo de nossos irmãos.

                - Certo, o que eu tenho que fazer?

                - Pegar a bandeira. – Erik virou e foi ao encontro de seus irmãos.

                - Não pode ser tão fácil. – Fui atrás de Erik.

                - Desculpe, Helena. Mas não posso dar detalhes, vou me afiliar ao chalé de Atena, desista. – Erik sorriu.

                - Humpf.

                Agora sim que eu queria vencer.

                - Nissa! Nissa! – Gritei.

                Nissa virou procurando quem a teria chamado. Ela sorri ao me ver.

                - Você precisa me dizer o que fazer na caça a bandeira.

                - Temos um plano. Um plano digno de Atena.

...

                - ... E então?

                Nissa tinha acabado de explicar. Todos nos estávamos reunidos no chalé, prestado atenção em cada tom de Nissa enquanto ela explicava o plano.

                - Genial. – Nicola disse.

                - Fiquei muito tempo pensando. – Nissa se apoiou em uma das camas.

                - O que dizem do chalé de Atena? – Perguntei.

                - Ah, eles sempre ganham.

                - Sempre...?

                - Sempre. Pensam nas melhores estratégias, lutam melhor...

                - E Áres?

                - Bom, Áres é o deus da guerra, não das vitórias.

                - Mas seria bom se ele estivesse com quem tem a vitória. – Falei.

                - Por sorte, estamos afiliados a eles. Como Poseidon, Nyx, Hermes, Zeus, Deméter...

- Nestor disse.

                - Ótimo. Vamos nos posicionar e aos outros chalés. – Nissa interrompeu.

                ...

                Mais tarde soube que todos estavam curiosos do por que o chalé 10 inteiro não saiu do chalé durante umas cinco horas. Mas todos estavam perfeitamente posicionados e nossa estratégia estava perfeita.

                Ouvimos o sinal para o jantar e fomos para o refeitório. Assim que todos acabaram, fomos escolher nossas armas e falar com os chalés afiliados. Nissa explicou o plano enquanto eu voltei pro chalé para pegar meu anel, já que eu só o usava quando era realmente necessário.

                - Pronta para perder? – Alguém disse quando eu saia do chalé, me dando um susto.

                - Você que vai perder. Temos uma estratégia per-fei-ta. – Disse a Erik.

                - Duvido!

                - Acredite.

                Ficamos nos encarando durante um tempo. Praticamente vendo quem piscava primeiro.

                - Te encontro na floresta, pombinha. – Erik disse recuando e desaparecendo em uma sombra.

                Bati o pé e fui encontrar Nissa.

                - Oi.

                - Oi... Ell! Você nem colocou a armadura!

                Nissa colocou uma armadura em mim e pegou sua espada. Percebi que todos os filhos de Afrodite tinha uma faixa vermelha no braço. Acho que Nissa percebeu que eu reparara, por que amarrou uma em meu braço.

                - Para que isso?

                - Para quando nos ganharmos, todos saberem.

                Sorri.

                - Nissa! Vamos? – Um filho de Hermes chamou.

                Nissa olhou para mim e olhou para o céu. Não sei de onde, mas uma pomba branca cruzou o céu e parou aos nossos pés.

                - Vamos ganhar isso. – Nissa falou de modo convincente e foi até o filho de Hermes.

                Olhei para a pomba durante algum tempo e segui Nissa.

                ...

                Eu estava na árvore mais alta da nossa área. Eu conseguia ver tudo lá de cima, menos os campistas do meu time. Nissa os escondeu tão bem que nem os deuses deviam poder vê-los. Fiquei esperando durante uns quinze minutos, quando a corneta soou. Passaram-se mais quinze minutos e ninguém apareceu no meu canto de visão. Minha calça jeans começava a irritar a minha pele e qualquer coisa me assustava, até um esquilo que eu sem querer acertei. Ele caiu no chão duro feito pedra e os arbustos envolta dele balançaram assustados. Todos prontos ao menor movimento. Mas minha espera não durou mais que isso. Três semideuses filhos de Apolo apareceram, tirei uma flecha da aljava em minhas costas e mirei no semideus mais atrás deles. Soltei e a flecha atingiu seu peito com perfeição, logo ele estaria acordado novamente, já que as flechas continham um veneno paralisante e não era permitido matar, aleijar, mutilar (que para mim é o mesmo que aleijar) nem torturar. O corpo inerte do filho de Apolo caiu no chão, seus irmãos correram para ajuda-lo, eles não tiveram que pensar muito, logo eu já tinha acertado o seu irmão e quando o que restava olhava em volta procurando o que os atacara, ele foi neutralizado.

                Em menos de 10 segundos, duas semideusas saíram dos arbustos e carregaram os semideuses para uma caverna escondida atrás de ramos de carvalho. Podia ouvir a luta correndo bem a minha esquerda. Olhei para a direita, onde eu sabia que nada ia acontecer, pois tínhamos uma forte armada por toda a extensão. Mas vi um vulto rápido se aproximando da nossa área. Olhei para os lados e pensei em gritar, mas logo tirei a ideia estupida de minha mente. Procurei o arbusto que as semideusas que tinham arrastado os filhos de Apolo, saíram. Mirei uma flecha em frente ao arbusto e soltei. Elas se assustaram e pularam do arbusto com espadas em punho, procuraram o inimigo até que olharam para mim. Indiquei o lado direito com o dedo e elas assentiram com a cabeça, entendendo o meu plano. Elas foram em direção ao vulto que se aproximava e estava passando da linha. “É melhor ela irem rápido, o posto delas esta vazio”, pensei. Fiquei observando o vulto, que parou durante um bom tempo e continuou depois. A surpresa foi tão grande que eu quase caí da árvore e os arbustos a minha volta farfalharam.

                A primeira coisa que veio em minha mente foi gritar, mas esqueci da histeria e levantei de meu galho para ver melhor, mas ninguém parecia ter notado o vulto. Então, fiz a coisa mais idiota da minha vida: pulei de uma árvore de 20 metros. Quando eu ia chegando ao chão comecei a pensar de poderia quebra a perna, mas a adrenalina que eu sentia me impediu de continuar pensando, cai no chão de dei uma cambalhota. Fiquei de pé. Por uns bons 20 segundos, fiquei olhando para mim, vendo se não tinha quebrado nada, mas meu corpo estava em excelentes condições e meu cabelo tinha um aspecto selvagem. Olhei para os arbustos e nenhum se mexeu, apontei para a direita e nada. Decidi que eu mesma iria impedir afinal o que eu faria depois? Não sei se iria conseguir subir na árvore sozinha. Corri feito louca para a direita, as flechas balançando e os animais saindo do meu caminho, quando ouvi um barulho e me escondi atrás da árvore e preparei uma flecha, contei até 10 e virei. Acho que demorei muito, porque uma espada longa e afiada estava apontada para mim.

                - Abaixe. – Mandou.

                Contrai os lábios e abaixei o arco.

                - Eu não disse que iriamos vencer?!

                - Hã! Você não vai me machucar! Jurou para Mark que iria cuidar de mim!

                - Ah, Ell... É só um jogo.

                - Não é só um jogo pro meu chalé, nem para o seu.

                Erik se surpreendeu e abaixou a espada um pouco.

                - Sei que é importante para você, mas o meu chalé... Eles são ridicularizados toda hora, e sem mais nem menos! Você devia ver como eles são! Corajosos, honestos, batalhadores e inteligentes. Hades é um deus maior, o deus do submundo! E você é filho dele! – A medida que eu falava Erik abaixava a espada e eu argumentava mexendo os braços com o arco em uma mão e a flecha na outra.

                - Você vai me desculpar por isso.

                - Por isso... O que? – Ele disse confuso.

                - Por isso.

                Enfiei a flecha em seu ombro. Seus olhos reviraram e ele caiu em meus braços, seu corpo pesado me puxando para baixo.

                - Droga! Droga! Droga! – Xinguei baixinho.

                Arrastei Erik até uma árvore e o encostei nela. Arranquei a flecha de seu ombro e a fixei na árvore a seu lado, um símbolo para a minha equipe.

                Antes de sair correndo, tirei a franja de seus olhos e ri.

                ...

                Começei a correr de volta, mas vi quatro semideuses inimigos, mirei em dois e atirei, acertando. Peguei a flecha para um terceiro, mas eles me notaram e começaram a correr muito rápido em minha direção. Virei e corri na direção oposta, os semideuses em meus calcanhares. Eles eram muito rápido, mas eu era mais esperta, pulei e no ar lancei a flecha no semideus mais perto de mim. Ele caiu em cima do outro e eu cai no chão, onde não fiquei por muito tempo, levantei e voltei a correr. Peguei outra flecha e a preparei, eu acertava todos os semideuses que apareciam a minha frente, mas quanto mais eu adentrava a área, mais semideuses inimigos apareciam, um filho de Atena se jogou na minha frente e quase me acertou. Eu já corria com filhos de Áres, mas cada vez ficava mais difícil. Um grande pinheiro com grossos galhos se aproximava e eu já bolava um plano. Quando foi possível, me agarrei ao pinheiro e comecei a subir, flechas zuniam aos meus ouvidos e uma acertou minha perna, mas eu não parei de escalar. Mas vi algo não muito longe de mim, uma bandeira azul no topo da árvore. Comecei a rir enquanto escalava e agarrei a bandeira. As flechas não me alcançavam mais, então vi árvores baixinhas e todas próximas umas das outras. Seus galhos eram finos, mas eu não tinha muita escolha. Me joguei na direção delas e saltei e uma para a outra como esquilo, a cada árvore, eu ficava mais rápida. Passei por metade do campo inimigo, vi Nissa lutando contra filhos de Atena, mas não parei. Parei apenas quando cheguei a minha área e ouvi a trombeta. Desci da árvore com a bandeira na mão. Todos da minha equipe gritavam, arranquei a flecha da minha perna, ignorando o zumbido no meu ouvido e levantei a bandeira alto. Nela, apareceu uma pomba e da cabeça de todos os filhos de Afrodite um olograma de uma pomba brilhou grandioso. Meus irmãos me levantaram alto e eu pude ver um Erik bravo perto de uma árvore.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se gostaram, comentem!