Desejos Inconsequentes escrita por Bruno Silfer


Capítulo 17
Capítulo 17: Incertezas


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal e desculpe a demora! Na verdade é que eu iria postar ontem, mas o Nyah ficou dando erro 76204577845634570345372457 vezes e me fez perder a paciência. Bom, aqui está a tão aguardada conversa deles. Não reparem o capítulo pequeno, mas tive que escrever tudo em uma hora ontem.

Boa leitura!



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Ficaram quase cinco minutos somente se olhando. Tentando saber os sentimentos e emoções um do outro. Ino quebrou o contato visual e sentou-se na cama ficando de cabeça baixa. Gaara aproximou-se e ficou de pé à sua frente e esperou ela olhá-lo. Quando ela ergueu o rosto viu que ele tinha um semblante preocupado e resolveu quebrar o silêncio.

– O que você disse para mim naquela música...

– É o que eu realmente sinto. Só não me peça para explicar...

– Eu sei. Eu também não sei como explicar...

O silêncio retorna mais angustiante do que antes. Gaara viu que só estava adiando o inevitável.

– Você está cheia de dúvidas não é?

– E como...

– Bom, eu...

Ino o interrompeu e perguntou:

– O que os semideuses realmente sentem?

– Como assim?

– Você ainda é um mistério para mim.

– Nós somos assim mesmo. Mas respondendo a sua pergunta, nós só sentimos sentimentos puros, tanto para o bem, quanto para o mal.

– Não entendi.

– Nós podemos sentir amor, ódio e coisas parecidas, mas somente uma delas por vez. Uma vez que sentimos uma coisa e gostamos, dificilmente mudamos para outro sentimento.

A garota refletiu um pouco, levantou da cama, respirou fundo tomando coragem e perguntou:

– Me diz Gaara... O que você sente por mim de verdade?

O semideus se aproximou ainda mais ficando praticamente colado na garota. Com a mão direita começou a acariciá-la no rosto, mesmo sem tocá-la, e respondeu:

– Você quer mesmo saber?

– Quero...

Ele ainda fazia movimentos de carinho no rosto dela enquanto respondia.

– A verdade é que eu te amo Ino. Amo como se toda a minha vida fosse nada até te conhecer, como se eu tivesse te esperado desde sempre, como se tudo se resumisse a esse momento, esse único momento em que estou te dizendo isso...

A loira estava com a boca entreaberta. Jamais em sua vida ouviu uma declaração de amor tão linda e sincera como aquela. Sim, sabia que era sincera por saber que ele não podia sentir desejos humanos e não podia tocá-la. Não a amava por interesse, já que ele não precisava de dinheiro. Não era por sua beleza ou seu corpo bonito. Ele a amava pelo que ela realmente era e isso a fez se sentir tão feliz que ela não pôde segurar as lágrimas.

– Gaara.

– Oi.

Ela limpou as lágrimas que ainda teimavam em cair e disse:

– Eu também te amo Gaara. Você gosta de mim pelo que eu sou de verdade. Não viu meu dinheiro, minha beleza ou meu corpo. Quis o melhor para mim, mesmo que precisasse ser duro. Tem paciência comigo e me ouve quando eu preciso... Como eu poderia passar tanto tempo junto com você e não se apaixonar...?

Ela também passou as mãos pelo contorno do rosto do ruivo sem poder tocar no amado.

– Por favor Gaara, deixa eu te tocar... – pediu enquanto seus olhos voltaram a marejar.

– Acha que eu também não quero isso Ino? O que eu mais quero é tocar em você, mas você sabe que não podemos...

Então era isso. Ino voltou para a cama e sentou-se com as costas na cabeceira. Pensava em sua vida amorosa até então. Todos os namorados que tivera só estavam interessados em seu corpo ou seu dinheiro. Quando finalmente achou alguém que realmente gostava dela pelo motivo certo, não podia sequer tocar nele, abraçá-lo ou beijá-lo. Abaixou a cabeça pensando que não havia nascido para ter alguém assim junto dela. Ainda estava imersa em pensamentos quando sentiu uma sensação de conforto e proteção. Ao olhar para a esquerda viu o semideus junto de si e entendeu tudo. Ele a envolvia em si mesmo, ela estava literalmente dentro dele, como se ele fosse a armadura dela a protegendo. E foi isso mesmo que ela sentiu: um sentimento de amor e proteção infinita.

– Fica assim não minha linda. Não gosto de ter ver assim triste.

– Como quer que eu fique? – respondeu com um suspiro – Eu sempre quis um namorado como você, e quando encontro não posso te abraçar, te beijar, nem sequer te tocar...

– Você queria me beijar mesmo?

– E como queria... Por quê? Você não queria?

– Não sei como é ser beijado.

– Um dia eu vou te mostrar Gaara. Não sei como nem quando, mas eu vou.

Gaara aproximou ainda mais seu rosto do ouvido dela e disse:

– Por isso é que eu te amo.

Ino não entendeu essa frase, mas ele tratou de explicar:

– Você não desiste de lutar, mesmo que tudo seja contra. Como você disse eu gosto de você pelo que você é. E você é persistente. Quando eu conheci você, eu passei a acompanhá-la porque eu queria te mudar, mas no final foi você que me mudou. Você consegue tirar a dor silenciosa que eu carrego em mim.

Ino abriu um sorriso que iluminou todo o quarto, mas logo ele murchou.

– Como vai ser agora?

– O que?

– Agora nós já sabemos o que sentimos um pelo outro. Como vai ficar a nossa convivência? Como vamos viver normalmente agora?

Gaara respirou fundo e respondeu:

– Não sei Ino. Para mim é constrangedor falar isso, mas sinceramente não sei.

Eles permaneceram abraçados por mais alguns minutos até que ouviram Naruto e Hinata que continuavam cantando na sala. Se deixaram levar pela melodia.

Eu não sei de onde vem

Esse amor que chega e domina

Viva luz a brilhar

Nesse olhar que o meu ilumina

Vou flutuando na paixão

Não (não)

Não sei onde vou chegar

Quem será essa ilusão que eu vivo a buscar?

Diz pra mim se é você

Esse alguém que eu tanto quero

Eu preciso descobrir se é você

Meu doce mistério de amor...

Com a melodia na cabeça e tantas dúvidas na mente a garota adormeceu e o semideus velou o seu sono. Ele também não sabia o que iria acontecer dali em diante, não sabia como seria a convivência deles naquele quarto. Naquela hora chegou a pensar se realmente fora uma boa ideia expor seus sentimentos daquele jeito. Quando ela soubesse a forma que toda aquela história terminaria, como ela iria reagir? Talvez tivesse sido inconsequente demais, sonhador demais, visionário demais e cuidadoso de menos. O fato é que agora não tinha mais volta e ele sabia muito bem que sufocar sentimentos causa um mal tão terrível quanto uma doença incurável. Agora esperaria. Enquanto aquilo tudo durasse, enquanto ela estivesse do seu lado e pudesse vê-lo e senti-lo faria tudo para que todos esses momentos fossem únicos e inesquecíveis. Suspirou pesado, pois sabia que no dia seguinte, logo cedo, voltaria à velha rotina. Não sabia o motivo, mas tinha um mau pressentimento em relação à sua protegida e agora também amada. Não tinha nenhuma habilidade de prever o futuro, mas esse sentimento não o deixava em paz e, caso estivesse certo, no mínimo a faria usar o segundo pedido e ele queria adiar esse momento o máximo possível por dois motivos: para poder passar o máximo de tempo possível com aquela garota tão especial e, principalmente, para adiar a dor.


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Notas finais do capítulo

Para quem quer conferir a música

http://www.youtube.com/watch?v=2N_VJoxqAGA