Como assim ela não se lembrava da Rach? Ela não sabia que eu estava aqui? O que diabos aconteceu com Alice?

     Chamei Santana para fora do quarto com um movimento de cabeça. Saímos do quarto e ela fechou a porta do mesmo, Rachel saiu logo em seguida e foi sabe-se lá Deus pra onde.

    - Santana o que aconteceu? – eu disse e me sentei no chão ao lado da porta.

     - Honestamente Quinn? Eu não sei. – ela olhou pra baixo e soltou uma respiração pesada – Lively estava no quarto com ela e do nada ela acordou gritando, Lively nos chamou e eu fiz alguns testes com Doutora Walsh nela, tudo parecia perfeito, até ela perguntar se ainda estava em Los Angeles, eu contei a ela que ela estava em New York, mas ela começou a gritar e os pais dela e sua mãe chegaram, eles acalmaram um pouco ela... passou um tempo e Lively voltou toda feliz e radiante, ela foi dar um beijo em Alice mas ela a negou, disse que não sabia quem era ela e que namorava com uma tal de Megan. Depois disso Lively saiu de lá chorando e vocês chegaram.

     Wow, Alice não se lembrava das coisas. Mas... ela não bateu a cabeça, digo, estava tudo perfeitamente bem com a parte cabeça/cérebro dela. 

     - Quinn – Santana me chamou e se sentou ao meu lado no chão – Quando foi que Alice estava morando em Los Angeles?

     - A mais ou menos uns... eu não me lembro Sant. Acho que a uns seis anos, lembro que eu tinha começado a namorar com Vanessa quando ela me ligou falando que ia fazer uma participação no “The Voice” – eu estava triste, muito triste.

     Me levantei e fui procurar Blake, ela não tinha ninguém ali, provavelmente ia estar precisando de um ombro amigo, e eu me aproximei o máximo que consegui de Blake nesse um mês e duas semanas. Fora o empurrãozinho que ela me deu ontem, estou devendo muito a ela. E se for preciso ela reconquistar a Alice eu concerteza irei ajudar.

     Andei por todo o andar e nada de Blake, passei pelo andar de espera, pela recepção, pelo berçário (assim como eu descobri que Lively gostava de ir lá pra pensar), andei pelo refeitório, pelas cafeterias do lado de fora mas nada de eu a encontrar.

     Decidi ir de escada até o sétimo andar, ver se ela tinha voltado para o quarto de Ali.

     Assim que chego nas escadas do sétimo andar vejo Blake sentada nos andares da escada com as mãos no rosto eu conseguia ouvir os soluços dela, Blake estava realmente devastada.

     Me sentei ao lado dela e a abracei o mais forte que eu pude. Eu não gostava muito de Megan, sempre soube que ela era uma vadia, mas Ali a amava e eu respeitava; ai veio Blake e eu realmente gostei dela, ela é durona, engraçada, bonita e coloca Alice nas rédeas, ninguém nunca fez isso, nem meus tios! Só sei que eu sou team Blakelice até o fim.

     - Calma Blake, Ali vai se lembrar, não tem porque dela não lembrar, se acalma. Por favor. – eu disse a passei a mão em suas costas tentando acalmá-la.

     - Ela, ela não se lembra de mim Quinn, ela olhou no fundo dos meus olhos e simplesmente me rejeitou, disse que amava uma tal de Megan, quem diabos é Megan?

     - É complicado Blake. – eu disse e fiquei encarando a parede branca.

     - Me fala Quinn, você é medica, você sabe o que aconteceu com ela. Eu tenho alguma chance de ter a minha Alice de volta?

     Eu realmente não tinha resposta pra essa pergunta. Nos meus anos de residência eu cheguei a ver alguns casos assim e na faculdade também. Pessoas entram em coma, fica messes ou anos e quando acordam simplesmente não se recordam de quem são ou sobre as pessoas que a amam. Mas a maioria dos casos assim vêem de pessoas que tiveram algum dano na cabeça e até onde eu sei Ali não bateu a cabeça em lugar nenhum devido aos cinto de segurança e ao air bag.

     - Eu não sei... talvez ela se lembre, talvez não... os resultados nesses casos são realmente variáveis.

     - Eu vou pra casa – ela disse se levantando e enxugando o rosto com a manga da blusa.

     - Casa? – eu disse não entendendo nada.

     - Sim, casa. Alice acordou, ela está bem e não precisa mais de mim. Ela não se lembra de mim Quinn, eu não vou agüentar ver ela se recuperando sem mim ao lado dela. Por isso hoje mesmo eu volto pra Los Angeles.

     - Não Blake, você não pode deixar Ali agora, é nesse momento que ela mais precisa de você! - eu disse um pouco alto – você tem que reconquistá-la, fazer com que ela lembre. Ela ia te pedir em CASAMENTO!

     - Eu sei, e hoje ela não se lembra mais quem eu sou, irônico isso não? – ela se levantou e foi em direção a porta para sair das escadas. – só diga a ela que eu sempre irei a amar.

     E Blake saiu, o que eu poderia fazer? Correr atrás dela e dizer que ela deveria ficar? Eu mesma sou uma covarde, eu corri de Rachel e voltei depois de oito anos. Os meus sentimentos por Rachel nunca mudaram, eu sei que os de Blake são tão sinceros quanto os meus por Rachel, então eu não vou deixar que ela desista do relacionamento delas.

     -x-

     Se passaram duas semanas desde que Alice tinha acordado, Rachel e eu tínhamos saído de seu apartamento e estávamos ficando na casa de meus tios em West Village. Ali tinha convencido meus tios que já estava bem e que eles podiam voltar para a viagem que eles estavam fazendo ao redor do mundo.

     Santana, eu e doutor Sten (o chefe da neurologia do hospital) fizemos todos os testes possíveis com Ali e nenhum deles nos deu uma resposta para a perca de memória dela.

     Ela tinha se esquecido dos últimos seis anos da vida dela. Algumas coisas retornaram, ela se lembrou de ter terminado com Megan e que a temporada no The Voice tinha acabado, ai sua mente travava, ela não se recordava de ter trabalhado com Rachel em “Across The Limits”, não se lembrava de ter separado Rachel de Finn (ela nem ao menos sabia quem ele era), ela não se lembrava de ter lançado o cd, ou dos fãs, muito menos da turnê ela não se lembrava de Blake!

Eu mantive a caixinha com o anel que Ali tinha escolhido para pedir Blake em casamento comigo, o guardei dentro de um dos meus casacos, pra ter certeza que não ia perder.

Eu estava me arrumando para ir ao apartamento de Alice, ia ajudar ela a se lembrar de algumas coisas e depois eu a levaria ao psicólogo já que ela se recusava a dirigir.

Rachel estava fazendo os últimos ensaios antes da estréia no teatro, agora ela praticamente vivia lá, dizia que o diretor era muito chato, mas que ela e Blaine estavam fazendo um excelente trabalho.

Peguei a Mercedes de Ali que a essa altura já era praticamente minha e fui para o apartamento dela.

-x-

- Mas que droga Quinn eu não me lembro de nenhuma dessas porcarias! – ela disse jogando os braços para o alto.

Fazia mais ou menos duas horas que eu estava aqui com Alice, mostrei o cd dela, o dvd da peça dela com Rach, os vídeos feitos por fãs desejando melhoras e todas as coisas positivas do mundo e etc e tal. Mostrei também algumas entrevistas que ela tinha feito, tomei o maior cuidado pra não pegar alguma que ela falasse de Blake, ela ia se lembrar dela sozinha, não por causa de alguma entrevista boba.

- Mas você tem que se lembrar Ali!

- Olha eu sei que esse apartamento e meu, eu me lembro vagamente de ter encontrado com essa sua namorada ai numa peça off-Bradway e ela é realmente talentosa. Mas eu não me lembro de ter ajudado vocês a ficarem juntas, muito menos dela ter vindo morar aqui comigo.

Ela abaixou a cabeça como se estivesse realmente triste por não se lembrar.

- Olha, vamos indo para a sua consulta ou vamos chegar atrasadas.

- Tudo bem.

Estávamos no carro, eu tentava convencer Ali a voltar a dirigir, mas ela era implacável, dizia que ia arrumar um motorista e nunca mais ia dirigir. O transito aqui estava completamente parado, é nos íamos chegar atrasadas.

- Gasparzinho – Ali me chamou e eu olhei pra ela – sabe... eu sinto falta de uma coisa, eu não sei o que, mas eu sinto falta.

É DA BLAKE ALICE, VOCÊ ESTÁ SENTINDO FALTA DA MULHER DA SUA VIDA DROGA, VOCÊ TEM QUE SE LEMBRAR DELA!

- E o que exatamente seria essa “coisa” Ali? – eu respondi contendo o meu outro lado que queria gritar sobre Blake com ela.

- Não sei – ela disse encostando a cabeça na janela – sinto falta de alguém eu acho...

- Hm. – eu respondi e agradeci mentalmente pelo transito ter voltado a andar e termos chegado no consultório da doutora Fridda.

Deus, se eu continuasse aquela conversa com Ali tenho certeza que acabaria falando de Blake pra ela e daria uns tapas na cara dela pra ver se ela lembraria.

Chegamos lá e Ali já foi para a sala de consulta, doutora Fridda é sempre pontual.

Peguei meu celular e comecei a jogar Flow Free. Fiquei entediada rápido e resolvi fazer uma ligação, digo fazia duas semanas que eu não falava com ela, esse não deveria ser o melhor momento, mas eu queria saber como ela estava.

Tocou, tocou, tocou...

- Quinn? – ela disse do outro lado da linha.

- Oi... é, como você está?

- Estou indo Quinn, e você como está? – a voz dela estava diferente, digo, não estava normal como antes, estava meio... triste.

- Eu estou bem Blake... – e o terrível silencio se instalou.

- Olha eu não queria perguntar mas... como ela está? Ela já se lembrou de alguma coisa?

- Sim e não – eu a respondi – ela se lembrou de pequenos detalhes, de ter voltado a New York e de ter dado um ponto final no relacionamento dela com Megan – ouvi ela soltar a respiração – Hoje ela me disse que sente falta de uma coisa, de alguém... e eu tenho certeza que esse alguém é você Blake.

- Será Quinn? – consegui ouvir o choro dela do outro lado da linha – não posso me enganar como fiz da ultima vez. Mas... pensei muito no que você disse na ultima vez que nos vimos, e eu acho que eu deveria voltar ai e tentar reconquistar Alice.

- Isso! – eu disse um pouco alto de mais chamando a atenção de algumas pessoas que estava ao meu redor, eu corei com vergonha e voltei a falar mais baixo – você tem que lutar por ela Blake! Quando você vem pra cá?

- Não sei Quinn, eu tenho umas coisas do filme que eu estou trabalhando pra resolver, quando eu terminar irei traçar um plano para conquistá-la e irei para New York. – senti a voz dela um pouco mais confiante, ela disse isso sem vacilar.

- Ok Blake, assim que tiver tudo pronto e liga para eu te ajudar com esse plano!

-Tudo bem, agora eu tenho que ir Quinn, estão me chamando para gravar. Manda um beijo para Rach e diz que estou com saudades.

- Tudo bem Blake, eu mando. Beijos e se cuida.

No momento em que desliguei o celular e o coloquei na bolsa Alice saiu da sala com um sorriso no rosto e me deu um super abraço.

- Eu me lembrei da Rach Quinn, como eu sou idiota em não ter lembrado de minha melhor amiga – ela disse chorando.

Eu sorri e a abracei novamente.

- E o que aconteceu pra você se lembrar dela Ali? – eu perguntei enquanto caminhávamos em direção ao carro.

- Estava fazendo um dos exercícios doidos que doutora Fridda me passou, eu estava sentada na poltrona com os olhos fechados, ela me mandou ir ao mais fundo do meu cociente, no começo eu não entendi, mas depois eu comecei a fazer o que ela dizia e simplesmente voltou, eu me lembrei de Across The Limits, Sebastian, de ter pedido ajuda a Megan pra ela dormir com Finn e Rachel pegar eles na cama, de quase ter matado o bastardo, de ter feito vocês ficarem juntas, Deus eu me lembrei de muita coisa nessa sessão. – ela estava sorrindo, plenamente feliz consigo mesma.

Eu sorri com Ali e voltamos para o apartamento.

Algumas semanas depois...

Estávamos todos reunidos na casa dos meus tios, era véspera de Natal, eu estava com Rachel no quintal da casa, não nevava, mas a grama já estava completamente branca, tinha um boneco de neve que eu, Ali, Puck, Beth, Shelby, Britt e Leroy havíamos feitos algumas horas atrás; a arvore que tem aqui estava lindamente branquinha, o ceu estava azulzinho e bem estrelado. Rachel estava sentada entre minhas pernas.

- Você teve alguma noticia dela? – Rach disse nos tirando do silencio confortável.

- Dela quem? – eu respondo e ela se vira um pouco ficando de frente pra mim.

- Da Blake.

Hm. Eu realmente não tive noticias de Blake desde o dia em que nos falamos pelo telefone, trocamos alguns e-mails, mas ela andava ocupada demais com o filme e eu com estudando para os meus exames, fui ter uma pausa só agora.

- Não... mas a ultima vez que falei com ela, ela me disse que ia terminar de ver as coisas do filme e viria pra cá reconquistar Ali – eu disse e Rach se virou novamente e encostou a cabeça no meu ombro.

- Sinto falta dela, ela realmente era uma cunhada incrível! – Rach disse e suspirou triste.

Eu dei um beijo no topo da cabeça dela, ela estava certa, Blake era uma cunhada incrível e eu também sinto falta dela, ficamos amigas e bem, amigas sentem falta uma da outra.

Rachel virou subitamente e me deu um beijo, seus lábios encostaram-se ao meu e automaticamente meu coração disparou, assim como em nosso primeiro beijo. Minha língua pediu passagem que prontamente foi concedida, sua língua encontrou com a minha e essa sensação é maravilhosa! Rach quebrou o beijo e sentou de lado no meu colo, apoiou o braço em meu ombro e tomou minha boca pra si mais uma vez.

- Meninas, parem de safadeza e vão para dentro agora! – essa foi Alice, tirando eu e Rach de nosso paraíso particular.

Me levantei tirando um pouco da neve que estava em minha calça e puxei Rachel comigo.

Puxamos a porta de vidro e instantaneamente eu senti o calor me invadindo, a casa estava realmente mais aconchegante nesses dias com minha família aqui.

Beth veio correndo em minha direção e pulou em meu colo.

- Elizabeth, não acha que está grandinha pra isso não? – Shelby a repreendeu.

Ela saiu do meu colo e sussurrou um “desculpe”.

- Não tem problema Shelby, eu tenho que aproveitar minha garotinha! – eu disse e me sentei no sofá entre Beth e Leroy.

Fiquei um tempo conversando com Beth que estava entrando na puberdade agora com onze anos e nove meses, como ela gosta de me lembrar. Lembro que essa fase foi particularmente difícil pra mim, minha família era muito religiosa então eu não tive muito contato com as “coisas da vida” nessa época, era muito inocente e passei por algumas experiências nada agradáveis.

Shelby está um pouco velha, digo não que ela seja uma múmia ou coisa do tipo, mas eu acho que eu serei melhor pra conversar com Beth quando ela tiver os problemas de adolescentes dela. Eu tive Meggie pra me ajudar, ela foi uma irmã mais velha boa, tirando nossas brigas e ela ser a “senhorita perfeição” nos nós dávamos bem.

- Crianças venham jantar! – minha mãe disse da cozinha.

Beth, Britt, Leroy, Shelby, Jack e Ali foram praticamente voando para a mesa. Me levantei com calma do sofá e fui com minha Rach e sentamos lado a lado na mesa.

- Bem, eu sei que os senhores Berry... – minha mãe foi cortada por Hiram.

- Por favor Judy, achei que já tínhamos passado da faze de chamar uns aos outros de “senhores” – minha mãe corou e pediu desculpas.

- Como eu ia dizendo, Hiram, Leroy e Rachel são judeus. Será que se importariam se orássemos, antes de comer? – minha mãe perguntou um pouco acanhada.

- Que isso Judy, não se importe conosco, façam como estão habituados a fazer no natal. Afinal, nos nem ele comemoramos. – Leroy disse e nos rimos.

- Alice, poderia começar a oração filha? – minha mão disse e Ali arregalou os olhos.

- Mas titia, é sempre a senhora ou Megg que começam as orações.... eu não estou preparada pra isso – Alice disse nervosa e eu cai na gargalhada.

Minha mãe me lançou um olhar que desde criança me assustava, eu parei de rir na hora e todos na mesa riram de minha reação ao olhar “itimidador” de minha mãe.

- Alice, comece filha, por favor. – minha mãe disse num tom calmo, mas ameaçador.

- Tubo bem, tudo bem. – Ali disse e começou a orar.

-x-

Estávamos todos na varanda da casa, faltavam dez minutos para a meia-noite ou seja, dez minutos para o natal.

Eu estava abraçada com Rachel em uma parte mais afastada e estávamos conversando como seria daqui a algum tempo... Alice estava com minha mãe e Beth brincando (nunca pensei que minha mãe e minha filha fossem se dar tão bem), Shelby e Jack estavam abraçados do outro lado, sempre de olho em Beth, Britt estava ao lado de Leroy e Hiram conversando.

- Como será daqui a dez anos Quinn? – Rachel me perguntou.

- Não sei amor, acho que estaremos na nossa casa, com nossa família reunida, nossos amigos e claro, nossos lindos filinhos tagarelas como a mãe – eu disse sorrindo e os olhos da Rach brilharam.

Eu a beijei delicadamente e ela enlaçou o meu pescoço, quando nos separamos ela sussurrou baixinho: - eu realmente espero que seja assim Quinnie.

Eu sorri abobadamente e a abracei.

- Gente eu estou congelando! Posso pegar um casaco Quinn? – Ali disse esfregando as mãos nos braços em claro sinal de frio.

- Pode sim Holly, pode pegar qualquer um do meu guarda-roupa.

Ela saiu tão rápido quanto voltou, Alice realmente gostava de fogos, e ela dizia que os do natal em New York eram mais bonitos do que os do ano novo em qualquer lugar do mundo. Fazer o que, minha irmãzinha realmente gosta de natal.

10...

Eu e Rachel nos aproximamos de todos e ficamos atentos à contagem regressiva.

9...

Se eu não estivesse tão imersa nos carinhos de Rachel teria prestado mais atenção no casaco que Ali tinha pego.

8...

Mas eu só fui perceber quando ela tinha colocado as mãos nos bolsos do meu casaco cinza Dafiti que era lá que eu havia guardado a aliança que ela tinha comprado para Blake.

7...

Alguns fogos começaram a ser soltos e todos começamos a gritar agitados e eufóricos

6...

Beth pulou em mim e Rachel e fizemos o restante da contagem: - 5... 4... 3... 2... 1... – Beth saiu correndo gritando que era natal e que ela já podia abrir os presentes, Shelby correu atrás dela pra segura-lá, Beth realmente queria os presentes.

Alice começou a pular e levar minha mãe e os senhores Berry junto (todo mundo se rendia à loucura de minha irmã).

- Eu sei que isso é coisa de ano novo, mas eu realmente quero te beijar agora – Rachel disse e ficou na ponta dos pés para me dar um beijo.

O beijo foi calmo, nossas línguas explorando a boca uma da outra, as minhas mãos engancharam na cintura de Rach e eu a troce o mais perto possível de mim. Eu realmente queria que daqui a dez anos as coisas estivessem assim.

Nos separamos e fomos para perto de mamãe e Alice, os senhores Berry foram para dentro fazer sabe-se lá o que e eu tenho certeza que Britt foi falar coisas indecente com Sant no telefone já que a mesma estava de plantão.

Eu queria tirar o casaco de Alice e dizer para ela pegar outro, mas minha irmã parecia nem ter notado a pequena e delicada caixinha azul com um anel extremamente caro no bolso dele.

- Feliz natal Senhora Fabray – Rachel disse e foi dar um abraço em minha mãe.

Eu fiz o mesmo com Ali.

Assim que soltei Alice ela voltou a colocar as mãos nos bolsos do casado, mas dessa vez ela notou a caixinha, ela a retirou do bolso e nesse momento todos pararam o que estavam fazendo e a encararam. Hiram e Leroy param entre a porta e a varanda, Rachel e minha mãe a encaravam com cara de bobas e Shelby segurando a mão de Beth que olhava para todos não entendendo nada.

Alice passou a mão pela caixinha azul e pela fita branca que havia em volta. Ela abriu a caixinha e eu segurei a respiração, fui para o lado de Ali e fiquei a encarando. Ela passou o dedo moreno e magro pela aliança e fechou os olhos com uma expressão calma.

- Blake – ela disse em um sussurro.

Eu soltei a respiração e vi Alice correr pela casa como uma louca.

Ela pegou as chaves do carro e quando estava abrindo o portão da garagem eu a parei.

- Aonde você vai Ali? – eu disse e depois apareceram todos atrás de mim.

- Vou buscar minha mulher de volta! – ela disse e saiu com o carro da garagem catando pneus.

Eu olhei chocada para todos atrás de mim, mas eu não disse nenhuma palavra.

Não importa o que Alice ia fazer, ela se lembrou de Blake, e isso pra mim já é ótimo!

Rachel me abraçou e deu um gritinho de felicidade, todos começaram a pular de gritar de felicidade, menos Beth que olhava para nos como se fossemos loucos.

- Eu em, que família mais estranha essa que eu tenho – Beth disse e subiu para o quarto.

- Bom, acho que os presentes terão que ficar para amanhã – Shelby disse e todos nos concordamos – Eu vou dormir, hoje foi um dia com muitas emoções.

Ela subiu e todos a acompanharam.

Eu me joguei no sofá e soltei a respiração longa e pesada. Finalmente, finalmente tudo estava voltando para o seu lugar, eu finalmente estava voltando a ter o meu paraíso, para as coisas ficarem mais perfeitas só eu passar nos testes e virar uma residente de verdade.

Não sei quanto tempo fiquei divagando no sofá da sala, mas quando Rachel desceu tomado banho e com pijamas, percebi que foi bastante tempo.

- Vem pra cama Quinn – Rachel disse com a voz cansada. – eu estava tentando, mas não consigo mais dormir sem você.

Eu sorri e a acompanhei até o quarto.

- Vou tomar um banho – eu disse e depositei um selinho nos lábios doces de minha namorada. 

Sai do banho e encontrei Rachel deitada encolhida na cama debaixo de uma grossa coberta. Me deitei ao lado dela tomando o máximo de cuidado para não acordá-la mas pelo visto meu esforço foi em vão porque assim que eu deitei Rachel se virou e encostou a cabeça em meu peito abraçando minha cintura.

- Você acha que ela vai fazer a coisa certa? – Rach me perguntou com os olhos fechados se fundindo ainda mais em mim, se é que possível.

- Claro que vai amor, sempre fazemos o certo de alguma maneira quando estamos amando – eu disse e dei um beijo na cabeça dela e dormimos.