Renascer - Reescrita escrita por Nara


Capítulo 4
Terceiro Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Hello people!
Capítulo mais curto do que esse não existe, mas eu trouxe mesmo assim.
Eu agradeço aos reviews que vocês mandaram, espero que continuem lendo (Mesmo com a demora).
Tomara que gostem. Enjoy!



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Terceiro Capítulo

Decidi abrir meus olhos, eu tudo o que vi foi a escuridão, mas a pesar disso podia ver cada coisa que estava ao meu redor.

Vi algumas caixas em um canto, objetos jogados, quebrados, e escuridão.

Percebi que estava jogada no chão, me levantei e olhei em volta. Não havia ninguém. Parecia estar em um galpão abandonado. Aquele lugar era nojento, tão estranho.

Eu não sentia como se estivesse no mesmo planeta, as coisas, apesar de tão parecidas com as que eu sempre conheci, eram tão diferentes.

Talvez seja apenas você. Minha consciência me disse. Realmente, eu via tudo de uma forma diferente, eu sentia o ambiente de uma forma diferente.

Podia ver cada partícula de poeira que flutuava sobre as superfícies de cada objeto naquele local. Era tudo tão novo.

Era assim que nos sentíamos após encarar a morte?

 Não sabia quanto tempo tinha se passado desde o acidente. Não sabia mais nada. Sabia somente que eu não estava morta e que de alguma forma já havia sarado de meus ferimentos. Como isso era possível? Será que se passou tanto tempo assim?

Muitas perguntas, nenhuma resposta.

Resolvi sair do galpão. Ir para algum lugar ou no mínimo saber um que localidade estava. Quando saia, percebi que estava na beira de uma estrada, avistei uma placa que dizia St. Louis. Claro, estávamos indo de Washington para o Arizona.

Foi então que me lembrei de meus pais, como queria que eles estivessem aqui. Só de pensar que nunca mais os verei. Então uma dor me atingiu. Era a dor da tristeza. Cai de joelhos e me dei conta de que estava chorando.

Algo estranho estava acontecendo, eu soluçava em um choro incontrolável, mas minhas lágrimas não saiam.

O que está acontecendo comigo? Eu não consigo nem derramar as lágrimas cabíveis à perda dos meus pais e do meu irmão? Como isso pode ser possível? Como será que aquela dor horrível pôde fazer tudo isso comigo, sim porque eu tenho certeza que é tudo conseqüência daquela dor infernal. No que eu me transformei? Em algum monstro desalmado que não é capaz de derramar uma lágrima sequer, mesmo após ter presenciado a morte de seus pais de forma tão desastrosa. O que eu sou?

Permaneci naquela posição, sem sentir necessidade de sair dela, por tanto tempo que não posso contar, ou por tão pouco tempo que tampouco o posso fazer.

Até que uma brisa bateu em minha direção e me mandou vários odores.

Muitos dos odores que eu sentia não eram provenientes da brisa. Eu podia captar todos os cheiros ao meu redor, desde a terra até o cheiro de penas. Cheiro de noite, coisa que eu jamais imaginei existir.

Cheiro de cigarro misturado com álcool e suor, provavelmente de um bar. Olhei para a direção do cheiro e confirmei. Havia um boteco de beira de estrada e um carro parado na frente. O que eu não esperava era o que viria a seguir.

Saíram do carro três pessoas e outra brisa abateu me trazendo agora o cheiro dessas pessoas.

Nunca pensei o cheiro de gente fosse me afetar de alguma forma. Não era um cheiro ruim, muito pelo contrário, era um cheiro muito, mas muito bom. Um cheio que fazia meu corpo reagir.

Meu estomago se revirou, minha garganta ficou seca. De repente eu senti a maior sede da minha vida. Olhei ao redor, em busca de algo que pudesse aplacar aquela dor em minha garganta, mas nada encontrei.

Só conseguia pensar no cheiro que ainda vinha em minha direção.

Sem pensar em mais nada me levantei em uma fração de segundo e me preparei para atacar aquelas pessoas.

Era um homem, uma mulher e uma criancinha linda. Viajantes.

O homem estava dando a mão à criança e o outro braço estava ao redor dos ombros da mulher, que passava as mãos pelo seu ventre enorme.

Uma lembrança me veio à mente. Era uma lembrança de pouco tempo atrás, ou de muito tempo atrás, mas que era mais do que clara para mim.

Estavam eu, meu pai e minha mãe grávida. Estávamos felizes, unidos.

Parei abruptamente. Uma família. Família. Algo que eu nunca mais terei. Uma tristeza me invadiu.

O que eu estava fazendo? O que era isso que eu estava sentindo? Sabia que minha garganta queimava e eu sabia também que a única coisa que faria a dor passar seria aquelas pessoas. O que eu sou afinal? Será que sou apenas uma criatura sedenta, desalmada, capaz de cogitar a idéia de destruir uma família feliz e inocente? Que direito eu tenho de querer fazer mal a alguém que nunca fez mal algum a mim? No que eu me transformei? O que eu sou?

Na mesma hora sai correndo dali. Corri o quanto podia o mais rápido que podia, a minha velocidade era assombrosa.

O que está acontecendo comigo? Não sabia a resposta, nem dessa e nem das outras perguntas. Não me importei, apenas continuei correndo não me importando nem com a velocidade nem com o fato de eu não estar ficando cansada.

Menos ainda me importava o fato de não saber para onde estava indo. Queria sumir do mapa. Para que as pessoas não ficassem com medo de um ser tão desprezível quanto eu, tão frio e desalmado.

Não percebi o tempo até que estava amanhecendo. Como um fenômeno tão bonito como o nascer do sol pode acontecer diante de alguém que se sente tão mal, tão perdida? Queria chorar e não podia, queria morrer e não pude, sou um monstro sem coração. Coração. Parei.

Estava quase morrendo, quando senti algo me segurar e me levar para aquele galpão, senti uma pressão em meu pescoço e, pensando bem parecia uma mordida, então começou a dor, quando ela acabou ouvi meu coração bater uma ultima vez e depois disso ele não bateu mais.

Quando abri os olhos podia ver através da escuridão, podia sentir todos os cheiros, incluindo o do sangue das pessoas e sentia uma sede imensa por esse sangue, tenho uma velocidade incrível.

Não pode ser. Fui até uma arvore que tinha perto dali, olhei ao redor para ver se não havia ninguém e então a arranquei do chão. Não pude acreditar. Como eu sou forte. Não pode ser. Então, como que para confirmar as minhas especulações, minha garganta queimou.

Eu sou... Uma vampira.

Eu sou uma vampira. O que eu vou fazer agora? O que eu vou fazer agora?

De novo essa queimação. Queria poder morrer... Será que posso morrer? Será que estava viva para poder morrer?

Comecei a passar minhas unhas pela minha pele. Nem um arranhão. Minha pele era muito dura. Tentei puxar meus cabelos, mas nada aconteceu, nenhuma dor. Mordi-me, mas eu não sentia dor.

Estava imune de dor, como se minha pele estivesse congelada, fazendo com que isso amortecesse a dor.

Olhei para mim mesma e levei um susto. Eu estava brilhando. Era como se milhões de pequeninos diamantes cintilassem sobre minha pele. Isso era tão impossível, tão inacreditável.

Como ela pode estar brilhando? Pessoas normais não brilham.

Ah, claro. Esqueci-me que não sou mais uma pessoa normal. E como era triste admitir isso.

Encolhi-me perto de uma arvore e olhei de novo para minha mão, ela já não estava mais brilhando. Nas sombras tudo parecia normal. O brilho havia sido por causa do sol.

Teria que viver para sempre escondida nas sombras para que pudesse parecer normal?

Deus sou mesmo uma vampira. O que vou fazer?

Adeus à minha vida de luz.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?
Não mudei muita coisa do original, até o tamanho - curtissimo. Espero não atrasar tanto a postagem da próxima vez, mas fazer o que? pré-vestibulando vive assim.
É por isso que eu adoro feriados, dá para atualizar tudo.
Espero que tenham gostado. Comentem ok?
Beijão, Nara.



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