Kyyneleet escrita por Lie-chan


Capítulo 3
Parte III


Notas iniciais do capítulo

Milhões de desculpas pela demora! *ajoelha e implora*
O meu teclado está uma bosta e foi uma luta digitar! >.
Não vou nem dizer que o poximo é o ultimo porque não estou a fim de correr o risco de falar de novo que vai ter mais um...
A parte em itálico no começo é um sonho e a segunda parte em itálico é um flashback.
É melhor eu já dizer logo para niunguem se confundir... ^^/
Então... É isso!
Boa leitura! 8D



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Por Lie-chan:

 

Kyyneleet

 

Parte III

 

-Calma, está tudo bem… Eu estou aqui com você. – Ouvi a voz calma de Reita me consolando, quase em um sussurro. A segurança em sua voz me transmita uma absurda tranqüilidade.

 

Mas apesar disso, eu não me sentia bem.

 

Porque eu via seus braços circulando minha cintura, em um abraço gentil, apesar de possessivo, mas não conseguia senti-lo. Mesmo que seus dedos acariciassem minha pele por debaixo da blusa, seu toque não era tão quente como deveria ser, ou como eu me lembrava que fosse.

 

Ele estava ali, mas era como se não estivesse.

 

Acordei assustado, não sei se por causa do perturbador sonho que estava tendo ou se por causa do barulho de um forte baque na porta. Mantive-me estático no chão enquanto escutava outro e mais outro ruído, ficando eles cada vez mais altos. Antes que eu pudesse raciocinar direito, a fechadura já estava quebrada e Reita abria a porta, quase desesperado, logo direcionando seu olhar em minha direção.

 

Encolhi-me mais do que já estava, se é que isso ainda era possível, ao perceber que ele examinava fixamente o meu rosto, que provavelmente estava vermelho, pela quantidade de suor que escorria e pingava pela minha nuca.

 

-Ruki... – Sua voz sussurrando meu nome era grave e rouca, indicando que não era usada há bastante tempo. Ele deveria estar lá, me esperando sair do banheiro, desde que fechei a porta na sua cara no dia anterior.

 

Sim, já era outro dia. A claridade que inundou o cômodo quando a porta foi aberta, somada a uma fraca luminosidade, que conseguia passar por uma brecha na escura janela coberta de adesivos promocionais da banda, denunciava que o sol já estava começando a aparecer depois de passar algumas longas horas do outro lado do mundo.

 

Para se ter passado tanto tempo eu devo ter apagado mesmo. Não deveria ser nem sete horas quando eu dormi. Isso se o tempo que eu passei desmaiado puder ser considerado como sono, pois pela dor que eu sinto agora na musculatura dos ombros, pernas e braços, é como se eu tivesse ficado a noite inteira levantando peso.

 

Abaixei a cabeça, evitando olhar em seus olhos, mas fiz isso tarde demais. Ele já tinha visto.

 

-Ruki... – Murmurou novamente, mas dessa vez em um tom bem diferente do utilizado instantes atrás. Antes ele usava meu nome como espaço de tempo enquanto procurava as palavras certas ou algo do tipo, mas agora ele o pronunciava por si só, porque é uma palavra importante, algo essencial, como se aquilo explicasse tudo que ele sentia.

 

E de algum jeito, explicava mesmo. Principalmente pelo olhar repleto de mágoa que ele me direcionava, como se implorando perdão.

 

Porque ele viu as lágrimas já secas que se encontravam em minhas bochechas. E também viu meus olhos vermelhos e meu nariz inchado pelo choro. E ele sabia o que aquilo representava para mim. Reita simplesmente entendia o quanto aquilo, infelizmente, me abalava.

 

Já faz quantos anos que não conversamos sobre isso mesmo? Acho que quatro... Não importa. Essa é uma daquelas lembranças que independentemente do esforço feito, nunca se esquece.

 

-Ru-chan... Você não vai chorar pelo que aconteceu? – Perguntou-me preocupado depois de fechar a porta de seu apartamento e me lançar um olhar reprovador capaz de gelar até o sol, mas ao mesmo tempo sem parecer muito distante, de um jeito que só ele conseguia fazer. E eu percebi na mesma hora que o motivo de sua inquietação não eram os meus pés, que já estavam jogados de qualquer jeito em seu sofá, manchando o tecido provavelmente caro de um tom escuro.

 

-Não. – Respondi, fingindo não reparar a sua feição se contorcendo em desaprovação, agora mais nítida por ele ter se sentado ao meu lado.

 

-E você realmente não vai perdoá-la? – Perguntou enquanto retirava meus pés de onde estavam e depositava-os em seu colo, sem se importar em estar sujando seu jeans no processo.

 

-De jeito nenhum! – Levantei-me bruscamente, incrédulo com sua dúvida. – Como você pode não ter certeza disso? Ela esqueceu nosso aniversário de um mês! Isso não tem perdão... – Acalmei-me um pouco e voltei a deitar no sofá, mas desta vez com a cabeça no colo dele.

 

-Não creio que ela tenha feito isso por mal... O verão está chegando e ela deve estar ocupada experimentando todas aquelas roupas. – Não pude deixar de notar um certo sarcasmo em sua voz, mesmo que ele tentasse a todo custo soar sério. Reita sempre implicava com o fato dela não trabalhar e viver as custas dos pais.

 

-Acho que o Uruha tem razão... Eu não sou compatível com mulheres. – Suspirei cansado, logo fechando os olhos para aproveitar mais as caricias que ele fazia em meu rosto no intuito de acalmar meus nervos, que já deveriam estar praticamente explodindo.

 

-Ruki... Não fique colocando a culpa de tudo na sua aparente opção sexual. Se você não ia levá-la a sério nem era para ter começado com tudo isso. – Apesar de estar brigando comigo, continuava a afagar meus cabelos e a acariciar minha face. Aquilo era tão bom... – Eu nem sabia que você tinha algum problema em relação a ser gay... – Completou.

 

É, naquela época eu ridiculamente ainda achava ter algum interesse por mulheres. Lembrar agora de algo assim pode chegar a ser cômico. Quando eu anunciei um dia no ensaio da banda que tinha pedido uma garota em namoro só faltou me internarem num manicômio alegando que eu tinha problemas em aceitar meu “eu interior” ou qualquer babaquice de psicologia barata do tipo.

 

-Eu levei a nossa relação a sério! – Disse irritado. – Porque ninguém acredita em mim? – Perguntei mesmo não tendo certeza se gostaria mesmo de escutar a resposta.

 

-Você está com ela há um mês e nem parece abalado com o fim do namoro! Como você pode sair com alguém por tanto tempo e depois não se importar com ela? Você não terminaria com alguém por algo tão estúpido! Foi só a desculpa que você precisava! – Acusou-me, cessando as carícias e afastando as mãos.

 

-É claro que eu gostava dela...! – Infelizmente não soei tão convincente quanto eu gostaria, o que fez Reita puxar meus ombros para cima, forçando-me a levantar e a olhar em seus olhos.

 

-Não minta para mim. Não para mim. – Disse sério, enrugando um pouco a testa em claro sinal de impaciência. Geralmente eu achava aquilo completamente engraçado e fazia de tudo para irritá-lo, o que facilmente acontecia, só para poder ver aquela expressão. Mas dessa vez me senti culpado por preocupá-lo desse modo. Mesmo que ele ficasse adorável daquele jeito.

 

-Eu não estou mentindo... Eu só... – Comecei e ele deu leve aceno com a cabeça, me incentivando a continuar. –...Não gosto de chorar.

 

Se que soei extremamente infantil, mas não encontrei palavras melhores para descrever o que eu sentia. E sendo Reita ali, sei que entendia. Ninguém melhor do que ele para me entender.

 

-Tudo bem, chibi... Pode confiar em mim... – Sussurrou em meu ouvido logo depois de me abraçar ternamente. Com isso eu tive certeza absoluta de que, sim, ele não só me entendia, como também me compreendia.

 

Então apenas ficamos ali, abraçados, por mais alguns minutos, enquanto esperava minha respiração se normalizar. E eu sabia que não eram necessárias mais palavras.

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Nhá, como eu já disse, esse era para se o último, mas eu não resisti a enfiar um flasbacks e aí ficou muito grande... >.
O poximo vai ficar mais! ( e dessa vez eu não estou enrolando!)
Vou tentar não demorar muito, mas não posso prometer nada porque tudo depende do meu dinheiro (para comprar um teclado novo)...
Beeigos! ;*



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