Entre Pais E Filhos escrita por Carol Bandeira


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Espero que estejam gostando da estória.Eu adoro escrevê-la.



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Entre pais e filhos

Capitulo II:

            A viagem de volta a Las Vegas foi curta, com pouca conversa entre os Grissom. Matt passou boa parte do tempo com seu jogo portátil, enquanto seu pai lia um livro.

            No saguão do aeroporto Gil avistou Cath e foi direto a ela.A amiga deu um abraço nele e se virou para Matt, olhando-o de cima a baixo.

            -Então aqui está Mathew Grissom. Nossa, como você é parecido com seu pai.

            -Filho, essa é Catherine Willows, uma amiga minha.

            O garoto respondeu educadamente e os três foram em direção ao estacionamento. Cathy falou sobre o ocorrido no laboratório e disse que Hank havia se comportado divinamente.

            -Quem seria o Hank?

            -É o meu cachorro- respondeu- Você gosta de animais, não?”

            Ele acreditava que sim, mas não queria cometer nenhum erro quando se tratava do bem estar de seu filho.

            -Sim mas a mamãe sempre disse que dava muito trabalho cuidar de bichos.

            A menção de Melanie, Cathy sentiu o ar ficar pesado e resolveu então ligar o radio para ver se distraia o garoto. Dando uma olhada de relance a seu amigo ela notou o semblante cansado dele.

            A amiga já havia percebido que mesmo antes do acidente Gil já não andava bem.Parecia primeiro que ele a ignorava mas depois prestando mais atenção, ela achava que ele não a escutava mesmo. Catherine suspirou e esperou que ele soubesse pedir ajuda quando precisasse.

            Chegando a casa de Grissom os três saíram do carro e Cathy avisou que já havia deixado Hank la. Enquanto Matt olhava a casa ela puxou Gil para o lado e falou num tom baixo

            -Escuta Gil, qualquer coisa que você precisar, não hesite em pedir ,ok. Eu farei tudo que estiver em meu alcance para te ajudar, mas você tem que pedir se não, como saberei?

            Gil sorriu para sua amiga, e em seus olhos ela pode ver a gratidão que ele já sentia e não sabia demonstrar.Realmente ele tinha amizades valiosas.Então, antes de ir embora ela lhe deu um abraço apertado e acenou para Mathew.

            Assim que a porta de sua casa se abriu, Hank veio correndo para cumprimentar seu dono.

            -Hei garoto! Acalme-se -disse enquanto acariciava o boxer - Quero que conheça meu filho.

            Como se entendesse o que seu dono o disse, Hank se virou em direção a pessoa estranha na casa. A primeira coisa que fez foi cheirar o garoto.Matt se abaixou e deixou o cachorro cheirar sua mão para depois lhe acariciar a cabeça

Gil sorriu ao ver a cena e depois deu uma boa olhada em sua casa.Espaço não seria problema de arrumar, mas levaria algum tempo ate que ele conseguisse limpar um dos cômodos para Mathew.

            -Mathew, vamos para eu te mostrar a casa, e depois nós podemos tomar um banho e sair para comer.Duvido que tenha algo comestível na geladeira

            A casa de Gil não tinha nada a ver com a de sua mãe. Mathew achou a casa muito impessoal, como se ninguém morasse ali. A sala de estar tinha paredes brancas enfeitada com quadros de insetos, mas nenhuma foto. Ali ficavam a TV e o sofá e mais no canto esquerdo uma estante cheia de livros.

            -Matt, eu vou transformar o escritório no seu quarto.Ele tem bastante espaço e você pode fazer o que quiser com ele.

            O garoto fez que sim com a cabeça e perguntou onde tinha um banheiro.Gil aproveitou para ligar para sua mãe e avisar que tinham chegado bem a Las Vegas.

            Após um bom banho pai e filho se dirigiram para um restaurante que Gil gostava de comer. Não era longe de casa então foram andando e o silencio começava a incomodar Gil. Tudo bem ele ficar em silencio sozinho, mas ele tinha certeza de que seu filho se incomodaria com isso.

            Mathew continuou quieto no jantar, brincando com sua comida como se não tivesse fome. Gil sabia que a ultima refeição que Matt comera foi a umas 7 horas atrás, então teria que forçar o garoto a comer.Ah os aspectos agradáveis de ser pai...

            -Mathew, há algo errado com sua comida?

            -Não - o garoto empurrou o prato para longe - Só não estou com fome.

            -Você não tem comido bem esses dias.Eu sei que você sente falta de sua mãe e...

            -Você não sabe nada.Não sabe nada de mim e nem dela e ainda quer que eu me sinta bem com essa situação?

            O garoto largou o prato e disse que esperaria lá fora. Gil jogou umas notas na mesa e seguiu seu filho.

            Antes de voltar para casa, eles ainda passaram no mercado para abastecer a geladeira.No carrinho só foram coisas que Mathew escolheu.Mathew sabia que isso era uma tentativa de seu pai de melhorar a sua adaptação, mesmo que frustrada. Resolveu não discutir mais, pois já estava cansado e só queria se deitar.

O dia terminou cedo com Gil dormindo na sala com Hank, deixando seu filho usar sua cama enquanto o quarto do garoto não estivesse pronto. E dormiram bastante, embora o sofá não fosse tão confortável quanto sua cama .

            O dia seguinte consistiu em arrumar o escritório, deixando ali só uma escrivaninha. A estante foi passada para a sala e o antigo armário que guardava algumas tralhas seria dado para a caridade.

            -Eu não sabia que tinha tantas coisas guardadas aqui.

            Gil falou para si mesmo, olhando o quarto vazio. Agora era só esperar as coisas de Mathew chegar e o trabalho estaria cumprido. Ele deu graças a Deus que essa última parte seria feita pelos carregadores.Já não era tão novo para ficar levantando tanto peso.

            Como previsto, o caminhão com os móveis de Mathew chegou aquela tarde e os entregadores os carregaram para dentro do quarto.

Aquela noite terminaria o período de férias de Grissom. Apesar de ansioso por voltar ao trabalho, Gil encontrava-se preocupado em deixar Mathew sozinho em casa, mesmo com o garoto argumentando que já tinha idade o suficiente para tal. Achou melhor conversar com Catherine sobre isso, e enquanto não resolvia Matt poderia ir até o lab com ele.

            Ao chegar no laboratório os dois foram parados por Judy, a recepcionista. Ela entregou os casos da noite e a  correspondência acumulada de Gil, além de uma identificação de visitante para Mathew. Judy estava morrendo de curiosidade para saber quem era o jovem ao lado de Gil, mas não perguntou nada e Gil,sendo ele mesmo, não respondeu.

            Chegando ao seu escritório Gil falou para seu filho ficar a vontade:

            -Pode ler, mexer no laptop, o que você quiser aqui dentro.Já lá fora

            -Eu sei, nada de mexer com qualquer aparelho ou atrapalhar os técnicos.

            Mathew falou, a voz arrastada

            -Olha ,filho, eu sei que é muito chato ficar falando essas coisas, mas o que nós fazemos aqui é muito sério. Nada pode ser tocado sem autorização.Sem falar que é perigoso mexer nos elementos químicos e equipamentos.Eu vou só distribuir os casos e depois faço um tour com você.

            Vendo que isso não animou o garoto, Gil suspirou fundo e falou

            -Quem sabe você não me ajuda com algum experimento pela noite?

            Com um sorriso fraco Mathew fez que sim com a cabeça e se sentou no sofá, tirou uma revista da mochila e começou a ler.Gil aproveitou a distração do filho para ver o que ele tinha para a noite.

            Enquanto passava o olho nos casos,Gil reparou uma agitação incomum na porta de seu escritório.Pelo visto a fofoca já estava rolando.”Mas rápido do que eu pensei,droga!”

            Hoje seria uma noite cheia para Gil...

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            Sara Sidle, por uma única vez chegou atrasada para o trabalho.Atrasada não, na hora, o que era o mesmo que atrasada para a garota.E não foi por causa de engarrafamento ou um despertador que não tocou.Ela sabia que Grissom voltaria hoje de viagem.Ela sabia também que a primeira parte da folga dele fora gastada se recuperando de uma cirurgia. A onde ele foi depois continuou um mistério para ela.

            Sara sentira um misto de emoções naquelas semanas.A primeira uma dor profunda ao ser rejeitada tão friamente por Grissom.A segunda raiva, por ele ter saído correndo como um covarde depois do ocorrido.Só mais tarde com a cabeça no lugar que ela começou a juntar os fatos e é claro intimado Catherine a contar o que ela sabia.De raiva ela passou a preocupação, afinal ele não tinha ninguém para tomar conta dele depois da cirurgia( é Sidle,você é patética assim mesmo.O homem despedaça os seus sonhos  e você ai, se preocupando sobre a vida dele!). E depois ele vai e tira mais férias e vai viajar por que uma amiga precisa dele (palavras de Catherine). E tudo por um mesmo homem,que não liga  a mínima para ela! E o pior de tudo,depois de remoer a cena pela milésima vez, ela estava completamente envergonhada do que fez.Ta certa que ela não estava no momento mais inteligente da vida dela, mas a explosão deveria servir de aviso.Não fale com ele Sara, você só vai ser mandada para escanteio com uma dor imensa, e não na mão é claro. “Querida,isso não parece bom!” Querida uma ova! O homem só ligava porque com a mão ferida Sara poderia não trabalhar direito. Ele não se preocupava com Sara ,a mulher, e sim com Sidle, a CSI.

            Por isso Sara havia decidido que não mais deixaria sua vida social de lado,esperando migalhas da atenção de Griss. Agora ela seria a funcionária ideal.Sem flerte, totalmente profissional e eficiente.Grissom seria só o chefe e nada mais.Chega de horas extras para ela. Sara Sidle agora era outra mulher. E nada melhor para começar essa fase chegando na hora para trabalhar.

            O problema é que nem sempre o coração entende quando o cérebro diz basta. Ela ainda amava o desgraçado, e qual não foi sua surpresa ao chegar ao trabalho e ser atingida por a fofoca daquelas! Judy disse que vira Grissom chegar ao trabalho com um garoto, e dizia ser a cópia de carbono dele. E o boato fora confirmado por todo técnico que passava pelo escritório de Grissom.Será mesmo que Grissom tinha um filho?Que ele tinha uma vida,uma família fora do laboratório? Há quanto tempo?Será que ele ainda amava a mãe do garoto?Será que eles viviam todos os finais de semana como uma família americana feliz, que ele teria uma mulher para confortá-lo nos dias difíceis,para levá-lo para a cama e o amasse com Sara sonhava fazer?

            Sara amaldiçoou seu coração traidor e pediu licença de Nick e Warrick para ir ao banheiro e deixou os dois especulando sobre a família de Grissom.Chegando no banheiro se trancou em um cubículo e deixou as lágrimas caírem.E jurou que essa seria a última vez que o faria por Gil Grissom.

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            Depois de alguns minutos Gil se estressou com o vai e vem de gente a sua porta e a fechou com força.Mathew só levantou os olhos da revista e não falou mais nada. Gil se sentou na cadeira e esfregou o rosto com as mãos. Ele sabia que devia falar logo o que aconteceu para sua equipe que logo eles deixariam de lado a noticia.Mas era muito difícil para ele entrar em detalhes sobre sua vida assim com todos.O irritava essa predisposição para fofocas que todo o laboratório tinha.

            Antes que pudesse pensar mais a fundo Greg entrou na sala de Griss para lhe dar as boas vindas.Ele acabara de chegar e ainda não fora informado das notícias,por incrível que pareça.

            -Griss, como foi a viagem?

            -Tudo nos conformes Greg.E aqui no lab?

            -Tudo certo. Resolvemos o caso Sanchez ontem à noite.

            -Era o suspeito?

            -Você não vai acreditar nisso mais...

            Greg viu no canto dos olhos algo se mexendo e parou de falar.

            -Não precisa parar de falar por minha causa.Pai,vou comprar um refrigerante...

            -Tem uma máquina no fim do corredor.

            -Já volto.

            E se dirigiu a porta e antes de sair ouviu de Greg a frase:

            -Cara eu não sabia que você tinha filhos!

            Mathew começou a se perguntar então o porquê de seu pai nem ao menos comentar que tinha um filho.Olhando pelo escritório dele assim que chegou, não viu nenhuma foto dele em nenhum lugar, enquanto sua mãe e avó tinham dezenas delas em seus trabalhos.E era obvio que não era somente o cara de cabelos engraçado que não sabia dele.Por todo o corredor as pessoas o olhavam e sussurravam alguma coisa para seus colegas. Será que elas não tinha algo mais a fazer do que ficar de fofoca em pleno expediente?.

            Tudo isso levava Mathew a pensar que talvez seu pai não o quisesse por perto,que ele tivesse vergonha dele.Será possível que a cada minuto a vida do garoto podia ficar pior do que já estava!

            Mathew não queria ficar nem mais um minuto sendo o objeto de especulação dessas pessoas.Assim que pegou seu refri, foi direto para a sala de seu pai.Lá dentro agora estava Catherine e ela sorriu para o garoto e o deu um abraço.O primeiro gesto carinhoso da noite que o garoto recebera e ainda assim não o deixou mais confortável.

            -Está gostando de Vegas Matt?

            -Mais a cada dia...- o garoto respondeu sarcástico.

            -Então, eu combinei com seu pai de te levar para conhecer o laboratório agora,enquanto ele resolve uns problemas,pode ser?

            -Tá legal...

            Enquanto para Gil isso era um jeito de ter uma conversa desagradável com seus subordinados sem que Mathew escutasse, para o garoto significava que o pai não queria passar mais tempo do que necessário com ele. E o dia ia ficando cada vez melhor...

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            Sara estava no breakroom com Nick e Warrick quando seu Pager tocou simultaneamente com os de seus amigos.Era do Grissom e dizia: Distribuição de casos hj na minha sala. ASAP*. Os csi se olharam e foram logo ver o que o chefe queria.


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Notas finais do capítulo

*É uma sigla em ingles para as soon as possible-> tecla sap-o mais rápido o possível



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