Não sei se se passaram dias, semanas, anos ou horas, mas, de repente a dor foi passando e se concentrando na minha garganta. Era como uma sede incontrolável: beberia um poço profundo inteiro, se pudesse.

Quando abri os olhos, eu estava no colo do homem que me mordera, mas eu o via com mais precisão e isso o deixava mais bonito.

-Olá, pequenina.

-Oi...

-Me perdoe por não ter me apresentado, me chamo Aro.

Nessa hora senti falta de Alec. Como se parte de mim estivesse incompleto.

-Alec?

-Quer vê-lo?

-Sim, por favor!

Ele me segurou pelo ombro, puxou meu rosto para o seu ombro esquerdo, de modo com que a boca dele ficasse perto de meu ouvido.

-Então, se acalme mi angelo. Primeiro precisamos cuidar de você, a sua garganta deve estar queimando, não é?

-Sim...

Uma mulher entrou no quarto, e eu a reconheci, era aquela mulher que me defendera quando tinha caído de fraqueza no chão.

-Ela é minha esposa, Súlpicia.

-Ela é... Linda...

-Todos somos querida. – falou a linda mulher que arrastava três homens pelo chão.

Minha garganta pegou fogo quando eu vi o pescoço de um dos homens, eu ouvi o coração dele.

-Aro... - falei insegura daquilo que eu queria fazer

-Faça o que tem vontade, siga o seu instinto.

Fiz oque ele mandou e acabei perdendo a consciência e voei em direção ao pescoço do homem, rapidamente o seu sangue acabou, e me deliciei com o sangue do outro homem, aquele sangue quente escorrendo pela minha garganta, acalmava a sede avassaladora, o sangue do segundo homem também acabou, mas eu queria mais e então eu mordi e me deliciei com o sangue do terceiro homem. Quando acabou, vi que eu me sujara. Aro me abraçou por traz e limpou a minha boca.

-Ainda tenho sede...

-Você é nova, querida, isso vai passar.

Eu virei e o abracei colocando minha cabeça em seu peito, ele me beijou na cabeça:

-Alec deve estar te esperando. Então, vamos, levante-se.

Ele me pegou pela cintura e me colocou de pé, me ofereceu a mão e a peguei, a cena era como se fosse o pai passeando com a filha. Eu olhava de um lado para outro, observando cada corredor. Mas onde estava Alec?

- Ele esta em um quarto.

-Como você...

-Eu possuo um dom, como você também possui.

-Eu...

-Sim... Você pode fazer que as pessoas sintam dor, né?

-Dom... Pra mim isso é... - novamente ele me cortou

-Maldição? Você tem que começar valorizar mais a você mesma.

Chegamos ao quarto que Alec, ele estava na cama olhando para o teto.

-Jane. – ele me deu um sorriso de quebrar o coração de qualquer menina

Ele se levantou me abraçou, cheiro os meus cabelos, e ficou ali abraçado comigo como se fosse a ultima vez. Aro pigarreou para nos chamar a atenção e começou a explicar o porquê de ele ter nos salvado. E nos deu duas escolhas. Se ficássemos no clã Volturi ou não?

-Eu aceito ficar – Alec provavelmente estava pensando quando eu cheguei

-Querida...

-Eu vou ficar como agradecimento por ter nos salvado. E eu nunca deixaria Alec sozinho. Por mais que ele seja o irmão mais velho, eu preciso dele e ele precisa de mim... Pelo menos é o que eu acho... – Alec olhou para mim e concordou com a cabeça.

-Então. Bem-Vindos! – falou Aro de repente, quase me matando de susto (se isso fosse possível).

E eu mal esperava para começar, e ver como seria a minha família daqui em diante. Aro olhou para mim, e lembrei-me de seu dom, e eu estava de mãos dadas a ele.

-Família... – ele olhou nos meus olhos e disse – Sim, chegou a nova era do clã Volturi, do clã não da Família Volturi!

E eu tinha certeza de que só era o começo, só o começo de uma longa  e nova era.