All My Hope escrita por Angel1006


Capítulo 5
One day with Jake


Notas iniciais do capítulo

Capitulo monster pra voces!!



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- Tá bom, até amanhã. – Ele respondeu saindo do quarto.

Acordei na manhã seguinte com a minha cabeça latejando mas continuei na cama. Quando bocejei, senti um dor forte no queixo e me levantei indo até o banheiro. Ao me olhar no espelho levei um susto com a mancha roxa que ocupava metade do meu queixo. Então me lembrei do tombo, o que me fez lembrar do Jake, o que me fez lembrar das besteiras que eu falei, o que me fez lembrar que ele provavelmente estava no quarto do lado.

Fui checar e logo que abri a porta o vi deitado na cama com uma mão sobre o rosto e a luz que entrava pela janela totalmente em cima dele. Fechei a cortina sem acordá-lo. Ele tirou a mão do rosto ainda inconsciente e se virou para o outro lado da cama de casal. O que eu to fazendo com um desconhecido, nao totalmente ja que ele é meu ídolo, dormindo na minha casa? Como eu sou burra.

Fechei a porta e fui até a cozinha procurar comida. Aliás o que eu mais faço da minha vida é comer. Enfim, descobri que não tinha NADA na geladeira e que essa estava desligada da tomada. Estava com tanto sono que encostei na porta aberta da congelador e cochilei até que ouvi um grito agudo na minha orelha. Era Jake querendo me assustar.

- Seu filho de uma égua! Tá ficando louco é ? – Gritei.

Ele riu da minha cara apavorada, o que me fez rir junto

- Ai, minha cabeça!

- Ressaca?

- Parece que sim.

- Ta lindo esse troço no seu queixo.

- O QUE? TIRA, TIRA. – Gritei ja achando que era um bicho ou alguma coisa assim.

- Calma, vai ter que esperar alguns dias pra sair... – Falou rindo da minha cara de nada.

Ele tirou a carteira do bolso, abriu, e as duas primeiras coisas que eu vi foram: uma cartela de aspirinas e uma camisinha. O que me fez chegar a uma conclusão: ele devia tomar cada porre.

- Acho que eu vou no supermercado comprar comida - e apontei para a geladeira vazia que ainda estava com a porta aberta.

- Eu vou com você então. Sabadão sem nada pra fazer!

Fomos no carro dele até o Walmart e compramos todas as comidas mais gostosas e industrializadas possíveis.

- Duvido que você vá até aquele casal de velhinhos na seção das camisinhas, e pergunte qual eles mais gostam para comprar.

- Quanto você me paga?

- Todas as compras.

- Fechou.

Fui até o casal:

- Oi, eu e meu namorado ali queremos saber qual camisinha vocês usam, sabe, se a relação de vocês durou tanto, vocês já devem ter experimentado várias. – Pera, eu tava falando que eles era velhos, sem querer mas eu estava.

- Ah querida – avelhinha começou muito fofa – a primeira vez é tão importante né?

- É claro, só um segundo. – Virei para Jake – Vem aqui querido, eles vão contar como foi a primeira vez que eles foram para a cama, é melhor a gente ouvir.

Ri muito com ele assentindo e vindo em nossa direção de cabeça baixa. Provavelmente com medo do que ouviria.

Ficamos ouvindo a velhinha contando como foi que seu marido a levou para a cama na primeira vez e como ele foi romântico no dia seguinte. Percebi Jake quase vomitando e resolvi pegar a comisinha indicada e me despedir.

- Eu não devia ter ouvido aquilo, tipo, não quero saber das experiências sexuais de uma velha, é broxante... – Ri e ele acabou rindo junto.

- Pera, para. – Ele parou assustado – Você que vai pagar minhas compras, posso comprar o triplo de bolachas agora! – Falei feliz e saí praticamente saltitando.

- Boba. – Resmungou.

- Eu ouvi isso. – Gritei já de longe sem nem olhar pra trás. – Compra umas bebidas. – Gritei mais de longe ainda.

No carro, pensei sobre nossa cumplicidade e a confiança que eu tinha nele, mesmo tendo-o conhecido ha pouquíssimos dias. Sentamos no sofá comendo o pacote de meio quilo  de doritos e ficamos conversando. Fizemos comidas como nuggets e miojo, além de eu ensiná-lo a fazer brigadeiro.

Ficamos conversando sobre a vida. Ele me contou todos os podres dos integrantes da banda e ainda me obrigou a contar a minha vida toda pra ele. Entramos, então, no quarto do fundo do meu corredor. Era o meu quarto particular, não para dormir, um lugar que eu pudesse ficar o dia inteiro sem querer sair. Em uma parede, uma bancada preta com uma luminária rosa, e um caderno que 500 folhas do São Paulo (time) completamente detonado e sujo. Havia uma outra bancada, mas só com fotos. A maioria minha com meus cavalos e meus irmãos, apesar que todos se encaixam na mesma categora, mas enfim. E a outra parede era um estante, com dezenas de livros, todos os meus favoritos. Onde minha mãe deixou um bilhete: “Eu penso em tudo né, filha!” Convencida.

E um violão que ficava no canto do quarto juntamente com duas cadeiras. Foi o meu primeiro instrumento. Era o que me trazia as melhores lembranças. Jake se aproximou dele e eu o mandei tomar cuidado, e, como todos, perguntou porque.

- Esse violão foi o meu primeiro instrumento. Ganhei quando eu tinha só 14 anos. Eu fui com o meu pai na loja de instrumentos na pequena cidade onde morava e ele chegou lá e começou a pegar tudo e tentar tocar, apesar de que ele nem sabia como segurar um violão. Como eu fiquei com vergonha! Aí ele perguntou qual era o melhor violão que tinha na loja, e falaram que era esse. Ele nem pensou duas vezes, comprou na hora. Meu pai fazia tudo por mim. – E uma lágrima escorreu do meu olho. Não que eu tivesse perdido meu pai, nem nada, mas a saudade era tanta!

Jake chegou por trás e me deu um abraço apertado. Abracei de volta e chorei todas as minhas lágrimas de saudade em seu colo, molhando toda a sua camiseta.

- Vamos tocar alguma coisa para animar! – Ele disse pegando o violão.

- Mas os vizinhos vão me matar.

- Quem liga para os vizinhos? Que se fodam todos!

Rimos juntos.

- Qual sua música preferida? Qualquer uma!

- Perfect weapon. Toca aí!

Ele começou a tocar a musica no violão juntamente com o grito inicial. Então começamos a cantar juntos. Estava tão embalada na música que nem percebi quando ele segurou a voz e ficou só tocando. Quando acabou o som, parei de cantar, e ele me olhou com uma cara de surpresa que eu nunca vou esquecer.

- Segunda feira você vai comigo e com o povo da banda na gravadora. Sua voz é ótima. E eu vou te ajudar a montar uma banda. Eu sei que essa faculdade de economia que você veio fazer é só uma desculpa. Você ama a música né?

Simplesmente assenti com a cabeça e completei:

- Estou com sono, vou dormir. Quer ficar aí de novo?

- Pode ser.

- Até amanhã!

- Até amanhã!

Quando estava saindo do quarto ouvi:

- Pera, - voltei – não mereço um beijo de boa noite?

- Huum – fingi estar realmente refletindo. – Não!

E saí correndo com ele atrás de mim. Quando ele pulou para me fazer parar, caiu em cima de mim no chão e nossos rostos se aproximaram tanto que eu sentia sua respiração na minha pele. Ele chegou mais perto ainda e quando estávamos quase nos beijando, o empurrei fraca.

- Desculpa Jake, mas eu acabei de chegar. Não quero começar um rolo já assim, é muito complicado! Desculpa mesmo!

- Relaxa Manu. Eu que peço desculpas – Ele meu deu um apelido fofo. ELE ME DEU UM APELIDO FOFO. Jake me pegou no colo e levou até o quarto. E detalhe: bateu a minha cabeça no batente da porta. Estava um frio do inferno naquele dia. Ele me cobriu e desejou boa noite com um beijo na testa, mas desviei a direção e roubei-lhe um selinho. Sorrimos e ele saiu. A última coisa que ouvi foi a porta do quarto ao lado se fechando. Saber que ele estava ali me deixava mais segura, será que eu estava me apaixonando de novo?

Flashback on

- O... o que você está fazendo aqui?

- Dormindo com o seu namorado, querida.

Dei mais alguns passos e vi meu namorado, repito: MEU NAMORADO deitado na cama com o lençol combrindo apenas as suas partes baixas. Não deveria ter chegado na casa dele sem avisar, mas ele estava mais errado do que eu. Me traindo? Com a ex dele? Que se foda também, vou dar hoje e espero que ele morra em um acidente de carro correndo atrás de mim.

No dia seguinte, acordei com minha mãe me chamando bem de perto e quando abri os olhos, vi suas lágrimas. Ela me entregou o jornal.

“Ontem faleceu em um acidente na Av. Tiradentes, o filho do dono da grande franquia de cosméticos, Rogério Carnucci. Segundo a mulher que estava com ele antes do acidente, ele havia saído em alta velocidade atrás da namorada Julia Senna. Ainda não há detalhes sobre sua morte, pois o laudo médico ainda não saiu.”

Flashback off

Uma lágrima escapou de meu olho, abrindo passagem para a enxurrada que veio logo a seguir. Por coincidencia, nesse momento, Jake entrou no quarto para encher o saco, só pode. Coisa útil essa criatura não faz.

- Será que tem como eu ajudar ou você não quer falar sobre isso?

- Não quero falar sobre isso.

- Mesmo?

- Mesmo.

- Tá certo. Eu só queria usar o banheiro.

-Tem um banheiro só pra você do lado do seu quarto. - Disse empurrando-o para o banheiro.

- Mas eu queria ir no seu e...

- Tá, tá, usa o meu logo.

Voltei para a cama enquanto ele entrava e fechava a porta que ficava do lado da minha cama. Virei de lado e dormi em questão de segundos, sempre dormia rápido depois de chorar.


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Notas finais do capítulo

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